Cheias em Moçambique - Janeiro 2008

Gerofil

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21 Mar 2007
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Alerta de cheias em Moçambique

Os caudais de quatro rios moçambicanos ultrapassaram os níveis considerados de alerta e já há registo de cheias em algumas regiões do centro de Moçambique, disse hoje o director do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC). Segundo Paulo Zucula, as bacias hidrográficas dos rios Zambeze, Púnguè, Buzi e Save ultrapassaram já os níveis de alerta e, como consequência, cerca de 25 mil pessoas serão afectadas pelas inundações, resultantes das descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa e da queda de chuvas no Zimbabué e Malaui, países vizinhos de Moçambique.
"Os rios estão acima do nível crítico. Em algumas partes há uma situação clara de inundações", afirmou o director do INGC. De acordo com o Boletim Hidrológico da Administração Regional de Águas (ARA-Sul) de Moçambique, o nível do rio Save - que nasce no Zimbabué, corre para sul e depois atravessa Moçambique de oeste para leste, desaguando no Oceano Índico - atingiu mais de sete metros, ultrapassando em dois metros o nível de alerta, que é de 5,5 metros. O rio Buzi também transbordou inundando Govuro e Machanga, na província de Sofala, distritos que ficaram sem comunicação com o resto do país. Esta situação forçou a retirada da maior parte da população, que se albergou nas escolas e igrejas. As previsões meteorológicas apontam para a possibilidade de o rio Zambeze também transbordar durante o mês de Janeiro.
O responsável pelo INGC dissera anteriormente à Lusa que as previsões meteorológicas apontavam para "níveis de pico nos países vizinhos" nas primeiras semanas do ano, pelo que "o rio Zambeze poderá transbordar, provocando cheias" entre Janeiro e Março. Zucula previu três cenários para os próximos meses: o pior, que poderá atingir um milhão de pessoas em toda a zona centro do país e parte da região sul, o médio, afectando um máximo de 700 mil pessoas, e o ideal, aliás, um cenário que se repete todos os anos, que eventualmente atingirá 50 mil moçambicanos.
Além dos distritos e vilas do centro do país que estão isolados, estima-se que, pelo menos 42 mil pessoas estejam em risco por ainda se encontrarem nas ilhas e nas margens nas províncias da Zambézia, Sofala e Manica. O INGC pretende que até ao final do ano, mais de 30 mil pessoas residentes nas ilhas e nas zonas baixas da região do Vale do Zambeze se instalem definitivamente nos centros de realojamento criados em Janeiro de 2007.
O Governo moçambicano estimou em 20,4 milhões de euros o valor necessário para um plano de emergência para apoiar os afectados pelas cheias e ciclones que se prevê que ocorram entre os meses de Janeiro e Março deste ano. Apesar de os caudais dos rios terem atingido o nível considerado crítico, o executivo moçambicano considera "controlada" a situação depois de ter criado comités de gestão de risco em todas as zonas atingidas pelas cheias.
"Actualmente, está-se a proceder à evacuação nos rios Save, Púngué, Buzi e Zambeze. Nos próximos dias pode haver abrandamento das chuvas, mas a seguir tudo voltará à carga", assinalou Zucula.

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Luis França

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Hades
Re: Seguimento - África 2008

Já vi, as nuvens de falavas estavam em terra; o Elnus está a oeste de Madagáscar.

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Alerta de cheias em Moçambique

Os caudais de quatro rios moçambicanos ultrapassaram os níveis considerados de alerta e já há registo de cheias em algumas regiões do centro de Moçambique, disse hoje o director do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).

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Moçambique/Cheias: Governo lança alerta vermelho para região centro do país

O Governo moçambicano activou o alerta vermelho devido às cheias no centro do país, que afectaram já 55.000 pessoas, e accionou o Centro Nacional Operacional de Emergência para coordenar operações de socorro e retirada de populações em risco. Em declarações hoje à Lusa, o porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Bonifácio António, admitiu que a situação de cheias no centro de Moçambique vai piorar nos próximos dias, devido às descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa e às chuvas nos países vizinhos, embora adiantando que poderá haver um período de estabilidade.
O alerta máximo de cheias foi decretado por proposta do INGC, durante uma reunião do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, que analisou quinta-feira a situação de cheias e inundações da época chuvosa 2007/08. O Centro Nacional Operacional de Emergência coordenará as operações de socorro e de retirada coordenada e compulsiva das populações em risco ou sitiadas devido às cheias.
O ministro da Administração Estatal de Moçambique, Lucas Chomera, que preside àquele órgão, referiu que o alerta vermelho visa permitir que os parceiros de cooperação revejam os seus planos para a assistência humanitária. Contudo, as autoridades moçambicanas afastam para já a hipótese de lançar um apelo internacional.
O ministro da Administração Estatal indicou que a capacidade interna em meios humanos está já a ser usada na totalidade, situação que está a forçar as autoridades moçambicanas a reverem o seu plano de contingência. "Estamos, neste ano, a registar uma situação anormal em relação ao comportamento chuvoso. Nunca tivemos uma situação de, neste período do ano, termos quase todos os grandes rios que atravessam o país a transbordarem", disse Lucas Chomera. "Os solos já estavam saturados e as chuvas vieram complicar a situação e tudo indica que teremos ainda grandes problemas", admitiu.
Segundo dados oficiais divulgados em Maputo, a situação nas quatro Bacias Hidrográficas continua acima do normal devido às chuvas na Zâmbia, Zimbabué e Malaui, regiões de onde vem grande parte dos principais rios que atravessam Moçambique. "Neste momento os rios Save, Búzi, Púngoe e Zambeze, apresentam níveis hidrométricos acima do nível crítico em quase todas as estações de observação", anunciou o INGC em comunicado.
Na bacia do Save estão inundadas a sede do distrito de Machanga e a vila de Nova Mambone, no distrito de Govúro, enquanto na bacia do Búzi está inundada a vila do Búzi e na bacia do Púngoe, todas na região centro, estão alagadas extensas áreas dos distritos de Dondo e Nhamatanda, ameaçando cortar vias de acesso. Na bacia do Zambeze as inundações atingem algumas áreas dos distritos de Mutarara, Marromeu, Caia, Chinde e Mopeia.
Em consequência das inundações nestas bacias, mais de 55.000 pessoas foram afectadas, das quais cerca de 13 mil estão nos centros de reassentamento e as restantes encontram-se temporariamente abrigadas em escolas ou outras instituições públicas.

