Seguimento Rios e Albufeiras - 2023

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Mr.Jet

Cumulus
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19 Set 2020
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Sim, suponho coisas, dada a pouca informação disponível.
Vamos por partes

1) O estado da barragem, o que sabemos:

Estudo/Dissertação de 2016

A análise efetuada neste trabalho conduz à confirmação de que o processo expansivo induziu já deformações bastante elevadas na estrutura, sendo ainda significativas as taxas de evolução
dessas deformações. Prevê-se assim, que a barragem de Fagilde continue a ter o seu comportamento condicionado pelo desenvolvimento das expansões.

https://run.unl.pt/bitstream/10362/20359/1/Sousa_2016.pdf


Estudo de 2020,

A barragem de Fagilde está afetada por expansões do betão, devidas à reação sulfática interna (RSI), que têm provocado a deterioração progressiva da barragem. Há amplas zonas da obra com intensa fendilhação.
....
Dado o estado de degradação estrutural da obra, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) solicitou ao LNEC uma análise preliminar sobre as alternativas de intervenção na barragem, tendo sido apontadas as três seguintes: i) a impermeabilização do paramento de montante e a injeção de fendas nas abóbadas; ii) a substituição das duas abóbadas; e iii) a substituição da própria barragem. As duas primeiras alternativas obrigarão à realização de estudos detalhados sobre o comportamento da obra nas suas novas condições estruturais. Contudo, devido à limitada capacidade da albufeira para
abastecimento de água aos municípios de Viseu, Nelas e Mangualde na estiagem, a APA está a ponderar a substituição da barragem por uma nova, localizada numa secção adequada do rio umas centenas de metros a jusante.


http://repositorio.lnec.pt:8080/jsp...teiraGomes-Batista-Sousa-barragem-Fagilde.pdf


Nota minha:
Eventualmente a situação agravou-se ainda mais depois disso.

Tenho alguma recordação que depois da seca de 2017? em que andaram a transportar água em camiões depois encheu em 2019 ? e ocorreu um problema qualquer tiveram que libertar água de forma repentina ou a água galgou a barragem, já não me recordo, mas houve um acontecimento qualquer invulgar envolto nalgum, diria, secretismo.
Pode ter agravado a situação estrutural da barragem, e sim, é suposição ou mesmo pura especulação minha.


2) Estudos supostamente em curso

Umas adjudicações que consegui encontrar o ano passado no BASE
(voltarei a este tema mais tarde, pois parece-me oportuno)

CONTRATO DE AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS
Estudo de alternativas para a reabilitação da Barragem de Fagilde
O presente Contrato vigorará pelo período de 120 dias, contados a partir de 11/05/2022.
https://www.base.gov.pt/Base4/pt/resultados/?type=doc_documentos&id=1838412&ext=.pdf


Apoio Técnico no âmbito do estudo de alternativas para a reabilitação da Barragem de Fagilde LNEC
https://www.base.gov.pt/Base4/pt/resultados/?type=doc_documentos&id=1853317&ext=.pdf


3) Reportagem/Notícia recente, do mês passado, com vídeo:

Barragem de Fagilde com apenas 37% de capacidade
As comportas da barragem de Fagilde, em Viseu, foram abertas nos últimos dias e a quota está apenas em 37%. A situação causou revolta na população pelo desperdício de água, mas a autarquia rejeita a acusação e garante que as infraestruturas estão em risco de ceder, caso o caudal seja superior.

https://cnnportugal.iol.pt/videos/b...nas-37-de-capacidade/63a36e470cf2254fb289aaf1


4) Atraso de muitos anos numa solução

Quanto ao resto do que referes estamos exatamente no mesmo barco. E se eu falar sobre isso acredita que serei bem mais violento nas críticas que tu. Causa-me profunda revolta o abandono do interior, ainda mais esta semana dado a megalomania pornográfica que vai pela capital com as JMJ.
Talvez regresse aqui ao tema se tiver disposição e paciência para tal, mas talvez não seja apropriado essa discussão neste forum.

