Crise sismo-vulcânica São Jorge (Açores) 2022


Caso ocorresse, não teria certamente dimensão para isso, o vulcanismo da ilha é essencialmente monogenético e de IEV baixo.
Afetaria talvez, o aeroporto local, e consoante os ventos, os aeroportos do GC, mas de forma pontual.


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Caso ocorresse, não teria certamente dimensão para isso, o vulcanismo da ilha é essencialmente monogenético e de IEV baixo.
Afetaria talvez, o aeroporto local, e consoante os ventos, os aeroportos do GC, mas de forma pontual.


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Pois.. lembrei-me daquilo que aconteceu na Islândia (se não estou em erro), daí a minha pergunta..
 
Pode dar jeito para interpretar a quem não sabe, sobretudo o último


B8eZhlz.png
 
Ponto de Situação e comunicado sismológico do CIVISA.

Ao longo do dia de ontem, 26 de março, a análise preliminar dos registos sísmicos permitiu contabilizar cerca de 985 eventos. Entre as 00:00 e as 22:00 de hoje foram contabilizados aproximadamente 839 eventos, estando a atividade sísmica estacionária relativamente aos últimos dias. Todos os sismos registados até ao momento são de baixa magnitude e evidenciam uma origem de natureza tectónica.

Sismos sentidos na ilha de São Jorge (Ponto de situação, 27-03-2022, 22:00)

O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que atividade sísmica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima do normal.

O sismo mais energético ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1) e teve magnitude 3,3 (Richter).
Até ao momento foram identificados cerca de 202 sismos sentidos pela população. Desde as 10:00 às 22:00 do dia 27 de março, foram sentidos 4 sismos:
Dia
Hora (local)
Mag.
Localização
Int. (EMM)
Freguesia
27/mar​
11:34​
2,4​
1 km NNE Velas
IV​
Velas e Santo Amaro (Velas, S. Jorge)
III/IV​
Rosais e Norte Grande (Velas, S. Jorge)
27/mar​
11:35​
2,2​
1 km N Santo Amaro
III​
Santo Amaro (Velas, S. Jorge)
27/mar​
13:53​
2,3​
3 km NW Urzelina
III/IV​
Urzelina (Velas, S. Jorge)
27/mar​
19:02​
2,0​
3 km NNW Urzelina
III/IV​
Velas (Velas, S. Jorge)


O CIVISA continua a acompanhar o evoluir da situação.
Fontes

CIVISA/IVAR
 
Bom dia.
Deixo aqui uma nova actualização do gráfico com a ocorrência dos sismos em S. Jorge e sua profundidade.
Nota-se uma clara diminuição da frequência dos sismos, relativamente aos primeiros dias. Também continuam a ocorrer em maioria entre os 10-15km de profundidade.
Veremos a evolução durante estes próximos dias. Faltam aqui os sismos de magnitude <2 para ter uma melhor ideia do que está a acontecer.

image001a.webp
 
Deixo aqui o novo ponto de situação do CIVISA e o comunicado sismológico das 10:00.


Ao longo do dia de ontem, 27 de março, a análise preliminar dos registos sísmicos permitiu contabilizar cerca de 909 eventos. Entre as 00:00 e as 10:00 de hoje foram contabilizados aproximadamente 473 eventos, estando a atividade sísmica estacionária relativamente aos últimos dias. Todos os sismos registados até ao momento são de baixa magnitude e evidenciam uma origem de natureza tectónica.




Sismos sentidos na ilha de São Jorge (Ponto de situação, 28-03-2022, 10:00)



O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que atividade sísmica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima do normal.
O sismo mais energético ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1) e teve magnitude 3,3 (Richter).
Até ao momento foram identificados cerca de 207 sismos sentidos pela população. Desde as 22:00 do dia 27 de março às 10:00 do dia 28 de março, foram sentidos 5 sismos:
Dia
Hora (local)
Mag.
Localização
Int. (EMM)
Freguesia
27/mar​
23:02​
1,9​
1 km ENE Velas
III​
Santo Amaro e Velas (Velas, S. Jorge)
27/mar​
23:25​
1,7​
1 km NW Santo Amaro
III​
Velas (Velas, S. Jorge)
28/mar​
07:38​
2,1​
3 km NNW Urzelina
III/IV​
Velas e Rosais (Velas, São Jorge)
28/mar​
08:56​
2,1​
2 km WNW Velas
III/IV​
Santo Amaro e Rosais (Velas, S. Jorge)
28/mar​
08:57​
2,6​
2 km WNW Velas
IV​
Velas e Santo Amaro (Velas, S. Jorge)
III​
Urzelina e Rosais (Velas, S. Jorge)


O CIVISA continua a acompanhar o evoluir da situação.


