Como eram e quem eram os Portugueses nativos?

belem

Cumulonimbus
Registo
10 Out 2007
Mensagens
4,466
Local
Sintra/Carcavelos/Óbidos
Do ponto de vista documental considera-se que os judeus que na Idade Média viviam nos Reinos de Portugal e de Castela tinham vindo para a Península Ibérica no tempo do Império Romano e eram provenientes da Palestina. Isto é o que dizem os documentos e o que diz a tradição.

Já do ponto de vista genético, não sei se há estudos a corroborar esta origem para os judeus sefarditas.

Caso tenham vindo da Palestina, pelos vistos, devem ter mantido algum distanciamento das populações ibéricas locais.
 


frederico

Furacão
Registo
9 Jan 2009
Mensagens
10,319
Local
Porto
Pensa-se que os andaluzes são «mouros». Nada mais falso. Os mouros foram expulsos no século XVI. Mais de 500 mil pessoas foram expulsas. Fora os que durante séculos, com a Reconquista, foram regressando ao Norte de África, ou partiram para o Império Otomano.

Na realidade segundo este estudo há mais genes mouros na Galiza e em Portugal que na Andaluzia! Os andaluzes são sim próximos dos leoneses ou asturianos!

https://www.elespanol.com/ciencia/i...go-arabe-andaluz-genes-vives/292471410_0.html

Pero si bien estos lugares custodian el mayor legado patrimonial de Al-Andalus, el linaje genético de los norteafricanos que invadieron la Península en el siglo octavo pervive hoy en día en un territorio en el que, paradójicamente, su penetración fue mucho más escasa: Galicia.

Esta conclusión es el resultado de un estudio genético sobre la población española elaborado por investigadores de las universidades de Oxford y de Santiago de Compostela que publica bioRxiv. Para ello, analizaron los datos genómicos de 1.413 españoles procedentes de hospitales y del Banco Nacional de ADN de la Universidad Carlos III.

Qual a origem destes genes mouros na Galiza e no Norte de Portugal? Muito provavelmente são derivado de escravos mouros, comuns na Idade Média, que acabaram por se integrar na população.
 
  • Gosto
Reactions: "Charneca" Mundial

belem

Cumulonimbus
Registo
10 Out 2007
Mensagens
4,466
Local
Sintra/Carcavelos/Óbidos
Pensa-se que os andaluzes são «mouros». Nada mais falso. Os mouros foram expulsos no século XVI. Mais de 500 mil pessoas foram expulsas. Fora os que durante séculos, com a Reconquista, foram regressando ao Norte de África, ou partiram para o Império Otomano.

Na realidade segundo este estudo há mais genes mouros na Galiza e em Portugal que na Andaluzia! Os andaluzes são sim próximos dos leoneses ou asturianos!

https://www.elespanol.com/ciencia/i...go-arabe-andaluz-genes-vives/292471410_0.html

Pero si bien estos lugares custodian el mayor legado patrimonial de Al-Andalus, el linaje genético de los norteafricanos que invadieron la Península en el siglo octavo pervive hoy en día en un territorio en el que, paradójicamente, su penetración fue mucho más escasa: Galicia.

Esta conclusión es el resultado de un estudio genético sobre la población española elaborado por investigadores de las universidades de Oxford y de Santiago de Compostela que publica bioRxiv. Para ello, analizaron los datos genómicos de 1.413 españoles procedentes de hospitales y del Banco Nacional de ADN de la Universidad Carlos III.

Qual a origem destes genes mouros na Galiza e no Norte de Portugal? Muito provavelmente são derivado de escravos mouros, comuns na Idade Média, que acabaram por se integrar na população.

Ó Frederico, já andámos a falar no tema dos Mouros, várias vezes, neste tópico.

Porque não lês com atenção o que foi escrito?

No estudo que coloquei em cima, por exemplo, desmente completamente a influência relevante de Mouros (os que vieram do Norte de África) e de Judeus (os que vieram da Palestina).

E sim, existe contribuição norte africana, na Andaluzia (e até em toda a Europa) e a que existe na Andaluzia é mais recente do que a que existe na Galiza, nas Astúrias e no Norte de Portugal.

A seguir vais falar da influência do Gengis Khan, não? ahahaha
 
Última edição:
  • Gosto
Reactions: "Charneca" Mundial

frederico

Furacão
Registo
9 Jan 2009
Mensagens
10,319
Local
Porto
Ó Frederico, já andámos a falar no tema dos Mouros, várias vezes, neste tópico.

