Seguimento - Incêndios 2012

GabKoost

Nimbostratus
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19 Jan 2009
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Re: Seguimento Litoral Norte - Março 2012

trovoadas disse:
Aposto que grande parte das ocorrências de incêndio, estes dias, e que foram muitas, deveu-se a descuidos com queimadas para renovação de pastagens e afins. Uma prática ainda muito comum no Norte e Centro.

Nada a ver com isso. Aliás, no Norte Litoral não é comum fazerem queimadas para renovar pastagens. Pessoalmente, e vivo numa área rural, nunca vi fazerem isso. Isso apenas existe nas zonas serranas (tipo Montalegre) onde ainda se criam gado bovino e caprino livremente mas, de facto, a imensa maioria dos incêndios, não acontecem nestas zonas.

A questão dos incêndios, em 90% dos casos resume-se à necessidade dos madeireiros trabalharem.

Um dono de um monte, por norma eucaliptal, não lhe interessa deitar as árvores abaixo ao fim dos 7 anos mínimos porque, tal como um bom investimento, cada ano estas ganham mais valor. A madeira dá imenso dinheiro e se deitarem um hectare de árvores de bom porte, estamos a falar de dezenas de milhares de Euros.

No entanto, os madeireiros locais não podem ficar à espera de que os donos queiram vender. Assim, andam a passear de 4x4 ou de avioneta e lançam fogo aos montes que lhe interessam. A madeira, depois de queimada, tem menos valor (especialmente para a industria de tabuados) pelo que os proprietários são quase forçados a vender.

O problema é exclusivamente esse. Mais nada. Não vale a pena arranjar outras razões. Os incêndios de outro tipo, aí sim, acontecem por descuido nos trabalhos agrícolas ou através do pirómano desequilibrado ocasional ou sem intenção.

De realçar ainda que há muito tempo deixei de me importar com os incêndios nas florestas de celulose. Para mim, deveriam arder todas e nunca mais crescerem.

Os eucaliptos são pragas que urge eliminar. Empobrecem os solos danificando os recursos hídricos locais, criam uma floresta morta, sem vida, e, ainda mais grave, como as suas folhas são difíceis de decompor, criam enormes quantidades de sujidade pronta a arder.

O destino dos eucaliptais é sempre o abate portanto, os únicos problema que os incêndios nestes locais causam são:

- Poluição do ar,
- Ocupação dos recursos dos bombeiros
- Potencial expansão e danificação de bens materiais ou de espécies autóctones.

De mencionar ainda outros tipos de incêndios, como no Gerês, que, diz quem lá vive, tem muitas vezes propósitos contestatários. As populações andam há muito tempo em lutas contra o PNPG por esse obrigar gradualmente à mudança do estilo de vida, pastoreio e agricultura. Mudanças necessárias para as exigências internacionais dos parques mas que, compreensivelmente, entram em choque com modos de vida ancestrais.

Alguns dos mais graves incêndios dos últimos anos, dizem os rumores, foram postos para que a gestão do parque falhasse em alguns objectivos e deixasse as pessoas viver à sua maneira...

___________________

Prevejo que este seja um ano trágico. A não ser que cenha chuva regularmente durante os próximos 6 meses, A seca extrema, juntamente com uma situação social precária, irá causar imensos danos á nossa floresta.

Preocupo-me com a FLORESTA e não com os eucaliptos!!!! Deviam arrancá-los todos!

E tenhamos na memória que as serras da região, há 100 anos atrás, NÃO TINHAM VEGETAÇÃO. Esta apenas existia nos vales e até cerca de meia encosta. Os cumes eram fragas de granito intermináveis. O Minho era tão cinzento nas serras como verde nos vales. Portanto, os incêndios nas zonas de celulose, e que representam a grande maioria das ocorrências, tem de ser relativizados. São sempre incómodos e prejudiciais mas, de facto, não se perde nada ambientalmente.
 


Vince

Furacão
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23 Jan 2007
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Braga
A questão dos incêndios, em 90% dos casos resume-se à necessidade dos madeireiros trabalharem.

Um dono de um monte, por norma eucaliptal, não lhe interessa deitar as árvores abaixo ao fim dos 7 anos mínimos porque, tal como um bom investimento, cada ano estas ganham mais valor. A madeira dá imenso dinheiro e se deitarem um hectare de árvores de bom porte, estamos a falar de dezenas de milhares de Euros.

