Crise sismo-vulcânica São Jorge (Açores) 2022

Ver anexo 1329


O que será aquele sinal das 13H ?

Vinha falar nisso.. tudo indica que é ruído humano (tractor, ou algo assim, frequencia >5Hz), em comparação tinha guardado no pc um registo semelhante de 2021.

Ou seja, é ruído para ignorar..se for alguma coisa, as entidades oficiais hão-de dizer.

 
Esqueci-me de referir outro ponto:

- Julgo que alguém perguntou aqui se era de esperar que uma erupção ocorresse naqueles cones ou bocas de anteriores erupções que se vê nas imagens de satélite.
Eu penso que exatamente nos mesmos locais não é de esperar, afinal anteriores erupções foram abrindo novas saídas por alguma razão, foram encontrando saídas mais fáceis que manter a original, típico de vulcanismo fissural.

Mas acho que que se por acaso o magma fizer o mesmo caminho de 1808, será de esperar nas extremidades desse eixo fissural aonde pararam da última vez. Ou paralelamente a esse eixo, que foi o que aconteceu em 1580 vs. 1808.

Mas depois para complicar, temos 1964, pelos vistos houve uma erupção que já foi submarina, bem mais para oeste.

E podemos tentar imaginar, o que se terá passado em profundidade. Será que o magma já não conseguiu ascender pelas zonas de 1580 e 1808? Ou a maior profundidade teve outro rumo? Ou a zona de 1964 até teve outras crises antigamente que desconhecemos e não foram documentadas?
E desta vez será por onde?

Daí a dificuldade destas coisas todas, não temos propriamente meios de fazer uma espécie de ecografia às profundidades, os sismos quando muito são uma espécie de marcadores que vão indicando algumas coisas muitas vezes de difícil interpretação.

skwl31C.png
Off -Topic!!

Curioso as datas das outras crises sismovulcânicas em São Jorge, serem de 1580 (Perda da Independência de Portugal) e 1808 (Período de invasão Francesa), foram anos turbulentos na história de Portugal.
Um pouco de História não faz mal a ninguém!
 
Essas linhas assim mais espessas são tremor sísmico? Ou não tem nada a ver?

No início da crise estavam bastante largas, mas depois foram ficando mais calmas.

Podem estar diretamente associadas às condições meteorológicas, interferência humana, etc…
E podem também ter origem na litosfera.


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Off -Topic!!

Curioso as datas das outras crises sismovulcânicas em São Jorge, serem de 1580 (Perda da Independência de Portugal) e 1808 (Período de invasão Francesa), foram anos turbulentos na história de Portugal.
Um pouco de História não faz mal a ninguém!
E guerra colonial em 1964! Portanto, parece haver uma relação direta entre alterações ou ameaças ao território nacional e as crises sismo-vulcânicas em São Jorge. :) Ai ai... Simples coincidências.
 
Essas linhas assim mais espessas são tremor sísmico? Ou não tem nada a ver?

No início da crise estavam bastante largas, mas depois foram ficando mais calmas.
Pelo que vejo, não é tremor sísmico...agora se acontecer à 1 da manhã, aí é de desconfiar, pois não estou a ver lavradores/agricultores a trabalhar a essa hora.
Na estação de São Miguel, já sei identificar que um tractor passa às 5/6 da manhã, etc...aqui nesta estação ainda não conheço a rotina.

A ondulação/vento tem grande impacto em tornar as linhas mais "espessas"


Sobre tabela de Alerta Vulcânico do CIVISA (não sei se já tinham partilhado)..



escala-de-alertas-cient.png


escala-de-alertas-cient.png
 
Última edição:
Vinha falar nisso.. tudo indica que é ruído humano (tractor, ou algo assim, frequencia >5Hz), em comparação tinha guardado no pc um registo semelhante de 2021.

Ou seja, é ruído para ignorar..se for alguma coisa, as entidades oficiais hão-de dizer.


Ruído de motor de combustão, se estiver entre as 700 rpm e 3000 rpm vai dar entre 11,67 e 50 Hz. Se for motor elétrico, de alguma bomba ou ventilador já não te sei dizer, depende.
 
In Expresso

Dois sismólogos e um geodesista entram num restaurante e multiplicam-se as teorias sobre São Jorge. “É um mistério”, dizem eles​

A crise sísmica na ilha açoriana intriga os cientistas que a estudam e discutem à mesa. Os novos dados sugerem um afastamento da falha tectónica em que assenta a ilha, mas ainda é tudo “muito complexo”. Há factos: de repente, em menos de dez dias, já ocorreram mais de 14 mil sismos em São Jorge, o dobro dos registados em todo o ano passado nos Açores. E uma certeza: “Em sismologia não é possível saber o que vem a seguir”


Infelizmente o resto da notícia é paga mas parece que de facto esta crise sismo-vulcânica continua a ser um mistério e vai ser muito interessante acompanhar e perceber o que os novos dados vão dizer ...

