Seguimento Rios e Albufeiras - 2017

joralentejano

Super Célula
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21 Set 2015
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Arronches / Lisboa
Acabamos Setembro e as barragens continuam a descer bastante e já não é só o Alentejo que está com problemas:
Seca por mais três meses. Barragem em Viseu em risco de ficar em níveis críticos
A manter-se a atual falta de chuva e temperaturas elevadas dentro de um mês pode existir falta de água na Barragem de Fagilde, no distrito de Viseu.

Os próximos três meses vão continuar a ser de pouca chuva e temperaturas mais elevadas que os valores médios. O que vai agravar a situação de seca que se vive em Portugal e pode levar mesmo a que o armazenamento na Barragem de Fagilde, que abastece os concelhos de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo, atinja níveis críticos.

Esta foi uma das questões analisadas na reunião desta segunda feira da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, encontro onde ficou claro que segundo as previsões científicas "tudo aponta para que a tendência deste mês de outubro, de menos precipitação e temperaturas mais elevadas que os valores médios, se prolongará para novembro e dezembro", adiantou ao DN, o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins.


O governante frisou também que as reservas subterrâneas em todo o interior do país estão a reduzir, o que pode criar problemas no abastecimento de água, sendo que manter o abastecimento das populações é a principal preocupação.

De acordo com o secretário de Estado do Ambiente, neste momento há 17 albufeiras que estão numa situação crítica de armazenamento, tendo ainda aumentado o número de barragens que estão sob vigilância.
________________

Entretanto aqui na zona:
Barragem do Caia: Agosto: 23.3% Setembro: 20.1%
Barragem do Abrilongo: Agosto: 18.8% Setembro: 16.1%

Da bacia do Guadiana, a barragem que está na situação mais critica é a da Vigia que terminou Setembro com 10.6%
O resto já sabe, o Sado está numa situação extremamente critica. Esta seca está a tomar proporções assustadoras e muito preocupantes em todos os sentidos.
 


JCARL

Cumulus
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29 Nov 2010
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Vila Velha de Ródão
Vila Velha de Ródão:

Aproveitamento Hidroagrícola do Açafal - Barragem do Açafal - 01/10/2017 10:00:00 (UTC):

NPA: 112,60 m
Cota do Armazenamento: 105,04 m
Volume Armazenado: 627 Mm3 (25,80 %)
Caudal escoado (estimado): ....,... m3/s
Obs. : Campanha de Rega 2017 a decorrer.

Aproveitamento Hidroagrícola da Coutada/Tamujais - Barragem da Coutada - 01/10/2017 10:00:00 (UTC):
NPA: 131,00 m
Cota do Armazenamento: 126,88 m
Volume Armazenado Total (2 Anos): 2245 Mm3 (58,98 %)
Volume Armazenado Disponível Anual: 342 Mm3 (17,97 %)
Caudal escoado (estimado): ...,... m3/s
Obs. : Campanha de Rega 2017 a decorrer.
 

luismeteo3

Furacão
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14 Dez 2015
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Fatima (320m)
Seca agrava-se. Governo vai pedir a agricultores que substituam culturas de regadio
02 out, 2017 - 22:32

Até ao final do ano espera-se chuva abaixo da média. 80% do território está em situação de seca.

Culturas como o arroz consomem muita água. Foto: Everett Kennedy Brown/EPA

O Governo pondera pedir a alguns agricultores que substituam as culturas que exigem o consumo de muita água por outras, tendo em conta a situação de seca que nos próximos meses poderá agravar-se.

Com as previsões a apontar para um final de ano com precipitação abaixo da média, o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, diz à Renascença que é preciso começar a planear com os agricultores.

“Este ano tivemos na bacia do sado problemas com o arroz. Temos culturas, como o tomate, o melão e alguns cereais que são espécies adoptadas para regadio, e nesses casos o que vamos fazer é pedir que se faça uma substituição na sementeira para o próximo ano em determinadas regiões”, explica, acrescentando que “o pior que se podia fazer era as pessoas avançarem para sementeiras e daí a pouco perderem os custos da sementeira.”