Porque não lês com atenção o que foi escrito?

No estudo que coloquei em cima, por exemplo, desmente completamente a influência de Mouros (os que vieram do Norte de África e de Judeus (os que vieram da Palestina).

E sim, existe contribuição norte africana, na Andaluzia sim (e até em toda a Europa) e a que existe na Andalluzia é mais recente do que a que existe na Galiza, nas Astúrias e no Norte de Portugal.

A seguir vais falar dos Hunos, não? ahahaha

Não li todo o tópico.
 
  • Gosto
Reactions: "Charneca" Mundial

frederico

Furacão
Registo
9 Jan 2009
Mensagens
10,319
Local
Porto
É interessante analisar estes mapas.

Actualidad_292482692_70167533_1706x960.jpg

https://www.elespanol.com/ciencia/i...go-arabe-andaluz-genes-vives/292471410_0.html

Seria interessante estudar a origem genética das pessoas da região de Nisa e da Beira Baixa. Essa zona teve muitas povoações repovoadas com colonos franceses no século XII. Segundo estes mapas a região da Península com mais contribuição genética francesa coincide aproximadamente com os limites do antigo reino de Aragão.

Notável a influência da península Itálica no Sul. De facto a romanização foi de longe mais forte no Sul que no Norte.

Curiosa a influência da Irlanda no Norte. Curiosa também a influência marroquina no Sul da Galiza.
 
  • Gosto
Reactions: "Charneca" Mundial

belem

Cumulonimbus
Registo
10 Out 2007
Mensagens
4,466
Local
Sintra/Carcavelos/Óbidos
Eu já coloquei aqui estudos mais atualizados e adequados para responder a essa questão que esse, mas vamos então atrás no tempo e lanço a questão: o que esses mapas nos dizem? Falam-nos de alguns elementos genéticos em comum, não da direção dos movimentos migratórios (a influência da P. Ibérica até é substancialmente maior no Norte de África, do que vice-versa).
Qual relevância de uma pessoa do Minho, a outra das Astúrias e uma outra de Marrocos terem U6a1? O nodo ancestral do U6a1 está em Portugal!
E podíamos falar de mais exemplos.
Tudo terá acontecido muito antes dos Mouros.

Esta é uma versão melhorada, mas mais uma vez, não serve para responder a todas as questões:
forwhattheywereweare.blogspot.com/2018/03/iberian-genetic-clusters.html

É uma pena não indicarem de onde vieram as amostras portuguesas e terem colocado tudo com a mesma côr (e quase certamente mais uma vez não devem ter estudado as nossas aldeias mais escondidas e antigas), mas ainda assim, os resultados indicam uma grande antiguidade.

Mais adequado para responder a essa questão é o estudo que coloquei na página anterior.
 
Última edição:

dmiangoys

Cirrus
Registo
25 Out 2020
Mensagens
2
Local
oceania
e bom voltar ao passado e ler o que se escreveu acerca das origens dos portugueses , pra falar com tempo de atrazo passo por dizer que sempre houve migracoes desde os primeiros povos na peninsula , mesmo aqueles nativos de raizes mais assentes tambem foram eles em certa altura tribos que migraram pra peninsula e se integraram na familia iberica os unicos que nao foram la bem sucedidos foram os romanos e os mocarebes da ultima invasao
 

frederico

Furacão
Registo
9 Jan 2009
Mensagens
10,319
Local
Porto
Este documentário parece-me interessante e refere os movimentos populacionais no Noroeste durante a Reconquista. Vastas áreas despovoadas foram depois repovoadas com asturianos, galegos ou bascos. Houve também intensa migração de cristãos do Sul mouro para o Norte da Península.

 
  • Gosto
Reactions: "Charneca" Mundial

belem

Cumulonimbus
Registo
10 Out 2007
Mensagens
4,466
Local
Sintra/Carcavelos/Óbidos
e bom voltar ao passado e ler o que se escreveu acerca das origens dos portugueses , pra falar com tempo de atrazo passo por dizer que sempre houve migracoes desde os primeiros povos na peninsula , mesmo aqueles nativos de raizes mais assentes tambem foram eles em certa altura tribos que migraram pra peninsula e se integraram na familia iberica os unicos que nao foram la bem sucedidos foram os romanos e os mocarebes da ultima invasao

