Floresta nativa Portuguesa

Paulo H

Cumulonimbus
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Eu tenho algumas descrições (que posso colocar aqui para quem quiser) da flora que tivemos em periodos passados até tempos relativamente recentes, e posso dizer que as associações floristicas que existiram são ainda mais complexas do que a maior parte das pessoas pensa.

Só para dar uma pequena ideia: apenas na Estremadura, podiamos ter florestas de pinheiros-silvestres, de tilias e carvalhos como de florestas de zambujeiros ou até de laurissilva.

A laurissilva estava certamente melhor representada no Mesolítico que nos dias de hoje e ainda que não tão diversificada como há 500.000 anos atrás ou como na Ilha da Madeira. Certas zonas baixas, húmidas e abrigadas davam abrigo a esta reliquía subtropical que em tempos distantes alimentava uma distinta megafauna paleolítica.

As árvores no passado também tinham dimensões inacreditáveis para os dias de hoje e é bastante raro ver algum exemplar que lhes faça alguma justiça (mas ainda assim não digo que em média atinjam o mesmo tamanho).

Eu referia-me à flora que existiria atualmente, mas sem intervenção humana durante 500 anos.

500 mil anos atrás, é muito tempo em termos de clima. Para termos árvores de grandes dimensões teriamos de ter clima humido tropical.

Digamos que em Vila Velha de Rodão (C.Branco) até existem fosseis de Anoneiras!
 


belem

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Eu referia-me à flora que existiria atualmente, mas sem intervenção humana durante 500 anos.

500 mil anos atrás, é muito tempo em termos de clima. Para termos árvores de grandes dimensões teriamos de ter clima humido tropical.

Digamos que em Vila Velha de Rodão (C.Branco) até existem fosseis de Anoneiras!

Eu referia-me à vegetação que ainda poderia existir hoje em algumas partes de Portugal, sem a intervenção humana.

Sim porque a sequência floristica de que falei é de períodos relativamente recentes e dentro das variações atuais conhecidas no nosso país.

Para ter árvores de grandes dimensões, não são precisos climas tropicais, basta ver as sequoias da América do Norte ou os eucaliptos da Tasmânia.


PS: Frederico, o pinheiro-bravo já cresce no nosso país bem antes da agricultura ou a silvicultura aparecerem.
 

Paulo H

Cumulonimbus
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2 Jan 2008
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Sim Belém, mas as sequoias e os eucaliptos não são de cá.. Árvores altas por cá, só se forem pinheiros bravos ou silvestres..

Eu confesso que desconheço as espécies que existiam cá há 500mil anos, mas certamente que o clima não era igual ao atual.

E não só.. não tenho aqui forma de ver datas, mas julgo que nesse tempo o nível do mar estava mais alto, estendia-se de setúbal a santarém (quase). E o tejo tinha outro trajeto, anterior ao acidente das portas de rodão, era o maior lago natural da europa, julgo.. Com tanta água, o clima deveria ser mais humido.
 
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belem

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Sim Belém, mas as sequoias e os eucaliptos não são de cá.. Árvores altas por cá, só se forem pinheiros bravos ou silvestres..

Eu confesso que desconheço as espécies que existiam cá há 500mil anos, mas certamente que o clima não era igual ao atual.

E não só.. não tenho aqui forma de ver datas, mas julgo que nesse tempo o nível do mar estava mais alto, estendia-se de setúbal a santarém (quase). E o tejo tinha outro trajeto, anterior ao acidente das portas de rodão, era o maior lago natural da europa, julgo.. Com tanta água, o clima deveria ser mais humido.


Se calhar não me fiz entender.

Está demonstrado que não é preciso um clima tropical para uma árvore crescer muito. Agora quanto às espécies, isso já é outro assunto e existem cá várias espécies que podem atingir enormes proporções (não apenas coníferas), seja em altura, largura do tronco ou da copa. De Norte a Sul, existem ainda alguns exemplos disso mesmo. E estas árvores modernas de grandes proporções, apenas são uma pálida amostra do passado.