No entanto, os madeireiros locais não podem ficar à espera de que os donos queiram vender. Assim, andam a passear de 4x4 ou de avioneta e lançam fogo aos montes que lhe interessam. A madeira, depois de queimada, tem menos valor (especialmente para a industria de tabuados) pelo que os proprietários são quase forçados a vender.

O problema é exclusivamente esse. Mais nada. Não vale a pena arranjar outras razões. Os incêndios de outro tipo, aí sim, acontecem por descuidos ou através do pirómano desequilibrado ocasional.

De realçar ainda que há muito tempo deixei de me importar com os incêndios nas florestas de celulose. Para mim, deveriam arder todas e nunca mais crescerem.

Os eucaliptos são pragas que urge eliminar. Empobrecem os solos danificando os recursos hídricos locais, criam uma floresta morta, sem vida, e, ainda mais grave, como as suas folhas são difíceis de decompor, criam enormes quantidades de sujidade pronta a arder.


Isso está muito longe de ser verdade, a Madeira queimada tem muito menos valor para o fabrico de pasta de papel, sendo mesmo recusada se estiver demasiado queimada, portanto para os proprietários e madeireiros o valor da mesma é muito inferior, pouco mais serve do que para queimar em centrais de biomassa, ou seja, não vale quase nada.

Há muitos mitos relativamente a essas coisas, claro que há muito fogo posto, mas longe do que se pensa ou por interesses de madeireiros ou da industria.

E já agora, quer se goste quer não se goste do eucalipto, tem imensos aspectos negativos certamente, mas são hoje um importante sector da nossa economia, são mesmo um dos maiores motores das nossas exportações, são uma especie de nosso "petróleo", quer pela indusria em si, quer porque as grandes empresas do sector souberam ser inteligentes e passaram a fabricar o papel em Portugal em vez de exportar apenas a madeira ou pasta para os outros países fazerem o papel e ganharem a melhor fatia do negócio, ou seja, foram inteligentes de modo a passar o valor acrescentado para o país, ao contrário do que se passa noutros sectores.

O grupo Soporcel por exemplo é um dos maiores líderes mundiais do sector, exporta 95% do que produz, sendo o nosso 3º maior exportador, a seguir à Autoeuropa e Galp, sendo que estas últimas também importam muito (componentes e petróleo), ao contrário do que é a pasta e papel que tem origem nacional. Em 2011 este grupo por exemplo exportou 1233 milhões €. Na Europa penso ser mesmo o líder em vários segmentos.

Mm9o8.gif



Sobre o tema, podemos mais tarde quando tiver tempo discutir este assunto noutro tópico que penso existir algures no fórum. A quantidade de ignições que acontecem em tempo seco de leste não pode ser explicada por fogos postos com interesses de madeireiros, até porque muitas dessas ignições nem acontecem em zona onde haja madeira com valor comercial.
 

AnDré

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22 Nov 2007
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Incêndio está a destruir parque natural na Galiza

Cerca de 200 hectares arderam até agora no incêndio florestal que deflagrou no sábado no parque natural das Fragas do Eume, no município corunhês A Capela (Espanha), e obrigou já à evacuação da aldeia vizinha, Teixeira.

O incêndio, que foi declarado de nível 1 pela Xunta de Galicia, deflagrou pelas 15 horas locais (14 horas em Portugal Continental) e, poucas horas depois, passou de 20 hectares afetados para cerca de 200, segundo fontes do Conselho Galego do Meio Rural.

As Fragas do Eume são uma das joias ecológicas de bosque atlântico, um espaço natural protegido pela sua riqueza paisagística e pela grande variedade vegetal e um espaço muito visitado nesta época do ano por turistas.

Segundo o Conselho do Meio Rural, começaram por trabalhar no combate ao incêndio um técnico, quatro agentes florestais, cinco brigadas, quatro motobombas, cinco helicópteros e quatro aviões.

Nas próximas horas, prevê-se que 55 militares da Unidade Militar de Emergências (UME) se juntem aos meios mobilizados para combater este incêndio, a pedido da Xunta de Galicia, tendo já saído em direção ao local uma equipa de reconhecimento e dois unidades de intervenção.

Além dos 55 militares, integram estas equipas seis autobombas, dois camiões-cisterna e um veículo de comunicações.

Os militares procedem do batalhão de intervenção de emergência V, com sede em Léon, indicaram fontes da UME, que indicaram que está previsto que saia, mais tarde, um terceiro unidade de intervenção de reforço durante a noite, embora não se saiba ainda quantos efetivos o integrarão.
JN.pt
 

AnDré

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22 Nov 2007
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Odivelas (140m) / Várzea da Serra (930m)
Sobre a causa dos incêndios, o Correio da Manhã publicou hoje a seguinte noticia:

Mais de 15 mil incêndios este ano
Maior parte dos fogos são “criminosos”

"Tenhamos a coragem de dizer que cerca de 85 por cento dos fogos em Portugal são criminosos", denunciou ontem o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Soares, adiantando que esses fogos são causados por "interesses económicos".