2017, caricato no mínimo

nzw0EHa.png


4) Para finalizar

Agora agradeço que se sabes algo mais que as minhas suposições, que as partilhes pois estou mesmo muito interessado nelas. Muito agradeço antecipadamente.
Cordiais saudações.
 
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StormRic

Furacão
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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Albufeira da Ribeira da Mula (Cascais, Serra de Sintra) ontem dia 2 de Fevereiro cerca das 18h, com pleno armazenamento e vazando pelo descarregador de superfície, alimentando a Ribeira das Vinhas.
Cota 13,0m. :D
Linhas de água e Ribeira da Mula a correr com caudais pequenos mas persistentes. Lamaçais e lodaçais ao longo dos leitos.
Vestígios das óbvias enxurradas dos últimos meses.

Vista para norte desde o paredão.
MUtomVv.jpg


Descarregador do lado esquerdo.
0pJBYlp.jpg


Cota >13m.
Nsg9lJT.jpg


Caudal da Ribeira das Vinhas em Casal de Porto Côvo (Pisão):
 
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Aurélio Carvalho

Nimbostratus
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5 Out 2018
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Faro
Boas,
Aqui pelo sul já existe alguma secura quer nos terrenos quer hidrológico.
As albufeiras já têm alguma quebra, e me dá a ideia claramente que a água está a ser "puxada" do Funcho ao invés de Odelouca, isto porque ambas Arade, Bravura e Odelouca não estão famosas.
Para quem não conhece falo do Barlavento Algarvio
 

frederico

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Ribeira dos Casarões perto da entrada na barragem do Beliche. Fraquinha, caudal de final de Primavera. Vem do limite sudeste do sector húmido da serra, do cerro da Ursa, fronteira leste do concelho de Castro Marim com Tavira. Nasce numa zona com cerca de 700 mm de prec. anual para desaguar noutra com cerca de 500 mm.

FB_IMG_1676142756293.jpg
FB_IMG_1676142779638.jpg
 

trovoadas

Cumulonimbus
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3 Out 2009
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loule-caldeirao
Ribeira do rio Seco de Castro Marim. Dentro do normal para a época. Parece-me que o litoral está bem melhor que a serra.

Ver anexo 4431

Ribeiro do Alamo, já perto da Altura. Mais ou menos normal. O canavial não deixa ver muita coisa e há lixo dos trabalhadores do campo. A ver se amanhã vou apanhar.

Ver anexo 4432
Eu sem sair de casa já tinha uma ideia desse cenário ;)
Estas últimas precipitações foram mais para o litoral e serra de Monte Figo. A ribeira do Alportel foi beneficiada mas não tem forma de reter a água senão nos aquíferos carbonatados quase em Tavira.
Indirectamente poupa-se água pois as grandes hortas são no barrocal e litoral e reforça os aquíferos costeiros o que acaba por poupar um pouco as barragens.
Em muitos locais não chove significativamente desde 20 de Dezembro sendo que o período de chuvas foi apenas de 1 Dezembro a 20 Dezembro.
 

algarvio1980

Furacão
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Olhão (24 m)
Eu sem sair de casa já tinha uma ideia desse cenário ;)
Estas últimas precipitações foram mais para o litoral e serra de Monte Figo. A ribeira do Alportel foi beneficiada mas não tem forma de reter a água senão nos aquíferos carbonatados quase em Tavira.
Indirectamente poupa-se água pois as grandes hortas são no barrocal e litoral e reforça os aquíferos costeiros o que acaba por poupar um pouco as barragens.
Em muitos locais não chove significativamente desde 20 de Dezembro sendo que o período de chuvas foi apenas de 1 Dezembro a 20 Dezembro.
Desde do Outono de 2020, que a Serra de Monte Figo virou o "penico"do Algarve e tem apanhado com episódios de precipitação torrencial bem mais que o Caldeirão que está mais a norte, toda a zona entre Moncarapacho, Estói, São Brás de Alportel e Santa Catarina da Fonte do Bispo têm levado com boas chuvadas.
 

