Monitorização Clima de Portugal - 2015

Snifa

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Porto-Marquês:145 m Mogadouro:749 m
Mapa com a distribuição da precipitação durante o dia de ontem, o Norte e Noroeste em grande destaque com várias estações acima dos 100 mm :rain:

IPMA:

qq03iOF.jpg
 


Snifa

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16 Abr 2008
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Porto-Marquês:145 m Mogadouro:749 m
Na minha estação fechei o dia de ontem com 106.4 mm acumulados :rain:

Hoje sigo com 17.6 mm, o que faz um total (provisório) deste evento de 124 mm :rain:

Ontem rajada máxima 95 Km/h de SSW.
 

Vince

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23 Jan 2007
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Mapa com a distribuição da precipitação durante o dia de ontem, o Norte e Noroeste em grande destaque com várias estações acima dos 100 mm :rain:

IPMA:

qq03iOF.jpg



Para quando uns mapas assim ?


WoL3LQr.jpg



Se bem que não saiba como eles fazem a interpolação, e se é rigorosa.
Mas sempre parece mais realista. Se calhar temos é poucas estações para tal.
 

Joaopaulo

Cumulonimbus
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28 Dez 2013
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Alguém que possa colocar o acumulado das estações amadoras?

Resumo das estações Wunderground ( Distrito de Viana do Castelo, Braga , Porto e Aveiro ):
FugyrDz.png


Top 5 rajadas máximas- Rede IPMA - 15/09/2015

Mogadouro: 99,7 km/h
Vila Nova Cerveira(Aeródromo): 90,7 km/h
Bandarra,Trancoso: 79,2 km/h
Porto(Aeroporto): 76 km/h
Moncorvo: 75,6 km/h


Valores um pouco aquém do esperado, para mim, o valor de Vila Nova de Cerveira merece ser destacado, isto tendo conta ao local onde está instalada a estação, um quanto ou pouco abrigado.
Mogadouro, já é um habitué nestas andanças aquando de previsões de vento forte nas terras altas.

Foi uma pena a estação Pampilhosa da serra, Fajão estar offline, certamente tinha a rajada mais elevada do IPMA..

Reparei agora a estação do Meteocovilhã , Torre, registou Rajada máxima de 117,4 km/h hoje às 01:52h
( Nota: a estação não está instalada na torre a 2000m , aí as rajadas podem ter ultrapassado os 130km/h ) :hehe:
 
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StormRic

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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Se bem que não saiba como eles fazem a interpolação, e se é rigorosa.
Mas sempre parece mais realista. Se calhar temos é poucas estações para tal.

Será que utilizam também as estimativas dos radares aferidas pelos valores medidos nas estações? Do ponto de vista de cálculo não deve ser muito difícil, cada estimativa do radar num certo período é modelada como uma superfície através de uma malha de pontos ou vectorial por exemplo. As cotas dessa superfície (valores dos acumulados pontuais) são modificadas nos pontos correspondentes às estações de modo a coincidirem com os valores efectivamente observados. A superfície é assim afeiçoada nos vários pontos/estações sendo a malha que a modela modificada com um algoritmo de interpolação. Depois é só sobrepor as várias superfícies acumulando os valores por ponto da malha por adição simples. Com certeza que isto já foi feito e experimentado. A qualidade do produto final dependerá sempre da posição estratégica das estações de aferição, nos cimos, no fundo dos vales, etc, em número suficiente, claro.
 
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StormRic

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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Resumo provisório do evento dos dias 15 e 16 e do mês.

FrsVWac.gif


Edição: corrigidos dois valores horários em falta em Viana do Castelo e Anadia. O resumo diário do IPMA tem algumas pequenas discrepâncias com as séries horárias que apresenta na variação horária, penso que se deve a acumulação de arredondamentos ou lapsos de pequenos valores, não identificáveis. As diferenças não excedem algumas décimas em todos os casos, sendo o mais frequente uma diferença de 0,1 mm.
 
