Seg. Previsão do Tempo e Modelos - Abril 2015

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Boas.

Para amanhã são possíveis alguns aguaceiros/trovoada em partes do centro e do norte.

Analise/Sinóptica


Em altura uma nova e intensa cut-off torna-se estacionária a oeste de PT continental, com um conjunto de máximos de vorticidade a orbitarem uma região de fluxo intenso de sul que afecta o território.

Nos níveis médios e baixos uma frente oclusa aproxima-se de oeste, com uma area de advecção de ar humido a entrar pelo território...a frente torna-se estacionária e perde o caracter ocluido para se tornar numa frente fria estacionária nas proximidades do litoral oeste.
No sector quente, a advecção de humidade e calor proceder-se-há, incentivada pelo aquecimento diurno, e a interacção com a perturbação de niveis altos deverá gerar uma area difusa de baixa pressão no interior.

O gradual aquecimento nos niveis baixos vs arrefecimento em altura deverá gerar alguma instabilidade, espera-se que na região NW um dos máximos de vorticidade em altura introduzam uma massa de ar até -20ºC aos 500hpa durante o fim da tarde, em coincidência com o estabelecimento de um low/mid level jet de SSE, que transportará ar razoavelmente energético desde sul..neste contexto o aumento dos gradientes térmicos verticais deverá gerar valores de SB/MUCAPE até 500J/kg, e a convergência junto do jet/orografia em conjunto com a melhoria das condições em altura deverão gerar alguns focos convectivos.

O shear deverá ser moderado com até 20-25m/s aos 6km, mas há pouco feedback dos modelos em colocar valores de CAPE e gradientes de densidade nos niveis médios suficientemente robustos para gerar convecção com escala suficiente para aproveitar nas melhores condições esse shear.

Assim sendo, e apesar de não se poder excluir um nucleo pontualmente mais forte, a maior parte da actividade deverá ser fraca.


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Boas..

Para 3f/4f há consenso por parte dos vários modelos em colocar um padrão favorável á ocorrência de trovoadas bem organizadas e severas em especial em partes do centro e do norte do território, a confiança na iniciação convectiva é alta e garante um nível de risco moderado em especial por granizo, precipitação excessiva e em menor grau rajadas pontualmente severas

Analise/Discussão


Em altura uma vigorosa cut-off permanece estacionária a oeste do território, um primeiro impulso/ short wave deverá entrar de sul para norte durante a tarde, seguindo-se uma forte perturbação associada a um poderoso eixo de vorticidade em altura que varrerá o terriório de SW para NE durante a madrugada e manhã de 4f.
Associados a estas duas perturbações, forçamento dinâmico intenso assim como a presença de escoamento até 100km.h aos 300hpa deverão garantir um ambiente favorável á organização de focos convectivos bem estruturados.

Nos niveis médios e baixos, uma frente fria estará estacionada a oeste do litoral oeste durante grande parte do período, no sector quente um low level jet de sueste deverá acentuar a advecção de calor e humidade desde o Med/G.Cadiz, o gradual arrefecimento em altura + aquecimento á sfc deverão gerar valores de SBCAPE até 1000-2000J/kg num ambiente de cap não muito espesso.
Durante o meio da tarde, a brisa marítima de W/SW deverá acentuar a convergência no LLJ, em fase com a 1a perturbação em altura, resultando na evolução de vários focos convectivos entre o Alto Alentejo e a Galiza.
O shear até aos 700-600hpa não é impressionante, mas torna-se mais vigoroso aos 1-8km com até 40-45kt de DLS com alguma componente rotacional...neste contexto espera-se a gradual organização da convecção em clusters/segmentos multicelulares ou até um MCS , com risco de precipitação excessiva granizo e em menor grau rajadas severas associadas a down/microbursts.

A partir da noite espera-se a gradual estabilização dos niveis baixos, mas haverá energia remanescente do periodo diurno logo acima da PBL, pelo que se espera a manutenção de valores de MUCAPE até 500-1000J/kg em alguns pontos...a aproximação da 2a perturbação, mais intensa e acompanhada de uma lingua de ar frio até -23ºC aos 500hpa, deverá ser mais que suficiente para activar a frente fria, impulsionando-a para nordeste.
Ao longo da frente fria, vários segmentos convectivos deverão evoluir num ambiente de forte forçamento dinâmico e shear moderado, pelo que se espera a organização da convecção em alguns clusters ou segmentos lineares com risco de precipitação excessiva e granizo.

A actividade deverá manter-se até de manhã, saindo pelo extremo nordeste ao meio do dia...após o nascer do sol haverá uma janela temporal de umas 6h para que haja de novo aquecimento á superficie, gerando instabilidade nos niveis baixos, sendo possível que a convecção de base alta tome raiz á superficie no interior norte e centro...caso tal aconteça as células beneficiarão de um aumento da disponibilidade de humidade, tornando as chances de tempo severo mais robustas...no entanto há duvidas quanto á eficácia do aquecimento diurno tão cedo durante a manhã em especial devido á presença de bastante nebulosidade média e alta.

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A previsão mensal do IPMA, não traz qualquer novidade, a precipitação continuará abaixo do normal, em especial no Sul e no Centro, só em meados de Maio é que prevêem precipitação acima da média.

Previsão de longo prazo - Previsão mensal - 20 abr. a 17 mai. 2015

Precipitação com valores abaixo do normal

Na precipitação total semanal prevêem-se valores abaixo do normal, para todo o território, na semana de 20/04 a 26/04, para as regiões centro e sul, na semana de 27/04 a 03/05 e apenas para a região sul, na semana de 04/05 a 10/05. Na semana de 11/05 a 17/05 prevêem-se valores acima do normal para as regiões centro e sul.