À margem da reunião do Conselho Nacional da LBP, explicou, ainda, que os "interesses económicos" estão ligados "ao corte da madeira e à sua venda". Com mais de 15 mil incêndios desde o início do ano, o Ministério da Administração Interna já fez duas antecipações de verbas para cem corporações de bombeiros.

Em Fevereiro foram adiantados 386 mil euros, e na passada sexta-feira mais cerca de 402 mil euros. Para Jaime Soares, o elevado número de incêndios, além do tempo seco, "também se deve ao facto de a floresta estar mal tratada".
 

algarvio1980

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21 Mai 2007
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Incêndios: Albufeira e Castro Marim: Fogos em zonas de mato durante a tarde

Dois incêndios, ocorridos praticamente à mesma hora, em Albufeira e Castro Marim, colocaram ontem no terreno quase todas as corporações de bombeiros da região.

Ao que o CM apurou, as altas temperaturas associadas ao vento forte terão estado na origem dos dois fogos, que tiveram início quase à mesma hora, por volta das 14h30.

A situação mais grave aconteceu no Vale das Zorras, em Castro Marim, e obrigou à mobilização do helicóptero da Autoridade Nacional de Protecção Civil, meio estacionado em Cachopo e que foi essencial no combate rápido ao fogo. Segundo referiu ao CM fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) estiveram envolvidas no combate ao fogo cerca de 45 elementos dos Bombeiros de Vila Real de Santo António, Alcoutim, Tavira e Olhão, GIPS da GNR, Sapadores e serviços de Protecção Civil de Castro Marim e Vila Real de Santo António, apoiados por 10 viaturas.

Em Albufeira, ao que o CM apurou, o fogo esteve perto de algumas casas, na zona da Ourada, mas a rápida actuação dos bombeiros permitiu evitar males maiores. Segundo fonte do CDOS, foram mobilizados 21 elementos das corporações de Albufeira, São Bartolomeu de Messines e Lagoa, apoiados por cinco viaturas. As chamas foram extintas três horas depois.

Fonte: CM

Vento de Norte aliado às temperaturas altas é um verdadeiro rastilho no Algarve.
 

ALV72

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27 Nov 2006
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Vila Nova de Poiares
Isso está muito longe de ser verdade, a Madeira queimada tem muito menos valor para o fabrico de pasta de papel, sendo mesmo recusada se estiver demasiado queimada, portanto para os proprietários e madeireiros o valor da mesma é muito inferior, pouco mais serve do que para queimar em centrais de biomassa, ou seja, não vale quase nada.

Há muitos mitos relativamente a essas coisas, claro que há muito fogo posto, mas longe do que se pensa ou por interesses de madeireiros ou da industria.

E já agora, quer se goste quer não se goste do eucalipto, tem imensos aspectos negativos certamente, mas são hoje um importante sector da nossa economia, são mesmo um dos maiores motores das nossas exportações, são uma especie de nosso "petróleo", quer pela indusria em si, quer porque as grandes empresas do sector souberam ser inteligentes e passaram a fabricar o papel em Portugal em vez de exportar apenas a madeira ou pasta para os outros países fazerem o papel e ganharem a melhor fatia do negócio, ou seja, foram inteligentes de modo a passar o valor acrescentado para o país, ao contrário do que se passa noutros sectores.

O grupo Soporcel por exemplo é um dos maiores líderes mundiais do sector, exporta 95% do que produz, sendo o nosso 3º maior exportador, a seguir à Autoeuropa e Galp, sendo que estas últimas também importam muito (componentes e petróleo), ao contrário do que é a pasta e papel que tem origem nacional. Em 2011 este grupo por exemplo exportou 1233 milhões €. Na Europa penso ser mesmo o líder em vários segmentos.

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Sobre o tema, podemos mais tarde quando tiver tempo discutir este assunto noutro tópico que penso existir algures no fórum. A quantidade de ignições que acontecem em tempo seco de leste não pode ser explicada por fogos postos com interesses de madeireiros, até porque muitas dessas ignições nem acontecem em zona onde haja madeira com valor comercial.

