Sete anos depois do Katrina, Nova Orleães aguarda novo furacão
Sete anos depois de ter sido devastada pelo ciclone Katrina, Nova Orleães, no estado norte-americano do Louisiana, prepara-se agora para enfrentar a tempestade tropical Isaac, que deverá chegar à zona já como furacão.
Depois da catástrofe de 29 de Agosto de 2005, a chegada de Isaac, prevista para o final do dia desta terça-feira, está a ser acompanhada de perto pelos responsáveis políticos das várias regiões e servirá como teste ao sistema defensivo contra inundações que foi construído depois do Katrina.
Na última noite, o Isaac obrigou a que cerca de 78% da produção de petróleo e 48% da produção de gás natural no Golfo do México fosse suspensa e que seis refinarias encerrassem, em antecipação da chegada da tempestade. A suspensão de produção representa 1,08 mil milhões de barris de petróleo bruto por dia.
A tempestade tropical dirige-se lentamente para os estados do Louisiana, Alabama e Mississípi, onde já foi declarado estado de emergência pelo Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Depois da passagem pelo Golfo do México, prevê-se que venha a ganhar força e que venha a transformar-se num furacão de intensidade 1 ou 2, ainda que com muito menos força que o Katrina (intensidade 3), segundo informações avançadas pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos. A escala Saffir-Simpson de intensidade dos furacões vai de 1(mais fraco) a 5 (mais intenso).
À 1h00, hora local (7h00 em Lisboa), o Isaac estava a 235 quilómetros da foz do Mississípi, com ventos de 110 quilómetros por hora e a aproximar-se da costa a 19 quilómetros a hora. Prevê-se uma diminuição no ritmo de avanço da tempestade.
De todas as formas, foram elaborados alguns planos de evacuação das zonas mais baixas e os habitantes foram alertados para o vento intenso e a chuva forte que se espera, com o objectivo de evitar uma repetição do cenário de há sete anos, onde só no Louisiana morreram mais de 1800 pessoas, tendo a zona ficado completamente destruída.
O Isaac passou no sábado pelo Haiti, onde perdeu forçamas deixou seis mortos e 14 mil desalojados – destruiu muitas das tendas onde uma grande parte da população vive desde o poderoso sismo de 2010. No mesmo dia, atravessou Cuba, sem registo de vítimas. No domingo, a tempestade passou pelo sul da Florida, com ventos que ultrapassaram os 100 quilómetros por hora, tendo também na altura sido declarado estado de emergência nesta zona.
Apesar dos alertas, há quem arrisque ficar. “Não estou preocupado com a tempestade. É apenas categoria 1”, explicou à Reuters Charles Neeley, um comerciante de 69 anos de Nova Orleães, que de todas as formas abasteceu a sua casa com alguma comida e água, assim como o gerador.