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AnDré

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22 Nov 2007
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Odivelas (140m) / Várzea da Serra (930m)
Resumo provisório do evento dos dias 15 e 16 e do mês.

Boa compilação de dados StormRic. ;)

Assim à primeira vista, acho que as EMA's do Pinhão e de Santarém têm os pluviometros entupidos.
O de Setúbal, Areias parece ter acumulado lixo no dia de ontem.
 

Thomar

Cumulonimbus
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19 Dez 2007
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Obrigado a todos (Joaopaulo, StromRic, jonas_87, Snifa, AnDré e espero não me ter esquecido de ninguém),
pela disponibilidade na recolha na informação de dados das estações, dá um bocado de trabalho e eu infelizmente fiquei sem internet e não podia fazer isso.
Neste evento, que foi bem previsto pelos principais modelos acabou por me surpreender o valor do vento que ficou abaixo do previsto,
talvez a ciclogenese tenha ficado mais a norte do que inicialmente previsto e por isso não se registaram valores muito elevados.
 
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StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Assim à primeira vista, acho que as EMA's do Pinhão e de Santarém têm os pluviometros entupidos.
O de Setúbal, Areias parece ter acumulado lixo no dia de ontem.

Também me parece, os padrões de repetição horária de quantidades muito pequenas, 0,1 mm em geral, e prolongando-se mais além do registado nas demais estações levam a essa conclusão. Talvez Setúbal (Areias) também esteja em situação semelhante mas é menos evidente e houve realmente continuação de aguaceiros fracos na zona. Retirei as estações que estão temporária ou definitivamente desactivadas, assim como as que não têm registo activo da precipitação, embora a estação esteja em funcionamento, e ainda estações como Leiria e Bencanta que mantiveram registos nulos em zonas onde houve certamente precipitação evidenciada por estações muito próximas. Praia da Rainha e Alvalade permanecem na dúvida apesar de manterem registo nulo todo o mês, mas não é impossível que corresponda a uma situação real. Como termo de comparação dou o exemplo aqui de Carcavelos em que o registo foi quase nulo neste evento, 0,3mm e a situação a cotas baixas mesmo junto à costa é semelhante.

A do Pinhão deve ter sido desentupida agora:

Ficamos sem saber o que fazer com este despejo, não sei se este volume de água corresponde ao total acumulado não contabilizado ou se foi simplesmente a lavagem do pluviómetro. Certo é que o total anterior está muito desenquadrado na área, apesar da estação de Pinhão ter uma situação no fundo do vale do Douro onde por vezes a precipitação é bastante omissa em certas situações, por efeito de "sombra" das montanhas periféricas.
 
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Joaopaulo

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28 Dez 2013
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Rechousa - VNGaia (174m)
Notícia IPMA :

PRECIPITAÇÃO FORTE E VENTO INTENSO A NORTE DO MONDEGO 15 E 16 DE SETEMBRO DE 2015

Nos dias 15 e 16 de setembro de 2015 Portugal continental foi afetado por um sistema depressionário, que se deslocou da região atlântica a norte dos Açores em direção ao norte da Península Ibérica, sofrendo um processo rápido de cavamento. Às 13 horas locais (12 UTC) do dia 15 um núcleo depressionário centrou-se a norte da Corunha (Figura 1), com o valor mínimo de pressão de 990 hPa, dirigindo-se para o Golfo da Biscaia e para a Bretanha na noite de 15 e no dia 16.

Este sistema depressionário e o sistema frontal a ele associado, veio originar precipitação forte e persistente nas regiões do Norte e Centro, em especial nas regiões a norte do Mondego. Entre as 00 horas do dia 15 e as 12UTC do dia 16, ocorreram valores da precipitação acumulada em 24 horas, superiores a 100mm no Minho, em Trás - os - Montes, no Douro Litoral e Beira Litoral, registando-se os valores mais elevados no Cabril (171mm), Luzim (142 mm), Cabeceiras de Basto (125mm), Arouca e Viseu (122mm) e Montalegre (111 mm). Em contrapartida, nas regiões a sul do rio Mondego e, em especial, no Alentejo e Algarve, os valores da precipitação acumulada em 24 horas foram muito inferiores (Figura 2), não se tendo registado precipitação no sueste alentejano e no Algarve até às 09:00UTC do dia 16.