Parabéns pela excelente explicação Vince, há muita gente ignorante neste País que não sabe que a indústria da celulose é um dos maiores e melhores motores da nossa economia nesta altura de crise. Emprega milhares de pessoas e é dos melhores pagadores do momento. Como trabalho numa das maiores Empresas fornecedoras das Celuloses ( Grupo Portucel e Altri ) sei que os pagamentos são sempre feitos aos dias 1 e 16 de cada mês sem falhas !
E a desculpa da madeira queimada é uma balela pois as fábricas não aceitam madeira com vestigios de carvão, pois basta uma simples pedra negra para arruinar completamente umas toneladas de pasta. Mas isto sou a dizer que já tive uma visita guiada á fábrica da Celbi na Leirosa !

João
 

algarvio1980

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21 Mai 2007
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Olhão (24 m)
Neste momento, o site da protecção civil indica 5 incêndios de maiores dimensões. Um deles é o incêndio de Bordeira no concelho de Aljezur que conta já com 103 bombeiros e 22 veículos e tem 3 frentes activas neste momento.

Começa o calor e eis que o país começa a arder como já é costume.:(
 

Paulo H

Cumulonimbus
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2 Jan 2008
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Isso está muito longe de ser verdade, a Madeira queimada tem muito menos valor para o fabrico de pasta de papel, sendo mesmo recusada se estiver demasiado queimada, portanto para os proprietários e madeireiros o valor da mesma é muito inferior, pouco mais serve do que para queimar em centrais de biomassa, ou seja, não vale quase nada.

Há muitos mitos relativamente a essas coisas, claro que há muito fogo posto, mas longe do que se pensa ou por interesses de madeireiros ou da industria.

E já agora, quer se goste quer não se goste do eucalipto, tem imensos aspectos negativos certamente, mas são hoje um importante sector da nossa economia, são mesmo um dos maiores motores das nossas exportações, são uma especie de nosso "petróleo", quer pela indusria em si, quer porque as grandes empresas do sector souberam ser inteligentes e passaram a fabricar o papel em Portugal em vez de exportar apenas a madeira ou pasta para os outros países fazerem o papel e ganharem a melhor fatia do negócio, ou seja, foram inteligentes de modo a passar o valor acrescentado para o país, ao contrário do que se passa noutros sectores.

O grupo Soporcel por exemplo é um dos maiores líderes mundiais do sector, exporta 95% do que produz, sendo o nosso 3º maior exportador, a seguir à Autoeuropa e Galp, sendo que estas últimas também importam muito (componentes e petróleo), ao contrário do que é a pasta e papel que tem origem nacional. Em 2011 este grupo por exemplo exportou 1233 milhões €. Na Europa penso ser mesmo o líder em vários segmentos.

Mm9o8.gif



Sobre o tema, podemos mais tarde quando tiver tempo discutir este assunto noutro tópico que penso existir algures no fórum. A quantidade de ignições que acontecem em tempo seco de leste não pode ser explicada por fogos postos com interesses de madeireiros, até porque muitas dessas ignições nem acontecem em zona onde haja madeira com valor comercial.

Já vai "longe" o post mas ainda assim vou comentar, até porque tenho alguns hectares de pinhal que arderam em 2003 e com eles oliveiras, cerejeiras, castanheiros, currais etc..

Uma coisa é o que os governos propagandeiam, outra coisa é a realidade! O que foi dito na altura:

1. Vamos ajudar na regeneração da floresta. Mentira! A floresta de pinheiro regenera-se por si própria, desde que já haja sementes (pinhas de pinheiro com 6-8anos). Ajudas do estado foram Zero, nada, caput!
2. O estado propicia com uma linha de crédito para ajudas na compra de madeira queimada destinada a pasta de papel. Zero, nada, zero, caput, nada do estado!! Em primeiro lugar, gostava que todos tivessem a noção que pinheiros queimados, secam completamente e são infestados de parasitas (escaravelhos), que fazem com que a madeira passados 4meses pese metade e por aí fora! Passado 1 ano, levanto um tronco sozinho, a madeira vale nada nesse estado!! Em 2o lugar quando essas medidas estão ao dispor já passou tempo demais, já nada vale nada! Em 3o essas ajudas não são para pequenos produtores mas sim para serrações e afins, ou seja, por eles com tanta fartura, pedir ajuda é mesmo sinônimo de nunca!! Em 4o lugar, o que nessa circunstância as serrações me disseram foi que teria de pagar para cortar os pinheiros e o seu transporte, resultando num valor quase sem lucro. Fazendo contas liquidar, nem a 50cent por pinheiro queriam, quando cada um valia mais de 40eur! O estado dizia que fazia parques para armazenar madeira queimada, tudo falso!! Meus senhores, caros colegas e amigos, estamos a falar de centenas ou milhares de hectares, cabe no juízo de alguém acreditar na propaganda do governo, onde estão esses parques? Chegam a quantos quilômetros de altura com madeira? Valha-me Deus..
 