A falta de chuva está na origem do problema, mas há factores que o agravam, como o excesso de captações, explica Carlos Martins. “Portugal está a ver também, de uma maneira geral, desde Trás-os-Montes, Beira e Alentejo, sobretudo no interior, um número muito elevado de captações, nomeadamente para fins agrícolas. A consequência é um rebaixamento dos níveis freáticos e coloca em perigo aquilo que são as disponibilidades das águas subterrâneas para os locais que dependem exclusivamente destas para os vários usos.”

O Governo está a acompanhar a situação, garante o secretário de Estado. Por enquanto a percentagem do território afectada não aumentou, mantendo-se nos 80%, mas nesse espaço a disponibilidade de água decresceu.

“Estamos a monitorizar e a acompanhar com a Protecção Civil, com a Associação Nacional dos Municípios Portugueses e com as Águas de Portugal. Estimamos que 5.000 pessoas possam estar ainda em pequenos núcleos territoriais que são abastecidos por autotanque, sendo certo que em Bragança as águas de Portugal já começaram a colocar em funcionamento a barragem das Veiguinhas e já suprimos alguns dos problemas que havia naquela região”, conclui Carlos Martins.
http://rr.sapo.pt/noticia/94783/sec...substituam_culturas_de_regadio?utm_source=rss
 

luismeteo3

Furacão
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14 Dez 2015
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Fatima (320m)
Seca agrava-se. Governo vai pedir a agricultores que substituam culturas de regadio
02 out, 2017 - 22:32

Até ao final do ano espera-se chuva abaixo da média. 80% do território está em situação de seca.

Culturas como o arroz consomem muita água. Foto: Everett Kennedy Brown/EPA

O Governo pondera pedir a alguns agricultores que substituam as culturas que exigem o consumo de muita água por outras, tendo em conta a situação de seca que nos próximos meses poderá agravar-se.

Com as previsões a apontar para um final de ano com precipitação abaixo da média, o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, diz à Renascença que é preciso começar a planear com os agricultores.

“Este ano tivemos na bacia do sado problemas com o arroz. Temos culturas, como o tomate, o melão e alguns cereais que são espécies adoptadas para regadio, e nesses casos o que vamos fazer é pedir que se faça uma substituição na sementeira para o próximo ano em determinadas regiões”, explica, acrescentando que “o pior que se podia fazer era as pessoas avançarem para sementeiras e daí a pouco perderem os custos da sementeira.”

A falta de chuva está na origem do problema, mas há factores que o agravam, como o excesso de captações, explica Carlos Martins. “Portugal está a ver também, de uma maneira geral, desde Trás-os-Montes, Beira e Alentejo, sobretudo no interior, um número muito elevado de captações, nomeadamente para fins agrícolas. A consequência é um rebaixamento dos níveis freáticos e coloca em perigo aquilo que são as disponibilidades das águas subterrâneas para os locais que dependem exclusivamente destas para os vários usos.”

O Governo está a acompanhar a situação, garante o secretário de Estado. Por enquanto a percentagem do território afectada não aumentou, mantendo-se nos 80%, mas nesse espaço a disponibilidade de água decresceu.

“Estamos a monitorizar e a acompanhar com a Protecção Civil, com a Associação Nacional dos Municípios Portugueses e com as Águas de Portugal. Estimamos que 5.000 pessoas possam estar ainda em pequenos núcleos territoriais que são abastecidos por autotanque, sendo certo que em Bragança as águas de Portugal já começaram a colocar em funcionamento a barragem das Veiguinhas e já suprimos alguns dos problemas que havia naquela região”, conclui Carlos Martins.
http://rr.sapo.pt/noticia/94783/sec...substituam_culturas_de_regadio?utm_source=rss
Ponho uma questão, será que os agricultores de regadio estão preparados para o sequeiro?
 
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joralentejano

Super Célula
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21 Set 2015
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Há mais de 40 anos que não havia tão pouca água na albufeira do Caia, que é a maior do distrito
Há mais de 40 anos que não havia tão pouca água na Barragem do Caia. A maior albufeira do distrito de Portalegre tem capacidade para armazenar 203 milhões de metros cúbicos de água, mas só tem cerca de 40 milhões (dados do snirh no final de Setembro - imagem em baixo).
Em declarações à Rádio Portalegre, o gestor da Associação de Beneficiários do Caia, Aristides Chinita, revelou que a falta de precipitação obriga a antecipar para o dia 16 de Outubro o encerramento da campanha de rega e a cancelar o fornecimento para as culturas de outono/inverno.
Apesar da capacidade de armazenamento da albufeira se encontrar muito baixa, Aristides Chinita, indicou que o abastecimento de água às populações servidas pela albufeira está assegurado para os próximos 3 anos.
A albufeira do Caia serve os concelhos de Elvas, Campo Maior, Arronches e Monforte.
Fonte: Rádio Portalegre
Imagens do estado da barragem aqui