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Re: Seguimento - África 2008

Moçambique/Cheias: Situação tende a piorar, governo destaca equipa para zonas afectadas

As autoridades moçambicanas destacaram hoje uma equipa do executivo central para dar assistência aos governos provinciais das regiões de Moçambique já em alerta vermelho devido às cheias que atingiram 55.000 pessoas e tendem a piorar. A equipa é liderada pelo ministro da Educação e Cultura de Moçambique, Aires Aly, que, na qualidade de membro do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, se encontra em Nova Mambone, vila de Inhambane, sul, também afectada pelas cheias que assolam sobretudo o centro e norte do país. A equipa pretende igualmente analisar a resposta dada pelas autoridades locais, bem como capacitá-las para, de "forma sustentável, enfrentar a situação das cheias", disse Aly.
Informações disponíveis até ao momento dão conta de que as regiões atingidas poderão continuar submersas, devido à contínua queda de chuvas no Zimbabué, Zâmbia e Malawi, países vizinhos de Moçambique, e às descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, em Tete, centro do país. Pelo menos 2.500 famílias foram resgatadas das zonas ribeirinhas, consideradas de risco.
O governador de Sofala, Alberto Vaquina, afirmou há dias que três pessoas morreram por afogamento, mas um porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) já desmentiu a notícia, afirmando que, até ao momento, não se registou nenhuma morte directa em consequência das cheias. Quinta-feira, o Governo moçambicano activou o alerta vermelho, ainda em vigor, e accionou o Centro Nacional Operacional de Emergência (CNOE) para coordenar operações de socorro e retirada de populações em risco. O alerta máximo de cheias foi decretado por proposta do INGC, durante uma reunião do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, que analisou quinta-feira a situação de cheias e inundações da época chuvosa 2007/08. O CNOE coordenará as operações de socorro e de retirada coordenada e compulsiva das populações em risco ou sitiadas devido às cheias.
O ministro da Administração Estatal de Moçambique, Lucas Chomera, que preside àquele órgão, referiu que o alerta vermelho visa permitir que os parceiros de cooperação revejam os seus planos para a assistência humanitária. Contudo, as autoridades moçambicanas afastam, para já, a hipótese de lançar um apelo internacional.
A situação das cheias na região centro e norte de Moçambique tende a atingir proporções alarmantes, facto que está a forçar as autoridades moçambicanas a reverem o seu plano de contingência. Dados oficiais divulgados em Maputo indicam que o nível das quatro Bacias Hidrográficas continuará acima do normal devido às chuvas na Zâmbia, Zimbabué e Malawi, regiões de onde vêm grande parte dos principais rios que atravessam Moçambique.
A bacia do rio Save, a sede do distrito de Machanga e a vila de Nova Mambone, no distrito de Govúro, continuam inundadas, enquanto as bacias do Búzi e do Púngoe, ambas na região centro, estão alagadas extensas áreas dos distritos de Dondo e Nhamatanda, tendo já sido cortadas algumas vias de acesso rodoviário.
Em 2007, as cheias em Moçambique provocaram pelo menos 29 mortos e cerca de 60.000 deslocados.

