Lobo Ibérico

james

Cumulonimbus
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16 Set 2011
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Viana Castelo(35 m)/Guimarães (150 m)
Somos o país que somos e não há muito a fazer : uma parte da população profundamente ignorante , com afirmações que nem dá para acreditar e não são só as pessoas de zonas recônditas , ainda hoje vi na tv uma jornalista a falar do lobo como se fosse o bicho papão .

Eu pessoalmente , já desisti , já fui a favor de programas de revitalização das aldeias mais interiores e despovoadas . Agora , se calhar , até acho que o despovoamento dessas zonas até é uma coisa boa .


Nem reparei que cheguei ao post n º 1000:viva:.
 
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Meteolouco

Cumulus
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5 Dez 2014
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Celorico da Beira - a reportar a 510m de altitude
Os proprietários não querem gastar em prevenção mas se calhar depois gastam fortunas em tabaco e bebida, e vêm queixar-se do lobo e das raposas...

Na serra algarvia há ataques de raposas a galinheiros, conheço uma pessoa que colocou uma vedação com uma pequena barreira de cimento no solo para prevenir que as raposas e os cães vadios fizessem tocas, e por cima levou rede para evitar a entrada de gatos, que como se sabe comem os pintos. Assunto resolvido, é investimento para a vida e não fica tão caro quanto isso. Essa aldeã tinha perdido muitas galinhas para raposas e cães abandonados. Na serra algarvia ficam muitos cães de caça abandonados no final da época cinegética, depois vão para as aldeias atacar galinheiros e gado, e há muitos gatos vadios a atacar galinheiros.

Quanto à religião, sim há muito a dizer, parte do nosso desprezo pelo ambiente deve-se não ao Cristianismo mas sim aos ensinamentos da Igreja Católica, mais especificamente da Igreja Católica portuguesa, que anda desde a Inquisição a atrofiar o espírito dos portugueses. Os Cátaros eram cristãos e amavam o ambiente e os animais, até eram vegetarianos, mas acabaram assassinados pela Igreja Católica...

muito bem, os càtaros como os valdenses entre outros eram seguidores das escrituras e diferentes dos demais, o homem aos poucos foi substituindo os valores divinos por os deles mesmos onde infelizmente os animais não fazem parte da chamada nova sociedade moderna, cristianismo é muito diferente de catolicismo, e cada vez será mais nos seus valores já adulterados por homens sem princípios.
 

james

Cumulonimbus
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16 Set 2011
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Viana Castelo(35 m)/Guimarães (150 m)
Portugal é um dos poucos países da Europa onde o lobo nunca se extingiu .

Isso devia ser motivo de orgulho e razão para ser fomentada a sua sobrevivência na natureza .

Mas não , em Portugal , fruto ainda de uma população profundamente ignorante , um estado desinteressado e alguns que vêm uma oportunidade para se promover , vemos este espetáculo deprimente nos média .
 

frederico

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9 Jan 2009
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«Crescei e multiplicai-vos»... como sinónimo de somos donos do planeta, isto é tudo nosso, mandamos aqui e somos superiores à Natureza.

O judaísmo-cristianismo anda a ensinar isto ao povo há séculos.

Os Cátaros ou os Templários demarcaram-se, algum Protestantismo também.

Não é o Homem que sujeita a Natureza, o Cosmos, mas que se sujeita às suas regras imutáveis se procura a Sabedoria.

E isto não se ensina na Catequese portuguesa. Apenas a fé cega e irracional.

Portugal teria tido muito a ganhar se há 500 anos tivesse embarcado na Reforma e fundado uma Igreja portuguesa que seria entregue à Ordem de Cristo. Com um corte total, político e teológico, com a Igreja Católica e Apostólica Romana.
 
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Orion

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5 Jul 2011
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Portugal é um dos poucos países da Europa onde o lobo nunca se extingiu .

Isso devia ser motivo de orgulho e razão para ser fomentada a sua sobrevivência na natureza .