A verdade é que hoje parece que estamos a assistir a novos padrões no que diz respeito à sismologia se aqueles tremores contínuos registados se confirmarem como advindos da situação mas tudo é ainda muito complexo e de facto ninguém pode ter respostas muito concretas.

Independentemente de tudo esperamos que permaneça uma crise inédita e inofensiva para as populações.

Esta última frase é confesso uma expressão de fé.

Aguardemos por mais dados científicos num futuro próximo.
 
Em relação a 1964, será mais complexo do que parece. Essa crise pode ter estado ainda associada ao vulcão dos Capelinhos. Depois dos Capelinhos houve uma crise e possível erupção ao largo do Cachorro, no Pico, em Dezembro de 1963. Em São Jorge já tinha havido crise em Agosto do mesmo ano, se não estou em erro, e depois recomeçou em Fevereiro de 1964.
Sim, eu li há dias umas coisas sobre isso, ao inicio até se pensou a a crise sísmica de 1964 estava relacionada com o Faial. E eu nem conhecia estas erupções submarinas, só agora tomei conhecimento.

Como será que estão interligadas todas estas zonas abaixo do solo? Será tudo independente, ou um vulcão numa ilha pode influenciar uma erupção noutra?
Dada a natureza geológica, é bem possível que a nível tectónico umas coisas acabem por ativar outras, não os vulcões, mas as falhas

Em relação à crise actual, e tendo La Palma como exemplo, penso que um vulcão entrará em erupção sempre dentro da área dos epicentros, ou na sua margem. E também não muito longe da zona de deformação do solo. Talvez mais perto das bocas de 1808. Ou então, ao longo do tempo, vai ter tendência a migrar para Oeste, mais para perto da erupção de 1964, tal como aconteceu com a crise desse ano. Começou mais no meio da ilha e depois foi migrando para os Rosais.

O que referi foi mais no sentido do que o que vemos agora é o que se passa em profundidade, quer dizer, às vezes fico com a duvida se já se passou algo mais próximo da superfície.

Mas para explicar melhor, deixo por exemplo este gráfico também das Canárias, mas da erupção de El Hierro, aonde se pode ver como a erupção no final acabou ainda longe das zonas aonde havia mais sismos inicialmente. E a localização dessa sismicidade mais concentrada foi migrando ao longo do tempo. Claro que cada caso é um caso, isto é tudo altamente imprevisível, mas referi como possibilidade

B2CSwVL.jpeg
 
Novo comunicado sismológico do CIVISA.

Vivemos um dia de maior estabilização da crise com apenas um evento sentido.


Sismos sentidos na ilha de São Jorge (Ponto de situação, 28-03-2022, 22:00)

O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que atividade sísmica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima do normal.

O sismo mais energético ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1) e teve magnitude 3,3 (Richter).
Até ao momento foram identificados cerca de 208 sismos sentidos pela população. Desde as 10:00 às 22:00 do dia 28 de março, foram sentidos 1 sismo:
Dia
Hora (local)
Mag.
Localização
Int. (EMM)
Freguesia
28/mar​
20:46​
1,7​
1 km NW Velas
III​
Urzelina


O CIVISA continua a acompanhar o evoluir da situação.
Fontes

IVAR/CIVISA
 
Sim, eu li há dias umas coisas sobre isso, ao inicio até se pensou a a crise sísmica de 1964 estava relacionada com o Faial. E eu nem conhecia estas erupções submarinas, só agora tomei conhecimento.


Dada a natureza geológica, é bem possível que a nível tectónico umas coisas acabem por ativar outras, não os vulcões, mas as falhas



O que referi foi mais no sentido do que o que vemos agora é o que se passa em profundidade, quer dizer, às vezes fico com a duvida se já se passou algo mais próximo da superfície.

Mas para explicar melhor, deixo por exemplo este gráfico também das Canárias, mas da erupção de El Hierro, aonde se pode ver como a erupção no final acabou ainda longe das zonas aonde havia mais sismos inicialmente. E a localização dessa sismicidade mais concentrada foi migrando ao longo do tempo. Claro que cada caso é um caso, isto é tudo altamente imprevisível, mas referi como possibilidade

B2CSwVL.jpeg
Muito interessante o exemplo de El Hierro. Como os hipocentros começaram a descer antes da erupção.