O grande Sismo e Tsunami de 1755 em Portugal (M 8.7/9.0)

Orion

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No Pós Sismo de 2011, a grande maioria das Fábricas da região começaram a operar praticamente 1 mês depois da catástrofe que ocorreu.

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Como escrevi, as zonas mais ricas do país passaram ao lado do evento (e Tohoku é uma região 'pobre' como publico mais abaixo). O artigo fez uma comparação entre o sismo de 2011 e o pior cenário. Não tem nada a ver (e a central nuclear de Hamaoka seria mais um desastre):

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Toyota hasn't been immune to the after-effects of the natural disaster that hit Japan in March. Toyota and its affiliates have three factories in the Tohoku region, a center for auto making in Japan, that suffered greatly because of the tsunami. According to Japan’s Cabinet Office figures, the Tohoku region accounts for about 8% of the country's gross domestic product. Following the massive earthquake and ensuing tsunami last month, Toyota subsidiary plants that produce parts and vehicles had to stop production.

Forbes

Houve alguns fornecedores afetados mas a maioria das fábricas apenas parou por falta de peças (supply chain).

Não concordo de todo com a tua opinião, tens um bom exemplo disso no grande Sismo de Kobe de 1995 em que a cidade ficou destruída quase na sua totalidade e a recuperação foi notável e impressionante.

O problema de usar terramotos antigos (e 20 anos é muito tempo nos padrões modernos) é que muito expansão urbana deve ter ocorrido. Apesar do terramoto de Kobe ter ocorrido numa zona 'rica'...

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... ocorreu em terra (não houve tsunami) e teve uma magnitude muito inferior (6.8). Ainda assim fez isto:

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Orion

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5 Jul 2011
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"Só daqui a mais de mil anos é que Lisboa deverá sofrer um sismo como o de 1755." Esta é a previsão de José Luís Zêzere, investigador do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, que se baseia no facto de os terramotos serem cíclicos e do mais provável antecessor do sismo que destruiu a capital a 1 de novembro de 1755 ter ocorrido em 63 depois de Cristo. "O período de retorno pode andar pelos 1700 anos", frisou em declarações ao DN.

José Luís Zêzere é um dos participantes na conferência internacional Riscos, Segurança e Cidadania, que esta quinta feira e amanhã reúne vários especialistas em Setúbal, admitindo o investigador como "certeza científica" que mais cedo ou mais tarde Lisboa e o Litoral português voltarão a ser atingidos por um sismo seguido de tsunami. O fenómeno deverá ser semelhante ao que em 1755 destruiu a capital, provocando entre 40 mil a 80 mil mortes no país e 20 mil em Lisboa. Segundo o simulador do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, um novo sismo poderá matar entre 17 mil e 27 mil pessoas, dada a vulnerabilidade de Lisboa, sobretudo ao nível dos edifícios.

Mas houve mais terramotos a afetarem gravemente Lisboa além do de 1755. José Luís Zêzere recua a 26 de janeiro de 1531, quando teve lugar um com epicentro em Vila Franca de Xira. "Está ligado às falhas do vale inferior do Tejo. Teve magnitude mais baixa (8.5), mas como foi mais próximo produziu uma maior destruição", sublinha. Terão morrido cerca de 30 mil pessoas.

DN
 

algarvio1980

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Penso nisto frequentemente. Costumo ir para a praia de Cabanas de Tavira e sempre que lá estou dou por mim a pensar: o que acontecia se houvesse agora um sismo que pudesse causar um tsunami? Como é que as pessoas iam sair daqui? Como é que as pequenas embarcações, sempre cheias de gente e num vai-vem louco tinham capacidade para evacuar a praia? Adoro a praia de Cabanas de Tavira, mas a sério que isto me arrepia muito. Espero sinceramente nunca viver um cenário destes... espero que nunca ninguém tenha que viver um cenário destes...

Nem tinha lembrado desse grande pormenor, na faixa que vai desde do Farol às Cabanas de Tavira, estão milhares de pessoas, em todas as ilhas ao longo de cerca de 40 kms. Se uma viagem de barco, demora 45 minutos do Farol até Olhão, 20 minutos da Armona para Olhão, 15 minutos da Ilha de Tavira para as 4 Águas. É, melhor nem pensar nisso, senão entra-se em parafuso.
 