Mas não , em Portugal , fruto ainda de uma população profundamente ignorante , um estado desinteressado e alguns que vêm uma oportunidade para se promover , vemos este espetáculo deprimente nos média .

Não é só em Portugal que os predadores são exterminados. Os EUA têm um território muito superior e também fizeram o mesmo:

http://www.pbs.org/wnet/nature/the-...americas-campaign-to-eradicate-the-wolf/4312/

O crescimento populacional e a exigência de recursos levam à inevitável destruição do habitat alheio. E quando há conflito já se sabe qual será o resultado.

Enquanto existirem lobos irá haver sempre situações problemáticas (ataques a gado/pessoas/bens). O que é natural já que 'nós' roubamos o espaço todo. Portanto, irá sempre haver apelos para controlar (e uns dirão também exterminar) os lobos. Claro que os citadinos terão uma opinião e quem vive no campo terá outra. Exterminar os lobos faz sentido financeiramente (especialmente porque não há rentabilização turística dos lobos).
 

Orion

Furacão
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5 Jul 2011
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«Crescei e multiplicai-vos»... como sinónimo de somos donos do planeta, isto é tudo nosso, mandamos aqui e somos superiores à Natureza.

O judaísmo-cristianismo anda a ensinar isto ao povo há séculos.

Os Cátaros ou os Templários demarcaram-se, algum Protestantismo também.

Não é o Homem que sujeita a Natureza, o Cosmos, mas que se sujeita às suas regras imutáveis se procura a Sabedoria.

E isto não se ensina na Catequese portuguesa. Apenas a fé cega e irracional.

Portugal teria tido muito a ganhar se há 500 anos tivesse embarcado na Reforma e fundado uma Igreja portuguesa que seria entregue à Ordem de Cristo. Com um corte total, político e teológico, com a Igreja Católica e Apostólica Romana.

Sim, há muita coisa que na catequese não se diz. Mas por acaso há algumas (poucas) passagens que aludem à preservação da natureza (o que faz sentido tendo em conta que na altura não havia esse problema). Provavelmente a mais conhecida é deixar a terra descansar a cada 7 anos. Outras menos conhecidas são estas (em inglês porque algumas traduções em português são más):

Ecclesiastes 3

19For the fate of the sons of men and the fate of beasts is the same. As one dies so dies the other; indeed, they all have the same breath and there is no advantage for man over beast, for all is vanity.

20All go to the same place. All came from the dust and all return to the dust.

Proverbs 12

10A righteous man has regard for the life of his animal, But even the compassion of the wicked is cruel.

Exodus
5"If you see the donkey of one who hates you lying helpless under its load, you shall refrain from leaving it to him, you shall surely release it with him.

Deuteronomy 22
6"If you happen to come upon a bird's nest along the way, in any tree or on the ground, with young ones or eggs, and the mother sitting on the young or on the eggs, you shall not take the mother with the young;

7you shall certainly let the mother go, but the young you may take for yourself, in order that it may be well with you and that you may prolong your days.

Mas religião à parte. A conservação da natureza, na sua gigantesca maioria, não é lucrativa. Para se mudar comportamentos é preciso dar incentivos financeiros.
 
Última edição:

AnDré

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Quando estive no Gerês no Outono vi gado ao abandono no meio da serra, sem qualquer vigilância. Depois queixam-se. Até me admira como não há mais roubos ou ataques.

Se não houver gado nas serras, haverá mais combustível para futuros incêndios. O que cria todo um ciclo nada favorável ao lobo.
Portanto, gado nas serras sim! Mais e mais!
Até porque a carne fica logo com um sabor e uma qualidade diferente. :p

Em relação ao nosso Portugal, bom, do lado de lá da fronteira passa-se isto:

-> Aparece el cadável de un lobo colgado de una señal en Lena con un disparo en el cuello (Atenção aos mais sensíveis. A imagem pode impressionar!)
-> El principado aprueba el plan que permite la caza del lobo en monterías
 