As quantidades da precipitação acumulada em 6 horas foram superiores a 50 mm, e localmente superiores a 60 mm, em vários locais do Minho, do Douro Litoral e Beira Litoral, como sugere a Figura 3.
A imagem da Figura 3 mostra a precipitação acumulada em 6 horas (entre as 10 e as 16 UTC do dia 15) obtida pelo radar de AROUCA (A/PG), com base em observações efetuadas pelo feixe radar à menor altitude possível acima do solo e com integração temporal de 5 em 5 minutos. Nesta imagem verifica-se que os valores mais elevados neste período ocorreram nos distritos de Braga e Porto. Dada a diferença típica entre os valores de precipitação do radar e dos registados no udómetro, pode estimar-se, para esta situação, valores máximos que poderão ter atingido 110 mm em 6 horas, em alguns locais.

O vento soprou do quadrante sul, com os valores mais intensos a registarem-se a partir do final da tarde do dia 15, observando-se intensidades do vento entre 40 e 55 km/h nas terras altas e em alguns locais do litoral Norte e Centro. Os valores máximos de rajada ocorreram no final do dia 15 e madrugada do dia 16, tendo-se registado valores da ordem de 90km/h ou superior em vários locais, nomeadamente, 100 km/h no Mogadouro, 99km/h na Pampilhosa da Serra, 92 km/h em Cabeceiras de Basto e Penhas Douradas.

Na costa ocidental portuguesa, na bóia de Leixões do Instituto Hidrográfico, foram registadas ondas com altura significativa de 4,5 metros e altura máxima de 7 metros.

> Imagem combinada do satélite MSG utilizando os canais do vapor de água 6.2 μ e 7.3μ e os canais do infravermelho 9.7 μ e 10.8 μ de 15 de setembro de 2015 às 12 UTC
6p1m1zV.jpg



> Mapa da precipitação acumulada em 24 horas, entre as 09 UTC de 15 de setembro às 09 UTC de 16 de setembro, em Portugal Continental.
DCqMAIx.jpg


> Mapa da precipitação acumulada das 10 UTC às 16 UTC de 15 de setembro de 2015 (radar A/PG)

YHJCoLt.png
 
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Gerofil

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21 Mar 2007
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Estremoz
Para quando uns mapas assim ? Se bem que não saiba como eles fazem a interpolação, e se é rigorosa.
Mas sempre parece mais realista. Se calhar temos é poucas estações para tal.

A técnica utilizada pelo IPMA demonstra claramente que não respeitam o relevo na interpolação doselaboração do mapa. dados, ou seja, esse mapa estaria correcto se todo o relevo estivesse à mesma altitude.

Do ponto de vista de cálculo não deve ser muito difícil, cada estimativa do radar num certo período é modelada como uma superfície através de uma malha de pontos ou vectorial por exemplo. As cotas dessa superfície (valores dos acumulados pontuais) são modificadas nos pontos correspondentes às estações de modo a coincidirem com os valores efectivamente observados. A superfície é assim afeiçoada nos vários pontos/estações sendo a malha que a modela modificada com um algoritmo de interpolação. Depois é só sobrepor as várias superfícies acumulando os valores por ponto da malha por adição simples. Com certeza que isto já foi feito e experimentado. A qualidade do produto final dependerá sempre da posição estratégica das estações de aferição, nos cimos, no fundo dos vales, etc, em número suficiente, claro.

:palmas:

Ora aí está uma excelente proposta para o IPMA.

(...) Dada a diferença típica entre os valores de precipitação do radar e dos registados no udómetro, pode estimar-se, para esta situação, valores máximos que poderão ter atingido 110 mm em 6 horas, em alguns locais. (...)
 
