venho pedir ao forum, para enviar mails para o IM, para mudarem os termos na previsão descritiva relativos ao sistema montejunto estrela para sintra montejunto estrela. eu faço este pedido, porque a maioria das pessoas pensa que vai chover a norte de montejunto, o que na realidade muitas vezes não acontece, e chove geralmente mais a sul da respectiva serra. ontem aconteceu ter chuviscado no estoril e a previsão dava a norte do respectivo sistema(acontece varias vezes especialmente quando está de NW)
Há uns bons anos atrás o IM designava esse sistema como Sintra-Montejunto-Estrela. Do ponto de vista meteorológico e em sentido lato, o norte do país começa, precisamente, a norte desta linha.
Eu acho que é melhor deixar como está. Esse sistema tem mais serras pelo caminho. Assim citam-se os extremos do sistema com maior altitude. Melhor sentido seria dizer que vai chover a norte do rio tejo.
O sistema em causa apenas tem pelo caminho os picos vulcanicos do lexim,atalaia funchal cartaxos,etc.Que também estão na orientação SW NW. Não se pode dizer que poderá chover a norte do tejo, pois muitas das vezes a chuva se fica pela a parte norte da serra, ela muitas das vezes é uma "parede" .No verão geralmente chuvisca a norte e não sul da serra.
Exacto. Se repararem, a norte dessa linha o tipo de revestimento vegetal é diferente daquele situado a sul. A norte floresta mais densa; a sul floresta do tipo montado, que já se nota na Beira Baixa (uma região de transição, pois nas serranias junto à linha há bastante floresta), algo a norte do Tejo. Isto reflecte a diferença de quantidade de precipitação que há nos dois lados da linha. Segundo alguns autores, em termos meteorológicos e também de flora, o norte começa precisamente para norte desta linha, em sentido lato, pois há zonas de transição. O centro fica para sul desta linha e vai até ao Baixo Alentejo. O sul é constituído pelo Baixo Alentejo e Algarve, as regiões mais áridas, com excepção para as serranias do Algarve.
Essas definições são interessantes, mas vejamos, o Norte Interior tem muitos locais com expressão do sul e no entanto fica a norte desse sistema. Tb não esquecer que o sobreiro é uma árvore que espontâneamente crescia ( «crescia» porque muito do coberto já foi destruído, sobretudo no Norte Litoral) desde o Minho ao Algarve. Claro que se reconhece, que a norte desse sistema as mudanças são notórias, o carvalho alvarinho entre outros tem mais expressão no norte mas existem sempre alguns aspectos que convém salientar e que fogem um pouco a esses modelos de concepção.
Olá belem Tens razão. Há zonas a norte desta linha, em especial o nordeste transmontano que tem uma paisagem do tipo montado, idêntica à que existe no sul. Tem muito pouca precipitação, tal como sucede no sul, Quanto ao sobreiro, chamado carrasco no norte transmontano, também é uma árvore nativa dessas regiões e não só do Alentejo/Algarve. Também temos o olival, temos as amendoeiras... Aqui há que entrar em linha de conta com outro sistema : o das serranias de Marão e Alvão que 'abrigam' o norte transmontano da invasão de ar marítimo e o Vale do Douro, a Terra Quente transmontana, naturalmente encravado entre montanhas
Só uma opinião... Eu não creio que o sobreiro seja uma árvore nativa do litoral português e muito menos do litoral norte e centro. Talvez o pinheiro ainda que introduzido na maior parte... O sobreiro, mesmo o carrasco, precisa de uma parceira que é a esteva, os dois estão muito ligados. Outro aspecto. Trás-os-montes tem algumas carateristicas do sul de Portugal e dos Algarves pela pouca precipitação mas faltam-lhe as alfarrobeiras, as figueiras, os pomares de laranjeiras e sobretudo um inverno mais curto e mais incerto para ter um aspecto mediterrânico.
