Faltam grandes nevões na Serra da Estrela, mas os 49 canhões de neve da Turistrela garantem um manto branco para o Natal e passagem de ano na zona da Torre.
Com temperaturas negativas e baixa humidade bastaram duas noites e um dia com os canhões em funcionamento para cobrir de neve um espaço para brincadeiras e abrir desde dia 20 a estância de desportos de inverno.
Estes canhões únicos em Portugal permitem manter neve na pista do Cântaro, com 155 metros de comprimento e 15 metros de desnível, dedicada sobretudo a aprendizagem, assim como numa zona para trenós e passeio.
Com maior ou menor afluência, «temos sempre praticantes de esqui e snowboard e outros visitantes», que de outra forma não se deslocariam à Serra da Estrela, destacou Vasco Pinho, porta-voz da estância, à Agência Lusa.
A infra-estrutura para produzir neve permite «ter todos os serviços a funcionar», onde se incluem o aluguer de material e as aulas de desportos de inverno.
Sob o solo há uma rede de condutas de água e ar comprimido que são disparados sob pressão a uma altura de quatro metros.
Uma mistura que «quando chega ao chão, já é neve», explica Nuno Costa, técnico de manutenção da estância, um dos homens que a par do equipamento controla a temperatura e a humidade.
Sempre que o termómetro ronda os zero graus ou cai para valores negativos e a humidade é igualmente baixa (idealmente a 30 por cento ou menos), «os canhões são activados».
Uma rede de energia eléctrica, também no subsolo, alimenta cada canhão, todos controlados a partir de um posto de comando central no edifício da estância.
Geralmente funcionam durante a noite, entre as 20:00 e as 06:00 da manhã, hora a partir da qual «a neve repousa para poder ser trabalhada com as máquinas», de forma a criar as superfícies lisas das pistas.
Os canhões de neve foram instalados em 2003 no âmbito da requalificação global da estância, um investimento de cinco milhões de euros.
Sem a neve produzida com os canhões «de certeza que não estaria na Serra da Estrela», contou Susana Duarte à Agência Lusa, numa pausa da prática de esqui.
A neve é pouca, mas «é quanto basta para quem se está a iniciar, como é o caso», referiu.
Logo atrás está Sara Gomes, que lamenta ainda não ter nevado, mas grata por «existirem os canhões para abrir a época».
Os preços praticados na estância são iguais aos do último ano, anunciou a Turistrela.
O espaço funciona junto à Torre entre as 09:00 e as 16:30, com entradas que variam entre os 10 e os 25 euros e com aluguer de equipamento completo a partir de 25 euros por dia.
As aulas particulares partem do preço de 30 euros por hora para um aluno, com descontos à medida que o número de alunos cresce, chegando aos 50 euros por hora para cinco alunos.
Lusa/SOL