Fontes

IVAR/CIVISA
 
Pode dar jeito para interpretar a quem não sabe, sobretudo o último


B8eZhlz.png

Desde o inicio da crise, que o que mais se assemelha ao tipo de sismos vulcânicos na tua imagem é do tipo VT (Volcanic Tectonic)

Exemplo do sismo de hj M2.5 08:56..são muito semelhantes todos os sismos durante a semana toda.

Esta estação sísmica está limitada a 10Hz e sendo estes sismos de frequência mais elevada do que costumo ver nos Açores, não dá para ter uma ideia exacta do sismo..bom era ter no mínimo 40Hz, mas já é muito bom ter dados de uma estação tão perto de uma crise sísmica.

Bom dia.
Deixo aqui uma nova actualização do gráfico com a ocorrência dos sismos em S. Jorge e sua profundidade.
Nota-se uma clara diminuição da frequência dos sismos, relativamente aos primeiros dias. Também continuam a ocorrer em maioria entre os 10-15km de profundidade.
Veremos a evolução durante estes próximos dias. Faltam aqui os sismos de magnitude <2 para ter uma melhor ideia do que está a acontecer.

Ver anexo 1326

Segundo a comunicação social foram registados até ontem 14000 sismos, o IPMA até ao momento tem no mapa 627 sismos..temos apenas acesso a cerca de 5% da sismicidade. Mas desconfio que o CIVISA tenha conseguido calcular magnitude,epicentro,etc de todos os 14000, alguns são de tão pequena magnitude, que percebe-se ser um sismo, mas não se consegue extrair nada.

Exemplo de apesar conseguir-se visualizar um sinal sísmico (possivelmente 2), pelo menos nesta estação, são sinais de amplitude tão pequena que não se consegue extrair o sismo.
 
Eu não sou especialista desta área, apenas um curioso e sempre com vontade de aprender e a ser corrigido se for o caso.
Corrijam-me se disser alguma coisa demasiado errada.

Do que tenho lido e estudado, é um pouco assim que vejo mentalmente as coisas:

- vulcanismo dos Açores não é de elevada intensidade, o aporte de magma em profundidade é geralmente limitado, por exemplo na Islândia é muito superior.
O que significa que muitas vezes quando finalmente ocorre uma erupção ela não é de grande intensidade nem se sustem muito tempo

- a geologia dos Açores é extremamente fraturada, magma vai encontrando muitas ramificações por onde se entranhar.
Imaginem um arvore, a 10/15km de profundidade está o tronco, depois para cima o magma até à superfície vai tentando encontrar muitos caminhos, vai abrindo pelas zonas mais frágeis, muitas vezes a pressão ou o aporte não é suficiente, pára ali, e a pressão continua a forçar noutros lados, por vezes com retrocessos e novos avanços. Essa natureza fraturada provavelmente tal como não permite erupções de extrema violência, tipo panela de pressão, provavelmente também dificulta imenso a análise do que se passa em profundidade. A "assinatura" ou a pegada que os sismos deixam é mais caótica e desordenada para se tentar perceber o que se passa.

- A observação dos sismos presentemente dá-nos uma ideia do que se está a passar a bastante profundidade, sabemos que há intrusões de magma e que estão até a gerar uma deformação moderada, mas isso não significa por exemplo que uma erupção a ocorrer aconteça aonde estão concentradas mais localizações de sismos. Voltando à analogia da arvore, os sismos mostram o que se passa no tronco, mas depois uma erupção pode ocorrer bem por cima do tronco, ou num ramo lateral. Nos Açores, um ramo lateral maioria das vezes significa uma erupção submarina, as ilhas são apenas uma pequena parte à superfície de todo o edifício vulcânico

- Não obstante o facto de estarmos a lidar com vulcanismo relativamente moderado, isso não significa que não haja variados perigos de elevado risco e há que acautelar a proteção das vidas da população. Anteriores erupções em São Jorge, houve inclusive fluxo piroclástico devido a incursão de água em profundidade.
Depois, mesmo que acabe por não ocorrer uma erupção, ou até pode ser submarina, podem ocorrerer sismos já com algum grau de destruição dada a baixa profundidade, e nos Açores, muitas destas zonas são tão geologicamente frágeis quanto bonitas.
 