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james

Cumulonimbus
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Viana Castelo(35 m)/Guimarães (150 m)
Se nãregiões prer gado nas serras, haverá mais combustível para futuros incêndios. O que cria todo um ciclo nada favorável ao lobo.
Portanto, gado nas serras sim! Mais e mais!
Até porque a carne fica logo com um sabor e uma qualidade diferente. :p

Em relação ao nosso Portugal, bom, do lado de lá da fronteira passa-se isto:

-> Aparece el cadável de un lobo colgado de una señal en Lena con un disparo en el cuello (Atenção aos mais sensíveis. A imagem pode impressionar!)
-> El principado aprueba el plan que permite la caza del lobo en monterías













Nao Vejo interesse nenhum em que o lobo e outros animais selvagens em áreas naturais partilhem o mesmo território que o gado para criação de carne . Devia haver um ordenamento que definisse onde o gado pode E onde nao pode estar .

Em relação aos incêndios , e muito relativo , quanto menos presença humana existir , melhor . Alias , qualquer pessoa vê que nas zonas de pastagem ha sempre muitos incêndios .

Em relação ao que se passa do lado de la da fronteira não me admira , também não são exemplo para ninguém .







Gado nas serras , mas com controloe e em regioes
 

Orion

Furacão
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«Crescei e multiplicai-vos»... como sinónimo de somos donos do planeta, isto é tudo nosso, mandamos aqui e somos superiores à Natureza.

O judaísmo-cristianismo anda a ensinar isto ao povo há séculos.

Os Cátaros ou os Templários demarcaram-se, algum Protestantismo também.

Não é o Homem que sujeita a Natureza, o Cosmos, mas que se sujeita às suas regras imutáveis se procura a Sabedoria.

E isto não se ensina na Catequese portuguesa. Apenas a fé cega e irracional.

Portugal teria tido muito a ganhar se há 500 anos tivesse embarcado na Reforma e fundado uma Igreja portuguesa que seria entregue à Ordem de Cristo. Com um corte total, político e teológico, com a Igreja Católica e Apostólica Romana.


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https://ia700504.us.archive.org/0/items/adescriptionazo01boidgoog/adescriptionazo01boidgoog.pdf
 

lreis

Cumulus
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22 Dez 2010
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Em relação aos incêndios , e muito relativo , quanto menos presença humana existir , melhor . Alias , qualquer pessoa vê que nas zonas de pastagem ha sempre muitos incêndios .

Atenção que na maioria dos ecossistemas existentes em Portugal, o fogo é um elemento inerente aos mesmos e às sucessões ecológicas que possam ocorrer. Quer isto dizer, que o facto de não existir presença humana, não faz diminuir per si o risco de incêndio. Se ocorrer uma grande acumulação de matéria combustível, o risco de incêndio pode até aumentar. E isto tem que ser claramente gerido e decidido em áreas onde prevalece o lobo, porque algumas vezes poderá ser bom e outras vezes até pode ser pouco benéfico ou mesmo prejudicial.
 

frederico

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A questão dos incêndios no Portugal Eurossiberiano, que é onde estão quase todos os nossos lobos, é muito complexa. Estamos a falar de áreas que naturalmente seriam ocupadas maioritariamente por carvalhos e em menor grau sobreiros e outras espécies de folhosas, como castanheiros ou bétulas, e agora o eucalipto, as acácias, as mimosas ou os pinheiros dominam vastas áreas da paisagem. As florestas de carvalho alternavam com pastagens para gado bovino e terras agrícolas, uma paisagem de Europa Média e não de Europa Mediterrânica.

O maior risco de incêndio está nos matos e nas silviculturas, não está nas florestas mais evoluídas como a mata da Albergaria.

De acordo com o tenho lido as grandes explorações de silvicultura, feitas por grandes empresas têm menor risco de incêndio, o problema maior está nas pequenas matas em pequena e média propriedade, estando muitas abandonadas. Conheço casos de emigrantes que têm pinhais abandonados na zona Centro, só visitam as propriedades de anos a anos para ver os marcos.

