LUSA: Forte ondulação desaloja seis pessoas na Cruz Quebrada
A ondulação forte que se fez sentir na madrugada de hoje na foz do Tejo desalojou seis pessoas na praia da Cruz Quebrada, Oeiras, tendo destruído as habitações precárias onde viviam.
«Hoje à noite houve uma grande tempestade e a forte ondulação destruiu as barracas de seis pessoas da praia da Cruz Quebrada. A sorte foi que estas pessoas já tinham sido realojadas de emergência pela Junta de Freguesia e hoje já não estava lá ninguém. Senão tinha sido uma catástrofe», contou à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia da Cruz Quebrada e Dafundo, Paulo Freitas do Amaral.
Três das pessoas desalojadas, de 50, 60 e 80 anos, passaram a noite num lar da rede de segurança social do concelho. Os restantes estão a viver em casa de familiares.
No entanto, o autarca afirma que é necessária uma «solução urgente» e um «realojamento definitivo», apelando à Administração do Porto de Lisboa (APL), à REFER [dado que as habitações clandestinas foram construídas junto à Linha férrea de Cascais] e à Câmara uma «acção conjunta» para a solução destas seis pessoas.
«A APL e a REFER deviam preocupar-se com o seu território e encontrar maneira de não deixar que lá se construam barracas. Deviam autorizar a Polícia Municipal da Câmara a deitar abaixo aquelas casas para que os seus moradores não voltem para lá e a Câmara tem de realojar estas pessoas», explicou.
Paulo Freitas do Amaral explicou que a situação se agravou devido à «destruição das muralhas de protecção do leito da ribeira do Jamor [que desagua naquela praia] em 1983 que ainda não foram repostas e à inexistência de cada vez menos areal na praia, que faz com que o mar chegue mesmo às barracas».
Contactada pela Lusa, a REFER afirmou que aquela zona não está sob a sua jurisdição e que, por isso, não vê como pode participar na resolução do problema.
A Lusa contactou também a Câmara de Oeiras e a APL, mas até ao momento não estiveram disponíveis para prestar esclarecimentos.