Esqueci-me de referir outro ponto:

- Julgo que alguém perguntou aqui se era de esperar que uma erupção ocorresse naqueles cones ou bocas de anteriores erupções que se vê nas imagens de satélite.
Eu penso que exatamente nos mesmos locais não é de esperar, afinal anteriores erupções foram abrindo novas saídas por alguma razão, foram encontrando saídas mais fáceis que manter a original, típico de vulcanismo fissural.

Mas acho que que se por acaso o magma fizer o mesmo caminho de 1808, será de esperar nas extremidades desse eixo fissural aonde pararam da última vez. Ou paralelamente a esse eixo, que foi o que aconteceu em 1580 vs. 1808.

Mas depois para complicar, temos 1964, pelos vistos houve uma erupção que já foi submarina, bem mais para oeste.

E podemos tentar imaginar, o que se terá passado em profundidade. Será que o magma já não conseguiu ascender pelas zonas de 1580 e 1808? Ou a maior profundidade teve outro rumo? Ou a zona de 1964 até teve outras crises antigamente que desconhecemos e não foram documentadas?
E desta vez será por onde?

Daí a dificuldade destas coisas todas, não temos propriamente meios de fazer uma espécie de ecografia às profundidades, os sismos quando muito são uma espécie de marcadores que vão indicando algumas coisas muitas vezes de difícil interpretação.

skwl31C.png
 
Esqueci-me de referir outro ponto:

- Julgo que alguém perguntou aqui se era de esperar que uma erupção ocorresse naqueles cones ou bocas de anteriores erupções que se vê nas imagens de satélite.
Eu penso que exatamente nos mesmos locais não é de esperar, afinal anteriores erupções foram abrindo novas saídas por alguma razão, foram encontrando saídas mais fáceis que manter a original, típico de vulcanismo fissural.

Mas acho que que se por acaso o magma fizer o mesmo caminho de 1808, será de esperar nas extremidades desse eixo fissural aonde pararam da última vez. Ou paralelamente a esse eixo, que foi o que aconteceu em 1580 vs. 1808.

Mas depois para complicar, temos 1964, pelos vistos houve uma erupção que já foi submarina, bem mais para oeste.

E podemos tentar imaginar, o que se terá passado em profundidade. Será que o magma já não conseguiu ascender pelas zonas de 1580 e 1808? Ou a maior profundidade teve outro rumo? Ou a zona de 1964 até teve outras crises antigamente que desconhecemos e não foram documentadas?
E desta vez será por onde?

Daí a dificuldade destas coisas todas, não temos propriamente meios de fazer uma espécie de ecografia às profundidades, os sismos quando muito são uma espécie de marcadores que vão indicando algumas coisas muitas vezes de difícil interpretação.

skwl31C.png
No futuro talvez já seja possível ver a evolução do magma como se fosse um raio-X em 3D. Até lá ainda andamos como num quarto escuro, a tentar perceber apenas pelo tacto. :)

Eu penso que existem erupções mais violentas nos Açores, mas em São Miguel.

Em relação a 1964, será mais complexo do que parece. Essa crise pode ter estado ainda associada ao vulcão dos Capelinhos. Depois dos Capelinhos houve uma crise e possível erupção ao largo do Cachorro, no Pico, em Dezembro de 1963. Em São Jorge já tinha havido crise em Agosto do mesmo ano, se não estou em erro, e depois recomeçou em Fevereiro de 1964.

Como será que estão interligadas todas estas zonas abaixo do solo? Será tudo independente, ou um vulcão numa ilha pode influenciar uma erupção noutra?

Em relação à crise actual, e tendo La Palma como exemplo, penso que um vulcão entrará em erupção sempre dentro da área dos epicentros, ou na sua margem. E também não muito longe da zona de deformação do solo. Talvez mais perto das bocas de 1808. Ou então, ao longo do tempo, vai ter tendência a migrar para Oeste, mais para perto da erupção de 1964, tal como aconteceu com a crise desse ano. Começou mais no meio da ilha e depois foi migrando para os Rosais.
 
Ver anexo 1329


O que será aquele sinal das 13H ?

Terá que ser identificado, mas tem pouca energia!

Comparado com o primeiro dia!

Vê:
4c9bef0ae659dd5dd58770349fa5b81a.jpg

São sei se terá havido algum terramoto algures no muito.

Poderia muito bem ser ressonância.


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