A força do MeteoPT enquanto manifestação cívica
Há muitos anos que acompanho com grande interesse, ao ponto de ser, por vezes, incomprendido por familiares e amigos a evolução da meteorologia, nomeadamente nas suas expressões mais severas.Nunca hesitei em trocar uma boa noite de descanso, por umas centenas de quilómetros de condução e assistir já de madrugada à queda de um monumental nevão em Viseu, em Oleiros, em Vila Nova de Paiva, em Trancoso, em Pitões des Júnias, no Sabugal, nos Fóios, no Soito, em Marvão, na Serra de Freita, em São Macario, nos mais diversos locais de Portugal ... mas nunca me dei ao incómodo de ir à Serra da Estrela....local que bem conheço porque sou oriundo de uma localidade serrana e a neve na Serra, constituir, ao tempo da minha juventude não um fenomeno mas uma expressão normal da "madre natura" no período de Outubro a Maio.
A desatenção e os maus tratos que a Serra da Estrela tem recebido por parte das autoridades oficiais e de quém a visita,em invasões de milhares de pessoas que por ali passam, por vezes de forma desbragada, a ausência de investimentos que atenuem o impacto dessas mesmas visitas, apostando em acessibilidades mais inovadoras e menos prejudiciais para o ambiente serrano, tem contribuído para que o seu encanto vá esmorecendo.
Por isso mesmo hoje grande parte dos praticantes de desportos de Inverno das vilas e cidades da Beira Serra, fogem para Gredos, Pirinéus ou Alpes franceses.
Para mim estes fenómenos ganham outra dimensão quando ocorrem fora dos locais normais, em situações meteorológicas não previstas e aí a comoção toca-nos profundamente e a natureza faz-nos sentir privilegiados. Uma Aldeia Alentejana coberta de branco deixa-nos sem respiração. Ver a serra mais alta de Portugal com neve pelo menos no Inverno é algo que o nosso subconsciente já banalizou.
A neve caída em 2006 e 2007 cá pelo Sul provocando essa comoção ajudou a um interesse renovado por este tipo de situações sobretudo junto das classes etárias mais jovens. E alastrou esse interesse de uma forma crescente por outras áreas que têm a ver com o clima regional e mundial despertando a necessidade de comungar experiências, esclarecer dúvidas aprofundar conhecimentos, gerando um movimento crescente de participação cívica na discussão sem peias de temas até há pouco tabús ou desinteressantes para o resto da Sociedade.
Esse movimento de opinião tem participantes de várias origens ao nível do saber, congregando académicos, universitários, autodidactas de todo o país, de Espanha, do Brasil e da comunidade portuguesa no mundo e curiosos como eu, mas com uma vontade imensa de aprender, ao mesmo tempo que serve de elemento forçosamente escrutinador da informação pública que nos é dada,o que também é manifestamente saudável para as entidades sobre quem é exercido esse escrutínio.
A força catalizadora deste movimento - o MeteoPT -está pois no bom caminho, conduzido e moderado com um grande sentido de responsabilidade embora permitindo a irreverência quanto baste por forma a garantir um desejável pacto entre a juventude e alegria do Fórum e a credibilidade de que nunca poderá abdicar.
Estamos perante uma poderosa manifestação de participação cívica pouco comum no Portugal de hoje. Saravah !!!!
Há muitos anos que acompanho com grande interesse, ao ponto de ser, por vezes, incomprendido por familiares e amigos a evolução da meteorologia, nomeadamente nas suas expressões mais severas.Nunca hesitei em trocar uma boa noite de descanso, por umas centenas de quilómetros de condução e assistir já de madrugada à queda de um monumental nevão em Viseu, em Oleiros, em Vila Nova de Paiva, em Trancoso, em Pitões des Júnias, no Sabugal, nos Fóios, no Soito, em Marvão, na Serra de Freita, em São Macario, nos mais diversos locais de Portugal ... mas nunca me dei ao incómodo de ir à Serra da Estrela....local que bem conheço porque sou oriundo de uma localidade serrana e a neve na Serra, constituir, ao tempo da minha juventude não um fenomeno mas uma expressão normal da "madre natura" no período de Outubro a Maio.
A desatenção e os maus tratos que a Serra da Estrela tem recebido por parte das autoridades oficiais e de quém a visita,em invasões de milhares de pessoas que por ali passam, por vezes de forma desbragada, a ausência de investimentos que atenuem o impacto dessas mesmas visitas, apostando em acessibilidades mais inovadoras e menos prejudiciais para o ambiente serrano, tem contribuído para que o seu encanto vá esmorecendo.
Por isso mesmo hoje grande parte dos praticantes de desportos de Inverno das vilas e cidades da Beira Serra, fogem para Gredos, Pirinéus ou Alpes franceses.
Para mim estes fenómenos ganham outra dimensão quando ocorrem fora dos locais normais, em situações meteorológicas não previstas e aí a comoção toca-nos profundamente e a natureza faz-nos sentir privilegiados. Uma Aldeia Alentejana coberta de branco deixa-nos sem respiração. Ver a serra mais alta de Portugal com neve pelo menos no Inverno é algo que o nosso subconsciente já banalizou.
A neve caída em 2006 e 2007 cá pelo Sul provocando essa comoção ajudou a um interesse renovado por este tipo de situações sobretudo junto das classes etárias mais jovens. E alastrou esse interesse de uma forma crescente por outras áreas que têm a ver com o clima regional e mundial despertando a necessidade de comungar experiências, esclarecer dúvidas aprofundar conhecimentos, gerando um movimento crescente de participação cívica na discussão sem peias de temas até há pouco tabús ou desinteressantes para o resto da Sociedade.
Esse movimento de opinião tem participantes de várias origens ao nível do saber, congregando académicos, universitários, autodidactas de todo o país, de Espanha, do Brasil e da comunidade portuguesa no mundo e curiosos como eu, mas com uma vontade imensa de aprender, ao mesmo tempo que serve de elemento forçosamente escrutinador da informação pública que nos é dada,o que também é manifestamente saudável para as entidades sobre quem é exercido esse escrutínio.
A força catalizadora deste movimento - o MeteoPT -está pois no bom caminho, conduzido e moderado com um grande sentido de responsabilidade embora permitindo a irreverência quanto baste por forma a garantir um desejável pacto entre a juventude e alegria do Fórum e a credibilidade de que nunca poderá abdicar.
Estamos perante uma poderosa manifestação de participação cívica pouco comum no Portugal de hoje. Saravah !!!!