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StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Numa revista rápida a valores máximos diários no mês de Setembro, recorrendo a vários registos oficiais, entre os quais Normais publicadas pelo IPMA e INMG e estudos dirigidos especificamente para a análise de valores máximos em 24 horas em algumas publicações do INMG, numa recolha ainda incompleta, esboça-se já a conclusão de que este evento de chuva generalizada em Setembro teve carácter raro ou excepcional, senão mesmo inédito desde que há registos da rede de estações mais completa (1921).

Ficam alguns primeiros exemplos. Os acumulados referem-se sempre ao período diário de referência que é das 9:00 às 9:00 utc, usado em todos os estudos e Normais climatológicas.

Montalegre acumulou um valor em 24 horas até às 9:00 de dia 16, de 108,7 mm. Nesta pesquisa, que, repito, ainda está incompleta, encontrei os seguintes valores: no período de 1931 a 1960, a máxima diária em Setembro foi de 52,4 mm e a média do total do mês 56,0 mm; no período de 1879 a 1976 a média do total do mês de Setembro é 63,2 mm, o 8º decil é 96,0 mm e o 9º decil 142,4 mm. Até hoje Montalegre já acumulou 126,5 mm no mês. Esta estação é das mais preciosas em relação à continuidade essencial em climatologia. Falta ainda averiguar o resto da série desde 1879, à qual tenho acesso até aos anos noventa, mas não imediatamente.

Cabril, no Gerês, a meia encosta perto da albufeira de Salamonde, portanto em posição menos favorável do que a primeira linha de alturas, como por exemplo as próprias termas, acumulou 160,4 mm no período diário de referência.
A estação só existe desde 1999, mas comparando com as estações "clássicas" do Gerês, já se podem tirar algumas conclusões:
De 1931 a 1960, por exemplo, nenhuma estação em toda a zona do Gerês teve uma acumulado diário máximo em Setembro daquela ordem:
Gerês mesmo (precipitação média anual 2908,8 mm) tem máximo diário de 93,8 mm em Setembro; o valor diário mais elevado encontrado para Setembro foi de 132,0 mm em Portela do Vade.

Cabeceiras de Basto acumulou 114,2 mm. No período 1921 a 1974, o máximo diário em qualquer mês foi de 127,6 mm.
No período 1931-60, a máxima diária em Setembro foi apenas de 44,2 mm, sendo a média do total do mês de 58,6 mm. Portanto num só dia caíu praticamente o dobro do total médio do mês, à semelhança de Montalegre.

Vinhais, 99,8mm. Em 31-60 nunca teve um máximo diário em Setembro superior a 52,4 mm; a média do total mensal nestas Normais é 43,1 mm. O valor diário mais elevado, de todos os meses, é de 109,4 mm neste período de 30 anos e no período de 1913 a 1969 é 129,0 mm (Nov.1916).

Viseu (cidade), 70,1 mm e Viseu (aeródromo), 114,7 mm, são duas estações próximas mas com diferença de cerca de 200m de altitude. Suspeito que o pluviómetro da primeira poderá não ter funcionado correctamente durante o evento, por apresentar uma série horária do tipo descrito na mensagem anterior. Nas Normais 71-2000 e 81-2010, na página do IPMA, a máxima diária para Setembro é de 75,2 mm; para todos os meses é 98,4 mm.
Nas Normais 1931-60, o valor diário mais alto para este mês foi de 67,1 mm.

Vila Real (C.C.) 62,9 mm e Vila Real (cidade) 91,8 mm. Nas Normais 71-2000 e 81-2010, valor diário mais alto no mês é de 46,5 mm; 52,0 mm nas 1931-60. Total médio do mês variou de 38,4 mm a 54,8 mm, nas Normais 31-60 e 81-10, respectivamente.

Pelo distrito de Bragança, são vários os locais em que os valores diários superaram os anteriores máximos nas Normais referidas, a começar pela capital de distrito:

Bragança, 69,3 mm
. Anteriores máximos diários de Setembro são 52,1 / 55,8 / 69,0 mm, respectivamente nas Normais 31-60 / 71-00 / 81-10.

