Em parte as imagem de radar do IPMA, pelo menos aqui a de Loulé (Cavalos), FALHARAM QUASE POR COMPLETO dado uma ilusão errada do estado actual da situação...
De resto deu para regar a relva...
Nestes dias passava/passa a sul um significativo fluxo de humidade, um autêntico "rio" invisível de água em altura, que quando ocorre convecção de forma eficiente pode transformar-se numa máquina bestial (ou besta) a transformar essa humidade em precipitação. Daí o risco destas situações.
São situações em que toda essa humidade nos níveis médios e altos depois são arrastados no fluxo dos níveis altos (que pode não ser o mesmo do storm-track). Numa qualquer trovoada isso também acontece, vemos as nuvens da bigorna a estender-se bastante longe. Numa situação como ontem e hoje, em que a atmosfera nessas zonas altas está encharcada de humidade alta, isto acontece numa escala muito maior, nuvens altas geradas por convecção aí no Algarve podem até chegar aqui a Braga.
E nos radares, sobretudo a grande distância, o feixe do radar quando atravessa essas autênticas paredes de humidade alta gera reflectividade que não corresponde de facto a precipitação. Esse efeito é mais notório no radar de Loulé que no de Coruche, pois teve que ser instalado a maior altura, com certas limitações. O futuro radar no norte também deve ter distorções desse género, tal como o da Madeira. Raramente dá para instalar um radar em condições perfeitas.