Portugal não tem uma distribuição populacional como os outros países europeus desenvolvidos, há um excesso de dispersão por montes, sítios, aldeias, tal deriva da ausência de uma verdadeira Rev. Industrial e Tecnológica nos últimos duzentos anos, e é uma prova do nosso atraso. No interior faltam grandes núcleos urbanos, e há um excesso de aldeias e montes, já no Litoral há um desmesurado despovoamento de cidades como Lisboa, Gaia (centro) ou Porto e uma hipertrofia dos subúrbios.

A compartimentação da propriedade, a distribuição da população, a pobreza, a falta de consciência ambiental, o facto do Estado se demitir de vigiar o território no Interior, tudo isso dificulta a protecção ambiental.

Há muito que se fala num mega inventário da propriedade rural em Portugal e numa cartografia do território, há 2 ou 3 anos ainda não tinha avançado por falta de dinheiro. Neste momento na serra algarvia já há muitas áreas sem dono, os proprietários faleceram, os marcos desapareceram ou foram criminosamente mudados, os herdeiros estão fora e não conhecem as terras.

Uma solução passaria por termos a Quercus ou a LPN a comprar terras, as reservas privadas poderiam substituir o Estado. No entanto falta dinheiro, em Portugal o ambiente é causa pouco popular e os sócios nem pagam as quotas. No Reino Unido a situação seria diferente. Se virmos bem as coisas, no passado a Igreja, o Rei e as Ordens Religiosas fizeram o papel do Ministério do Ambiente, protegendo matas e florestas, em constante atrito com as populações locais. Em Trás-os-Montes, por exemplo, há muitas terras baratas com bosquetes interessantes de espécies que só existem naquela região em Portugal, e isto nem é muito falado.
 

james

Cumulonimbus
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Viana Castelo(35 m)/Guimarães (150 m)
A questão dos incêndios no Portugal Eurossiberiano, que é onde estão quase todos os nossos lobos, é muito complexa. Estamos a falar de áreas que naturalmente seriam ocupadas maioritariamente por carvalhos e em menor grau sobreiros e outras espécies de folhosas, como castanheiros ou bétulas, e agora o eucalipto, as acácias, as mimosas ou os pinheiros dominam vastas áreas da paisagem. As florestas de carvalho alternavam com pastagens para gado bovino e terras agrícolas, uma paisagem de Europa Média e não de Europa Mediterrânica.

O maior risco de incêndio está nos matos e nas silviculturas, não está nas florestas mais evoluídas como a mata da Albergaria.

De acordo com o tenho lido as grandes explorações de silvicultura, feitas por grandes empresas têm menor risco de incêndio, o problema maior está nas pequenas matas em pequena e média propriedade, estando muitas abandonadas. Conheço casos de emigrantes que têm pinhais abandonados na zona Centro, só visitam as propriedades de anos a anos para ver os marcos.

Portugal não tem uma distribuição populacional como os outros países europeus desenvolvidos, há um excesso de dispersão por montes, sítios, aldeias, tal deriva da ausência de uma verdadeira Rev. Industrial e Tecnológica nos últimos duzentos anos, e é uma prova do nosso atraso. No interior faltam grandes núcleos urbanos, e há um excesso de aldeias e montes, já no Litoral há um desmesurado despovoamento de cidades como Lisboa, Gaia (centro) ou Porto e uma hipertrofia dos subúrbios.

A compartimentação da propriedade, a distribuição da população, a pobreza, a falta de consciência ambiental, o facto do Estado se demitir de vigiar o território no Interior, tudo isso dificulta a protecção ambiental.

Há muito que se fala num mega inventário da propriedade rural em Portugal e numa cartografia do território, há 2 ou 3 anos ainda não tinha avançado por falta de dinheiro. Neste momento na serra algarvia já há muitas áreas sem dono, os proprietários faleceram, os marcos desapareceram ou foram criminosamente mudados, os herdeiros estão fora e não conhecem as terras.

