Tópico para seguimento de informação hídrica de Rios e Albufeiras nacionais.
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Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos
Instituto da Água
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Espanha deverá falhar a quantidade mínima trimestral de água no Douro que deixa passar para Portugal, devido à seca. A situação está, porém, prevista num acordo entre Portugal e Espanha, em situações excepcionais como a de agora.
Segundo dados fornecidos ao PÚBLICO pelo Instituto da Água (Inag), Espanha deveria garantir, entre Janeiro e Março de cada ano, um caudal mínimo de 630 hectómetros cúbicos (630 mil milhões de litros) de água no Douro. Do princípio do ano até hoje, já passaram 419 hectómetros cúbicos, sendo muito pouco provável que chova o suficiente para se atingir o caudal mínimo.
Segundo a Convenção de Albufeira – assinada em 1998 para a gestão comum das bacias luso-espanholas –, Espanha pode invocar um regime de excepção quanto aos caudais trimestrais, quando a quantidade de chuva no semestre que termina no mês anterior for inferior a 65% da média.
É o que está a acontecer no Douro. Em Espanha, a precipitação entre o princípio de Setembro e o fim de Fevereiro foi de apenas 97 milímetros. O limite abaixo do qual se aplica o regime de excepção é de 154 milímetros.
Tal como Portugal, Espanha está a enfrentar um forte seca. No trimestre entre Dezembro e Fevereiro, a quantidade de chuva foi a menor desde pelo menos 1947.
A aplicação do regime de excepção para os caudais do Douro foi confirmada ontem pelo director técnico da Confederação Hidrográfica do Douro espanhol, Pedro Matía.
Perante a notícia, autarcas portugueses salientaram a necessidade de se reforçarem as reservas estratégicas em Portugal, para fazer face a situações como esta. “Enquanto Espanha tem mais de 20 barragens na bacia hidrográfica do Douro, em Portugal não há uma única para acorrer a situações de seca como a que estamos a atravessar”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Aires Ferreira – que sempre defendeu a barragem do Baixo Sabor, agora em construção
A aplicação do regime de excepção não significa que o espanhóis irão “fechar as torneiras” ao rio. A Convenção de Albufeira prevê três tipos de caudais mínimos: anuais, trimestrais e semanais. “Apesar de estarem em excepção, têm mantido os volumes semanais mínimos”, afirma Rui Rodrigues, responsável pelos serviços de monitorização do Inag.
Na bacia do Tejo também já se aplica o regime de excepção, já que a chuva entre Setembro e Fevereiro (140 milímetros) foi inferior ao limite abaixo do qual se acciona o regime extraordinário (183 milímetros). Ainda assim, no caso do Tejo, Espanha já cumpriu o caudal mínimo para o trimestre Janeiro-Março, tendo descarregado 382 hectómetros cúbicos, quando o limite mínimo é 350 hectómetros cúbicos.
Público
Imagens deste fim de semana que tirei em caminhadas na Serra da Estrela das barragens do Viriato completamente cheia e do Padre Alfredo, esta ultima fecharam as comportas que fazia sair a água para um canal de produção de electricidade devido a seca que atravessávamos e estava praticamente cheia como a uns anos não a via, sabado ainda apanhei queda de neve acima dos 1800m.
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TVI24Água em Bragança: «Situação melhorou muito»
Anunciou o vice-presidente da autarquia
A chuva dos últimos dias repôs as reservas de água em Bragança e afastou no imediato a ameaça de rutura no abastecimento à população, mas a Câmara continua a trabalhar num plano de emergência, anunciou esta quinta-feira o vice-presidente.
Rui Caseiro adiantou que a «situação melhorou muito» neste mês de abril, com a barragem da Serra Serrada «cheia e a transbordar».
Este é o único ponto de armazenamento de água para abastecimento à cidade que, em anos normais, só é utilizado no verão, mas que este ano chegou a ser utilizado no inverno e ainda não tinha conseguido encher devido à falta de chuva.
O município foi obrigado a recorrer com quatro meses de antecedência às reservas, mas as chuvas de abril já repuseram os níveis normais e, neste momento, a cidade está a ser abastecida pelos meios habituais para a época: os efluentes do rio Sabor.
Segundo explicou o vice-presidente da autarquia, «em termos de cenários de um plano de emergência, há pouco tempo Bragança estava num nível três de um a seis, com recurso a sistemas complementares, e neste momento, está no nível um».
«Estamos numa situação muito melhor e, se as condições meteorológicas assim continuarem, com tempo de chuva, estaremos cada vez em situação melhor, no sentido de a Serra Serrada poder garantir o verão», afirmou.
Ainda assim, a autarquia continua a trabalhar num plano de emergência, porque o problema da falta de água mantém-se devido à insuficiência de armazenamento, que só será ultrapassado com a construção de uma segunda barragem, a de Veiguinhas, que foi recentemente aprovada.
Rui Caseiro previa ter o plano de emergência concluído em meados de abril, mas a chuva veio dar mais tempo para a identificação dos meios, que, num cenário de rutura total, terão de ser recrutados nas corporações de bombeiros de todo o país, Exército e também na vizinha Espanha.
«Estão já inventariados meios dos distritos de Bragança, Viseu, Vila Real, foi solicitado também ao Exército que meios teriam disponíveis e aguardamos resposta, assim como estamos a identificar meios de corporações de bombeiros de distritos mais afastados», adiantou.
O município viveu este ano uma situação inédita, devido ao inverno seco que obrigou a recorrer, com quatro meses de antecedência, aos sistemas alternativos de abastecimento à cidade.