Atividade Vulcânica 2022/2023

StormRic

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No outono de 1991, no seguimento da explosão do Pinatubo em Junho, crepúsculos foram observados com cores invulgares e tardios, até mais de uma hora depois do pôr-do-sol, à semelhança destes produzidos pelo vulcão de Tonga.
Em Portugal também, como quase em todo o hemisfério norte e não sei se também no hemisfério sul. E foram particularmente intensos no tom rosa violáceo aqui. Ainda fiz várias fotos.
Mas o Pinatubo situa-se a norte do equador. Não sei até que ponto há circulação na estratosfera/alta troposfera que permita transferência significativa entre hemisférios.
 


MSantos

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Aveiras de Cima
No outono de 1991, no seguimento da explosão do Pinatubo em Junho, crepúsculos foram observados com cores invulgares e tardios, até mais de uma hora depois do pôr-do-sol, à semelhança destes produzidos pelo vulcão de Tonga.
Em Portugal também, como quase em todo o hemisfério norte e não sei se também no hemisfério sul. E foram particularmente intensos no tom rosa violáceo aqui. Ainda fiz várias fotos.
Mas o Pinatubo situa-se a norte do equador. Não sei até que ponto há circulação na estratosfera/alta troposfera que permita transferência significativa entre hemisférios.

Não é fácil a transferência entre hemisférios se a erupção for muito longe do Equador. Aqui há tempos vi um documentário sobre a erupção do Monte Samalas na Indonésia em 1257, que terá sido um dos gatilhos para a Pequena Idade do Gelo, em que se falava disso mesmo, que as erupções para terem um impacto global significativo têm que ser provocadas por vulcões não muito longe da linha equatorial, caso contrário os efeitos serão sentidos apenas no hemisfério em que a erupção ocorra.
 
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algarvio1980

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Wessel1985

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Piton de la Fournaise entra em erupção



Ontem, pelas 06:23, iniciou-se uma crise sísmica no Piton de la Fournaise. Segundo o comunicado emitido pelo Observatório Vulcanológico do Piton de la Fournaise (OVPF), a crise sísmica poderia significar que o magma estava a ascender à superfície.

Com efeito, pelas 07:48 (hora local), começou a registar-se tremor vulcânico no flanco SSW, no setor da cratera Rivals, localizada a cerca de 2200 metros acima do nível do mar, indicando que o magma tinha chegado à superfície.

As más condições meteorológicas não permitiram confirmar, de imediato, o fenómeno, mas, entretanto, o OVPF partilhou, nas redes sociais, as primeiras imagens da erupção.

Fontes

IPGP-OVPF


20220919-piton-de-la-fournaise-mod.jpg

Piton de La Fournaise em erupção (Imagem - IPGP-OVPF)
 

Wessel1985

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Angra do Heroismo, Ilha Terceira, Açores
Serviço Geológico da Nova Zelândia eleva nível de alerta para o vulcão Taupō



O Serviço Geológico da Nova Zelândia (GeoNet) elevou o nível de alerta para o vulcão Taupō para 1, que indica ligeira reativação vulcânica. Com efeito, desde maio de 2022 verificou-se um incremento da sismicidade localizada sob a parte central do Lago Taupō, bem como da deformação do sistema vulcânico.

No último Boletim de Atividade Vulcânica, o GeoNet refere que aquela sismicidade continua, tendo já sido possível localizar aproximadamente 700 sismos, localizados a profundidades da ordem dos 4-13 km. Informam ainda que é possível reconhecer duas famílias de sismos, uma localizada na parte central e oriental do lago, e outra, menos significativa, localizada a oeste, perto da costa de Karangahape.

A rede de estações GNSS instalada em torno do edifício vulcânico detetou deformação vertical da ordem dos 60 ± 20 mm/ano num local em Horomatangi Reef, no lago.

A deformação e a sismicidade são interpretadas como sendo resultado da movimentação de magma e fluidos hidrotermais no interior do vulcão. Para complementar a monitorização, o GeoNet realizou amostragens de nascentes e zonas de desgaseificação em torno do lago para verificar se existem alterações geoquímicas.

O GeoNet informa que, embora seja a primeira vez que eleva o nível de alerta para o vulcão Taupō, este não é o primeiro episódio de reativação vulcânica. Nos últimos 150 anos, já se verificaram 17 episódios de reativação vulcânica, vários dos quais mais significativos do que o atual.

Taupō, o vulcão riolítico mais ativo da zona vulcânica de Taupō, é formado por uma grande caldeira com cerca de 35 km largura, atualmente ocupada pelo Lago Taupō. Há cerca de 1800 anos atrás, foi palco da erupção mais violenta da Nova Zelândia, no Holocénico. A última erupção ocorreu em 232 AD ± 10 anos (antes da ocupação humana), devastando uma vasta área da Ilha Norte central da Nova Zelândia.

Fontes

GeoNet
Smithsonian Institute - GVP


20220918-GeoNet-Taupo-sismicidade.png

Sismicidade localizada pelo GeoNet no vulcão Taupō desde 1 de janeiro de 2022 até 18 de setembro de 2022 (Imagem: GeoNet)
 

Wessel1985

Nimbostratus
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21 Set 2013
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Angra do Heroismo, Ilha Terceira, Açores
Erupção submarina em Home Reef leva à formação de uma nova ilha no Pacífico




Um vulcão submarino, localizado no conhecido monte Home Reef nas ilhas centrais de Tonga, despertou passados 16 anos. No passado dia 10 de setembro, a cerca de 25 km a sudeste de Late Island, foi observado um evento eruptivo, caracterizado pela emissão de uma nuvem de cinzas e piroclastos à superfície do mar.


