Mais cinco estações instaladas pelo IM entre 16 e 20 de Agosto deste ano
Cobertura meteorológica abrange toda a Região
A Madeira tem, neste momento, uma rede de 14 estações meteorológicas automáticas, que fazem a cobertura de todo o território regional, Porto Santo incluído. As últimas cinco foram instaladas entre 16 e 20 de Agosto deste ano, mas a rede foi iniciada em 1997. Um Boletim Meteorológico para a Agricultura é outra das “ofertas” do IM para a Região.
O Instituto de Meteorologia acaba de instalar mais cinco estações meteorológicas automáticas na Madeira.
A instalação, que decorreu entre 16 e 20 de Agosto de 2010, foi feita em São Vicente, Bica da Cana, Quinta Grande, Santana e Santo da Serra. Destas, apenas a estação do Santo da Serra foi dotada de equipamentos de observação do vento.
A informação foi avançada ao Jornal da Madeira por Vítor Prior, delegado regional do IM, que considerou que, neste momento, a cobertura regional já é «muito boa», visto abranger Norte, Sul, Este e Oeste da Madeira.
Conforme explicou, estas estações estão inseridas no âmbito do programa de modernização da rede de Observação Meteorológica à superfície, iniciada em 1997 com as instalações do Observatório Meteorológico do Funchal e a do aeroporto do Porto Santo.
Em 2002 foram instaladas as estações do Areeiro, Ponta do Sol, Ponta do Pargo e São Jorge, bem como a do terraço do edifício da estação de Biologia Marítima do Funchal.
Em Agosto de 2009, e por reconhecer a necessidade de melhorar a cobertura da Madeira com estações para vigilância meteorológica e estudos do clima, o IM criou as estações da Santa (Porto Moniz) e do Caniçal.
Estas primeiras nove estações medem a temperatura e humidade relativa do ar, precipitação, intensidade e rumo do vento, radiação global e temperatura do solo.
De acordo com a informação do IM, a informação meteorológica é registada de 10 e 10 minutos, sendo recolhida no Observatório Meteorológico do Funchal, de onde é difundida aos níveis regional, nacional e internacional, através da rede de telecomunicações meteorológicas.
Orografia muito complexa
A rede de estações meteorológicas automáticas na Madeira justifica-se, essencialmente, pela orografia da ilha, que Vitor Prior considera «muito complexa”. Isto porque, devido aos micro-climas característicos da Ilha, as temperaturas variam muito de local para local, o mesmo acontecendo com a precipitação.
As estações já instaladas permitem ter uma leitura local e global do que se passa na Região.
Vítor Prior acrescenta que, para além disso, «as pessoas demonstram cada vez mais interesse pela informação meteorológica e é preciso dar satisfação a essas pessoas».
Comunidade científica interessada na rede
Para além da vigilância e previsão do tempo, estas estações fornecem dados importantes para a comunidade científica, quer para estudos do clima, quer para ordenamento do território.
Vitor Prior diz que, em termos de climatologia, o interesse tem sido manifestado essencialmente por peritos nacionais e internacionais, pese embora o facto de a Universidade da Madeira já estar a demonstrar algum interesse sobre esta matéria.
«Penso que já há pessoas da universidade, talvez não ligadas ao clima desde há muito tempo, mas com interesse em pegar neste assunto», acrescentou o delegado regional do Instituto de Meteorologia.
Informação no site a partir de Setembro
A partir de Setembro, toda a informação recolhida por estas estações poderá ser consultada no site do Instituto de Meteorologia.
Questionado sobre se a rede que já está instalada trará maior segurança à Região, em termos de previsão de situações climatéricas mais graves, como a ocorrida a 20 de Fevereiro, Vítor Prior respondeu que, nesse dia, já estava a funcionar o modelo Arome, que dá os valores numéricos da temperatura, humidade e vento registados numa “malha” de 2,5km por 2,5km.
A vantagem da rede é que permitirá verificar o que anuncia o modelo e comparar essa informação com o que está a ser observado localmente.
Esta dupla informação permitirá uma melhor previsão do tempo.
Instituto vai publicar Boletim Meteorológico para a agricultura
O delegado regional do Instituto de Meteorologia revelou que, até ao fim deste ano, o instituto deverá começar a publicar o seu Boletim Meteorológico para a Agricultura.
O Boletim será divulgado via e-mail, enviado para as entidades regionais ligadas à agricultura e outras que se mostrem interessadas no assunto, nomeadamente Câmaras ou associações. Serão essas entidades que depois poderão divulgar a informação aos agricultores.
Um dos dados que serão publicados no Boletim será a temperatura do solo.
Conforme explicou Vitor Prior, a temperatura do solo, mais conhecida por “temperatura da relva” visto ser medida a cinco centímetros do chão, permite saber de que forma os produtos agrícolas poderão ou não ser afectados pelo tempo que se está a fazer sentir, permitindo aos agricultores adequarem as suas plantações a essas condições ou protegê-las das mesmas.
Anete Marques Joaquim