Aquecimento Global



Orion

Furacão
Registo
5 Jul 2011
Mensagens
21,650
Local
Açores
O lobby do petróleo e do gás de xisto não consegue, obviamente, comprar todos os cientistas, mas lá vai enriquecendo alguns.

Repito o que já escrevi. O aquecimento global é um assunto complexo. Não é tipo a camada de ozono que basta mudar algumas 'coisinhas' e o problema aparecentemente estagna. O motor de combustão interna deve ser a invenção mais ultrapassada de que me lembro (o petróleo é principalmente usado em transportes hoje em dia). E ainda falta um bom bocado para nos livrarmos dele.

Nesse assunto infelizmente há muita interferência (económica e política - especialmente com os impostos verdes). A interferência humana (inevitável que haja) é misturada com os ciclos naturais da Terra. Não acho que se excluem (como tendencialmente se conclui). Acho até que se complementam. Os humanos podem acelerar a tendência histórica e natural dos aquecimentos periódicos. Outra coisa são os cenários apocalíticos que são usados exageradamente e para troçar das teorias (é como os dias frios. O aquecimento global aparentemente tem que ser como em Vénus). Já não somos nómadas. A civilização, na sua gigantesca maioria, é imóvel (as cidades vão crescer e crescer). Uma cidade como S. Paulo sem água não é um cenário agradável.

Penso que é irrefutável que os humanos têm uma grande influência na mudança de padrões meteorológicos regionais (deflorestação, ilhas de calor das cidades, gestão dos recursos aquáticos através da construção de barragens e sobreutilização da água - veja-se o caso do Mar de Aral, entre outros). Paralelamente, vejo o aquecimento global como uma soma de muitos pequenos atos (incluindo a massiva desflorestação). Não há nenhum recurso que os humanos não consigam extinguir ou modificar. Temos os casos da água potável em declínio, desertificação massiva e até problemas na biodiversidade do oceano (excesso da pesca). Portanto, tudo é passível de alteração exceto os padrões meteorológicos?

Os vulcões conseguem alterar os padrões meteorológicos. Toda a gente sabe isso. Relativamente aos humanos...

Do the Earth’s volcanoes emit more CO2 than human activities? Research findings indicate that the answer to this frequently asked question is a clear and unequivocal, “No.” Human activities, responsible for a projected 35 billion metric tons (gigatons) of CO2 emissions in 2010 (Friedlingstein et al., 2010), release an amount of CO2 that dwarfs the annual CO2 emissions of all the world’s degassing subaerial and submarine volcanoes (Gerlach, 2011).

The published estimates of the global CO2 emission rate for all degassing subaerial (on land) and submarine volcanoes lie in a range from 0.13 gigaton to 0.44 gigaton per year (Gerlach, 1991; Varekamp et al., 1992; Allard, 1992; Sano and Williams, 1996; Marty and Tolstikhin, 1998). The preferred global estimates of the authors of these studies range from about 0.15 to 0.26 gigaton per year. The 35-gigaton projected anthropogenic CO2 emission for 2010 is about 80 to 270 times larger than the respective maximum and minimum annual global volcanic CO2 emission estimates. It is 135 times larger than the highest preferred global volcanic CO2 estimate of 0.26 gigaton per year (Marty and Tolstikhin, 1998).

In recent times, about 70 volcanoes are normally active each year on the Earth’s subaerial terrain. One of these is Kīlauea volcano in Hawaii, which has an annual baseline CO2 output of about 0.0031 gigatons per year [Gerlach et al., 2002]. It would take a huge addition of volcanoes to the subaerial landscape—the equivalent of an extra 11,200 Kīlauea volcanoes—to scale up the global volcanic CO2 emission rate to the anthropogenic CO2 emission rate. Similarly, scaling up the volcanic rate to the current anthropogenic rate by adding more submarine volcanoes would require an addition of about 360 more mid-ocean ridge systems to the sea floor, based on mid-ocean ridge CO2 estimates of Marty and Tolstikhin (1998).

http://volcanoes.usgs.gov/hazards/gas/climate.php

Cada um é livre de ter a sua opinião. A minha opinião é clara. Considero a Terra um organismo vivo. Tipicamente as alterações nos organismos vivos são graduais (dou o exemplo do fumador e do cancro). Obviamente que há 'n' elementos a considerar nos modelos climáticos. As alterações não são lineares. E se há coisa que não percebemos é o completo funcionamento deste berlinde azul (aplica-se à discussão da estagnação das temperaturas). Mas como referi anteriormente. Temos a capacidade de alterar tudo (até de causar uma extinção em massa com todo o armamento nuclear) mas não os padrões meteorológicos?

Por fim, penso que há uma grande falta de debate profundo. Os céticos acusam os crentes de se focarem em apenas alguns dados. O reverso é igual. Se os crentes ignoram a aparente estagnação das temperaturas, os céticos ignoram a acidez do oceano (e culpam tudo no Sol). Quem sabe se as duas coisas não estão relacionadas?
 
