Parece confirmado o padrão global, de zonal a baixas latitudes, pelo menos durante uma semana. Há hipótese, relativamente elevada, de alguns sortudos em Portugal terem um nevão histórico, daqueles que provavelmente ainda não aconteceram este século. Nos próximos dias haverá várias reviravoltas nos modelos, uma vez que pequenas variações na localização do centro da depressão que poderá atravessar a Península Ibérica no dia 1, farão enormes diferenças no tempo que se fará sentir. Esta parece ser a situação típica de frente fria estacionária, com frio a Norte, muita chuva a Sul e uma pequena faixa de 100/200 km a apanhar com um nevão histórico. Resta saber por onde passará o centro da depressão, quanto mais a Sul, mais nos poderá favorecer.
O quadro de ensembles do GFS desviou-se a favor do frio na saída das 12z, a operacional (que mesmo assim deixaria um bom nevão no extremo Nordeste do país) é a 2ª linha mais quente. No ensemble do Europeu a coisa parece um pouco menos favorável, mas 26 das 51 perturbações (mais a saída operacional) têm quantidades relevantes de acumulados de neve no solo no próximo sábado em extensas áreas do país, mesmo em cotas baixas.
Seria importante que a massa siberiana não fosse "engolida" pela depressão nos Açores, não só para termos a hipótese de um nevão histórico, como pela maior facilidade de manutenção de um padrão chuvoso caso se mantenha o ar frio na zona da Biscaia.
Não é de descartar também, embora menos provável, uma ciclogénese rápida perto ou no interior da Península. Há ar muito húmido e uma massa extraordinariamente fria a interagirem.