Quando aos 500.000 anos, apenas disse que a flora da laurissilva (especificamente), desses tempos era mais diversificada do que a laurissilva que existiria no nosso país (nos dias de hoje), mesmo que o Homem não cá estivesse, simplesmente porque várias épocas de tempo mais frio/seco, ou quente/seco (que se foram tornando mais comuns a partir de um certo período) aconteceram desde então e várias espécies se foram extinguindo, enquanto outras mais adaptáveis, permaneceram.
Em zonas de refúgio climático, algumas mantiveram-se quase com as mesmas caraterísticas (sendo exemplos de uma flora reliquia da época Terciária) até aos dias de hoje, porque se desenvolveram em zonas com um clima húmido e tépido (que mesmo durante épocas menos favoráveis, se mantinham relativamente temperadas e húmidas) e aí se mantiveram, enquanto outras (mais adaptáveis) se foram transformando em espécies de zonas mais frias e húmidas (azevinho, hera, etc...) e/ou de zonas mais quentes e secas (murta, medronheiro, etc...).
 
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frederico

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Encontrei um livro do século XIX que tem dados muitos interessantes sobre o coberto florestal de Portugal.

Não o li por inteiro. Recordo que refere que da foz do Minho à foz do Vouga, e até às serras do interior havia frondosos e extensos bosques de carvalho. A razia que ocorreu no carvalho-roble deve ser então mais recente do que julgamos, e deve ter ocorrido ao longo do século XX.

Parece que até meados do século XIX o castanheiro foi muito abundante na Cordilheira Central, mas a espécie foi dizimada por uma doença e tornou-se pouco comum em Portugal.

Talvez tenha sido essa a causa do desaparecimento do castanheiro nas serras algarvias. Em décadas recentes apenas resistia na encosta Norte da Fóia.

Ainda há muito por descobrir sobre a vegetação nativa de Portugal e Espanha.
 
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frederico

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Em viagem pelo Alentejo notei uma grande regeneração do freixo. A árvore está a regenerar bem na zona da Vidigueira, e a partir daí até ao Alto Alentejo a espécie está a tornar-se abundante. A sul de Montemor até aparece a fazer associação com o sobreiro, longe de ribeiros ou valas. Os melhores exemplares estão no Alto Alentejo, nos arredores de Portalegre ou Marvão há freixo antigos com grandes dimensões.

Especulo que no passado esta espécie tenha constituído densos bosques no Sul do país.

No Algarve, nos vales da ribeira do Almargem e do rio Séqua também há regeneração.

Durante séculos o povo precisou de madeira para os fornos de cal, para a produção de carvão, fornos de pão ou aquecimento. O sobreiro e a azinheira eram espécies protegidas, e para além disso a azinheira produzia a bolota que sustentava os porcos, e o sobreiro tinha a cortiça. Havia ainda a produção naval, que consumia enormes quantidades de madeira. Livrando-se o sobreiro e a azinheira do abate, as outras espécies acabaram por ser dizimadas.

O Alentejo tinha ainda 4 espécies de carvalho! Nas regiões de Portalegre, Marvão ou Castelo de Vide a espécie dominante na paisagem seria o carvalho-negral, que ainda poderia ser encontrado nos arredores de Nisa ou de Tolosa, a norte de Ponte de Sor, ou na serra da Ossa.

Nas serras de Grândola, Cercal ou Odemira havia o carvalho-cerquinho. Em vastas áreas do Alentejo Litoral terá sido a espécie dominantes. Também encontrei carvalho-cerquinho a norte de Montemor, pelo que hoje poderemos não ter uma verdadeira noção da distribuição original da espécie, que poderá ter sido bem mais vasta.

Nas serras do sudoeste alentejano encontrar-se-ia ainda o Quercus canariensis. Esta espécie foi intensamente abatida para a produção naval no Arade e para a construção. A madeira utilizada na construção de VRSA veio de Monchique.

A formar galerias ripícolas nas serras do Alto Alentejo havia uma subespécie de Quercus robur que poderá estar quase extinta.