Sim, mesmo o Paleolítico e o Mesolítico foram também palco de grandes migrações.
Convém também não esquecer que os restos mais antigos que se conhecem de Homo sapiens, foram encontrados em Marrocos.
Nunca entendi muito bem, a aversão de algumas pessoas em aceitar os eventos antigos, que certamente foram muito mais decisivos do que os mais recentes.
Parece que está mais na moda falar da influência de povos estrangeiros, que pouca ou nenhuma contribuição deram e que vieram cá e depois foram embora, porque se calhar aos olhos de alguns é mais «fixe».
Faz-me lembrar as tendências dos livros de história da minha adolescência, onde pouca relevância era dada aos povos locais e à sua cultura. A teoria da extrema salganhada e da falta de identidade cultural, parece-me que era (se calhar ainda é) a mais forte.
Não há muita gente que perceba muito sobre os povos ibéricos nativos e a origem dos povos ibéricos é das que atrai mais especulação. Mesmo neste tópico foi possível testemunhar tais tendências, nas intervenções de várias pessoas.

Relativamente aos Mouros e Romanos, concordo com o que diz e aparentemente, alguns autores, designam como povo ibérico antigo, o povo pré-romano que existia na P. Ibérica.

«Abstract

The Iberians developed a surprisingly sophisticated culture in the Mediterranean coast of the Iberian Peninsula from the 6th century BC until their conquest by the Romans in the 2nd century BC. They spoke and wrote a non-Indo-European language that still cannot be understood; their origins and relationships with other non-Indo-European peoples, like the Etruscans, are unclear, since their funerary practices were based on the cremation of bodies, and therefore anthropology has been unable to approach the study of this people. We have retrieved mitochondrial DNA (mtDNA) from a few of the scarce skeletal remains that have been preserved, some of them belonging to ritualistically executed individuals. The most stringent authentication criteria proposed for ancient DNA, such as independent replication, amino-acid analysis, quantitation of template molecules, multiple extractions and cloning of PCR products, have been followed to obtain reliable sequences from the mtDNA hypervariable region 1 (HVR1), as well as some haplogroup diagnostic SNPs. Phylogeographic analyses show that the haplogroup composition of the ancient Iberians was very similar to that found in modern Iberian Peninsula populations, suggesting a long-term genetic continuity since pre-Roman times. Nonetheless, there is less genetic diversity in the ancient Iberians than is found among modern populations, a fact that could reflect the small population size at the origin of the population sampled, and the heterogenic tribal structure of the Iberian society. Moreover, the Iberians were not especially closely related to the Etruscans, which points to considerable genetic heterogeneity in Pre-Roman Western Europe.»

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16138912
 
Última edição:

belem

Cumulonimbus
Registo
10 Out 2007
Mensagens
4,466
Local
Sintra/Carcavelos/Óbidos
Descobertas em Portugal as múmias mais antigas do mundo
4 de abril de 2022 Por Luciana Calogeras


Múmias são sempre achados de interesse internacional, pois oferecem vislumbres significativos sobre o passado. No entanto, o que não se esperava descobrir seriam múmias no território português do Vale do Sado, e pasmem: tratam-se das múmias mais antigas do mundo!

Vários métodos bem elaborados de mumificação foram utilizados no Egito antigo há mais de 4.500 anos e encontramos evidências de mumificação de 1.000 a.C. na Grã-Bretanha, além de cadáveres mumificados de 5.050 a.C. no Deserto do Atacama, no Chile que eram os mais antigos do mundo. Porém essa mais recente descoberta em Portugal é um exemplar mumificado que foi sepultado há cerca de 8.000 anos, tornando-se as múmias mais antigas já encontradas.


Essa descoberta é parte de outros achados na região e também mostram traços de mumificação datadas do período do Mesolítico, ou seja, meados da Idade da Pedra.

Os arqueólogos usaram um método chamado arqueotanatologia para analisar os 13 restos mortais encontrados e compararam os esqueletos com experimentos de decomposição conduzidos pelo Forensic Anthropology Research Facility da Texas State University.

Os ossos de um esqueleto estavam “hiperflexionados”, ou seja, movidos para trás de sua posição natural, o que sugere que eles foram amarrados no lugar com ligações que se deterioraram desde então. Por outro lado, os ossos desse mesmo esqueleto ainda estavam firmemente no lugar, ou seja, não haviam desarticulado, o que sugere que o corpo foi enterrado como uma múmia e não como um cadáver fresco, já que os ossos permaneciam no lugar.

