Seguimento Meteorológico Livre - 2025

  • Thread starter Thread starter Spider
  • Data de início Data de início
:confused::eek::confused:

Vai uma mini? :cheers:

1000002696.webp
 
Algumas dúvidas nos modelos sobre o local onde a parte mais intensa da frente de amanhã irá dar entrada. Opções mais prováveis: Litoral Alentejano e Barlavento. Contudo também poderá ser no Sotavento ou Andaluzia.
Movimento para E/ENE, expandindo-se.
Rad_20251115-0450.webp



Vai uma mini? :cheers:
A culpa desta "moda" dos "minis" é da Sagres, foi ela que começou com as minis... :brucelee:

Não me parece, pelo menos pelo Icon.
Foi um dos modelos que ignorou este núcleo e sistema frontal associado.
 
Última edição:
Esta é uma das gurus do suposto e iminente arrefecimento global.

53Au5OH.png


ihktkWb.png


A principal queixa dos seguidores é a sua melhor vantagem. Quando o lixo escrito e ignorado pela vasta maioria não se concretiza, desaparecem sem rasto. Depois ficam à espera do próximo evento ou previsão para voltar a debitar a mesma lenga-lenga.

Refutar besteira dá muito mais trabalho que difundi-la e é tendencialmente mais aborrecida e técnica. Depois há estupefação sobre o conteúdo das redes sociais e qualidade do conhecimento da população em geral.
 
-> https://www.universiteitleiden.nl/e...more-calorific-and-less-nutritious-food-crops + https://climate.uchicago.edu/news/c...production-even-when-farmers-cool-their-cows/

---

Muito frio nos próximos dias.

ecmwf_15_120seo3.png


Como o tempo (nem é preciso muito) a malta irá perder a noção/sensação de frio comum com outras gerações.

europe.anomalie.T_2M.OPER.202511.gif


jra55_global_temp_anomaly_YTD.png
Tirando uma onda de frio em janeiro/fevereiro de 2023 (mas que foi compensada por períodos muito quentes no resto desse inverno) não me lembro de nenhum episódio de frio notável depois de 2021
 
Parece os estragos que se vêem nos EUA.
É tudo pré fabricados que se vê nos entulhos.

Talvez, se tenha que rever as autorizações para esse tipo de construção.

Não dá para perceber como é que nos Estados unidos continuam a manter essas construções, com a quantidade de tornados que têm.

A resposta simples à pergunta "como é que nos Estados unidos continuam a manter essas construções, com a quantidade de tornados que têm" é: porque não vale a pena construir doutra maneira. A complexa, (mas mesmo assim incompleta) é a que se segue:

Sei que provavelmente a poucos interessará a resposta, mas acho que sempre que se possa contribuir com alguma perspectiva não se deve deixar escapar a oportunidade.

Há vários motivos para nos Estado Unidos, especialmente nos sítios em que, como se sabe, existe uma abundância desses fenómenos a construção continuar a ser feita da maneira que é.

Alguns motivos são económicos, outros são logísticos, outros são baseados em elementos probabilísticos, e finalmente, outros são puramente preferenciais.

Acho importante, por mais sabida que possa ser essa informação ter o seguinte em mente:

1763220373500.webp


A imagem está em Inglês, mas o texto é pouco ou nenhum, e pouco importante, portanto acho que não precisa de explicação. É só um simples gráfico dos tipos comuns de danos para cada nível de tornado e, sim, como é óbvio, mostra as tais casas que o pessoal apelida (erradamente no caso da maioria da América) de pré-fabricadas.

A esta imagem é importante também acrescentar o contexto da probabilidade. Duas neste caso, primeiro, qual a probabilidade de um qualquer tornado ser de uma determinada categoria, e depois, qual a probabilidade de uma qualquer estrutura ser atingida por um tornado.

Então:
Nos Estado Unidos, os tornados EF0 - representam aproximadamente 40% de todos os tornados, EF1 - cerca de 35%, EF2 e EF3 juntos - cerca de 24%, e EF4 e EF5 juntos, menos de 1%!
Depois, na zona dos tornados (Tornado Alley) a probabilidade de uma qualquer área duma grelha dividida em polígonos de 111 por 85Kms ser atingida por um tornado de qualquer tipo é cerca de 0,06%.

