Para a ribeira de Quarteira trazer cheia as fontes no Barrocal têm de estoirar e agora isso é cada vez mais raro pois a pressão sobre os aquíferos é muito maior devido à proliferação de plantações de regadio e de moradias. O mesmo sucede no Gilão em Tavira, há cerca de 20 anos que as fontes da ribeira da Asseca não estoiram. Aliás mesmo que chova como em 1995-1997 ou 1987-1989 não sei se veremos cheias com a mesma dimensão devido à enorme pressão que agora existe sobre os aquíferos. Quando as fontes rebentam as ribeiras aguentam caudal forte mesmo no Verão.
Verdade. Por exemplo, há uns bons anos que as cascatas do Pomarinho e da Torre não têm qualquer corrente e não é só por causa do défice hídrico - tem mais a ver com a pressão brutal nos aquíferos. O Pego do Inferno lá se aguenta em alturas de cheias porque fica literalmente no curso principal da ribeira, caso contrário também já não existiria...
Esta é a percentagem de precipitação acumulada em comparação com a média mensal, nas estações da rede Wunderground, no Baixo Alentejo e Algarve:

- Vila de Frades: 166,4%
- Pedrógão: 132,1%
- Mourão: 87,8%
- Grândola: 126,8%
- Vila Verde de Ficalho: 199,7%
- Corte de Sines: 189,9%
- Barrancos: 107,4%
- Amareleja: 186,8%
- Selmes: 137,9%
- Vidigueira: 149,9%
- São João de Negrilhos: 162,4%
- Aljustrel: 115,8%
- Castro Verde: 114,7%
- Ourique: 144,5%
- Almodôvar: 77,7%
- São Marcos da Serra: 105,8%
- Serra do Caldeirão: 84,2%
- El Granado: 154,1%
- Beja: 148,4%
- Brinches: 140,6%
- Pias: 118,1%
- Serpa: 120,5%
- Vila Nova de São Bento: 216,8%
- Castro Marim: 177,2%
- Carapeto: 179,1%
- Poço do Álamo: 169,2%
- Luz de Tavira: 235,4%
- Estiramantens: 153,4%
- Fuzeta: 180,9%
- Azinheiro: 172,3%
- Almancil: 166,2%
- Santa Bárbara de Nexe: 138%
- Corotelo: 192,2%
- Loulé: 130,3%
- Querença: 156,2%
- Tôr: 134%
- Quarteira: 134,2%
- Ferreiras: 165,9%
- Algoz: 144,7%
- Foros da Vila: 122,5%
- São Bartolomeu de Messines: 132,8%
- Silves: 91,6%
- Carvoeiro: 150,8%
- Portimão: 146,3%
- Alvor: 154,1%
- Odiáxere: 177,3%
- Marmelete: 86,5%
- Barão de São Miguel: 108,6%
- Lagos: 84,2%
- Sabóia: 126,8%
- Cavaleiro: 66,7%
- Campilhas: 173,1%
- Sines: 79,9%