Uma solução passaria por termos a Quercus ou a LPN a comprar terras, as reservas privadas poderiam substituir o Estado. No entanto falta dinheiro, em Portugal o ambiente é causa pouco popular e os sócios nem pagam as quotas. No Reino Unido a situação seria diferente. Se virmos bem as coisas, no passado a Igreja, o Rei e as Ordens Religiosas fizeram o papel do Ministério do Ambiente, protegendo matas e florestas, em constante atrito com as populações locais. Em Trás-os-Montes, por exemplo, há muitas terras baratas com bosquetes interessantes de espécies que só existem naquela região em Portugal, e isto nem é muito falado.



E se ha arvore extraordinariamente adaptada ao fogo , essa e o carvalho !
 

james

Cumulonimbus
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Também há o exemplo do teixo:

http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e...ontent/Teixo-os-dias-do-fim?bl=1&viewall=true

Não é lucrativo a curto prazo. Esse é o eterno problema. Daí a importância do eucalipto no continente e da criptoméria nos Açores.





E verdade , o teixo , essa relíquia da nossa flora .

Ja tive o prazer de avistar pessoalmente alguns exemplares na
Serra do Geres . Na Serra da Peneda
Também ainda existem .

E os bagos deles são o único alimento do Tetraz , que ainda pode existir no pnpg .

Temos fantásticas especies nativas que tem enormes propriedades , mas da - se primazia as especies exóticas como o eucalipto ,que nos moldes em que foi introduzido em Portugal tornou - se numa verdadeira praga .
 

lreis

Cumulus
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22 Dez 2010
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Lisboa
A compartimentação da propriedade, a distribuição da população, a pobreza, a falta de consciência ambiental, o facto do Estado se demitir de vigiar o território no Interior, tudo isso dificulta a protecção ambiental.

Há muito que se fala num mega inventário da propriedade rural em Portugal e numa cartografia do território, há 2 ou 3 anos ainda não tinha avançado por falta de dinheiro. Neste momento na serra algarvia já há muitas áreas sem dono, os proprietários faleceram, os marcos desapareceram ou foram criminosamente mudados, os herdeiros estão fora e não conhecem as terras.

Uma solução passaria por termos a Quercus ou a LPN a comprar terras, as reservas privadas poderiam substituir o Estado. No entanto falta dinheiro, em Portugal o ambiente é causa pouco popular e os sócios nem pagam as quotas. No Reino Unido a situação seria diferente. Se virmos bem as coisas, no passado a Igreja, o Rei e as Ordens Religiosas fizeram o papel do Ministério do Ambiente, protegendo matas e florestas, em constante atrito com as populações locais. Em Trás-os-Montes, por exemplo, há muitas terras baratas com bosquetes interessantes de espécies que só existem naquela região em Portugal, e isto nem é muito falado.

O cadastro (e a necessidade da sua existência) é provavelmente uma das bases mais importante de todo o desenvolvimento do interior de Portugal. Quer na perspectiva de dinamização económica como na de protecção de valores naturais, etc. Sem saber o que existe e a quem pertence, pouco pode ser feito ou protegido.
A iniciativa de criação de áreas geridas por entidades ambientais, etc, é interessante e positiva, embora em termos de cadastro pouco ajude a não ser numa perspectiva de criação de "emparcelamentos Naturais", que mais tarde se simplificarão o cadastro da região.
Reparem que não se está a falar somente de terrirórios privados. Existem por exemplo os territórios comunitários/baldios que também sobre os quais pouco se sabe (sobre os seus limites), ou antes, não existe uma informação estabilizada sobre a sua localização ao pormenor. E no entanto, a minha estimativa para estas áreas em Portugal continental será em torno dos 600 a 700.000 hectares.
Também a este nível o novo conceito de cadastro poderá ser um passo em frente, porque pela 1ª vez, os baldios vão ter representação cartográfica com o mesmo grau de pormenor dos restantes prédios.