Existiram ainda certamente frondosos bosques ripícolas de freixo ou choupo com árvores de grandes dimensões.

Dado o tipo de solo e as características climáticas, creio que o sudeste alentejano não seria muito diferente, com uma paisagem de estepe, azinheiras dispersas, algum mato de esteva. Seria este o habitat da abetarda ou do sisão. No Inverno, formar-se-iam lagoas temporárias na estepe, que serviriam de habitat a anfíbios e a algumas plantas.

Portanto, a paisagem do montado de sobreiro e azinheira que associamos ao Alentejo é uma obra humana.

Recordo ainda os pinhais do litoral, que ainda hoje existem. E vastas áreas pantanosas terão sido drenadas desde a Idade Média.
 

frederico

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Estive este fim-de-semana na serra da Boa Viagem, constata-se que o potencial do carvalho-cerquinho é enorme e arrisco que na maior parte da serra seria a espécie dominante, contudo também ocorre o carvalho-roble. O sobreiro é uma espécie cuja área original está muito alterada pois foi cultivado ao longo de muitos séculos. A serra está na fronteira entre a área de distribuição do pinheiro-manso e do pinheiro-bravo. Além dos carvalhos, do pinheiro e do sobreiro há as espécies ripícolas, como os choupos e o amieiro, e os arbustos, a serra também já está fora da Europa Eurossiberiana.
 

frederico

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Depois de umas viagens pelo país identifiquei algumas áreas que merecem na minha opinião outra valorização ambiental dada a importância ambiental...

Eis uma lista.

1) Serra da Gardunha

Grande regeneração dos carvalhais galaico-portugueses de carvalho-roble e carvalho-negral, mesmo nas vertentes mais secas, a Sul e Leste. Esta serra deveria ser classificada como área protegida! O castanheiro também apresenta boa regeneração. Com uma limpeza das invasores, se houvesse vontade e sensibilização das autoridades, poderíamos ter aqui uma extensa floresta pública nativa, que iria conviver muito bem com a principal actividade económica da serra, a cultura da cereja.

2) Região de Nisa

Uma paisagem única em Portugal, o montado de carvalho-negral. Os limites do Parque Natural da Serra de São Mamede deveriam por isso ser revistos. O potencial de regeneração do carvalhal está bem patente em terras abandonadas fora da serra, perto de povoações como Flor de Rosa, Nisa, Crato ou Castelo de Vide.

3) Rio Vascão

Esta rio ou ribeira deveria ser uma área protegida. Conserva a melhor população de saramugo, e tem uma particularidade: ainda tem algumas galerias ripícolas, e é a única ribeira do sotavento da bacia do Guadiana que as conservou. Praticamente não há árvores nas margens da Foupana, Odeleite ou Beliche. Os incêndios, carvoeiros, pastores, as campanhas do trigo, limparam tudo. Restaram apenas alguns exemplares isolados. Mas no Vascão ainda há vestígios destas galerias. Este rio também tem maior caudal que a Foupana, Odeleite e Beliche, e tem pegos que conservam água todo o ano. É também uma excelente área para haver no futuro uma população de lince-ibérico.

4) Ribeira do Torgal

Esta ribeira perto de Odemira tem a melhor floresta ripícola que alguma vez vi em Portugal. Deveria ter o mesmo estatuto de protecção que uma mata da Margaraça ou mata da Albergaria. É provavelmente a última floresta ripícola «intacta» do sul de Portugal.

5) Serra do Monfurado

Deveria ser área de paisagem protegida. Não digo toda a serra, mas pelo menos as áreas mais sensíveis. Conserva vestígios dos carvalhais marcescentes do Sul e há boas galerias ripícolas. Há carvalho-cerquinho, carvalho-negral, sobreiro, azinheira, freixo, amieiro, salgueiro, entre outras espécies da floresta do Sul.

6) Ribeira de Seixe

Além das excelente galerias ripícolas, a regeneração do carvalhal de Quercus marianica nas encostas é extraordinária.