___________
Sinceramente, não sei como é que estão assegurados mais 3 anos de abastecimento ás populações, para além de estar quase abaixo dos 20%, a própria qualidade da água começa a tornar-se bastante má (apesar de ser tratada). É estranho, mas pronto, mal de nós se continuássemos assim mais esse tempo.
 

belem

Cumulonimbus
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Ponho uma questão, será que os agricultores de regadio estão preparados para o sequeiro?

Tendo em conta a região e o historial climático, deveriam estar, mas muitas pessoas só se lembram de utilizar os recursos hídricos convenientemente, quando estes começam mesmo a escassear.

Esbanjamento e utilização inconveniente de água é até uma prática bastante comum no Alentejo, por isso, a falta de água nas albufeiras e nas barragens, é também uma consequência disso mesmo, e não apenas do clima, porque se formos pelo clima, já houve bastante pior.
 

cepp1

Cumulus
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26 Jul 2017
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Tendo em conta a região e o historial climático, deveriam estar, mas muitas pessoas só se lembram de utilizar os recursos hídricos convenientemente, quando estes começam mesmo a escassear.

Esbanjamento e utilização inconveniente de água é até uma prática bastante comum no Alentejo, por isso, a falta de água nas albufeiras e nas barragens, é também uma consequência disso mesmo, e não apenas do clima, porque se formos pelo clima, já houve bastante pior.

está tudo dito, eu nunca vi tanta água a desaparecer em tão pouco tempo!! Já contei isto aqui mas não custa repetir. Tenho amigos agricultores alentejanos, agora está na moda a Amêndoa no Alentejo segundo eles. Perguntei quantas horas regavam por dia as amendoeiras. Resposta: 8 horas por dia!!! Depois querem água, vamos no bom caminho!!! Não há chuva que aguente!!!
 
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belem

Cumulonimbus
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Sintra/Carcavelos/Óbidos
Em algumas partes do Alentejo, também existem olivais enormes intensivos geridos por empresas estrangeiras, que até durante o verão andam a ser irrigados (a oliveira como sabem, precisa de verões secos)...
Não podemos gerir água «à espanhola», porque senão acabamos com áreas estéreis gigantescas em poucos anos.
Em quase todo o tipo de produção, nunca poderemos competir em quantidade para vencer a concorrência com preços baixos, mas sim em qualidade, apostando em produtos tradicionais únicos, de qualidade organoléptica elevada, que sejam produzidos de forma sustentável e amiga do ambiente.
Tudo o que temos no Alto Alentejo, está em regime de sequeiro e até é habitat de uma variedade enorme de animais.
Perto de Óbidos, já tenho culturas mais exigentes em água e em frio, mas isso é normal, penso eu.
No entanto e apesar de ter lá algumas nascentes, até lá tenho coletores de chuva e estou a ver se consigo preparar coletores de nevoeiro também.
 
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Super Célula
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2 Fev 2012
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Viso Norte, Viseu (520m)
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Dias Miguel

Cumulonimbus
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26 Jan 2015
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Portalegre
Há pouco falei no efeito que o Rio Caia e a Ribeira de Arronches tinham na inversão térmica nesta região. Ambos estão completamente secos há alguns meses, com excepção de alguns locais mais abrigados onde há alguns "pegos" com alguma água. Mas, aquilo que sei através de alguns familiares, a seca deste ano é de tal ordem que, alguns desses locais onde sempre havia água estão igualmente secos...
A situação é demasiado grande para brincadeiras, o que devia ter obrigado a medidas de prevenção por parte dos responsáveis políticos.
 

criz0r

Cumulonimbus
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11 Abr 2008
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.
Que imagens terríveis, eu nem sou de me queixar mas a situação começa a ficar crítica em algumas albufeiras. Estas temperaturas absurdas só vêm prolongar ainda mais o cenário de seca no nosso País. Este fim de semana se passar por alguma albufeira a caminho da Guarda, tentarei recolher algumas fotos.