Interessante o teu ponto de vista... Mas discordo quase completamente.... Tu não crês que o sobreiro seja uma árvore natival do litoral português?? Hum... Vejamos eu vivo perto do mar e sobreiros claro que os vejo e nem sequer estou no sul. A saber, o Quercus suber ou vulgo sobreiro, necessita de alguma humidade do litoral para medrar e crescer razoavalmente. O que se dá melhor no interior é a azinheira ( Quercus ilex). Curiosamente, tenho uns terrenos, em Ponte de Sôr que fica exactamente entre o Alentejo e o Ribatejo e é onde o sobreiro começar a dar lugar à azinheira... No litoral norte, existiram já muitos povoamentos de sobro, nomeadamente na zona de Aveiro e até no muito setentrional Minho, onde no Parque Nacional da Peneda Gerês, existe um belo montado de sobro na zona da Ermida. Como já mencionei, contudo, a norte do sistema Montejunto-Estrela outros carvalhos começam a ter mais expressão como é o caso do carvalho-alvarinho ( Quercus robur). O nosso país tem numerosas espécies de carvalhos, mais do que a maior parte dos países da Europa e por isso apenas dou alguns exemplos mais flagrantes. O sobreiro precisa da esteva, dizes tu... Sabes-me dizer porquê?? Tanto quanto sei a esteva ( Cistus ladanifer) não precisa do sobreiro, nem este da esteva, pois tanto são vistos associados como não... A esteva até cresce por vezes em solos em que o sobreiro teria dificuldade em medrar, sendo considerada uma espécie pioneira de solos «esgotados» ou esqueléticos com grande importância ecológica, pois do nada faz o «impossivel» e recria as condições ideais para futuras plantas poderem ocupar o seu nicho ecológico primitivo e climácico, dando-lhes sombra e nutrientes. Não sei qual é a tua ideia de mediterrânico... Mas tanto quanto sei o clima mediterrânico em Portugal continental existe desde o Norte ao Sul, sendo ora de tipo Csa ou Csb, com alguns microclimas diferentes, como é claro, consoante a altitude,etc,etc,etc... Em Trás os montes, claro que este clima tem expressão e é mais evidente nos vales onde também crescem as oliveiras, as laranjeiras e as figueiras. E além disso dão frutos com muita qualidade. Não digo que tenham o mesmo potencial frutícola do Algarve, mas sem dúvida, que dada a latitude a que estão, cumprem muito bem o seu papel e até fazem pequenos milagres. De salientar, que Trás os Montes tem locais mais secos e com verões mais quentes que o algarve. E até não sei se não terão médias anuais superiores em alguns pontos ... A maior vantagem no caso do Algarve é uma meteorologia mais certa, mais precoce, invernos mais curtos e suaves e maior número de horas de insolação.
Venho corrigir algumas coisas erradas no post aqui referido,o que vai diferenciar o sobreiro de não estar muitas vezes em algumas partes do litoral português ocidental, e no algarve tem haver com a presença de CALCÁRIO o sobreiro não suporta a presença de calcário activo,enquanto que o carrasco de seu nome cientifico quercus coccifera é um arbusto que em alguns casos particulares atinge o porte de arvore como na serra de sintra e na serra da arrabida,e suporta solos com calcário activo ("gesso") para quem saiba um pouco de geologia grande parte do litoral acima que referi pretence á bacia lusitania(tirando a zona do algarve)pertencente ao jurrasico superior e cretácio (antigo mar interior)e onde em algumas partes dessa zona foram preenchidas por areias do mar seja porque motivos eolicos ou por subida do mar ou descida do mesmo. O sobreiro vai se encontrar com outra especie de nome carvalhiça, endemismo português(quercus lusitanica).Há uma especie mesmo junto do litoral e que são residuos do clima subtropical que houve em portugal á 3.500.000 de anos e que tem o nome de samouco (myrica faya), e está a norte desta linha até aveiro, e só se dá em solos siliciosos(acidos)tal como o sobreiro e a carvalhiça Voltando á situação que carecteriza esta linha que iniciei como topico, e associado á vegetação nela que existia antes de o homem estar cá(arguicultura,aquecimento,etc...),imaginar a norte do tejo uma floresta continua de carvalhos de folha caduca e marcescente;pois a norte desta linha,(às vezes a norte do tejo )os niveis de humidade são enormes no verão seja pela presença de neblinas ou de nevoeiros de advecção,ou por presença de estratos, e que por vezes dão condições para chuviscar. A maior dos sobreiros que se encontram na zona de lisboa e alguns carvalhos negrais, especies siliciosas estão no complexo vulcanico de lisboa, conforme as altitudes em que vegetam o negral a maior altitude e o sobreiro a menor altitude; e na serra de sintra, ou nos grés superiores do cretácio. O solo também é muito importante. A esteva é uma especie de sucessão ecologica (degradação) dos sobreirais pois estes eram antigamente florestas fechadas de folha permanente a sul do tejo junto do litoral tal como a azinheira que era no interior. O montado é uma invenção do homem. ps.Existe também montado de carvalho negral na zona de nisa que é uma raridade.
Excelente psm! No entanto não estou a ver que o sobreiro fosse capaz de formar uma floresta fechada nem creio que a esteva seja uma resposta espontânea à degradação dos sobreirais...
Obrigado. Vou indicar o site do icn do plano sectorial da rede natura 2000. 9330 florestas de quercus suber. Eu ainda me esqueci de um pormenor, a figueira é uma especie exótica.
O teu post está fantástico, só não estou de acordo com algumas coisas. Penso que o carvalhal de folha caduca não começa propriamente a crescer a Norte do Tejo, mas começa a par com árvores perenes a marcar mais presença a Norte do sistema Montejunto/Estrela até chegar ao Minho onde aí sim, já existe uma predominância das caducas. Verões secos mas mais húmidos do que no Sul, começam tb a ter alguma expressão a norte desse sistema. Esse clima subtropical que falas é o que ainda persiste na Madeira e permite a sobrevivência da laurissilva. O samouco é uma relíquia da laurissilva antiga. O sobreiro de facto, cresce em zonas calcárias ( Serra da Arrábida por exemplo) mas como disseste bem não gosta de calcário activo e por isso cresce menos nestas zonas preferindo solos ácidos. A esteva não é necessariamente uma espécie que cresce apenas em zonas de degradação de sobreiral. É a minha opinião.