Gil_Algarvio

Nimbostratus
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23 Mar 2009
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Nem tinha lembrado desse grande pormenor, na faixa que vai desde do Farol às Cabanas de Tavira, estão milhares de pessoas, em todas as ilhas ao longo de cerca de 40 kms. Se uma viagem de barco, demora 45 minutos do Farol até Olhão, 20 minutos da Armona para Olhão, 15 minutos da Ilha de Tavira para as 4 Águas. É, melhor nem pensar nisso, senão entra-se em parafuso.

Já pensei nisto tantas e tantas vezes. Mas não é só a situação das ilhas barreira que me preocupa, mas sim toda a linha costeira Algarvia (principalmente).
Vamos ser sinceros! O Tsunami segundo os registos de 1755 e alguns estudos demorá entre 15 a 18 minutos após sismo a atingir terra algarvia. Quem estiver nas ilhas barreira estará mais que condenado! Não é ser dramático nem pessimista, é ser realista, só assim se conseguem elaborar os melhores panos de contingência e emergência.
Já fora das ilhas barreira será trágico também. Não é possivel simplesmente evacuar dezenas de milhares de pessoas das praias até zona segura em menos de 15 minutos!
Alias, mesmo que não haja tsunami haverá vitimas, com o pânico as pessoas atropelar-se-ão só para tentar chegar primeiro, uma espécie de cada um por si.
Em 1998, quando houve o falso alarme "da onde gigante" as pessoas saíram calmamente das praias (as que saíram) e foram para cima das dunas ou para as varandas na primeira linha de costa apenas para ver a onda girante chegar. Mas em 98, ninguém sabia nem tinha noção do potencial destrutivo de um tsunami, só no tsunami de 2004 se ganhou essa consciência! Viu-se um tsunami em directo na TV. em 2009 novamente!

Em agosto, uma simples noticia ou um sismo claramente perceptível nas praias, mesmo sem tsunami, será suficiente para instalar o pânico.
 

luismeteo3

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14 Dez 2015
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Fatima (320m)
E se o sismo de 1755 fosse hoje? "A destruição seria muito significativa"

No dia em que passam 262 anos sobre o terramoto e tsunami que devastaram a cidade de Lisboa, conversámos com um especialista que nos disse que abalos desta magnitude acontecem com "intervalos longos superiores a mil anos". Por isso, para já, estamos seguros. Porém, esta não deve ser a única preocupação. Outros sismos de menor magnitude podem ser igualmente violentos e com potencial para destruir boa parte da cidade.
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© Getty Images

Édia 1 de novembro de 1755, dia de Todos os Santos. Muitos habitantes de Lisboa encontram-se nas igrejas. Outros tantos espalham-se pelas ruas sujas e apertadas da capital a vender legumes, pão e tudo o que lhes permita ganhar algum dinheiro para o sustento da família. As crianças brincam despreocupadas nas ruas, entre poças de água e lama, com os joelhos esfolados, a roupa suja, mas felizes. É apenas mais um dia na vida agitada da capital portuguesa.


Mas ao início da manhã, pelas 9h30, tudo mudou e para pior. Um violento sismo, que atualmente se crê que tenha tido uma magnitude de 8.7 na escala de Richter, varreu a cidade de Lisboa.

Também foi sentido em Setúbal e no Algarve, mas sem a violência que atingiu em cheio os habitantes da principal cidade do reino.

Foram breves os minutos de duração do sismo, mas os efeitos foram devastadores, até porque a réplica foi tão violenta como o terramoto. Perderam-se 35 igrejas, 55 palácios e mais de dez mil edifícios. Entre as relíquias arquitetónicas que foram destruídas contam-se a Ópera do Tejo, a Casa da Relação, o Paço da Ribeira com a sua valiosa biblioteca. A Torre do Tombo não resistiu e o mesmo aconteceu ao Hospital de Todos-os-Santos, aos conventos de S. Domingos, do Carmo e do Espírito Santo. Inúmeros documentos e obras de arte perderam-se para sempre, tal como as cerca de 100 mil pessoas que pereceram perante a violência da natureza.

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O terramoto de 1755 e a devastação causada em Lisboa© Wikimedia Commons

Um grande número de pessoas morreu dentro de igrejas onde se encontrava a rezar na missa por Todos os Santos. Outras morreram nas ruas que ficaram impedidas por blocos de pedra que não resistiram ao abalo.

