Seguimento - Incêndios 2018

joralentejano

Super Célula
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21 Set 2015
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A noite em que os castanheiros ajudaram os bombeiros em Marvão
A ciência já tinha admitido a hipótese de Portugal poder usar "árvores bombeiras" contra a propagação de incêndios. Coube a Marvão passar da teoria à prática

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Foram uma ajuda preciosa. Durante o fogo que a 5 de agosto consumiu a encosta em torno da fortificação medieval de Marvão, os bombeiros utilizaram ramos e galhos de castanheiros, cortados com recurso a motosserras, para ajudarem a conter as chamas e abrir passagem aos veículos de combate às chamas. E resultou. "Custam mais a arder", refere o especialista do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas, Paulo Fernandes, também docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Com essa medida, os operacionais puderam ganhar terreno sobre o incêndio, facilitando o ataque.

O cansaço está estampado no rosto de Sandra Paz. É a presidente da junta de Marvão. Há ano e meio interrompeu o voluntariado nos bombeiros da terra, mas não hesitou em se entregar à luta contra as chamas no apoio aos operacionais. "Como dizemos cá no cantinho, a Nossa Senhora da Estrela esteve ali", diz, levada pela fé. Viu como as chamas foram perdendo intensidade lá no alto do penhasco, contra as muralhas da fortificação. Na parte mais baixa da encosta o fogo encontrou os castanheiros pela frente.

Foram uns grandes aliados dos bombeiros", testemunha a autarca, apelando já aos donos dos terrenos consumidos pelas chamas para que aproveitem a reflorestação e "plantem mais castanheiros" e revelando-se ainda emocionada com a união do povo, depois do susto que assaltou a vila medieval, envolvendo-a numa nuvem de fumo.
Fonte: DN
 


Pedro1993

Super Célula
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7 Jan 2014
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Água de Monchique esgotada e fábrica fechada há 10 dias

A fábrica da Água de Monchique está fechada há 10 dias e só reabre depois de concluídos todos os trabalhos de limpeza. A administração da empresa garante que o incêndio não teve qualquer impacto na qualidade da água que chega aos consumidores, mas vai deixar um rombo nas contas de empresa. A paragem da fábrica custa à Água de Monchique cerca de 60 mil euros por dia.

https://sicnoticias.sapo.pt/economi...nchique-esgotada-e-fabrica-fechada-ha-10-dias
 

robinetinidol

Nimbostratus
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30 Jun 2015
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Fátima / Coimbra
Áreas ardidas em Portugal até agora:

Monchique - 27 600 ha
Alcanede, Prado - 180 - 300 ha *
Santarém, Quinta do Brinçal - 120 - 200 ha*
Benavente , Samora Correia - 100 - 450 ha *
Pinhal Novo, Setúbal - 153 ha
Agrochão, Chaves - 150 - 200 ha *
Marvão, castelo - 116 ha
Sertã - 30 - 50 ha *
Crato - 150 - 200 ha
 

Orion

Furacão
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5 Jul 2011
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Açores
O ano de 2018 apresenta, até ao dia 31 de julho, o 3.º valor mais reduzido em número de ocorrências e o valor mais reduzido de área ardida, desde 2008
-> http://www2.icnf.pt/portal/florestas/dfci/Resource/doc/rel/2018/3-RIR.pdf

Por outras palavras, e também tendo em conta o que aconteceu em Monchique, penso que se calhar é muito cedo para parabenizar (de forma exagerada) o dispositivo implementado. Ao contrário do ano passado, as condições ambientais foram (excecionalmente?) favoráveis este ano.

Paralelamente, há que indagar: Para onde foram os terroristas todos já que em Espanha o número de ocorrência também está bastante baixo. Se calhar foram para a Suécia atear os fogos indígenas ou a chuva da primavera teve efeitos secundários ainda desconhecidos :D

 
Última edição:

Pedro1993

Super Célula
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7 Jan 2014
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"O incêndio começou a arder no dia 3 de agosto. Hoje os primeiros rebentos da recuperação são visíveis! Obrigado Patricia pelas fotos."



 
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mecre90

Cirrus
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26 Fev 2016
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Tomar
Da minha parte nao cai mito nenhum, embora me suscite a duvida se o autor do artigo (que li por completo) está a ser intelectualmente desonesto ou convenientemente hipócrita.
Acredito na veracidade dos números apresentados, mas nao concordo com as conclusões/interpretações deles obtidas.
Pessoalmente tenho já presenciado demasiados incêndios florestais e existem diversas razões para que por exemplo os matagais ou as florestas de outras folhosas tenham números próximos dos eucaliptos, e nenhuma delas tem a ver com a propensão ao fogo ser a mesma.
Primeiro que tudo, por norma os matagais localizam-se em zonas maioritáriamente inacessíveis, nao colocam pessoas ou bens em perigo, e como são de combustão lenta, inúmeras vezes o seu combate nao é prioritário quando o incêndio tem outras frentes mais perigosas. Exemplos: quantas vezes os bombeiros nao deixam os matos das serras e parques naturais arderem até que a frente se extinga ou chegue a um ponto acessível para o combate?
Além disso, quem vê os fogos no local, em vez de depois analisar estatísticas numa secretaria, sabe, como eu já vi tantas vezes, que tanto bombeiros, como a população e proprietários, atacam os incêndios exactamente no que tem valor econômico, ninguém exceptuando os bombeiros, apaga fogos em matagais, quando ao lado está um eucaliptal a arder.
O senhor se queria dizer que no fim de contas arde tanto mato como eucaliptal, podia fazê-lo, agora vir dizer que mato e outras folhosas endémicas têm a mesma propensão para o fogo, isso é mentira.

A progressão do fogo em matagais e folhosas endémicas é muito menor do que em eucaliptais ou pinhais. Mesmo que os eucaliptais estejam limpos, como já vi muitas vezes, se o fogo pega nas copas tocado a vento, ou numa vertente inclinada, a sua progressão é assustadora, e compará-la com as mesmas condições mas nós nos referidos matagais ou povoamento de folhosas endémicas é o mesmo que dizer que o Herman Jose e o Cristiano Ronaldo correm a velocidades semelhantes...

Portanto, repito, para mim nao é mito, mas sim um facto e mantem-se, por muito contorcionismo que alguns façam para defender o indefensável...
 
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bandevelugo

Cumulus
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3 Jan 2008
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Para todos aqueles meteopt-nautas que se sintam inibidos de emitir opiniões sobre a culpa dos incêndios em 2018, seja porque pensam que não têm a formação adequada, seja porque vivem e trabalham em zonas urbanas e desconhecem a realidade das propriedades florestais, aqui deixo um documento de apoio, que se pode revelar de grande utilidade para os tempos que se seguem (não é de minha autoria, foi apanhado no facebook).