O solo ao redor do túmulo parecia praticamente intacto o que sugere que, se o corpo tivesse sido enterrado sem mumificação, seu tecido mole teria se decomposto, criando vazios que seriam preenchidos por sedimentos. Por isso, sugere-se que o corpo, já era uma múmia quando foi enterrado.

Os pesquisadores supõem que no passado a mumificação era feita após a drenagem dos fluidos e o uso do fogo para secar os cadáveres. Assim, os corpos poderiam se tornar mais fáceis para transportar, a fim de enterrá-los de propósito em um local significativo, mantendo sua integridade anatômica.

Os locais de sepultamento também revelam muito sobre a cultura e crenças dos povos antigos, o que permite-nos ampliar a visão sobre o passado.

Esse estudo foi publicado no European Journal of Archaeology.

Leia mais em: https://misteriosdomundo.org/descobertas-em-portugal-as-mumias-mais-antigas-do-mundo/

Interessante existir mumificação no contexto do Mesolítico português. (certamente é a ,mais antiga que se conhece).
O achado é proveniente da bacia do Sado, onde também desconhecia existirem povoamentos durante esta fase, mas também poderá ter havido alguma continuidade com Muge.
 
Última edição:

belem

Cumulonimbus
Registo
10 Out 2007
Mensagens
4,466
Local
Sintra/Carcavelos/Óbidos
Em relação aos fenótipos dos Portugueses, e como o assunto foi abordado pouco atrás, para quem está interessado eu sugeria ver as páginas 10,11, 12, 14, 15, 18 e 19, deste tópico., por exemplo.

É pena que vários fotos tenham deixado de ser visíveis, mas irei depois tentar emendar isso.
De todas as formas, os textos descritivos e as fontes, também são muito importantes.

Qualquer dúvida que alguém tenha, esteja à vontade para a expor, e eu tentarei esclarecer.
 
Última edição:

belem

Cumulonimbus
Registo
10 Out 2007
Mensagens
4,466
Local
Sintra/Carcavelos/Óbidos

Abstract

Evidence for the first Neolithic population in central Portugal dates to as early as c. 7600 cal BP. These first farmers were exogenous groups arriving to the Atlantic coast from the Mediterranean Sea. For a few centuries there seems to have occurred an overlap in the region between the Mesolithic Muge hunter-gatherers and the regional early Neolithic populations. While the trajectory of these first farmers seems to be well established, the fate of the Mesolithic populations is unknown and in generally assumed as resulting in extinction
The recent results from research in the Muge Mesolithic shellmounds (Tagus valley) with the new recovery of various loci with Neolithic occupations including human burials, human DNA, and Strontium analyses seem to indicate evidence of cultural and genetic integration between the Mesolithic and Neolithic populations.
This paper will focus on the Mesolithic-Neolithic transition in Portuguese Estremadura and examines the hypothesis that human resilience promoted the cultural and biological integration of the Mesolithic groups into the new exogenous Neolithic communities in central Portugal.


 

Albifriorento

Nimbostratus
Registo
4 Dez 2010
Mensagens
1,535
Local
Castelo Branco

Abstract

Evidence for the first Neolithic population in central Portugal dates to as early as c. 7600 cal BP. These first farmers were exogenous groups arriving to the Atlantic coast from the Mediterranean Sea. For a few centuries there seems to have occurred an overlap in the region between the Mesolithic Muge hunter-gatherers and the regional early Neolithic populations. While the trajectory of these first farmers seems to be well established, the fate of the Mesolithic populations is unknown and in generally assumed as resulting in extinction
The recent results from research in the Muge Mesolithic shellmounds (Tagus valley) with the new recovery of various loci with Neolithic occupations including human burials, human DNA, and Strontium analyses seem to indicate evidence of cultural and genetic integration between the Mesolithic and Neolithic populations.
This paper will focus on the Mesolithic-Neolithic transition in Portuguese Estremadura and examines the hypothesis that human resilience promoted the cultural and biological integration of the Mesolithic groups into the new exogenous Neolithic communities in central Portugal.


Isso são os primeiros agricultores, já havia populações antes desse período, e até houve miceginação com os povos Neanderthais que habitavam a península muito antes dos Homo Sapiens. Estima-se que os Neanderthais se tenham extinguido à 40 000/30 000 anos por isso é fazer as contas.

Em Portugal já foi encontrado um esqueleto do que se supõe ser um esqueleto híbrido de Neandertal/Sapiens.