GabKoost

Nimbostratus
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Parabéns pela excelente explicação Vince, há muita gente ignorante neste País que não sabe que a indústria da celulose é um dos maiores e melhores motores da nossa economia nesta altura de crise.

E aqueles ignorantes que não se dão conta da devastação que os eucaliptais produzem?

Empobrecimento dos solos, erosão, acabam com a fauna e flora autóctone, potenciam os incêndios, sugam os lençóis freáticos até à exaustão, arruínam a paisagem, interditam a policultura dos terrenos. etc etc etc.

É o eterno dilema entre sustentabilidade e retorno económico imediato.

Eu tenho uma boa ideia de quem sejam os ignorantes.

Bem que defenda que algumas parcelas devem, e bem, ser exploradas com este fim, a intensa cobertura desta praga, que transformou um jardim num eucaliptal à beira mar plantado, é gravemente prejudicial ao meio ambiente.

Gabar-se do "chiffre d'affaires" da Portucel é algo que pouco me diz porque, de facto, são os principais patrocinadores da extinção da floresta e paisagem autóctone.

Tem portanto um mérito limitado. Mérito seria faturar conseguindo, ao mesmo tempo, promover o equilíbrio ambiental.
 

GabKoost

Nimbostratus
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Uma coisa é o que os governos propagandeiam, outra coisa é a realidade! O que foi dito na altura:

1. Vamos ajudar na regeneração da floresta. Mentira! A floresta de pinheiro regenera-se por si própria, desde que já haja sementes (pinhas de pinheiro com 6-8anos). Ajudas do estado foram Zero, nada, caput!

Por falarmos em realidade, o grande falecido Orlando Ribeiro já dizia que os Pinheirais eram uma espécie originária do zonas Litorais DE ONDE NUNCA HAVIAM DE TER SAÍDO.

Portanto, a não ser que falemos em pinheiras à beira mar, a regeneração das florestas desta espécie não faz sentido em termos ecológicos. Consequentemente, não acho que o estado tenha de se meter nisso.

Essa seria uma questão de SEGURADORAS mas sabemos bem que a política dos proprietários florestais ainda é rudimentar em Portugal. Os donos só se lembram dos montes quando estes arderam ou quando as árvores estão prontas para o abate.
 

Paulo H

Cumulonimbus
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2 Jan 2008
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Castelo Branco 386m(489/366m)
E aqueles ignorantes que não se dão conta da devastação que os eucaliptais produzem?

Empobrecimento dos solos, erosão, acabam com a fauna e flora autóctone, potenciam os incêndios, sugam os lençóis freáticos até à exaustão, arruínam a paisagem, interditam a policultura dos terrenos. etc etc etc.

É o eterno dilema entre sustentabilidade e retorno económico imediato.

Eu tenho uma boa ideia de quem sejam os ignorantes.

Bem que defenda que algumas parcelas devem, e bem, ser exploradas com este fim, a intensa cobertura desta praga, que transformou um jardim num eucaliptal à beira mar plantado, é gravemente prejudicial ao meio ambiente.

Gabar-se do "chiffre d'affaires" da Portucel é algo que pouco me diz porque, de facto, são os principais patrocinadores da extinção da floresta e paisagem autóctone.

Tem portanto um mérito limitado. Mérito seria faturar conseguindo, ao mesmo tempo, promover o equilíbrio ambiental.

Corretissimo! Muita gente esquece que após serem queimados hectares de pinheiro, castanheiro ou carvalho, vencem sempre espécies invasoras melhor adaptadas após incêndios: eucaliptos, mimosas, acácias..

Algo que me esqueci de dizer é que a indústria de madeira e do papel, está dimensionada com uma capacidade própria a nível de produção. E no caso da pasta de papel, é quase senão mesmo 24h sobre 24h de produção. Então pergunto, qual a capacidade de encaixe destas de comprar madeira queimada? Só passados anos, se escoaria tal imensidão! Mas pronto, os intermediários são as serrações e estas primeiro vão aonde é mais perto, compram conforme podem escoar para papel, e por conseguinte, nada do que se diz acerca de ajudas em parques de madeira queimada, nada disso é realizado, nunca! À maldita propaganda e santa ignorância de quem acredita neles..