Portanto, pode-se depreender que a probabilidade de uma qualquer estrutura ser atingida por um tornado, especialmente um que cause danos significativos, é praticamente nula. Mas, como é óbvio, acontece!

Sabemos que a probabilidade é mínima, mas sabemos que acontece. Então, porquê que não fazem os nossos amigos que moram na Tornado Alley casas "melhores"?

Motivos económicos:
Uma típica casa americana, construída de forma semelhante (mas mais evoluída) às nossas casas da era pombalina, ou seja, estruturas de gaiola em madeira, revestidas depois num qualquer material (que em muitos casos, como cá, é alvenaria), que são assentes (e nas zonas propícias a estes fenómenos, aparafusadas) em lajes de betão, custa, em média entre 1000 a 2000 dólares por metro quadrado.

Uma casa mais parecida com as "nossas" com a estrutura toda em betão armado e alvenaria custa lá, sensivelmente entre 1600 a 2700 dólares por metro quadrado.

Temos aqui a base de outro motivo então, o económico, o preço base da casa. Ao qual depois é preciso acrescentar o facto de que o seguro da casa será também muito mais caro, a casa será mais difícil de vender (sim, a sério), e de manter.

Mas também temos a base de outro motivo, o logístico. Seja na construção, seja na remoção de destroços, uma casa típica americana (aquelas de gaiola) faz-se, e limpam-se os restos, numa questão de dias/semanas, enquanto que quando falamos de betão e alvenaria, já estamos a alargar a escala mais para meses. Haverá menos diferença no tempo de remoção de destroços, como óbvio, apesar do custo (devido ao tipo e peso dos materiais) ser muito superior, mas depois na reconstrução, vamos ver o pessoal das casas "frágeis" a voltar à sua habitação numa questão de semanas, e o senhor que fez a casa em betão e alvenaria vai ter de esperar uns largos meses para ter a sua reposta, sim, porque pasmem-se, também foi destruída, mesmo que apenas parcialmente.

1763222634080.webp


Temos aqui uma amostra do que um tornado (oficialmente classificado como EF2) faz a uma casa de típica construção britânica. Portanto, uma perda total.

Certamente há métodos de construção melhores (e mais dispendiosos) que oferecem alguma proteção contra este tipo de eventos, posso falar do meu caso específico, a minha casa é quase totalmente feita com betão armado, a pouca alvenaria que tem é para paredes interiores. Certamente muitos de nós já vimos fotos de abrigos de tornado ao nível do solo (não daqueles enterrados), e são feitos em betão armado, mas as paredes têm talvez o dobro ou o triplo da espessura das paredes da minha casa.

Eu acho que a minha casa, seria perfeitamente capaz de sobreviver (sem janelas provavelmente) a um EF3, talvez até um EF4... um EF5, não sei.. supostamente fazem literalmente buracos no chão por onde passam, mas.. vamos considerar um "mísero" EF3, que calhou desmanchar a casa do vizinho para cima da minha, ou que pegou num carro, ou num camião, e o atirou para cima da minha casa.. se calhar a casa até nem caía.. mas seria uma perda total na mesma.

Portanto, há demasiados motivos contra a mudança para outro tipo de construção, e poucos que sustentem o argumento de que esse outro tipo de construção ficaria de pé, mas para sequer se saber a resposta tinham de se gastar biliões a reconstruir totalmente todas as habitações duma zona dezenas de vezes maior que Portugal, e depois esperar que houvesse tornados suficientes para justificar o investimento, isto, se as casas ficassem de pé, ou mesmo ficando de pé não fossem perdas totais na mesma.

Depois temos o fator humano.. O lema naquela zona no que toca a este caso, para muita gente, é "live to fight another day". Vem um tornado? Metes-te na cave, ou no abrigo, deixas passar. Se ainda tiveres casa, fantástico! Vai ajudar o teu vizinho que provavelmente já não tem. Também não tens casa? Remexe os destroços. junta o que podes, espera pelo seguro e.. life goes on.