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Moçambique/Cheias: Autoridades prevêem as piores cheias de que há memória no país

Moçambique poderá registar este ano as piores cheias de que há memória, devido às chuvas contínuas nos países vizinhos e descargas de 6.000 metros cúbicos por segundo da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), admitiram hoje as autoridades moçambicanas. Desde o princípio da noite de domingo, a HCB aumentou as suas descargas de 5.100 para 6.000 metros cúbicos por segundo, enquanto o Zimbabué, Malaui e a Zâmbia continuam a ser fustigadas por chuvas torrenciais, cujas águas são encaminhadas para rios moçambicanos.
Os principais afluentes dos rios Luenha, Revúbuè e Chire, no baixo do Vale do Zambeze, centro de Moçambique, já estão com níveis muito elevados, o que concorrerá para o agravamento da situação das cheias no país. Segundo estimativas da Administração Regional de Águas (ARA-Zambeze), a região centro de Moçambique deverá atingir, ao longo desta semana, a fase mais crítica das inundações, que poderão ser mais graves do que as registadas em 2000, consideradas as piores na história do país.
Em 2000, as cheias no sul de Moçambique provocaram 640 mortos e afectaram 2 milhões de pessoas, das quais 500 mil ficaram desalojadas.
A directora da ARA-Zambeze, Cacilda Machava, descreveu hoje à Lusa como "crítica" a situação que se vive naquela região, mas assegurou que as autoridades estão a fazer a devida monitorização. "Isto está a trazer alguma complicação no baixo do Zambeze. A situação está crítica", referiu, frisando, contudo, que as autoridades estão a acompanhar a situação e a apelar para que a população abandone as zonas de risco.
"Estamos a monitorar a situação, mas não podemos avançar muitas coisas porque estamos a trabalhar com base em previsões. O ano hidrológico indica que, até Março, haja chuvas acima do normal, com tendência para normal", disse.
O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) previu, anteriormente, a ocorrência de três cenários para os próximos meses: o pior, que poderá atingir um milhão de pessoas em toda a zona centro do país e parte da região sul, o médio, afectando um máximo de 700 mil pessoas, e o ideal, aliás, um cenário que se repete todos os anos, que eventualmente atingirá 50 mil moçambicanos. O Governo moçambicano estimou, por isso, em 20,4 milhões de euros o valor necessário para um plano de emergência para acudir os afectados pelas cheias e ciclones que poderão ocorrer entre os meses de Janeiro e Março deste ano.
O INGC pretende que, até 15 de Janeiro, sejam retiradas todas as pessoas que se encontram nas zonas de risco, tendo, para o efeito, intensificado operações de busca e salvamento com embarcações, e prevê mobilizar meios aéreos para resgate da população do vale do Zambeze. "Até ao momento, mais de 300 pessoas foram resgatadas, mas outras cinco mil pessoas continuam em risco de vida nas cinco zonas da foz do Zambeze", frisou o INGC em comunicado enviado à Agência Lusa.
O Boletim Hidrológico prevê que, proximamente, os níveis hidrométricos no Baixo Zambeze continuem a baixar ligeiramente, enquanto em Zumbo e Aruângua, os níveis tendem a aumentar, devido a chuvas a montante. Dados preliminares hoje divulgados pelo INGC indicam que "nas bacias do Búzi e Save, prevê-se a continuação da redução significativa do volume de escoamentos, resultando na melhoria da situação hidrológica nas vilas de Búzi, Nova Mambone e Machanga, respectivamente".
No rio Púnguè, em Mafambisse, província de Sofala, centro, "o nível hidrométrico manter-se-á alto, mas com tendência a baixar", contudo, a "situação hidrológica das restantes bacias hidrográficas continuará estável", acrescenta num comunicado enviado à Lusa.
O director do INGC, Paulo Zucula, reconheceu ao jornal Notícias de Maputo que em alguns distritos afectados pelas cheias as operações de resgate estão a ser dificultadas pelo facto de os respectivos governos distritais não terem elaborado os planos de evacuação.
Zucula admitiu que há pessoas que ainda estão cercadas de água nas zonas de difícil acesso. "Há situações em que não se conseguem identificar as pessoas sitiadas e nos próximos quatro a cinco dias vamos entrar na fase mais crítica no Zambeze, tendo já começado a entrar muita água", afirmou.
A organização não-governamental britânica Oxfam Internacional alertou hoje para o registo de "uma crise de saúde pública generalizada" e enviou uma equipa de emergência para as zonas atingidas pelas inundações para avaliar as necessidades humanitárias das 55 mil pessoas afectadas pela subida do nível das águas. "Quando se gera uma inundação, a falta de água e saneamento atinge níveis críticos em apenas alguns dias, ou mesmo horas. Com a continuação da subida do nível das águas, o acesso a estes bens será cada vez mais difícil, o que pode originar uma crise de saúde pública generalizada", alertou em comunicado o coordenador de água e saneamento da Oxfam Internacional em Moçambique, Hugo Oosterkamp.
"Como especialista em água e saneamento, a prioridade da Oxfam Internacional será acudir aos centros de evacuação onde as pessoas procuram refúgio. Nestas circunstâncias deve responder-se de imediato à ameaça de diarreia, malária e cólera", acrescentou.

