Previsão do Tempo e Alertas - Fevereiro 2008

  • Thread starter Thread starter Vince
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O wetteronline dá muita precipitação para a Madeira nos próximos dias!
E para os açores são também esperados aguaceiros por vezes fortes e vento forte.

Vá pessoal das ilhas, toca a partilhar connosco as vossas vivencias meteorológicas, já que pelo continente, aparentemente tudo está e continuará estavel e calmo.:disgust:
 
Aii, que seca este PortugAAl continentAAl:mad::angry:
 
Sim...Portugal não é só o Continente...

Se por cá, no Continente,a Primavera já brota, já desabrocha,
pelos Açores há Inverno e de verdade:
-Vento fresco, muito fresco à mistura com chuva.
A depressão enfraquecerá ,mas ainda vai rondar mais algum tempo .

semttulojq7.png


Por cá,no combate dos chefes, the Winner is?
Desta vez foi o GFS .Sem surpresa.
Às vezes é ao contrário. Por isso,ainda acreditámos em determinado momento,
que isto ía mudar daqui a 2, 3 dias já que o ECMWF,mais que chefe, gigante , sobretudo na previsão para a Europa apontou nesse sentido.
Não foi assim desta vez esse desenlace.O GFS bem que o dizia...
Quanto ao Inverno acabado falaremos depois,
quando ele de facto estiver no fim.Não está ainda.
E surpresas há-as aos montes na Meteorologia .

Por último , é obvio que, para um esclarecimento cabal do actual estado da atmosfera e sua posterior evolução, esta não será seguramente a página ideal de consulta.
Aqui não há previsões oficiais.
Temos um Instituto que , na elaboração da previsão a curto prazo e na tendência a médio prazo é competente .
E tem uma página na WEB.
Aqui , claro que há paixão.E há informação que pode ser de valor acrescentado.
E de consulta útil.
Mas nunca substituível às previsões de um Instituto que existe entre outras coisas para a previsão do tempo.
E tal seria rídiculo se acontecesse...
 
desculpem lá a franqueza mas esta pedra(AA)é muito :angry::mad:.Estive a ver a run do ecmwf e para onde eu estou a viver è chuva pelo canudo e pelo que foi descrito pelo Mario Barros nem se comenta quanto á previsão do gfs
 
Um cenário primaverial a prosseguir para Portugal Continental... é claro que alguém que não conhecesse o GFS e acreditasse que o pai Natal vai ao circo com o coelhinho, enquanto 214 amendoins andam de autocarro em hora de ponta a cantar o fado (cenário mais surreal que me lembrei a esta hora da manhã), poderia estar contente a ver diagramas acima de 300 horas onde Portugal volta a ficar coberto de neve de Norte a Sul... Eu sugeria uma revolução! FORA COM OS MODELOS A LONGO PRAZO... Ou então façamos boicote... (não consigo :lmao::p)
 
estando 2008 a ser o inverno mais frio dos últimos 15 anos, alguém tem informação onde estão a ocorrer, a nível global, as temperaturas mais baixas???
será que é só na PI e oeste de europa que está a ocorrer uma "bolha" em contra ciclo ou existem outras ocorrências?
seremos nós os únicos "privilegiados" por esta seca de tempo:sad:??
 
gfs23601wq7.png


mais uma parvoice...como é possivel mesmo a muitas horas de distancia por o nosso país com neve durante 2 dias...
depois estes gajos criam expectativas, a malta entusiasma-se, mas depois voltamos a mesma sina.:unsure:
 
estando 2008 a ser o inverno mais frio dos últimos 15 anos, alguém tem informação onde estão a ocorrer, a nível global, as temperaturas mais baixas???
será que é só na PI e oeste de europa que está a ocorrer uma "bolha" em contra ciclo ou existem outras ocorrências?
seremos nós os únicos "privilegiados" por esta seca de tempo:sad:??

Em Janeiro era o 2º mais frio dos últimos 15 anos segundo o RSS. Neste momento ainda não sei. Viste alguma a referência a isso na comunicação social ?

