A possibilidade de trovoadas até existe, embora esteja confinada a uma zona muito pequena entre Portugal e Espanha.
Os motivos prendem-se com uma bolsa de humidade na zona que depois aliada ao aquecimento da tarde explica os valores do CAPE.
Uma imagem para explicar é mais simples. Uma cross-section com a humidade entre o litoral oeste português e o litoral leste espanhol da península , mais ou menos à latitude de Beja para a tarde de Domingo:
Tefigrama para Barrancos onde também se vê a tal camada de humidade entre os 850 e 750.
Não é nada de especial, mas a zona como sabemos é propícia, apesar do vento à superfície ser fraco durante a tarde de Domingo, nos montes do lado Espanhol talvez sopre alguma brisa que sirva de mecanismo de disparo e alguma trovoada se forme do lado espanhol e entre em Portugal ali pelo baixo alentejo. Também não sobreviveriam muito para além dessa zona que o windshear é fracote.
Mas como é normal nestas situações, basta o modelo tirar alguma humidade até lá ou no próprio dia não haver condições para elas dispararem, e nada feito. E isto falando do GFS pois não sabemos o que mostram os outros no que respeita a estes pormenores como a humidade, vento, windshear, etc.
Ainda ontem no GFS havia uma situação idêntica no norte de Marrocos e não se passou nada. É esperar para ver e ter alguma paciência, aos poucos os valores do CAPE vão melhorando ao longo das próximas semanas e as trovoadas acabarão por aparecer