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Moçambique: Cheias afectam 56 mil pessoas e desalojam 13 mil - UNICEF

Perto de 56 mil pessoas foram afectadas, 13 mil das quais desalojadas, pelas cheias no centro de Moçambique, anunciou hoje a UNICEF, que afirma estar a preparar os seus meios no terreno para fazer face à emergência. "As cheias atingiram algumas das comunidades mais pobres e vulneráveis, portanto a nossa principal prioridade é melhorar as condições de vida das pessoas que foram deslocadas - metade das quais são crianças", afirma Leila Pakkala, chefe da delegação moçambicana do Fundo das Nações Unidas para as Crianças (UNICEF, na sigla em língua inglesa), em comunicado hoje divulgado em Maputo.
Leila Pakkala adianta que a situação, que já levou o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) e Moçambique a declarar o nível máximo de alerta no centro do país, está a ser acompanhada de perto pela UNICEF, em conjunto com a Cruz Vermelha e outras organizações não-governamentais. As maiores subidas no nível das águas registam-se nos rios Zambeze, Púnguè, Buzi e Save, no centro do país.
A UNICEF afirma ter já deslocado especialistas para o terreno, que actualmente se encontram na província de Sofala e nos próximos dias irão a Tete e Manica. A missão destes especialistas é "identificar as necessidades mais urgentes das crianças e das suas famílias" nas zonas afectadas, segundo o comunicado hoje divulgado. Além disso, está a ser preparada a distribuição de auxílio de emergência, nomeadamente cantis de água potável e equipamento de purificação de água, material de higiene e saneamento, redes mosquiteiras de longa duração, tendas e materiais educacionais em grandes quantidades.
Desde o princípio da noite de domingo, a HCB aumentou as suas descargas de 5.100 para 6.000 metros cúbicos por segundo, enquanto o Zimbabué, Malaui e a Zâmbia continuam a ser fustigadas por chuvas torrenciais, cujas águas são encaminhadas para rios moçambicanos. Segundo a Administração Regional de Águas (ARA-Zambeze), a região centro de Moçambique deverá atingir, ao longo desta semana, a fase mais crítica das inundações e o INGC anunciou hoje, em comunicado, que "até ao momento, mais de 300 pessoas foram resgatadas, mas outras cinco mil pessoas continuam em risco de vida nas cinco zonas da foz do Zambeve".
A directora da ARA-Zambeze, Cacilda Machava, descreveu hoje à Lusa como "crítica" a situação que se vive naquela região, mas assegurou que as autoridades estão a fazer a devida monitorização. O Governo moçambicano estimou em 20,4 milhões de euros o valor necessário para um plano de emergência para acudir os afectados pelas cheias e ciclones que poderão ocorrer entre os meses de Janeiro e Março deste ano.
No seu comunicado, a UNICEF recorda que as "cheias localizadas são comuns em Moçambique durante a estação chuvosa na África Austral, de Novembro a Março". "No ano passado, um número estimado de 285.000 pessoas foram afectadas pelas cheias ao longo do vale do rio Zambeze. À medida que os níveis crescentes das águas causados pelas chuvas torrenciais inundava as áreas baixas, cerca de 100.000 pessoas encontraram abrigo nos centros temporários de acomodação", acrescenta.
Em 2000, as cheias no sul de Moçambique provocaram 640 mortos e afectaram 2 milhões de pessoas, das quais 500 mil ficaram desalojadas.

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Moçambique/Cheias: ONU prevê agravamento situação humanitária e promete apoiar governo

As Nações Unidas prevêem um agravamento da situação humanitária nas regiões afectadas pelas cheias em Moçambique, Zâmbia e Zimbabué, e afirma que está a tomar medidas em conjunto com os governos dos países afectados para enfrentar a situação. "Os governos e as organizações humanitárias internacionais estão a intensificar os seus esforços para garantir uma resposta rápida e salvar vidas" nas regiões afectadas pelas cheias, afirmou hoje John Holmes, sub-secretário da ONU Coordenador para os Assuntos Humanitários e da Ajuda de Emergência.
"Muitos dos afectados estão ainda a lutar para recuperar das cheias e ciclones do ano passado. Por esta razão, e tendo em vista a longa época das chuvas que se aproxima, as necessidades humanitárias na região deverão aumentar nas próximas semanas. Temos de continuar a apoiar os governos a responder ao impacto destes desastres naturais", afirma Holmes, em comunicado hoje divulgado pela ONU em Nova Iorque.
A ONU lembra os números já esta manhã divulgados pela UNICEF, que apontam para perto de 56 mil pessoas afectadas, das quais 13 mil das desalojadas, devido às cheias no centro de Moçambique. Em Moçambique, as maiores subidas no nível das águas registam-se nos rios Zambeze, Púnguè, Buzi e Save, no centro do país.
A situação já levou o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Moçambique a declarar o nível máximo de alerta no centro do país, estando no terreno a UNICEF, a Cruz Vermelha e diversas outras organizações não-governamentais. "A comunidade humanitária está pronta a apoiar o governo na resposta em curso", afirmou também o coordenador residente da ONU em Moçambique, Ndolamb Ngokwey. "Nos passados meses, temos estado a trabalhar de perto com as autoridades nacionais para pôr em marcha planos de contingência que assegurem que as necessidades dos afectados pelas cheias são providas de forma expedita", refere o mesmo responsável na mesma nota divulgada pelos serviços de informação da ONU.
Chris McIvor, director da ONG britância Save the Children alertou hoje para a insegurança alimentar que se vive em diversas zonas - nomeadamente nos distritos de Mopeia e Morrumbala, Província da Zambézia - afirmando que "as pessoas afectadas vão continuar vulneráveis até à próxima colheita em Março-Abril". A UNICEF afirma ter já deslocado especialistas para o terreno, que actualmente se encontram na província de Sofala e nos próximos dias irão a Tete e Manica.
A missão destes especialistas é "identificar as necessidades mais urgentes das crianças e das suas famílias" nas zonas afectadas, em termos de alimentação, segurança, saúde, higiene e educação, segundo o comunicado hoje divulgado. Além disso, está a ser preparada a distribuição de auxílio de emergência, nomeadamente cantis de água potável e equipamento de purificação de água, material de higiene e saneamento, redes mosquiteiras de longa duração, tendas e materiais educacionais em grandes quantidades.
Segundo a Administração Regional de Águas (ARA-Zambeze), a região centro de Moçambique deverá atingir, ao longo desta semana, a fase mais crítica das inundações e o INGC anunciou hoje, em comunicado, que "até ao momento, mais de 300 pessoas foram resgatadas, mas outras cinco mil pessoas continuam em risco de vida nas cinco zonas da foz do Zambeze".
Numa altura de subida dos níveis das águas dos principais rios do centro do país, desde o princípio da noite de domingo a HCB aumentou as suas descargas de 5.100 para 6.000 metros cúbicos por segundo, enquanto o Zimbabué, Malaui e a Zâmbia continuam a ser fustigadas por chuvas torrenciais, cujas águas são encaminhadas para rios moçambicanos.
Em 2000, as cheias no sul de Moçambique provocaram 640 mortos e afectaram dois milhões de pessoas, das quais 500 mil ficaram desalojadas.