Sim, estamos numa especie de bolha de excepção no Hemisfério norte, embora há alguns dias atrás fosse ainda mais expressiva.

temp-4.gif

http://www.wetterzentrale.de/pics/Rhavn063.gif
 
mais uma parvoice...como é possivel mesmo a muitas horas de distancia por o nosso país com neve durante 2 dias...
depois estes gajos criam expectativas, a malta entusiasma-se, mas depois voltamos a mesma sina.:unsure:

Não é uma parvoíce. É a forma de trabalhar do algoritmo de um modelo. Ele tem que exprimentar vários cenários e não teimar em apenas um. Ele tem que ter "mente" aberta e exprimentar mesmo o que parece improvável para nós. Omitir possibilidades logo à partida seria começar com uma base errada porque seria incompleta. E esses cenários vão alternando na saída principal. Usemos a expressão «atirar o barro à parede a ver se cola», que é o que o modelo faz. À medida que o tempo avança os dados reais vão viabilizando ou inviabilizando cenários, ele vai adaptando e aperfeiçoando uns ou criando outros novos. Não é defeito, é uma funcionalidade. Não é parvoíce, é uma virtude. A parvoíce na verdade pode ser nossa se perdemos demasiado tempo a interpretar essas imagens a tantas horas de distância ou lhes dermos demasiada importância.

Às vezes tenho reparado que se diz que é o GFS que tem este feitio ou mania, mas a o que se passa é que nós notamos mais isso no GFS apenas porque o GFS vai até às 384 horas enquanto o ECMWF vai apenas até às 240. Já por causa disto tudo é que os criadores dos modelos inventaram o Ensemble, ou seja, explicando de forma simples, termos o output de diversos cenários, e podermos perceber se determinada solução é apenas uma solução isolada das restantes ou é talvez uma tendência mais consolidada com pernas para andar. A médio e longo prazo é muito mais importante olhar para os ensembles e comparar diversos modelos distintos do que olhar para uma qualquer solução a 360 horas como é essa imagem que colocaste.
 
Não é uma parvoíce. É a forma de trabalhar do algoritmo de um modelo. Ele tem que exprimentar vários cenários e não teimar em apenas um. Ele tem que ter "mente" aberta e exprimentar mesmo o que parece improvável para nós. Omitir possibilidades logo à partida seria começar com uma base errada porque seria incompleta. E esses cenários vão alternando na saída principal. Usemos a expressão «atirar o barro à parede a ver se cola», que é o que o modelo faz. À medida que o tempo avança os dados reais vão viabilizando ou inviabilizando cenários, ele vai adaptando e aperfeiçoando uns ou criando outros novos. Não é defeito, é uma funcionalidade. Não é parvoíce, é uma virtude. A parvoíce na verdade pode ser nossa se perdemos demasiado tempo a interpretar essas imagens a tantas horas de distância ou lhes dermos demasiada importância.

Às vezes tenho reparado que se diz que é o GFS que tem este feitio ou mania, mas a o que se passa é que nós notamos mais isso no GFS apenas porque o GFS vai até às 384 horas enquanto o ECMWF vai apenas até às 240. Já por causa disto tudo é que os criadores dos modelos inventaram o Ensemble, ou seja, explicando de forma simples, termos o output de diversos cenários, e podermos perceber se determinada solução é apenas uma solução isolada das restantes ou é talvez uma tendência mais consolidada com pernas para andar. A médio e longo prazo é muito mais importante olhar para os ensembles e comparar diversos modelos distintos do que olhar para uma qualquer solução a 360 horas como é essa imagem que colocaste.

Obrigado pela explicação! De facto já tinha visto que diagramas de GFS ensamble, apresentam cenários diferentes a longo prazo... agora compreendi melhor mas resta uma pequena dúvida. Este ensemble funciona isolado para cada modelo, ou compara vários modelos? Não consegui depreender isso bem da tua explicação...
 
A mim parece-me que vai ser uma seca de Ano como 2005 :disgust:

que saudades de 2000;2001 e 2006 (2007 tb n foi mau de todo, em termos meteorologicos) :(
 
Obrigado pela explicação! De facto já tinha visto que diagramas de GFS ensamble, apresentam cenários diferentes a longo prazo... agora compreendi melhor mas resta uma pequena dúvida. Este ensemble funciona isolado para cada modelo, ou compara vários modelos? Não consegui depreender isso bem da tua explicação...

