Algarve: Duas derrocadas entre as praias da Rocha e do Vau
Duas falésias situadas entre as praias da Rocha e do Vau, em Portimão, aluíram durante a madrugada de ontem devido à chuva intensa que nos últimos dias tem caído no Algarve.
Segundo o comandante Cruz Martins, da Capitania do Porto de Portimão, as duas derrocadas, que não causaram quaisquer danos, foram detectadas, no decorrer da manhã, por agentes da Polícia Marítima que procediam a uma monitorização de rotina naquela zona da costa barlaventina.
"Tanto na praia dos Careanos como na do Vau, as derrocadas foram de cerca de três metros cúbicos de terra. Como ambas aconteceram de noite, não colocaram ninguém em perigo, e também não atingiram qualquer estrutura existente no areal", esclareceu o responsável.
A Polícia Marítima instalou fitas de segurança nas falésias em causa, nas quais já estava colocada sinalização a avisar para o perigo de derrocada. No caso da arriba da praia dos Careanos, situada perto do restaurante Rocha Azul e do ‘Buraco da Avó’ (um túnel que dá acesso à praia da Rocha), ficou bem visível uma extensa fissura vertical, pelo que nova derrocada deverá ocorrer naquele local dentro de pouco tempo.
Ontem à tarde, a derrocada na praia do Vau chamava a atenção dos turistas que passeavam no areal, como Alice e Paul Harris. Para este casal inglês, de férias na praia da Rocha, "a costa é muito bonita, mas esconde perigos". Viram "os sinais" nas falésias e por isso evitam "ficar junto às rochas". Mas já se aperceberam de que há pessoas que "não ligam aos avisos".
A Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Algarve, que gere o litoral, foi informada dos aluimentos pela Autoridade Marítima.
No Algarve, foram identificadas este ano 76 praias com falésias em risco. É a região do País mais afectada. Segue-se a zona entre Cascais e a Marinha Grande, com 62 falésias inseguras.
GOVERNO ATENTO A SITUAÇÕES CRÍTICAS NO LITORAL
O Governo vai continuar a acompanhar de perto as situações mais críticas de erosão costeira, como Castelo do Neiva e Mira, mas defende que a retirada de populações das zonas ameaçadas, sugerida pela associação ambientalista Quercus, carece de estudos aprofundados, informou ontem o secretário de Estado do Mar. Manuel Pinto de Abreu admitiu, contudo, que "em alguns casos poderá ter de haver lugar a deslocalizações, como se tem verificado na Ria Formosa".
Fonte: Correio da Manhã