David sf
Moderação
A última run que foi actualizada há pouco tempo, das 12h, mostra um cenário mais próximo ao que falaste...uma vez que coloca o AA nos Açores, embora esteja um pouco enfraquecido para norte...
Para o que falaste acontecesse era preciso deslocar o AA mais para Oeste e alargá-lo em crista para Norte...
Repara como no GFS não tens nenhuma iso muito baixa em cima de nós...
Qualquer posicionamento de anticiclones mais a norte que o normal pode meter frio em Portugal continental. A melhor maneira de meter frio a sério, isos a 850 hpa bem negativas associadas a um fluxo continental que ainda aumenta mais o frio, é o A na zona do UK, que injecta um fluxo de nordeste. Quase sempre seco, só permite precipitação quando traz associada uma cut-off que origina conveccão. Claro que é necessário que o anticiclone, ou esteja isolado, ou unido às altas pressões atlânticas na zona dos Açores, numa orientação SW-NE, não havendo uma crista a unir esse anticiclone às dorsais sub tropicais passando por cima da península a bloquear o frio.
Um anticiclone na Gronelândia, pode ajudar ao frio, quando associado a uma dorsal de bloqueio à longitude dos Açores. Nesse caso teríamos fluxo de norte, com temperaturas não tão frias como numa eventual entrada de NE, mas seria mais humido. Caso não haja bloqueio, o mais provável é que se active uma circulação zonal a baixa latitude, causando dias chuvosos, mas frios somente a norte.
Se as altas pressões se estenderem por toda a Europa do Norte, geralmente unindo o UK ao anticiclone russo ou siberiano, é provável que tenhamos uma entrada fria, devido à formação de uma depressão no Mediterrâneo causada pela entrada de ar frio sobre esta massa de água. Teríamos um fluxo muito seco e frio de leste.
Isto tudo depende também do que se passa nas fontes do frio. Se houver muito frio instalado na Europa de norte e/ou leste, geralmente associado ao anticiclone siberiano ou escândinavo, poderíamos ter isos muito frias, como na década de 50 quando várias vezes tivemos a -10 em Portugal, e a -15 bem dentro de Espanha. Geralmente ocorre em Fevereiro. Se não estiver suficiente frio acumulado na Europa, seria necessário um largo período de advecção fria para termos frio extremo, o que é raro, sendo que o frio que teríamos seria mais originado por inversões térmicas ou por transporte de frio a níveis mais baixos, o que não permitiria a queda de neve a cotas baixas.
Todos estes cenários e mais alguns estão sendo modelados a partir de dia 20. Só a chatice dos próximos dez dias nos faz olhar para tão longe, temos que nos agarrar a algo. De qualquer modo, desde há três dias para cá, o segundo painel do GFS e vários ensembles têm mostrado situações bastante interessantes, algo que já não acontecia há uns dez dias. Portanto vamos ter esperança, não esquecendo que o GFS tem a mania de exagerar nas depressões atlânticas.