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Moçambique/Cheias: Cruz Vermelha admite lançar apelo internacional

A Cruz Vermelha de Moçambique (CVM) admitiu hoje lançar um apelo de emergência à comunidade internacional, caso as cheias no país ultrapassem as do ano passado, mas necessita já de 136 mil euros para socorrer as primeiras vítimas. "Vamos lançar o apelo de emergência apenas se a situação humanitária se agravar. Se forem piores do que as cheias do ano passado, vamos pedir apoio", disse hoje à Lusa a directora de projectos da CVM, Eunice Mucache.
A responsável afirmou que a instituição submeteu na passada segunda-feira um pedido de auxílio ao Comité Internacional da Cruz Vermelha para apoio logístico. Os 136 mil euros servirão também para cobrir as despesas básicas dos voluntários que se encontram estacionados nas cinco províncias do centro de Moçambique. No terreno, a CVM tem 274 voluntários que participam na construção de latrinas e desenvolvem actividades de educação para saúde aos afectados pelas inundações.
O Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, órgão do Conselho de Ministros, está hoje reunido em Quelimane, capital provincial da Zambézia, centro, para avaliar a situação das cheias, que, de acordo com as Nações Unidas, atingiram 56.000 pessoas e desalojaram 13.000. O encontro, presidido pelo ministro da Administração Estatal, responsável máximo do órgão, Lucas Chomera, conta com a participação dos governadores e administradores distritais das províncias afectadas pelas inundações.
A reunião visa passar em revista o actual quadro das cheias e delinear medidas de modo a mitigar possíveis impactos negativos no Vale do Zambeze e em Govuro, distrito da província de Inhambane, sul, também afectado pelas águas provenientes dos rios do centro de Moçambique. Segundo previsões da Adminitração Regional de Águas (ARA-Zambeze), a região centro de Moçambique deverá atingir, ao longo desta semana, a fase mais crítica das inundações.
No fim-de-semana, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa aumentou as suas descargas de 5.100 para 6.000 metros cúbicos por segundo, enquanto o Zimbabué, Malaui e a Zâmbia continuam a ser fustigados por chuvas torrenciais, cujas águas são encaminhadas para principais rios do centro do país. A ARA-Zambeze estima que as actuais cheias venham a superar as do ano 2000, que atingiram o sul de Moçambique, causando 640 mortos, num total de dois milhões de pessoas afectadas, 500 mil das quais desalojadas.
As cheias do início de 2008 já levaram o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Moçambique a declarar o nível máximo de alerta no centro do país, estando no terreno a UNICEF, a Cruz Vermelha, equipas de salvamento do exército moçambicano, com 140 homens, e diversas outras organizações não-governamentais.

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Moçambique/Cheias: Três mortos, 41 mil deslocados e 17.800 hectares destruídos - Novo balanço

