Agricultura

trovoadas

Cumulonimbus
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Suponho que seja através de mudanças de culturas, com forte ênfase para as culturas de sequeiro, certo?
Sim estou falar de agricultura de sequeiro que segundo a reportagem representa mais de 80% da área cultivada. Existem culturas de sequeiro que são estratégicas!
A mim sempre me disseram que se deve prepar para o pior e esperar o melhor! Se desistirem agora para o ano tens um ano melhor e não tens agricultores! Já se fala também à algum tempo de se apoiar o sequeiro com regadio em determinadas alturas de escassez hídrica, ou seja, em vez de milho apostar no trigo regado no Inverno com a óbvia poupança de água. ( Estas regas dependerão sempre de ano para ano) .
Também existem pomares não intensivos com algum apoio hídrico que podem ter produções interessantes. Lá está tudo depende do paradigma que se quer, obviamente nada baterá o rendimento de um pomar intensivo nem que seja só a curto prazo.
Não quero com isto dizer que os pomares intensivos são o bicho papão mas têm de começar a ser limitados.
 
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AnDré

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Sim estou falar de agricultura de sequeiro que segundo a reportagem representa mais de 80% da área cultivada. Existem culturas de sequeiro que são estratégicas!
A mim sempre me disseram que se deve prepar para o pior e esperar o melhor! Se desistirem agora para o ano tens um ano melhor e não tens agricultores! Já se fala também à algum tempo de se apoiar o sequeiro com regadio em determinadas alturas de escassez hídrica, ou seja, em vez de milho apostar no trigo regado no Inverno com a óbvia poupança de água. ( Estas regas dependerão sempre de ano para ano) .
Também existem pomares não intensivos com algum apoio hídrico que podem ter produções interessantes. Lá está tudo depende do paradigma que se quer, obviamente nada baterá o rendimento de um pomar intensivo nem que seja só a curto prazo.
Não quero com isto dizer que os pomares intensivos são o bicho papão mas têm de começar a ser limitados.
Eu não sou agricultor. Mas já aqui ando no fórum há alguns anos.
Há quanto tempo o sul, em especial o sudoeste, está à espera desse ano melhor? E quando esse ano vier, quantos anos irão passar até voltar outro ano melhor?

Não estou a dizer para desistirem. Mas fala-se tanto em adaptação, otimização, diversificação, eficiência... A agricultura não pode ficar para trás nesse aspeto.
Acho que o desafio passa por maximizar a produção em função do menor consumo de água possível. E produzir aquilo que realmente seja rentável. Isso implica introduzir novas culturas? Bom, se o clima está a mudar, há que haver adaptação.

Aqui em Camarate plantámos há 4 anos meia dúzia de palmas de figueiras da índia, só na brincadeira. Sem nunca as termos regado, o ano passado deram um saco de supermercado cheio de figos. Eu nem nunca tinha comido aquilo. E gostei.
 

algarvio1980

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Sim estou falar de agricultura de sequeiro que segundo a reportagem representa mais de 80% da área cultivada. Existem culturas de sequeiro que são estratégicas!
A mim sempre me disseram que se deve prepar para o pior e esperar o melhor! Se desistirem agora para o ano tens um ano melhor e não tens agricultores! Já se fala também à algum tempo de se apoiar o sequeiro com regadio em determinadas alturas de escassez hídrica, ou seja, em vez de milho apostar no trigo regado no Inverno com a óbvia poupança de água. ( Estas regas dependerão sempre de ano para ano) .
Também existem pomares não intensivos com algum apoio hídrico que podem ter produções interessantes. Lá está tudo depende do paradigma que se quer, obviamente nada baterá o rendimento de um pomar intensivo nem que seja só a curto prazo.
Não quero com isto dizer que os pomares intensivos são o bicho papão mas têm de começar a ser limitados.
Quem tem alfarrobeiras também devia ser ajudado, no ano passado chegou aos 50 € e este ano é só descer para 10 €. :D
 

trovoadas

Cumulonimbus
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loule-caldeirao
Quem tem alfarrobeiras também devia ser ajudado, no ano passado chegou aos 50 € e este ano é só descer para 10 €. :D
O ano passado era ouro e este ano passou a bronze...entretanto fez o pessoal ficar louco e andam por aí de pickup a regar. Como o gasóleo está barato...
Mais vale deixar arder e dedicarem-se à pesca!
10€ não é mau mas com estas condições agrestes não é fácil. Os gajos que roubam também devíam ter subsídio extra :D
 