A terra finalmente parou de tremer. Respirou-se de alívio. Mas ainda não era o fim. Um tsunami, cujas ondas se crê que tenham atingido os 20 metros de altura, varreu o Terreiro do Paço. Uma tragédia sem precedentes abateu-se sobre Lisboa e sobre os seus habitantes. O pânico instalou-se e, depois de as ondas recuarem, começaram os incêndios.

As velas usadas como iluminação, e que não foram atingidas pelas ondas, espalharam as chamas. Durante seis dias ininterruptos vários focos de incêndio arderam, unindo-se numa única bola de fogo que destruiu a baixa de Lisboa e matou milhares de pessoas. Uma das cidades mais bonitas e importantes da Europa do século XVIII estava em ruínas.

E se o sismo fosse hoje?

Volvidos 262 anos do pior terramoto de que há registo em território nacional, conversamos com um especialista para tentar perceber qual é o risco de Lisboa voltar a passar por uma situação semelhante.

O professor catedrático José Luís Zêzere, do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, explicou ao Notícias ao Minuto que sismos como o de 1755 “ocorrem com intervalos longos”, pois trata-se de “ciclos sísmicos superiores a 1.000 anos, pelo que a incerteza acerca do período de recorrência é bastante elevada”.

Além disso, referiu, um sismo de magnitude semelhante ao de 1755 não é a “única ameaça sísmica para Portugal”, pois já outros abalos de menor magnitude (em 1344 e 1531), e com “origem na zona de falhas do vale inferior do Tejo”, resultaram em “destruições extensivas na zona de Lisboa” – o de 1755 teve o seu epicentro no Banco do Gorringe.

Face a este cenário quisemos saber se os edifícios da Lisboa cosmopolita atual estão preparados para abalos de grande magnitude.

“Os edifícios construídos depois de 1983 devem respeitar um conjunto de condições que os tornam resistentes aos sismos e que estão adaptadas às diferentes realidades de perigosidade sísmica no país”, refere José Luís Zêzere, sublinhando, contudo, que “subsistem algumas dúvidas acerca da aplicação sistemática das regras estabelecidas por deficiências na fiscalização”. Além disto, os “edifícios mais antigos não foram construídos com as mesmas preocupações de resistência antissísmica que existem hoje”.

Pese embora seja difícil calcular as consequências de um sismo, pois tudo depende da sua magnitude, da localização do epicentro e, no caso de um tsunami, da energia das ondas, o professor do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território não tem dúvidas: um sismo semelhante ao de 1755 teria uma “destruição muito significativa, com maior incidência nos bairros mais antigos” da cidade de Lisboa.

José Luís Zêzere frisa, aliás, o facto de a Autoridade Nacional de Proteção Civil ter criado um simulador sísmico para avaliar as consequências de um terramoto, mas adverte que a “preparação para a emergência devia estar a ser acompanhada pela implementação sistemática de medidas preventivas, nomeadamente a generalização do reforço antissísmico nos processos de regeneração urbana”. Também a fiscalização à construção de edifícios deveria ser uma prioridade das autoridades.

Nesta senda, defende que é necessário um “reforço estrutural antissísmico de edifícios estratégicos, vitais e sensíveis, como é o caso dos hospitais, centros de saúde, quartéis de bombeiros e outras instalações de agentes de proteção civil”.

Quanto à baixa lisboeta, mais concretamente, “não há uma solução milagrosa para o problema”. As ruas estreitas, apinhadas de carros que impedem a passagem de veículos de emergência têm potencial para dificultar um processo de resgate em caso de sismo. Mudar esta situação só com “boas práticas”, tais como “a eliminação sistemática dos lugares de estacionamento nestas vias e a não introdução de elementos de mobiliário urbano que agravem as dificuldades” já existentes.

E quanto a isto, o especialista é perentório: “Há lições a aprender do grande incêndio do Chiado em 1988”.

José Luís Zêzere defende, por isso, a importância da realização de simulacros alargados a toda a população, com especial incidência nas escolas para que as crianças saibam desde cedo como agir em caso de sismo, mas também é realista ao dizer que “nenhuma Proteção Civil do mundo estará completamente preparada para fazer face a um sismo com localização próxima e magnitude de 8.7”.

Portanto, o melhor é apostar num “cultura da prevenção” e no “desenho de uma nova malha urbana que garanta distâncias de segurança adequadas entre os edifícios que proporcionem a circulação de viaturas de socorro” em caso de necessidade.
https://www.noticiasaominuto.com/pa...ium=email&utm_source=gekko&utm_campaign=daily
 

Orion

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