Três mortos, 41 mil deslocados e 17.800 hectares de culturas perdidas é o novo balanço apresentado pelo governo moçambicano, que hoje traçou um Plano de Acção imediato para acudir às vítimas das cheias no centro de Moçambique. O Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, órgão do Conselho de Ministros, que hoje se reuniu em Quelimane, capital provincial da Zambézia, admitiu a morte de três pessoas no rio Púnguè devido às cheias, depois de autoridades moçambicanas terem desmentido a existência de vítimas mortais e pedido ao Ministério da Saúde para investigar os três óbitos registados no distrito de Nhamatanda. "Vamos considerar que nestas cheias, no distrito de Nhamatanda, já tivemos três óbitos", disse hoje à Lusa o ministro da Administração Estatal, Lucas Chomera.
Anteriormente, o director do desenvolvimento das Áreas Áridas e Semi-Áridas do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Casimiro Abreu, tinha desmentido à Lusa a ocorrência de mortes em consequência das cheias, adiantando que foi pedido às autoridades sanitárias para investigarem o afogamento de três pessoas no rio Púnguè, na província de Sofala. O Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades avaliou hoje a situação das cheias, que, de acordo com as Nações Unidas, atingiram 56.000 pessoas e desalojaram 13.000.
Dados avançados pelo ministro moçambicano da Administração Estatal dão conta de que 41 mil pessoas abandonaram as zonas de risco, das quais 7.579 se dirigiram para os chamados centros de reassentamento, que abandonaram em 2007. "Até este momento, estimamos que 17.800 hectares de culturas diversas estão perdidas, devido às cheias. Tendo em conta esta situação, o Governo desenhou um Plano de Acção imediato que deve ser implementado pelos governos distritais, provinciais, pelo INGC e diversos sectores de Governo e todos os parceiros que trabalham nessa área de emergência", disse. "O nosso plano visa, fundamentalmente, continuarmos a proceder a evacuação das zonas de risco, fazer a busca de salvamento e socorro, assegurar a assistência humanitária e iniciar o reassentamento já para as zonas seguras", explicou.
No encontro, presidido pelo ministro da Administração Estatal, responsável máximo do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, Lucas Chomera, estiveram presentes os governadores e administradores distritais das províncias afectadas pelas inundações. A reunião teve como objectivo analisar o actual quadro das cheias e delinear medidas de modo a mitigar possíveis impactos negativos no Vale do Zambeze e em Govuro, distrito da província de Inhambane, sul, também afectado pelas águas provenientes dos rios do centro de Moçambique.
Apesar das previsões da Administração Regional de Águas (ARA-Zambeze) de que a região centro de Moçambique deverá atingir, ao longo desta semana, a fase mais crítica das inundações, Chomera descartou a possibilidade de o executivo lançar um apelo internacional. "Para esta fase de buscas de salvamento e socorro das populações, de assistência humanitária e início do reassentamento para as zonas seguras, a partir da próxima semana, ainda não precisamos de fazer apelo internacional", disse. "A situação de ajuda internacional só se faz quando a dimensão das cheias ultrapassa os recursos disponíveis", para auxiliar a população afectada, acrescentou.
De acordo com Chomera, o plano de emergência apresentado pelo executivo aos parceiros de cooperação indicava que, num cenário crítico de cheias e ciclones,seriam afectadas 125 mil pessoas . "Agora, estamos a falar de 41 mil pessoas afectadas", por isso, "até ao momento temos capacidade interna", assegurou em declarações à Lusa.
O Governo moçambicano estimou em 20,4 milhões de euros o valor necessário para um plano de emergência para acudir os afectados pelas cheias e ciclones que poderão ocorrer entre os meses de Janeiro e Março deste ano. Desde montante, o executivo de Maputo comparticipou com 10 por cento, destacou o ministro da Administração Estatal.
No último fim-de-semana, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa aumentou as suas descargas de 5.100 para 6.000 metros cúbicos por segundo. Entretanto, o Zimbabué, Malaui e a Zâmbia continuam a ser fustigados por chuvas torrenciais, cujas águas são encaminhadas para principais rios do centro de Moçambique.
A informação meteorológica para os próximos quatro dias prevê a continuação de períodos de céu predominantemente muito nublado nas províncias do norte do país com ocorrência de chuvas fracas a moderadas. "Na zona sul prevê-se chuvas moderadas (cerca da 50mm/24h) em Maputo e Gaza, hoje, e Inhambane no dia 09 (cerca de 30mm/24h), situação similar ocorrerá no Malaui, Zâmbia, África do Sul e Suazilândia", lê-se num comunicado do INGC.
A ARA-Zambeze estima que as actuais cheias podem ser mais graves do que as registadas em 2000, que atingiram o sul de Moçambique, causando 640 mortos, num total de dois milhões de pessoas afectadas, 500 mil das quais desalojadas. As cheias do início de 2008 já levaram o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Moçambique a declarar o nível máximo de alerta no centro do país, estando no terreno a UNICEF, a Cruz Vermelha, equipas de salvamento do exército moçambicano, com 140 homens, e diversas outras organizações não-governamentais.