Lentamente, os materiais emitidos no decorrer da erupção, formaram uma nova ilha com cerca de 4000 m2 e atingindo uma altura de 10 metros em poucos dias. Dez dias depois, a 20 de setembro, os Serviços Geológicos de Tonga (TGS) informaram que a ilha havia aumentado seis vezes o seu tamanho, tendo atingido 24 000 m2. É muito provável que a nova ilha desapareça devido à ação erosiva do mar e do vento, ou que afunde.



A NASA divulgou no dia 14 de setembro imagens de satélite e dados do USGS, com a formação desta mais recente ilha, sendo visível uma intensa descoloração do oceano ao seu redor. Segundo a NASA, esta descoloração é provavelmente resultado da água do mar ácida superaquecida, misturada com produtos piroclásticos.



Segundo o TGS, a erupção apresenta baixos riscos para a aviação e para os habitantes de Vava'u and Ha'apai. Contudo, todos os marinheiros são aconselhados a navegar a mais de 4 km de distância de Home Reef. Desde 25 de setembro, que não foram observadas emissões vulcânicas.



Da última vez que Home Reef deu origem a uma nova ilha, em 2006, esta desapareceu em cerca de um ano, devido à erosão causada pelas ondas do mar. Este evento foi caracterizado pela formação de jangadas de pedra pomes no Pacífico Sul. Desde 1852, Home Reef formou ilhas em cinco eventos eruptivos, tendo algumas atingido 50 a 70 metros de altura. Em 1984, a ilha chegou formar uma pequena lagoa.



O monte submarino responsável por eventos de curta duração localiza-se no Oceano Pacífico, numa zona de subducção, Tonga-Kermadec, formada por algumas das estruturas tectónicas de convergência mais rápidas do mundo. Neste local, a placa do Pacífico está a deslizar rapidamente sob as placas Kermadec e Tonga, a uma taxa de cerca de 24 cm/ano, formando assim a segunda fossa mais profunda do mundo num arco vulcânico extremamente ativo. Esta cordilheira submarina, que se estende desde Tonga até Nova Zelândia, acomoda a maior densidade de vulcões submarinos encontrados em qualquer lugar do mundo.








Fontes

Science Alert


20220926-homereef_eruption.JPG


Imagem de satélite de Home Reef (Lauren Dauphin/NASA Earth Observatory/USGS)
 

Wessel1985

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Angra do Heroismo, Ilha Terceira, Açores
Incremento da atividade eruptiva no vulcão Stromboli


Desde o dia 25 de setembro, pelas 06:06 (hora local, 04:06 UTC), que se tem registado um incremento da atividade explosiva na área da Cratera Norte do vulcão Stromboli, localizado na ilha italiana com o mesmo nome. Os produtos vulcânicos expelidos depositaram-se na parte superior da Sciara del Fuoco, rolando ao longo da encosta. Concomitante com a intensificação da explosividade, ocorreu um ligeiro transbordo de lava na área da Cratera Norte.

De acordo com o Instituto Nazionale di Geofisica e Vulcanologia (INGV), anteontem, dia 9 de outubro, pelas 09:23 (hora local, 07:23 UTC), formou-se uma escoada piroclástica que atingiu o mar, e que foi seguida por outros fluxos piroclásticos de menores dimensões. Este evento gerou um colapso parcial do terraço da cratera, verificando-se o transbordo da lava e a formação de uma considerável escoada lávica que alcançou a costa.

A Proteção Civil italiana ordenou a passagem do alerta para o vulcão Stromboli do nível amarelo para laranja, o segundo mais elevado numa escala de quatro cores. A subida do alerta determina, assim, o reforço do sistema de monitorização do vulcão e da ligação de informação entre a comunidade científica e as restantes componentes e estruturas operacionais do Serviço Nacional de Proteção Civil.

Em comunicado emitido ontem de manhã, o INGV informou que, durante a noite, observaram-se colapsos modestos, presumivelmente devido à erosão dos canais lávicos sobrepostos. Das observações no terreno realizadas pelo pessoal do INGV, foi possível constatar que os colapsos e as escoadas lávicas continuam, mas que já não atingem o mar, parando a meio da encosta, a cerca de 400 m de altitude. No que respeita à sismicidade, nas últimas 24 horas, a amplitude média do tremor vulcânico apresentou várias flutuações, oscilando principalmente nos níveis médio-baixo e médio-alto. Os valores mais elevados ocorreram entre as 10:00 e as 11:00 UTC e por volta das 16:30 UTC de anteontem (dia 9). Atualmente, a magnitude do tremor está no nível médio-baixo.

Com cerca de 926 metros de altura, o vulcão Stromboli, que forma a ilha ao norte da Sicília, no arquipélago das ilhas Eólicas, é um dos vulcões mais ativos do mundo. É conhecido pelas suas explosões normalmente pequenas, mas regulares, com emissão de lava incandescente a partir de várias bocas eruptivas no interior da sua cratera. Este tipo de atividade no vulcão vem acontecendo há pelo menos 2000 anos, desde que há registos escritos da atividade, da qual o seu nome deu origem à chamada atividade estromboliana. Em 2019, ocorreram dois eventos paroxismais, um a 3 de julho de 2019, que provocou a morte de um turista, e outro a 28 de agosto.






Fontes


INGV
Protezione Civile - Italian Government
Newsweek


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