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Medvedev decreta estado de emergência no Oeste da Rússia
O Presidente, Dmitri Medvedev, decretou o estado de emergência em sete regiões do Oeste da Rússia e o primeiro-ministro, Vladimir Putin, deu ordens para que comece de imediato a reconstrução das centenas de casas destruídas pelos incêndios que assolam o país, ajudados por uma extraordinária vaga de calor.
“O ar cheira a madeira queimada e sabe a poeira”, contou à BBC Merek Zaremba, morador em Kazan, cidade nos arredores de Moscovo e que, tal como a capital, acordou hoje envolta numa espessa bruma. Por toda a região, há floresta a arder e centenas de bombeiros combatem há dias, e quase sem descanso, as chamas. O ar tornou-se tão irrespirável que as autoridades da capital aconselharam os idosos e as crianças a não sair de casa sem máscaras de protecção.
Criticadas pela ineficácia na resposta a um desastre que se fazia anunciar — Julho foi o mês mais quente desde que começaram a ser feitos registos meteorológicos, há 130 anos —, as autoridades precipitam-se agora na resposta. O decreto emitido por Medvedev abrange sete das 14 regiões atingidas pelos incêndios, incluindo Novgorod, Riazan e Voronej, onde há aldeias inteiras destruídas pelas chamas, bem como a província de Moscovo. Além da mobilização adicional de meios, o documento restringe também o acesso do público às regiões afectadas.
E o primeiro-ministro, que ouviu críticas na visita que fez domingo a Novgorod, chamou a Moscovo os governadores daquelas regiões para lhes exigir uma resposta rápida à crise. “Quero ver os planos de reconstrução de cada região, de cada aldeia, de cada casa”, declarou, antes de prometer compensações aos lesados.
Segundo o Ministério das Situações de Emergência, meio milhão de hectares arderam desde o início do Verão e, só na última semana, 34 pessoas morreram e mais de 86 mil foram retiradas para locais mais seguros. Centenas de casas (ninguém sabe exactamente quantas) arderam e a prioridade é agora realojar as famílias antes da chegada do Inverno.
Há ainda centenas de incêndios activos, mas os meios foram reforçados (mais de 250 mil pessoas combatem as chamas) e o Governo garante que a situação tem vindo a melhorar. Contudo, os serviços de meteorologia avisam que a vaga de calor não dará tréguas até ao fim da semana, prevendo-se que as temperaturas na região ocidental ultrapassem os 40 graus.
Para evitar uma catástrofe maior, foi entretanto reforçado o dispositivo em torno do centro nuclear Sarov, o em tempos ultra-secreto laboratório na região de Novgorod onde foram concebidas as primeiras bombas nucleares russas, noticiou a Reuters
PÚBLICO