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Moçambique/Cheias: Activados 13 centros de desalojados para receberem 7.500 famílias

As autoridades moçambicanas activaram 13 centros de acomodação em quatro províncias, onde estão temporariamente alojadas cerca de 7.500 famílias, das 41 mil pessoas afectadas pelas cheias que assolam o país. A maioria dos centros está localizada em Nova Mambone, em Inhambane (sul), acolhendo um total de 3.445 famílias deslocadas em consequência da subida das águas das bacias hidrográficas da zona centro.
Por províncias, Sofala é a que dispõe de mais centros: Buzi (538 famílias), Caia (270), Machanga (211), Dondo (209), Marromeu (74) e Chemba (11). Já a província de Tete (centro) tem o centro de Mutara, com 1.861 famílias. Segundo dados oficiais, as cheias no centro de Moçambique provocaram três mortos e 41 mil deslocados e destruíram 17.800 hectares de culturas. Moçambique está a ser fustigado por fortes chuvas desde Dezembro.
As autoridades moçambicanas, que mantêm o alerta vermelho emitido há duas semanas, admitem para breve a retirada "compulsiva das pessoas que ainda se encontram nas zonas de risco (...) para lotes de terrenos em zonas consideradas seguras, visando realojar definitivamente os afectados". Dados actualizados referem que, de um modo geral, as bacias da zona sul de Moçambique estão estacionárias, mas as bacias do Zambeze poderão registar subidas devido às intensas chuvas que assolam alguns países vizinhos, nomeadamente o Zimbabué, Malaui e Zâmbia.
"A situação é terrível, porque estamos a menos de 70 centímetros de chegar ao pico atingido em Fevereiro do ano passado, sobretudo no baixo Zambeze", disse à Lusa Bonifácio António, porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC). A HCB está a fazer descargas acima de 6.600 metros cúbicos por segundo desde as 18 horas de segunda-feira.
Com o agravamento das chuvas, os hospitais e serviços administrativos de várias localidades encerraram, já que muitos técnicos de saúde foram deslocados para os centros de desalojados. "Os hospitais não estão a funcionar na vila, porque a maior parte dos funcionários da saúde estão em Beateia. A administração só voltou a funcionar na segunda-feira", apontou Paulo Passe, estudante da Universidade Pedagógica na cidade da Beira, referindo-se à situação em Machanga.
De acordo com o porta-voz do INGC, está a ser fornecido às populações afectadas um cabaz correspondente aos padrões definidos pelas Nações Unidas. O estudante Paulo Passe apontou, no entanto, que as 211 famílias realojadas no centro de Machanga, província de Sofala, só têm acesso a dois quilogramas de farinha de milho e 1,5 quilogramas de feijão para duas refeições diárias, independentemente do número de elementos do agregado familiar. O estudante descreveu a situação das famílias realojadas como "crítica" e apontou que muitas delas ameaçam abandonar os centros.
As pessoas estão lá porque os soldados do exército os proíbem de sair", disse à Lusa Paulo Passe, em contacto telefónico feito a partir de Maputo. No centro de realojamento de Machanga, as autoridades governamentais distribuíram tendas, mas a maior parte "não está em boas condições", e os desalojados receberam catanas "para cortar capim e estacas para fazer tendas provisórias", que podem durar até um mês, caso não haja ventos fortes, acrescentou.

© 2008 LUSA
 

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Moçambique: Aumento de caudal do rio Zambeze ameaça Tete (centro)

A subida das águas do rio Zambeze está a ameaçar parte da cidade de Tete, no centro de Moçambique, mas a situação "está por enquanto controlada", disse hoje fonte do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC). A zona em risco é a baixa da cidade, junto ao leito do rio, cujo caudal tem aumentado nos últimos dias em consequência das sucessivas descargas efectuadas pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), adiantou Ana Cristina, porta-voz do INGC.
O excessivo enchimento da albufeira da barragem de Cahora Bassa, provocado por chuvas intensas que caíram nos países vizinhos (Maláui, Zimbabué e Zâmbia) tem levado à abertura progressiva das comportas do empreendimento, que debita já 6.600 metros cúbicos de água por segundo.
Há um ano, quando se registaram as últimas cheias no vale do Zambeze, a barragem chegou a lançar 8.400 metros cúbicos de água por segundo, valor muito próximo da capacidade máxima de descarga de 10.000 metros cúbicos por segundo. "Quando há descargas na HCB, algumas áreas da cidade (de Tete) costumam ficar inundadas", disse a porta-voz do INGC sublinhando que a maior parte das estações no baixo do Zambeze "estão a subir".
Segundo Ana Cristina, no rio Buzi, em Sofala, os níveis hidrométricos atingiram "picos altos", enquanto, no rio Save, a água "está a 30 centímetros de atingir o nível de alerta", que é de cinco metros.
As zonas centro e sul de Moçambique estão a ser fustigadas por fortes chuvas desde Dezembro último e, segundo dados hoje actualizados, as cheias já provocaram três mortos, 46 mil deslocados, alguns dos quais nos países vizinhos, e destruíram aproximadamente 30 mil hectares de culturas diversas. As autoridades moçambicanas activaram 13 centros de acomodação em quatro províncias, onde estão temporariamente alojadas mais de nove mil famílias, de acordo com a porta-voz do INGC.
Ana Cristina assinalou que meia centena de pessoas resgatadas de zonas de risco na bacia do Púnguè, em Sofala, centro de Moçambique, retornaram às zonas de origem, alegando pretender aproveitar a época agrícola para relançar as culturas. "Estas pessoas serão retiradas compulsivamente" pelo INGC, assegurou à Lusa Ana Cristina.
O jornal Notícias de Maputo indicou, entretanto, que, no total, são "171 pessoas resgatadas de zonas de risco na bacia do Púnguè, concretamente na zona de Chipinde-1, no distrito do Dondo, em Sofala, que retornaram, na passada quarta-feira, às suas zonas de origem, alegando falta de condições logísticas nos centros de realojamento". "Estas pessoas foram identificadas no processo de monitoria que vem sendo feito pelas autoridades nos principais cursos de água que se encontram com níveis altos na zona centro do país", escreve a publicação.
As inundações que estão a afectar Moçambique resultam das cheias que também assolam a Zâmbia e Zimbabué e as descargas da barragem de Cahora Bassa. Dados preliminares do INGC indicam que 1.331 habitações convencionais e precárias foram destruídas em consequência das cheias e que seis importantes auto-estradas nas províncias do centro de país estão intransitáveis. "O batelão que permite a travessia Sena-Mutarara não está a funcionar", indicou igualmente a porta-voz do INGC.
As autoridades moçambicanas mantêm o alerta vermelho emitido há duas semanas e admitem que, nos próximos dias, a situação se complique sobretudo no vale do Zambeze.