algarvio1980

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O ano passado era ouro e este ano passou a bronze...entretanto fez o pessoal ficar louco e andam por aí de pickup a regar. Como o gasóleo está barato...
Mais vale deixar arder e dedicarem-se à pesca!
10€ não é mau mas com estas condições agrestes não é fácil. Os gajos que roubam também devíam ter subsídio extra :D
Eu não vendi que fiquei à espera que subissem, fui tramado. :D Sim, 10 € ainda é um preço bom, a malta é ficou mal habituada durante 2 anos, em que subiu e agora não compensa andar de pickup a regar.
 

trovoadas

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Eu não sou agricultor. Mas já aqui ando no fórum há alguns anos.
Há quanto tempo o sul, em especial o sudoeste, está à espera desse ano melhor? E quando esse ano vier, quantos anos irão passar até voltar outro ano melhor?

Não estou a dizer para desistirem. Mas fala-se tanto em adaptação, otimização, diversificação, eficiência... A agricultura não pode ficar para trás nesse aspeto.
Acho que o desafio passa por maximizar a produção em função do menor consumo de água possível. E produzir aquilo que realmente seja rentável. Isso implica introduzir novas culturas? Bom, se o clima está a mudar, há que haver adaptação.

Aqui em Camarate plantámos há 4 anos meia dúzia de palmas de figueiras da índia, só na brincadeira. Sem nunca as termos regado, o ano passado deram um saco de supermercado cheio de figos. Eu nem nunca tinha comido aquilo. E gostei.
Tens toda a razão mas devias dizer isso aos decisores políticos! Fala-se em adaptação mas onde está ela? Não estamos a reduzir os consumos mas a aumentá-los ainda que a eficiência vá aumentando de ano para ano. Isso é um paradigma económico queremos crescimento ou descrescimento? Qual
a capacidade nominal de população para o Algarve por exemplo? Se calhar a população já não pode crescerer mais face aos recursos disponíveis.
O figo da Índia que referes é altamente resistente mas é um nicho de mercado. Talvez pudesse ser massificado e com preços mais acessíveis poderia ser uma boa alternativa alimentar mas não tem singrado. A adaptação que falas também é política mas isso não dá votos.
Resumindo a economia de mercado vigente não serve a adaptação que é necessária que requer paciência, resiliência e talvez um quanto capital a fundo perdido...
 

jamestorm

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Tens toda a razão mas devias dizer isso aos decisores políticos! Fala-se em adaptação mas onde está ela? Não estamos a reduzir os consumos mas a aumentá-los ainda que a eficiência vá aumentando de ano para ano. Isso é um paradigma económico queremos crescimento ou descrescimento? Qual
a capacidade nominal de população para o Algarve por exemplo? Se calhar a população já não pode crescerer mais face aos recursos disponíveis.
O figo da Índia que referes é altamente resistente mas é um nicho de mercado. Talvez pudesse ser massificado e com preços mais acessíveis poderia ser uma boa alternativa alimentar mas não tem singrado. A adaptação que falas também é política mas isso não dá votos.
Resumindo a economia de mercado vigente não serve a adaptação que é necessária que requer paciência, resiliência e talvez um quanto capital a fundo perdido...
O figo da Índia é bastante enjoativo o sabor, talvez nunca seja algo para as massas. Já a alfarroba tem tendência a ser cada vez mais apreciada - penso que se pode usar muito mais na doçaria, o sabor é bastante apetecível por lembrar o chocolate. Que se plante mais alfarrobeira!
 

AnDré

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O figo da Índia é bastante enjoativo o sabor, talvez nunca seja algo para as massas. Já a alfarroba tem tendência a ser cada vez mais apreciada - penso que se pode usar muito mais na doçaria, o sabor é bastante apetecível por lembrar o chocolate. Que se plante mais alfarrobeira!
Como disse fiquei agradavelmente surpreendido pelo sabor. Bem preparados, e frescos, são uma delicia refrescante. Mais houvesse. Claro que enquanto tiver estes preços nunca será algo acessível a toda a gente. Aqui no trabalho já plantámos mais algumas. A ver se este ano se duplica a produção.
A alfarroba não me convence. E já comi de tudo: bolo, pão, doces... Mas são gostos, e gostos não se discutem. Obviamente que sendo uma árvore resistente à seca e ao calor, deve ser uma aposta!
 