Não, cada modelo tem os seus, e poucos modelos os têm. E nós por exemplo não temos acesso ao ensemble do ECM, apenas os serviços de meteorologia que são membros da organização.
Num ensemble os tais cenários são chamados de membros, para perceber melhor é como se fossem variáveis principais de um modelo e da atmosfera. Quando o modelo é inicializado tem que prever diversos cenários, valores diferentes para esses membros, pois nós nunca sabemos o exacto estado da atmosfera em determinado momento de inicialização, ou porque não temos alguns desses dados de todo, ou porque não chegam em tempo útil ou até porque podem estar errados por qualquer razão.

E nem todos os modelos tem essas possibilidades, pois o Ensemble obriga a multiplicar n vezes os recursos de processamento, que como deves calcular, são brutais, astronómicos. Basta pensar que um modelo global como o GFS tem uma representação da atmosfera a 3 dimensões para todo o mundo com determinada resolução que no caso do GFS varia entre os 35 e 70km conforme a latitude/longitude se não estou em erro. Quando trabalha com X membros, ele simula toda a atmosfera terreste a 3D x o número de membros do ensemble. É brutal a capacidade de processamento necessária para isto tudo.

Para termos resoluções maiores, devemos recorrer aos modelos de mesoescala, que são modelos regionais alimentados com dados por exemplo de um modelo global, processando então uma dada região com maior resolução. Na prática nós aqui nem deveriamos por exemplo utilizar o GFS, modelo global, para prever a precipitação ou a temperatura para Lisboa por exemplo. É uma coisa que não é muito correcta, para isso devem-se utilizar os modelos de mesoescala que além de alimentados com dados do modelo global é configurado com outros dados como a orografia, vegetação, etc,etc, ou mesmo dados reais de observações locais/regionais, de estações por exemplo, a quando da inicialização dos mesmos. Mas como temos acesso muito limitado a modelos desses recorremos ao GFS.

Já agora, outra duvida ou mesmo perplexidade que surge muitas vezes com os modelos é a forma como uma solução interessante desaparece misteriosamente para grande desgosto de todos quando eram bons cenários. O típico passar do 80 para o 8, ou vice versa. Para perceber isso convem perceber um pouco a dinâmica da atmosfera e quem já ouviu falar ou leu alguma coisa sobre a teoria do caos ou do efeito borboleta percebe muito facilmente porque é que determinadas coisas aparecem e desaparecem tão rapidamente dos modelos. Vou dar um exemplo com um furacão, exemplo que foi até real pois lembro-me bem. A 360 horas um furacão ainda não se formou, mas alguns modelos já o previam. Por exemplo o GFS. Mas a tantas horas acontecem sempre coisas surpreendentes nos modelos. Num run o furacão está na Flórida daí a semana e meia, no run seguinte está a fazer landfall na Nova Inglaterra 2000 km mais a norte, ou no run a seguir está a passar nos Açores por exemplo. E noutros run's pode já nem se formar. Ora o que provoca esse comportamento do modelo são precisamente as pequenas alterações nos membros iníciais que provocam gigantescas alterações no final do periodo da previsão. Um comportamento familiar a quem já leu ou viu algumas coisas sobre o efeito Borboleta. Ora quanto mais longe olharmos para o futuro, mais repentinos e radicais são estes volte-faces.

Outra coisa curiosa no exemplo que dei é que por exemplo um modelo pode falhar totalmente uma previsão da formação de um sistema tropical (ou outra coisa qualquer), como aconteceu com o ECM no caso do furacão Dean (ano passado) se não me engano, já ele se tinha formado como sistema tropical e o ECM continuava a dizer que não se formava :) mas depois nas fases posteriores acabou por ser o modelo que melhor previu o seu trajecto para o México. Isto para dizer que é sempre util recorrer a vários modelos e não confiar apenas num. Um determinado modelo pode falhar estrondosamente na previsão de um sistema mas pode depois ate lidar muito melhor com a evolução do mesmo.