Fonte: Agência Lusa
 

Gerofil

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Moçambique: Cheias causam 50 mortos e milhares de deslocados

As cheias dos últimos 10 dias em Moçambique já provocaram milhares de deslocados e, pelo menos, 50 mortos. Quem o diz é o departamento da Organização das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA). De acordo com esta organização internacional, 30 mil moçambicanos já foram evacuados dos locais inundados e pelo menos setenta e duas mil ficaram sem as suas casas, que foram destruídas pelas cheias, ou tiveram de pedir ajuda.
«Há ainda muitas pessoas em perigo, que têm de ser deslocadas para locais mais altos», afirmou Odile Bulten, funcionário do Departamento das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. As zonas que rodeiam o rio Zambeze foram as mais afectadas pelas inundações que foram provocadas por chuvas torrenciais que não estavam previstas e que começaram no final de Novembro e rapidamente aumentaram o caudal dos rios Zambeze, Pongue, Buzi e Save. Para piorar a situação, são feitas descargas com regularidade na barragem de Cahora Bassa.
Milhares de moçambicanos enfrentam ainda outro problema dramático que é a fome que, se já assolava o país, com estas cheias se viu muito agravada.
 

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Moçambique/Cheias: Aumento caudal Zambeze força encerramento de centro em Tete

A subida das águas do rio Zambeze forçou ao encerramento do centro de realojamento de Mutarara, na província de Tete, cidade do centro de Moçambique atingida pelas cheias. O porta-voz do Centro Nacional de Operações de Emergência (CENOE), Belarmino Chivambo, disse hoje à Agência Lusa que o nível das águas no vale do Zambeze "está a subir" e já obrigou à retirada de centenas de moçambicanos instalados no referido centro.
A subida das águas na albufeira da barragem de Cahora Bassa, provocada por chuvas intensas em países vizinhos (Malaui, Zimbabué e Zâmbia) levou à abertura progressiva das comportas do empreendimento, que debita já 8.000 metros cúbicos de água por segundo. Como corolário, a baixa da cidade de Tete, no centro de Moçambique, junto ao leito do rio, também está ser afectada.
Em 2007, quando se registaram as últimas cheias no vale do Zambeze, a barragem de Cahora Bassa chegou a lançar 8.400 metros cúbicos de água por segundo, valor muito próximo da capacidade máxima de descarga de 10.000 metros cúbicos por segundo.
Chivambo indicou que durante o fim-de-semana os níveis hidrométricos das bacias do centro do país, incluindo a do Zambeze, registaram "subidas substanciais" e "desde a manhã de domingo, as vilas de Machanga (em Sofala, centro), e Govuro (em Inhambane, sul) estão inacessíveis". Há regiões onde as vias de acesso são difíceis obrigando ao recurso a embarcações e meios aéreos para o abastecimento de víveres, esclareceu.
As autoridades moçambicanas activaram 13 centros de acomodação em quatro províncias, onde estão temporariamente alojadas cerca de 11.500 famílias, número que tende a subir devido ao resgate compulsivo de pessoas das zonas mais afectadas levado a cabo por efectivos do exército. "Em Nova Mambone (Inhambane), 209 pessoas foram resgatadas devido ao pico que começou no sábado", referiu o porta-voz do CENOE.
As zonas centro e sul de Moçambique estão a ser fustigadas por fortes chuvas desde Dezembro último e, segundo dados hoje actualizados, as cheias já provocaram "três mortos, 57 mil deslocados, alguns dos quais refugiados em países vizinhos, e destruíram aproximadamente 30 mil hectares de culturas diversas", disse Chivambo. No entanto, algumas pessoas resgatadas de zonas de risco teimam em retornar às zonas de origem, alegando pretender aproveitar a época agrícola para relançar as culturas.
As autoridades moçambicanas mantêm o alerta vermelho emitido há três semanas e admitem que, nos próximos dias, a situação se complique sobretudo no vale do Zambeze. Nos próximos dias, "o cenário que podemos viver poderá ser igual ao de 2001/2002 em termos de escoamento de água", embora se constate "com satisfação que eventualmente o número dos afectados seja menor em resultado da rápida mobilização das pessoas", disse Chivambo.

© 2008 LUSA