AnDré

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Odivelas (140m) / Várzea da Serra (930m)
Desde do Outono de 2020, que a Serra de Monte Figo virou o "penico"do Algarve e tem apanhado com episódios de precipitação torrencial bem mais que o Caldeirão que está mais a norte, toda a zona entre Moncarapacho, Estói, São Brás de Alportel e Santa Catarina da Fonte do Bispo têm levado com boas chuvadas.
Pode ser que na 3ªfeira ainda haja surpresas no Barlavento.

Entretanto, com o cessar da chuva, e o recurso à produção hidroelétrica, já se notam descidas em algumas albufeiras. Nada de anormal, e tudo valores normais para a época.
Alto Lindoso: 75,6%
Alto Rabagão: 74,9% (Não desceu, mas cessou a continua subida que se tinha observado nos últimos meses)
Vilarinho das Furnas: 78,5%
Cabril (Zêzere): 83,8%
 

huguh

Cumulonimbus
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1 Out 2015
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Godim - Peso da Régua (93m)

Descarga na Caniçada deixa homem preso em ‘ilha’ a 17 quilómetros da barragem​


Um homem com cerca de 30 anos foi surpreendido pela subida do caudal do rio Cávado, esta tarde, na zona fluvial da Ombra, em Ferreiros, concelho de Amares.

Ao que apurou O MINHO, o indivíduo, em conjunto com um grupo de outras pessoas, estaria a usufruir daquele espaço de lazer situado nas margens do rio Cávado, quando a situação se terá descontrolado face à subida das águas.
Os elementos do grupo conseguiram regressar a terra firma, apercebendo-se que a subida, embora gradual, poderia tapar por completo a porção de terra que normalmente não está submersa. Contudo, o jovem em questão não se terá apercebido e, quando deu por ela, já o acesso em terra estava coberto pelas águas, restando apenas um espaço mais elevado onde se encontrava, e que se transformou temporariamente numa ilha.
Miguel Eiras, segundo-comandante dos Bombeiros de Amares, explicou a O MINHO que esta situação acontece quando existem descargas na Barragem da Caniçada, em Vieira do Minho, a mais de 17 quilómetros de distância, por se tratar de uma zona onde “ocorrem ilhas” quando essas descargas acontecem.
Para o resgate, foi utilizado um bote de salvamento da corporação, de forma a evitar que o homem se atirasse à água. “Como havia alguma corrente e está fria, podia acontecer algum acidente, por isso recorremos ao resgate via bote”, sublinhou Miguel Eiras.

Novamente no ‘continente’, o homem acabou por seguir a sua vida, não apresentando quaisquer ferimentos. “Esteve sempre com muita serenidade desde o momento em que solicitou o pedido de resgate, pelas 17:29, até ao final da ocorrência”, concluiu o responsável pelas operações.

 

StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
A Ribeira da Fonte Santa nasce acima das altitudes de 250 m da crista a oeste do Monte Serves, em Vialonga. É afluente da Ribeira de Alpríate (que nasce nas encostas de Serves) juntando-se-lhe na zona do Quintanilho, depois da Ribeira do Morgado. A Ribeira de Alpríate junta-se depois ao Rio Trancão na base do Cabeço da Aguieira em confluência próxima com o Rio de Loures. Ao atravessar a Mata do Paraíso, a Ribeira da Fonte Santa segue encaixada entre estratos calcários ao longo de uma fenda, saltando com pequenas quedas de água degraus na rocha e formando pegos de água límpida quase parada. A Cascata da Mata do Paraíso é a mais conhecida dessas quedas de água. Na data deste vídeo, a Cascata estava seca porque recentes enxurradas em Dezembro provocaram uma ligeira alteração do curso da Ribeira a montante, devido a volumoso arrastamento de inertes, detritos vegetais e, infelizmente, lixo. No início do vídeo mostra-se o local da Cascata que devia correr ao fundo na parede, mas em vez disso a água corre nos degraus laterais naturais. O caudal nesta altura é quase aquele que é normal no início do Verão, algo estranho mas revelador de que já decorreram várias semanas com pouca ou nenhuma precipitação aqui na zona.

 
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