Chaves, 55,6 mm. Em 31-60, 39,6 mm.

Macedo de Cavaleiros, 67,9 mm
. 31-60, 54,7 mm.

Miranda do Douro, 66,5 mm. 31-60, 43,5 mm.

Mogadouro, 65,1 mm. 31-60, 51,6 mm.

A sul do Douro, além de Viseu, há mais locais com acumulados excepcionais para Setembro:

Arouca, 115,9 mm. Em 31-60, 96,3 mm, máxima anual 128,8 mm.

Moimenta da Beira, 74,8 mm.

Nelas, 70,4 mm.

Estas últimas sem possibilidade de verificar de momento por não constarem nas Normais disponíveis.

No Minho e Douro litoral, há também casos locais de extremos.

Por exemplo, refira-se Paços de Ferreira, cujo valor registado deve ser extraordinário mas tem que ser calculado das 9h às 9h utc pelo nosso conhecido membro, para ser comparado com este:

Nas Normais 31-60 a média do total de Setembro foi de 72,3 mm; a máxima diária 66,0 mm. Penso que este valor terá sido completamente pulverizado...
Na série de 1933-1976, a média do mês é 74,7 mm, o 9º decil do mês é 142,2 mm. O valor mais elevado do total de Setembro foi de 228 mm neste período.

Na continuação desta pesquisa, e à medida que as séries de anos investigadas forem maiores, é lógico que o carácter de excepção do evento pode diminuir por se encontrarem outros anos, ao longo dos mais de cem anos de registos, com valores semelhantes. Mas também podem não ser encontrados maiores, ou seja, os máximos absolutos desde que há registos estarem localizados nos períodos de análise já disponíveis.
 
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AnDré

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22 Nov 2007
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Cabril, no Gerês, a meia encosta perto da albufeira de Salamonde, portanto em posição menos favorável do que a primeira linha de alturas, como por exemplo as próprias termas, acumulou 160,4 mm no período diário de referência.
A estação só existe desde 1999, mas comparando com as estações "clássicas" do Gerês, já se podem tirar algumas conclusões:
De 1931 a 1960, por exemplo, nenhuma estação em toda a zona do Gerês teve uma acumulado diário máximo em Setembro daquela ordem:
Gerês mesmo (precipitação média anual 2908,8 mm) tem máximo diário de 93,8 mm em Setembro; o valor diário mais elevado encontrado para Setembro foi de 132,0 mm em Portela do Vade.

A 22 de Setembro de 1999, os acumulados na Peneda Gerês foram excepcionais.
(>150mm que encontrei)
221,5mm - Seixas
194,9mm - Leonte
174,0mm - S. Bento da Porta Aberta
167,2mm - Tibo da Gavieira
152,0mm - Cibões
151,0mm - Covide

Nesse dia, as estações de Salamonde, Pincães e Xertelo, (estações muito próximas da actual EMA de Cabril) ficaram-se respectivamente pelos 98, 92,5 e 98,6mm.
A estação do Gerês estava sem dados, mas não há-de ter ficado muito longe de Covide, que é logo ao lado.

Agora e infelizmente, nenhuma dessas estações está em funcionamento. Podemos apenas especular que: Se Cabril acumulou 160,4mm e estava numa posição menos favorável que todas aquelas estações que já não existem... São apenas especulações.

Ficamos sem saber o que fazer com este despejo, não sei se este volume de água corresponde ao total acumulado não contabilizado ou se foi simplesmente a lavagem do pluviómetro. Certo é que o total anterior está muito desenquadrado na área, apesar da estação de Pinhão ter uma situação no fundo do vale do Douro onde por vezes a precipitação é bastante omissa em certas situações, por efeito de "sombra" das montanhas periféricas.

Não sei a quantos mm corresponde um pluviometro cheio de água.
Se estivesse cheio, o mesmo poderia ter pedido água por acção do vento, ou na remoção do lixo que entupia o instrumento.
Se estivesse meio cheio, então aí talvez se pudesse contabilizar.