boas amigos eu penso que estes centros baixas pressões que aparecem no gfs não são reais pois na altura quando tive aulas com o meteorologista Costa Alves ele disse que no verão devido as características da península os gfs põem consecutivamente baixas pressões sobre nós mas esses centros são de origem térmica. mas vou tentar pesquisar mais concretamente o que digo pois já não me lembro muito bem o que ele disse pois já foi a um tempinho
reparem que em 29 julho temos o T em cima de nós e a precipitação é nula
Oi spiritmind. Agradecia que fosses checkar então essa informação pois tenho tido realmente muitas duvidas sobre o assunto do qual pouco percebo, ainda ontem tive que pedir ajuda ao Minho para me explicar umas coisas.
De qualquer forma, acho que aquilo que disseste não é muito contraditório em relacção ao que eu penso sobre o assunto. Talvez seja apenas um problema de terminologia, se não for então é boa ideia corrigirem-me o engano, é para isso que o Forum é bom.
A ideia que eu tenho é que elas não são de facto depressões no sentido clássico, à superficie, são baixas baixas pressões em altura e precisamente de origem térmica.
E elas distinguem-se bem no mapa 500 hPa e no do Jet aos 300 hpa.
Quando estão a formar-se vêm-se muito bem na imagem de vapor de água. No IR e Visivel no inicio são quase imperceptiveis, mas mais em baixo estão algumas imagens que ajudam a perceber no satélite alguns sinais das diversas fases.
No mapa do 300 hPa:
Elas nascem devido ao efeito do Jet, que começa a criar uma área de vorticidade positiva.
No mapa do 500 hPa:
Essa vorticidade da imagem anterior leva a que o ar suba e arrefeça, baixando também a pressão, em relacção ao ar envolvente. E isto apenas nos niveis altos, sem qualquer feflexo na superficie.
A "figura" tipica é a do Omega invertido. Que neste caso em questão do dia 1 de Agsto é um Omega muito alargado e disperso. Quanto mais proximas estiverem as iso's e maior for o gradiente, mais poderosa e explosiva é a baixa. O que não é o caso desta.
É o que em inglês se chama Upper level low. Que tem várias fases, sendo o mais conhecido o cut-off low, que é o que normalmente os espanhois chamam de DANA ou nós por vezes de Gota Fria, mas esse assunto já foi discutido noutro tópico e é um pouco confuso. No caso destas baixas em altura de que estamos a falar para os próximos dias, elas são é muito fracas e não chegam a esta fase de estarem isoladas, como o Minho ontem explicou.
As várias fases:
Upper level trough stage:
É a fase inicial em que está ligada à "vaguada" como dizem os espanhois, trough os ingleses ou vale depressionário/cavado em português (já uma vez surgiu essa dúvida aqui no forum, pois o termo português não é muito utilizado ao contrário do que lá fora, que estão sempre a falar no assunto)
Tear-off stage:
A fase da lágrima ou gota, em que a baixa se torna mais pronunciada/vincada em relacção ao cavado.
Cut-off stage:
A fase em que está completamente isolada e se torna muito forte, que é aquilo que os espanhois chamam de DANA e que aparentemente cá se chama se calhar não muito bem de Gota fria (como foi discutido no tópico da DANA)
Dissipação:
A fase de dissipação, em que habitualmente é absorvida pelo cavado/vale depressionário.
Quanto ao GFS.
O GFS se as põe lá é porque são bem reais. Podem é ser fracas ou inofensivas e nunca passarem da primeira fase, mas de qualquer forma são sempre um evento para seguir com atenção pois são um pouco imprevisiveis, e mesmo fracas ajudam a que surga uma ou outra trovoada, pois o ar mais frio nos niveis altos favorece fortemente as correntes ascendentes/convecção. Claro que isso depois depende do gradiente térmico específico em determinado local. Esta baixa do dia 1 a entrar pelo NW do país tem determinado efeito, se entrasse pelo sul o seu efeito era muito mais poderoso porque no sul está muito mais calor acumulado nesses dias do que no NW.
Quanto à precipitação, ela normalmente ocorre nas bandas laterais/frontais, em especial na NW, mas às vezes tb centro se este tiver nuvens convectivas/CB's. E claro, pode ocorrer nas zonas onde se formarem células convectivas e respectiva trovoada, mesmo que já bastante afastadas do centro.
E se vires bem, o GFS está a pôr precipitação precisamente naquilo que provavelmente serão as bandas frontais quando as puderemos ver no satélite. É pouca, porque é fraca, mas a precipitação está lá.
Se afinal não for nada disto e eu estiver enganado, agradeço que me esclarecam.