7) Serras de Portel e da Vidigueira

Esta região tinha no passado uma extensa floresta de «copas cerradas» de azinheira e sobreiro que sobreviveu até tempos recentes. Estas terras com solos inclinados não são indicadas para grandes projectos agrícolas, para isso já existem as peneplanícies em torno do Baixo Alentejo e a norte da serra de Portel. Contudo os danos da doença do sobreiro são brutais, e se não forem tomadas medidas urgentes ficará apenas a esteva. Perto do Alqueva há restos bem conservados de floresta mediterrânica com sobreiro, azinheira, aroeira, medronheiro ou murta. Quem quiser ver uma floresta deste tipo bem conservada deve percorrer a estrada que liga Olivença a Taliga e observar as serras com atenção.

 
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Depois de umas viagens pelo país identifiquei algumas áreas que merecem na minha opinião outra valorização ambiental dada a importância ambiental...

Eis uma lista.

1) Serra da Gardunha

Grande regeneração dos carvalhais galaico-portugueses de carvalho-roble e carvalho-negral, mesmo nas vertentes mais secas, a Sul e Leste. Esta serra deveria ser classificada como área protegida! O castanheiro também apresenta boa regeneração. Com uma limpeza das invasores, se houvesse vontade e sensibilização das autoridades, poderíamos ter aqui uma extensa floresta pública nativa, que iria conviver muito bem com a principal actividade económica da serra, a cultura da cereja.

2) Região de Nisa

Uma paisagem única em Portugal, o montado de carvalho-negral. Os limites do Parque Natural da Serra de São Mamede deveriam por isso ser revistos. O potencial de regeneração do carvalhal está bem patente em terras abandonadas fora da serra, perto de povoações como Flor de Rosa, Nisa, Crato ou Castelo de Vide.

3) Rio Vascão

Esta rio ou ribeira deveria ser uma área protegida. Conserva a melhor população de saramugo, e tem uma particularidade: ainda tem algumas galerias ripícolas, e é a única ribeira do sotavento da bacia do Guadiana que as conservou. Praticamente não há árvores nas margens da Foupana, Odeleite ou Beliche. Os incêndios, carvoeiros, pastores, as campanhas do trigo, limparam tudo. Restaram apenas alguns exemplares isolados. Mas no Vascão ainda há vestígios destas galerias. Este rio também tem maior caudal que a Foupana, Odeleite e Beliche, e tem pegos que conservam água todo o ano. É também uma excelente área para haver no futuro uma população de lince-ibérico.

4) Ribeira do Torgal

Esta ribeira perto de Odemira tem a melhor floresta ripícola que alguma vez vi em Portugal. Deveria ter o mesmo estatuto de protecção que uma mata da Margaraça ou mata da Albergaria. É provavelmente a última floresta ripícola «intacta» do sul de Portugal.

5) Serra do Monfurado

Deveria ser área de paisagem protegida. Não digo toda a serra, mas pelo menos as áreas mais sensíveis. Conserva vestígios dos carvalhais marcescentes do Sul e há boas galerias ripícolas. Há carvalho-cerquinho, carvalho-negral, sobreiro, azinheira, freixo, amieiro, salgueiro, entre outras espécies da floresta do Sul.

6) Ribeira de Seixe

Além das excelente galerias ripícolas, a regeneração do carvalhal de Quercus marianica nas encostas é extraordinária.

7) Serras de Portel e da Vidigueira

Esta região tinha no passado uma extensa floresta de «copas cerradas» de azinheira e sobreiro que sobreviveu até tempos recentes. Estas terras com solos inclinados não são indicadas para grandes projectos agrícolas, para isso já existem as peneplanícies em torno do Baixo Alentejo e a norte da serra de Portel. Contudo os danos da doença do sobreiro são brutais, e se não forem tomadas medidas urgentes ficará apenas a esteva. Perto do Alqueva há restos bem conservados de floresta mediterrânica com sobreiro, azinheira, aroeira, medronheiro ou murta. Quem quiser ver uma floresta deste tipo bem conservada deve percorrer a estrada que liga Olivença a Taliga e observar as serras com atenção.