Edit importante para quem acha que não é qualquer construção de betão que é "boa": aproveito para acrescentar também aqui uns dados oficiais dum estudo publicado pelo NOAA que demonstra o tipo de danos expectáveis numa construção bastante resistente, neste caso, Prisões, Hospitais, Universidades, e semelhantes, considerando uma construção de estrutura em betão armado, ou seja, aquilo que coloquialmente se chamaria um prédio "a sério".

1763224688938.webp

Não vou traduzir o documento todo, mas explico o seguinte, naquela tabela temos EXP, LB, e UB.

EXP - expected - ou seja, o expectável, aí espera-se que naquele nível de velocidade de vento (em milhas) aconteça o que está ali descrito)
LB - lower bound - o valor mínimo onde se considera que aquilo possa aconter
UB - upper bound - aqui o oposto, o valor máximo onde será basicamente garantido que se ainda não aconteceu determinada coisa, é ali que acontece.

Analisando isto, a partir do nível 8 de danos, pode-se considerar que o prédio será uma perda total, ou perto disso (8 considera-se ali o levantamento/descolamento da cobertura do edíficio, de betão armado pré-moldado neste caso - o pré-moldado é "melhor" que o despejado, é feito em condições controladas).

O UB, ou seja, onde se garante que aquilo acontece, para o nível 8 são os ~163mph, um EF3 quase 4, mas é expectável que aconteça o nível 8 nos 142, EF3 "mediano". E de notar que dos 142 para os 148mph ainda dentro do EF3, passamos do nível 8 logo para o 10, no expectável, sendo o 10 destruição quase total das paredes superiores.

Edit 2: deixo aqui o link do estudo na íntegra, para os curiosos - https://www.spc.noaa.gov/faq/tornado/ef-ttu.pdf
 
Última edição:
É previsão/ tendência...
meRz20251114_0000+40800.webp

Menos 10 a 20 mm não significa que não chova e é uma "previsão/tendência" e apenas para 10 dias, dois dos quais já passaram e com chuva que vale em muitos locais pelo normal em 10 dias de Novembro.
Qualquer dia é na Costa da Caparica. Um parque de campismo transformado em bairro de barracas e construções ilegais, onde muita gente vive o ano inteiro. Não sei como é que autorizam isto.

Nunca em construções precárias/tendas deviam residir pessoas todo o ano, muito menos durante os meses com maior incidência de intempéries normais ou de gravidade avisada. Costa da Caparica, assim como a zona da boca e estuário do Tejo, é um local propício para passagem de fenómenos de intensidade maior que se formam no oceano e entram facilmente na zona plana da costa em frente à arriba.
Quando acontecer, porque vai acontecer, veremos quem vai ser responsabilizado por este disparate destes "parques de campismo" que mais se assemelham a campos de refugiados.
 

E em relação a este episódio cá, o IPMA há-de publicar alguma coisa mas para já ainda não há informações de intensidade F/EF e velocidade de ventos?

Alguns poderão ter sido downbursts:

-Ferragudo (Lagoa) vs Albufeira, pelo que percebi: dois tornados distintos, Ferragudo pouco depois de Albufeira (terá sido a mesma célula?); ambos atingiram os respectivos parques de campismo locais e a fatalidade e grande número de feridos foi no de Albufeira. https://sicnoticias.pt/meteorologia...matou-idosa-britanica-foi-um-tornado-cded98dd

-Faro


-Malgualde

-Falagueira Nisa


-Ferreira do Alentejo

…mais algum?
 
Última edição:
E em relação a este episódio cá, o IPMA há-de publicar alguma coisa mas para já ainda não há informações de intensidade F/EF e velocidade de ventos?
Não faço ideia do que o IPMA planeia ou não fazer, mas devem dizer alguma coisa, sim. A escala EF, a ser usada corretamente, infelizmente, muitas vezes dá um resultado completamente diferente daquilo que seria de esperar tendo em conta a velocidade real do vento (até porque muito raramente consegue ser medida, é apenas estimada), portanto deverão ser análises, feitas ao mesmo tempo, mas diferentes.

Um tornado com ventos de 300km/h no meio dum campo seria um EF0, e um com ventos de 180km/h no centro duma cidade pode ser um EF3, logo se verá o que o IPMA diz.
 
  • Gosto
Reactions: StormRic