Última edição:
  • Gosto
Reactions: StormRic

Orion

Furacão
Registo
5 Jul 2011
Mensagens
21,650
Local
Açores
Estudo recente e muito interessante:

http://www.sciencedaily.com/releases/2013/06/130606154357.htm

A poluição da China influencia o tempo nos EUA (novamente publico):

http://www.theguardian.com/world/20...-pacific-climate-us-national-academy-sciences

O consumo de carvão tem sido brutal:

http://rt.com/business/166232-coal-consumption-1970-high/

É algo extremamente interessante para os modelos climáticos. Medir as consequências regionais do elevado consumo de carvão (dinâmica enxofre vs CO2). Até que ponto o clima mundial (e especialmente o americano) está a ser distorcido pelas partículas emitidas pela China por exemplo? O crescimento brutal da China só aconteceu a partir dos anos 70. Ora as médias utilizadas têm 30/40/50 anos.

E o consumo de carvão nem tão cedo deverá parar. É a fonte de energia mais barata e a única, neste momento, que permite um crescimento mais veloz:

http://www.huffingtonpost.com/2013/10/14/world-coal-consumption-oil_n_4095221.html
 
  • Gosto
Reactions: Thomar e CptRena

Orion

Furacão
Registo
5 Jul 2011
Mensagens
21,650
Local
Açores
Uma temperatura extrema (em qualquer dos sentidos) não é, por si só, um indicador de mudanças meteorológicas (ao contrário do que é indicado no artigo). Mas na mesma aqui fica o registo:

Global warming caused the northern tip of Antarctica to nearly reach room temperature last week, with a record-breaking high of 63.5 F (17.5 C) being recorded at Argentina's Esperanza Base on Tuesday.

The weather there was warmer than in the UK, where British Summer Time has just begun.

Antarctica has been steadily heating up due to global warming in recent years, rising about 5 F (2.8 C) in the last half century, according to the British Antarctic Survey.

Tuesday's record built on the one set the day before, when 63.3 F (17.4 C) was measured at another Argentinian base on a small islet just off the coast of the Antarctic Peninsula. Before this, the record of 62.8 F (17.1 C) dates back to 24 April, 1961.

http://www.independent.co.uk/news/w...xperienced-its-warmest-day-ever-10142968.html
 

camrov8

Cumulonimbus
Registo
14 Set 2008
Mensagens
3,288
Local
Oliveira de Azeméis(278m)
Uma acha para a fogueira, li recentemente que muitas coisas do aquecimento estão mal explicadas. Por exemplo que existiram menos extremos e as temperaturas serão mais homogéneas do estilo mais quentes no norte e não tão quente no sul
 

Orion

Furacão
Registo
5 Jul 2011
Mensagens
21,650
Local
Açores
Global warming more moderate than worst-case models, empirical data suggest

http://www.sciencedaily.com/releases/2015/04/150421105629.htm?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed: sciencedaily (Latest Science News -- ScienceDaily)

Um artigo interessante que aborda a não-linearidade dos fenómenos climatéricos, neste caso o aquecimento global:

"Based on our analysis, a middle-of-the-road warming scenario is more likely, at least for now," said Patrick T. Brown, a doctoral student in climatology at Duke University's Nicholas School of the Environment. "But this could change."

The Duke-led study shows that natural variability in surface temperatures -- caused by interactions between the ocean and atmosphere, and other natural factors -- can account for observed changes in the recent rates of warming from decade to decade.

The researchers say these "climate wiggles" can slow or speed the rate of warming from decade to decade, and accentuate or offset the effects of increases in greenhouse gas concentrations. If not properly explained and accounted for, they may skew the reliability of climate models and lead to over-interpretation of short-term temperature trends.

(...)

"By comparing our model against theirs, we found that climate models largely get the 'big picture' right but seem to underestimate the magnitude of natural decade-to-decade climate wiggles," Brown said. "Our model shows these wiggles can be big enough that they could have accounted for a reasonable portion of the accelerated warming we experienced from 1975 to 2000, as well as the reduced rate in warming that occurred from 2002 to 2013."

(...)

Under the IPCC's middle-of-the-road scenario, there was a 70 percent likelihood that at least one hiatus lasting 11 years or longer would occur between 1993 and 2050, Brown said. "That matches up well with what we're seeing."

There's no guarantee, however, that this rate of warming will remain steady in coming years, Li stressed. "Our analysis clearly shows that we shouldn't expect the observed rates of warming to be constant. They can and do change."
 
  • Gosto
Reactions: StormRic

Orion

Furacão
Registo
5 Jul 2011
Mensagens
21,650
Local
Açores
  • Gosto
Reactions: StormRic