Por razões pessoais não pude fazer o típico seguimento meteorológico nos últimos dias de agosto, no entanto posso dizer que foram dias claramente instáveis e "fresquinhos".
O 28 de agosto, domingo, mais pareceu um dia de outubro algarvio do que propriamente um dia de verão, com sol de trovoada, céu maioritariamente nublado, alguma brisa de sudoeste, uma temperatura máxima a rondar os 23-24ºC e bastante humidade relativa. Dadas estas condições, decidi deslocar-me até à Tapada Grande na Mina de São Domingos, onde estava algum sol e a temperatura rondava os 30ºC. Ao final da tarde formou-se uma trovoada a poucos quilómetros de distância da praia fluvial e até se ouviram vários trovões ao longe. Depois da paragem para jantar em Santana de Cambas, cheguei inclusive a ver um relâmpago e a chuva acompanhou por vezes o trajeto de Mértola até à zona de Castro Marim. Ao que parece as tais células fracas ainda conseguiram pingar alguma coisa no litoral, visto que a praia costeira no dia seguinte estava cheia de marcas de chuva e os carros estavam cheios de lama ao sair da urbanização.
Na terça passada, dia 30, vi em várias previsões sobre o facto de poder ocorrer trovoada no Sotavento, e a manhã parecia exatamente corresponder a esse prognóstico: tempo extremamente calmo, alguma nebulosidade negra no mar e o típico sol de trovoada, intensificado pela humidade relativa. Decidi ir até à zona da Praia da Falésia para fugir da nublosidade e da possível precipitação, mas infelizmente foi uma má escolha pois a trovoada atingiu toda a região a leste dos Olhos de Água e não muito depois de pousar as coisas na areia. Antes de chegar à praia ainda estive para ir até à Senhora da Rocha, o que teria sido uma opção muito melhor (mas na altura não sabia).
Com a chuva e o arrefecimento da temperatura, fui obrigado a sair da praia mais cedo - mas talvez o melhor do dia tenha sido a vista maravilhosa da Ponta das Silvas, com o contraste entre a escuridão das nuvens de trovoada a leste, os
mammatus e o sol escaldante em cima. Infelizmente agora não tenho aqui as imagens dessa vista, porque posso já garantir que foi algo impressionante e extremamente bonito...
No regresso a casa a chuva acompanhou todo o trajeto da Via do Infante entre Loulé e casa. De facto, ainda chegou a chover bem, e a estação do Clube Náutico de Tavira acumulou 0,5 mm. Houve estações que acumularam mais de 1 mm de chuva. Tendo em conta que na maioria dos últimos anos não tem chovido nada no Algarve durante meses a fio no verão, estas são sem dúvidas boas notícias, ainda que obviamente não serão a solução para o grave problema de seca que a região enfrenta!
O último dia de agosto foi o regresso à "normalidade" de verão, mas o forte vento durante o dia fez-me novamente "obrigar" a viajar de novo um bom bocado, desta vez à Senhora da Rocha. Mesmo com as arribas elevadas, a praia ainda chegou a levar com algum vento e houve momentos mais "frescos".