Gostaria de acrescentar à tua lista mais duas zonas que penso que também deviam ter estatuto de Parque Natural:

Serra de Nogueira - A Serra de Nogueira (Bragança) apresenta aquela que é provavelmente a maior área continua de Carvalho-Negral, na minha opinião as fronteiras do Parque Natural de Montesinho, poderiam ser alargadas de forma a incluir também a Serra da Nogueira.

Raia Alentejana na zona de Moura Mourão e Barrancos - Esta zona tem um enorme potencial para a reintrodução do lince, para além de outras espécies com grande valor para a conservação como o abutre-negro, cegonha-preta entre outras. Esta zona já é uma ZPE, mas na minha opinião devia ter estatuto de Parque Natural, como forma de ser mais facilmente reconhecida.
 
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frederico

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Esqueci-me da zona de Barrancos mas aí pode ser criado uma Parque Natural Internacional pois do outro lado está a serra de Aracena que também é área protegida.

Também poderia ter incluído a serra de Freita.
 
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MSantos,

tenho notado que a doença do sobreiro é de longe mais grave no Sul do país, terá a ver com a temperatura ou com as secas? Também noto que é mais grave em solos de xisto-grauvaque.

Começa a ser difícil encontrar sobreiros em bom estado mas curiosamente há árvores sãs, em excelente estado, em zonas onde as outras árvores vizinhas já está praticamente mortas.

Estupidamente os proprietários estão-se nas tintas e não desinfectam as árvores doentes para travar a doença e continuam a lavrar terras com árvores doentes.
 

james

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16 Set 2011
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Viana Castelo(35 m)/Guimarães (150 m)
Já agora , também podia incluir a Serra de Arga , onde ainda se encontram alguns belos pinnhais , pincelados com carvalhos Roble e azevinhos ( para alem de que e a serra mais próxima do mar em Portugal onde existem lobos e corços )

O alargamento do Parque nacional da Peneda - Geres para mais zonas do concelho de Terras de Bouro e Amares , onde ainda existem magníficos bosques de carvalhos robles .

A Serra da Lameira , uma imensidão de carvalho roble , uma das maiores carvalhais de Portugal .
 
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frederico

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Notei uma coisa em passeios. A extensão e gravidade da doença do sobreiro e da azinheira em Portugal é incomparável ao cenário que se vê do outro lado da fronteira. E vê-se que os montados são cuidados de outra maneira em Espanha. Reparei que eles estão sempre a cortar as ramadas secas e não há árvores mortas.
 

MSantos

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MSantos,

tenho notado que a doença do sobreiro é de longe mais grave no Sul do país, terá a ver com a temperatura ou com as secas? Também noto que é mais grave em solos de xisto-grauvaque.

Começa a ser difícil encontrar sobreiros em bom estado mas curiosamente há árvores sãs, em excelente estado, em zonas onde as outras árvores vizinhas já está praticamente mortas.

Estupidamente os proprietários estão-se nas tintas e não desinfectam as árvores doentes para travar a doença e continuam a lavrar terras com árvores doentes.

O que está a causar o declínio dos sobreiros, para além das secas, é essencialmente fungos como o Phytophthora cinnamomi, este fungo, curiosamente também é o responsável pela doença da tinta nos castanheiros, ataca as raízes, por isso é muito difícil de combater, já que o problema está no solo e não na parte aérea da planta.
Quando as condições em que os exemplares se encontram são mais difíceis, ao nível da fertilidade do solo e rigores do clima, as árvores são mais suscetíveis a pragas, doenças e fungos, penso que seja essa a principal razão para o facto de o declínio dos sobreiros ser maior no Interior Sul do que nas restantes regiões.
Por vezes há exemplares que são geneticamente mais resistentes às doenças e que no meio da mortalidade conseguem sobreviver, o que se deve fazer é, recolher bolotas dos poucos sobreiros existentes e semear nas zonas com maiores taxas de mortalidade, a probabilidade destes exemplares resistirem às doenças será consideravelmente maior, será uma forma fomentar a seleção natural. ;)
 
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