Teremos que recorrer à importação em alguns períodos em que não haja disponibilidade hídrica, não há alternativas a isso no curto prazo. Mas as duas centrais a carvão que ainda temos só representaram 4% da energia produzida em 2020 e são muito poluentes.
Sines está previsto encerrar nos próximos dias. Aliás neste últimos dois meses já começaram a queimar as reservas de carvão. Quando acabar, a central termina a produção. https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/energia/detalhe/central-de-sines-com-luz-verde-para-fechar
O problema é a interligação com França, que não é suficiente. E no caso do dia 5, em que a energia eólica apenas representou 3% do consumo, foi mesmo a hídrica e a térmica convencional que mantiveram o sistema de pé. Felizmente no fim-de-semana a eólica ajudou na recuperação da hídrica através da bombagem. No entanto, amanhã e depois, ainda com o frio a apertar, os valores da eólica serão baixos, e ter-se-á de voltar à hídrica e à térmica convencional para a produção de energia.
Penso que andava a ser feita uma ligação HVDC Espanha-França e outra Espanha-Marrocos. Não sei em que ponto é que isso está. Mas lá está, torna-se irrelevante apregoar que somos 100% renovável quando importamos de Espanha.
Com França, há o projecto de aumentar a capacidade de interligações de 2,6% para 15% até 2030. Mas também não sei em que ponto isso está. Relativamente às 111 horas sem a contribuição de qualquer produção térmica clássica, o feito teria outro sabor se nesse período não tivesse havido importação de energia. E ainda foi o equivalente a 17% do consumo. De qualquer forma há que dizer que nesse período, em Espanha, a produção de energia a partir de produção térmica clássica foi residual.
Estive agora a verificar e Sines já não produz eletricidade desde o dia 23/12/2020. Tendo em conta a conjuntura atual, se não está a produzir é porque o carvão já acabou.
A interligação a França pelos Pirenéus apenas tem capacidade de 3000mwh. A ligação a Marrocos está a servir para Marrocos produzir electricidade através da queima de hidrocarbonetos, uma vez que a legislação é bastante mais leve por lá. Nuestros hermanos mantém a produção nuclear e é o que vai valendo. Além da grande produção eólica instalada na Galiza.. O que faz com que entre energia via Lindoso e a produção no Douro passe para Espanha em Lagoaca.
Se falhar a luz, o Algarve é logo o primeiro a ficar às escuras, ainda bem, que os hotéis estão fechados, se este frio fosse com a economia a funcionar normalmente lá iria andar á luz das velas, porque a Central de Sines sempre foi o grande fornecedor de energia ao Algarve, desligaram antes de criarem alternativas que suportem o seu fecho.
Bem no PNEC estava previsto para o final de 2021, a meio do ano passado a EDP antecipou (pediu autorização) para janeiro de 2021. Mas pelos vistos acabou por ser ainda em 2020. Realmente o preço do CO2 está a aniquilar a competitividade do carvão.
Consumo de eletricidade por causa do frio bate recorde diário com 11 anos https://www.sulinformacao.pt/2021/0...ausa-do-frio-bate-recorde-diario-com-11-anos/ Quando se bate recordes, normalmente tem consequências associadas EDP reconhece falhas de energia «superiores ao habitual» em Lisboa. Saiba o que fazer quando fica sem luz https://executivedigest.sapo.pt/edp...-lisboa-sabe-o-que-fazer-quando-fica-sem-luz/
Sou do Brasil, vim morar aqui em Portugal por um tempo e notei que o consumo de energia neste país é bastante alto. Porém, minha terra não fica para trás, consumimos cerca de 518.000.000.000 kWh, somos sétimos no mundo. Os governos devem concentrar suas políticas na redução desses números, o mundo apreciaria.
A questão aqui não deveria ser o consumo de energia, deveria ser a produção de energia. Se o consumo for elevado mas uma grande parte da energia vier de fontes mais amigáveis para o ambiente, é melhor do que se o consumo for elevado mas toda a energia vier de centrais termoelétricas ou do petróleo. Se toda a energia provier de fontes renováveis, então aí é a mesma coisa ter pouco ou muito consumo de energia, já que as fontes de energia renovam-se e estão "sempre" disponíveis. O problema, claro está, é que em certos países é muito complicado ter este tipo de energias já que há muita população e normalmente as alturas em que se consome mais eletricidade (inverno, sobretudo) são as alturas em que as fontes de energia renováveis, como o sol ou o vento, têm normalmente têm menos eficiência...