@AnDré as barragens do Douro estão dimensionadas para um caudal médio verão / Inverno.
Essas novas centrais só iam trabalhar no Inverno.
Repara como as do Douro Internacional levaram com reforço potência e ainda assim não chega.
E depois há Aldeavilla que tem 1200 mw instalados
Mais do que novas barragens, eu sou da opinião que, olhando a todas as represas que existem no país, muitas delas poderiam ser alvo de reforços.
Aproveitar o que já existe, e renovar/reforçar!
O que é feito de Paradela II?
No Douro há uma baixa por cauda do incêndio que houve em Miranda II. Mas será que a Régua, Carrapatelo e Crestuma não poderiam ver reforçadas as suas potências?
E por falar em Douro, estão 1738m3/s a chegar a Miranda do Douro! Penso que é o maior valor desta temporada! Todas as barragens do Douro devem estar a descarregar bem!
Concordo que só iriam trabalhar no período húmido e que provavelmente não vale a pena sobre dimensionar a potência instalada para períodos excepcionais . No entanto esse reforço existiu em Miranda, Picote e Bemposta.
Pegando no exemplo de ontem:
Se Miranda II estivesse em funcionamento, o volume descarregado seria bastante menor. Picote e Bemposta, mesmo com reforços, não conseguem aproveitar toda a energia disponível. Mas lá está, a potencia instalada está adequada a um caudal médio e não aos dias mais húmidos do inverno.
Pocinho e Valeira, mesmo sem reforços, estão ao mesmo nível de todas as anteriores (em termos de volume de caudal descarregado), e portanto considero que aí não valha a pena um reforço. Até porque na maioria das vezes ambas conseguem turbinar o caudal sem descarregar.
O desperdício, a meu ver, está na Régua, Carrapatelo e Crestuma. São inúmeras vezes que estas barragens fazem descargas, e bons volumes. Um reforço não iria terminar com as descargas, mas poder-se-ia aproveitar muito desse caudal.
Claro que nessas 3 barragens a densidade de infra-estruturas em redor é maior. Mas será que não compensava o investimento face à construção de novas barragens?
Em termos ambientais, não vejo grande prejuízo, e a matéria prima aí estará sempre garantida. Mesmo que Espanha feche a torneira (como acontece com o Tejo), os afluentes portugueses serão sempre muitos para alimentar essas 3 barragens.
Apesar do gosto e do fascínio, tento abster-me quanto à construção de novas barragens... Até porque percebo os prós e contras.
No entanto, sou cada vez mais um defensor da manutenção e reforço, ao invés de algo novo. Porque acho que há muito onde pegar.
Para quê aumentar potência em Régua, Carrapatelo e Crestuma? Só poderia ser usada no período em que abunda a água, mas também abunda o vento e a energia eólica tem prioridade na venda à rede...
É muito mais interessante conseguir armazenar essa água para ser usada quando faz falta que é exactamente no período seco.
Assim é preferível "destruir" parte do turismo do Douro porque se mantém as infraestruturas da Régua submersas e inutilizadas durante largos dias.
Mas o país é de visão curta também nesse aspecto. Primeiro deu-se aval à instalação de milhares de MW de potência éolica. Com preços de compra fixos e prioridade de venda à rede nacional, com a venda a França (resto da Europa restrita) restrita, sem potencia de bombagem nas barragens... Enfim, multiplicam-se as situações de excesso de energia em que a mesma é comprada a >90€/MWh aos produtores para ser exportada a custos irrisórios (ou mesmo dada).
Ou seja, o tiro no pé começa aí. Começou-se pelo telhado.
Com quase 2000m3/s a chegarem a Miranda do Douro, é impossível não inundar as infraestruturas da Régua.
não é impossível... só é impossível porque se passou de um plano nos anos 60 que previa construção de infraestruturas na bacia do douro que permitiriam armazenamento >80% do volume médio anual caído na bacia hidrográfica para o que temos hoje que é residual.
O problema não está no que nos chega de Espanha, está no que nos chega do nosso território sem qualquer controlo. mas isso são outros 500. E se este ano não está a ser pior muito se deve há já alguma capacidade do Sabor e do Tua
Hoje, por acaso, o problema veio de lá. Como se foi dizendo ao longo das últimas horas, tem vindo imensa água de Espanha. E aí a única solução que me apraz, era canalizar essa água até... ao Alqueva.
De resto, pelo que tenho acompanhado, a barragem do Sabor tem feito descargas exactamente nos dias em que o Douro leva mais água. Ou por motivos técnicos (a estrutura é muito recente), ou por afinal não ser tão grande assim (como referia o @slbgdt há dias, em Portugal opta-se sempre pela cota mínima), mas a verdade é que nestes primeiros meses de vida ainda não fez jus à sua função de regularizar o Douro.
o sabor ainda não está cheio e nem tem as condições técnicas ainda para encher... e não o sabor não chega para regularizar o douro.
Segundo os dados da REN do dia de ontem, o Sabor encheu mesmo.
Depois dessas fotografias, e em relação ao dia de ontem, a cota ainda subiu quase 1 metro.
infelizmente o cais da Régua tal como muitas outras infra-estruturas estão construídas em leito de cheia pelo que é mais que normal que fiquem inutilizadas nestes dias... ali é o local onde o rio sempre esteve durante anos a fio antes das obras.
Aliás, por isso é que nem se consideram isto cheias, porque cheias é quando chega à avenida principal algo que já não acontece vai para 10 anos...desde novembro de 2006
@nipnip Baixo Sabor e Foz Tua não vão regulizar nada.
Os 660 milhões metros cúbicos do Sabor e 330 do Tua não permitem grandes encaixes.
Comparando aos 2600 de Almendra é pouca coisa.
Uma barragem capaz de fazer gestão plurianual, é outra fruta, e só temos Alto Rabagão e Alqueva a fazer isso.
O Sabor era um bom sitio para tal, em vez dos 123 metros, ter 200 como Almendra e ai sim, conseguiria reter o sabor.
Mas era preciso proteger o rio maçãs.
Por algum motivo.
O projeto que refere também o li e previa barragens no Paiva Tâmega e Coa.
O coa ainda é possível mas só depois das gravuras, obrigava a um túnel com 16 km.
O Douro per si é uma mina de ouro.
Recentemente percorri a linha entre Pocinho e Barca d'alva.
Aquela linha, tal como o tua poderiam ser muito bem aproveitados mas é o pais que temos.
As pessoas que habitam nesses locais querem as barragens, a malta ecologista da cidade é contra só porque sim, mas não moram lá nem experimentam as dificuldades de viver num isolamento.
Fridao traria uma via rápida de Mondim a Celorico, e acreditem que são isoladas,
O antigo presidente da Câmara de Moncorvo queria a barragem no Sabor, o pessoal de Alvito queria a barragem.
Nunca as populações são ouvidas.
@AnDré ainda bem que tiveste cuidado a não referires que esses contratos ruinosos foram feitos pelo Senhor Engenheiro, caso contrário terias uma resma de velhotes fanáticos à porta