Na temperatura média semanal não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo para as quatro semanas compreendidas entre 20/04 a 17/05.

Fonte: IPMA
 
Anomalia positiva das temperaturas superficiais oceânicas (SST) a renascer em volta da península Ibérica, a tendência confirma-se na última semana, no entanto o interior aquece muito mais pelo que a convecção forma-se especialmente em terra. No entanto o aquecimento do mar fornecerá mais humidade.
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Os Açores mantém-se num "vale" negativo, não é bom para as perturbações a aproximarem-se.
Continua a desenhar-se um corredor positivo desde o Golfo do México às Ilhas Britânicas. Esta situação mantida até ao início da actividade das tempestades tropicais poderá fazê-las tomar um trajecto pelo meio do Atlântico.
 
Stormy, uma dica.

Podias usar um mapa com os concelhos, era de mais fácil leitura.


É uma boa ideia, tenho de pensar nisso...

Agora estou a ver se penso é no que é que se passou hoje para ter saido tudo ao lado, mais uma vez completamente ao lado de todas as indicações que os modelos davam ontem....estou completamente possesso com isto...desta vez é que não entendo mesmo o que se passou...
 
mais uma vez completamente ao lado de todas as indicações que os modelos davam ontem...

Sair ao lado é normal mas não me parece que modelos estivessem assim tão mal. Anteontem não vi, mas pelo menos ontem de manhã quando vi a run das 00z diria que o GFS (e outros) descontando a natural imprevisibilidade e lotaria viria a acertar bastante bem, , o que nestas situações até é raro. Outros também não andaram longe disto.

Andarás a ver bem os modelos ? Às vezes fico com a ideia que te consomes a olhar para parâmetros mais severos e complexos e depois te esqueces de cruzar com os mais simples.

Saída do GFS de ontem das 00z para o final da tarde:

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Stormy, uma dica.
Podias usar um mapa com os concelhos, era de mais fácil leitura.

Isto de andar a marcar áreas num pequeno país a nível concelhio com acesso limitado a dados de modelos de maior resolução e a acrescentar à imprevisibilidade de situações de instabilidade seria completamente inútil e muito enganador, diria mesmo extremamente prejudicial até em termos educativos, ainda acabariam por dar a ideia às pessoas que é possível prever que haja uma trovoada no concelho x e não no y ao lado.
 
Última edição:
Sair ao lado é normal mas não me parece que modelos estivessem assim tão mal. Anteontem não vi, mas pelo menos ontem de manhã quando vi a run das 00z diria que o GFS (e outros) descontando a natural imprevisibilidade e lotaria viria a acertar bastante bem, , o que nestas situações até é raro. Outros também não andaram longe disto.

Andarás a ver bem os modelos ? Às vezes fico com a ideia que te consomes a olhar para parâmetros mais severos e complexos e depois te esqueces de cruzar com os mais simples.

Saída do GFS de ontem das 00z para o final da tarde:

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Isto de andar a marcar áreas num pequeno país a nível concelhio com acesso limitado a dados de modelos de maior resolução e a acrescentar à imprevisibilidade de situações de instabilidade seria completamente inútil e muito enganador, diria mesmo extremamente prejudicial até em termos educativos, ainda acabariam por dar a ideia às pessoas que é possível prever que haja uma trovoada no concelho x e não no y ao lado.
Não, ele continua a fazer as previsões como sempre fez, mas em vez de ter um mapa com a topografia mete um com os concelhos.
 
É uma boa ideia, tenho de pensar nisso...

Agora estou a ver se penso é no que é que se passou hoje para ter saido tudo ao lado, mais uma vez completamente ao lado de todas as indicações que os modelos davam ontem....estou completamente possesso com isto...desta vez é que não entendo mesmo o que se passou...

Surpreendeu-me desde ontem ao fim da tarde a extrema transparência da baixa atmosfera, sinal de ar seco nos níveis baixos julgo eu. Apesar de o vento estar de oeste não se sentia a entrada de ar marítimo, a sensação era de ar frio e seco a descer dos níveis mais acima.
 
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Reactions: Thomar e Névoa
Surpreendeu-me desde ontem ao fim da tarde a extrema transparência da baixa atmosfera, sinal de ar seco nos níveis baixos julgo eu. Apesar de o vento estar de oeste não se sentia a entrada de ar marítimo, a sensação era de ar frio e seco a descer dos níveis mais acima.
Mas entrou ar relativamente húmido, os modelos de mesoescala tinham instabilidade pontualmente moderada a forte, e de tarde houve mesmo vários campos de cumulus que tentaram romper a capping layer...só que entretanto entrou imensa nebulosidade media que não estava prevista, e parece que a capping estava mais forte que o modelado, com a sondagem das 12z de Lisboa a indicar ar quente e seco aos 700 e aos 600hpa com apenas uns 2/3ºc de T/Td a menos do que aquilo que seria suficiente para romper a inversão e gerar varias centenas de J/Kg de MLCAPE.

Penso que foi uma daquelas situações em que, dado o contexto geográfico complexo, ficámos outra vez no fio da navalha e deu para o torto...
O que é estranho é que os modelos estavam bastante confiantes, e metiam bastante precipitação entre a Galiza e o litoral centro...nem metiam mais na Galiza...passou-se foi que lá esteve mais insolação e atingiram-se valores de temperatura nos níveis baixos que foram suficientes.

Depois de noite, houve um fail tremendo dos modelos...esse tenho menos capacidade de compreender, mas talvez tenha a ver com a permanência de ar que ainda que instavel estava seco demais para gerar convecção mais robusta.
 
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Uma boa rega em perspectiva para o fim de semana:

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