AnDré

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Tens toda a razão mas devias dizer isso aos decisores políticos! Fala-se em adaptação mas onde está ela? Não estamos a reduzir os consumos mas a aumentá-los ainda que a eficiência vá aumentando de ano para ano. Isso é um paradigma económico queremos crescimento ou descrescimento? Qual
a capacidade nominal de população para o Algarve por exemplo? Se calhar a população já não pode crescerer mais face aos recursos disponíveis.
O figo da Índia que referes é altamente resistente mas é um nicho de mercado. Talvez pudesse ser massificado e com preços mais acessíveis poderia ser uma boa alternativa alimentar mas não tem singrado. A adaptação que falas também é política mas isso não dá votos.
Resumindo a economia de mercado vigente não serve a adaptação que é necessária que requer paciência, resiliência e talvez um quanto capital a fundo perdido...
Devia dizer ao pai estado? Ele que ponha mão na saúde, educação e segurança, áreas para as quais descontamos brutalmente todos os meses.
O resto devia partir de cada um de nós nas mais diversas áreas profissionais.
Atenção que eu concordo que deva haver fortes incentivos na agricultura para incentivar a investimentos privados. Uma agricultura que seja rentável economicamente e adequado ao clima e à região. E aqui peca-se muito pelas médias. Numa região que em média chova 500mm/ano não significa que caia essa precipitação todos os anos. Já aqui vimos e muito debatemos que se calhar em 10 anos há 2 ou 3 chuvosos ou muito chuvosos, e 7 ou 8 secos ou muito secos.
Logo é-me completamente descabido andar 7 ou 8 anos a chorar à espera dos tais 2 ou 3 anos bons (a cada 10 anos).
 

jamestorm

Cumulonimbus
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Como disse fiquei agradavelmente surpreendido pelo sabor. Bem preparados, e frescos, são uma delicia refrescante. Mais houvesse. Claro que enquanto tiver estes preços nunca será algo acessível a toda a gente. Aqui no trabalho já plantámos mais algumas. A ver se este ano se duplica a produção.
A alfarroba não me convence. E já comi de tudo: bolo, pão, doces... Mas são gostos, e gostos não se discutem. Obviamente que sendo uma árvore resistente à seca e ao calor, deve ser uma aposta!
Pois, eu é mais o figo da Índia acho muito enjoativo. Claro, são gostos...mas talvez não os tenha comido bem preparados.
 
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jamestorm

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Devia dizer ao pai estado? Ele que ponha mão na saúde, educação e segurança, áreas para as quais descontamos brutalmente todos os meses.
O resto devia partir de cada um de nós nas mais diversas áreas profissionais.
Atenção que eu concordo que deva haver fortes incentivos na agricultura para incentivar a investimentos privados. Uma agricultura que seja rentável economicamente e adequado ao clima e à região. E aqui peca-se muito pelas médias. Numa região que em média chova 500mm/ano não significa que caia essa precipitação todos os anos. Já aqui vimos e muito debatemos que se calhar em 10 anos há 2 ou 3 chuvosos ou muito chuvosos, e 7 ou 8 secos ou muito secos.
Logo é-me completamente descabido andar 7 ou 8 anos a chorar à espera dos tais 2 ou 3 anos bons (a cada 10 anos).
O pior é que chove cada vez menos, essas medidas serão completamente sem sentido nas próximas décadas. Em todas as regiões do país as médias vão descer.
 

AnDré

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O pior é que chove cada vez menos, essas medidas serão completamente sem sentido nas próximas décadas. Em todas as regiões do país as médias vão descer.
Serão sem sentido se continuarmos a viver na nostalgia do antigamente...
Agora se pegarmos na média dos últimos 20 anos, não há assim tantas diferenças.

Posto isto qual é a solução? Esperar que chova? Pedir ajuda estatal sempre que não chove menos que a normal 61-90 ou 71-00?