Seguimento Meteorológico Livre - 2025

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J4Mm1b8.png
 
Já agora referir, que para já, todo o Outono no Sul se resume a essa célula.
É a nossa melhor hipótese ainda que não seja desejável chuva torrencial sobre um solo extremamente seco.
Estamos a partir praticamente do zero, já que a chuva desta tarde foi apenas para baixar o pó.

P.S: A imagem de satélite está espectacular :thumbsup:
 
Obrigado pelas respostas, neste caso parece haver também um centro de baixa pressão nos níveis baixos a gerar o SCM, é possível observar no satélite o remoinho de nuvens baixas em espiral e o SCM a NW do núcleo. Creio que a convecçao já dura há quase 12 horas (e até se tem intensificado nas últimas horas) pelo que creio que seja algo mais persistente do que um SCM normalmente é.

No caso até pode não cumprir plenamente todos os critérios para ser considerado subtropical (até porque o centro está muito exposto, contrariamente a uma tempestade subtropical "saudável" e a convecçao está restrita a NW) mas creio que pelo menos algumas características híbridas deve ter, tendo em conta a sst 21-23ºC, suporte numa baixa nos níveis altos, apesar da convecção profunda estar deslocada para NE do núcleo (indício de cisalhamento). O aspeto da baixa acaba mesmo por ser muito parecido ao de uma tempestade tropical cisalhada.

E a saída 18z do gfs está bastante agressiva para o baixo Alentejo/Algarve, podendo já estar a refletir a possibilidade de fortalecimento da baixa antes de fazer landfall. Vai haver locais onde vai ser agressivo.

Independentemente do que seja, vai valer a pena acompanhar a evolução
 
MetOffice_20251027_1028-18h_T+24.gif

MetOffice_20251027_1029-00h_T+36.gif

MetOffice_20251027_1029-12h_T+48.gif


Vou aqui colocar esta análise que o @StormRic fez há dias acerca das ciclogénese que se irá formar. Tirei algum conteúdo e aproveitei 3 imagens.

Veja-se nos 3 quadros a relação da cut-off em relação à célula que afectou hoje o Algarve e zona de Huelva.
Tanto às 18h de ontem, como às 00h, o núcleo (x) da mesma coincide praticamente com a localização da célula que vemos na animação anterior.
O quadro das 12h também me parece muito aproximado com o que está a passar-se.
 
Última edição:
Ver anexo 26248

Ver anexo 26249

Ver anexo 26250

Vou aqui colocar esta análise que o @StormRic fez há dias acerca das ciclogénese que se irá formar. Tirei algum conteúdo e aproveitei 3 imagens.

Veja-se nos 3 quadros a relação da cut-off em relação à célula que afectou hoje o Algarve e zona de Huelva.
Tanto às 18h de ontem, como às 00h, o núcleo (x) da mesma coincide praticamente com a localização da célula que vemos na animação anterior.
O quadro das 12h também me parece muito aproximado com o que está a passar-se.
Em Espanha falam dum sistema com características subtropicais e até faz algum sentido em termos de precipitação, já em Outubro de 2023 com o Bernard (Vince= para mim), teve características subtropicais como o vento e a precipitação, é o 2° sistema que chega ao Algarve e Sul de Espanha com essas características e o NOAA ignora...

 
Em Espanha falam dum sistema com características subtropicais e até faz algum sentido em termos de precipitação, já em Outubro de 2023 com o Bernard (Vince= para mim), teve características subtropicais como o vento e a precipitação, é o 2° sistema que chega ao Algarve e Sul de Espanha com essas características e o NOAA ignora...

Aquilo de tempestade subtropical, pelo menos características visiveis, tinha 0. Posso estar enganado, mas olhando para aquilo via mais um sistema de mesoescala.
 
Aquilo de tempestade subtropical, pelo menos características visiveis, tinha 0. Posso estar enganado, mas olhando para aquilo via mais um sistema de mesoescala.
Ciclones com características tropicais são mesmo assim, com convecção em torno do núcleo e sem frentes associadas (contrastes entre diferentes massas de ar). Claramente este evento de ontem esteve associada a um pequeno núcleo depressionário, que foi previsto pelos modelos e que foi possível identificar nas imagens de satélite, embora com uma trajetória mais a sul do que foi previsto pelos mesmos (daí a precipitação no Alentejo ter ficado muito aquém das previsões, e o grosso ter tocado apenas no sotavento algarvio). Esse núcleo tinha aparentemente, segundo os modelos, uma massa de ar mais quente, o que é característico de um sistema tropical/subtropical. Portanto, concordo com a análise dos espanhóis, terá sido um sistema híbrido, ou subtropical, e a convecção associada a esse sistema formou um SCM (sistema convectivo de mesoescala) que teve um ciclo de vida bastante longo, formando-se bem longe no oceano, atravessando a sul do Algarve e entrando por Espanha dentro ao longo do dia.
 
Ciclones com características tropicais são mesmo assim, com convecção em torno do núcleo e sem frentes associadas (contrastes entre diferentes massas de ar). Claramente este evento de ontem esteve associada a um pequeno núcleo depressionário, que foi previsto pelos modelos e que foi possível identificar nas imagens de satélite, embora com uma trajetória mais a sul do que foi previsto pelos mesmos (daí a precipitação no Alentejo ter ficado muito aquém das previsões, e o grosso ter tocado apenas no sotavento algarvio). Esse núcleo tinha aparentemente, segundo os modelos, uma massa de ar mais quente, o que é característico de um sistema tropical/subtropical. Portanto, concordo com a análise dos espanhóis, terá sido um sistema híbrido, ou subtropical, e a convecção associada a esse sistema formou um SCM (sistema convectivo de mesoescala) que teve um ciclo de vida bastante longo, formando-se bem longe no oceano, atravessando a sul do Algarve e entrando por Espanha dentro ao longo do dia.

Junto esta imagem do ARPEGE/BestWeather onde mostra o núcleo quente aos 700hPa.

tIW8Z6G.jpeg
 
TST Karen

MP9OsDG.png


CT controverso...

... fase mais inicial, mas basicamente com a mesma estrutura visual:

LMCekQz.png


pTKJ3B8.png


... e mais tarde:

vWv4TPt.png


RTHeoog.png


Nesta altura por vezes aparecem uns ciclones suspeitos mais próximos do continente mas realisticamente não se deve esperar que o NHC esteja sempre a acompanhar a zona mais remota da sua responsabilidade. Especialmente em ciclones minúsculos e com uma esperança de vida muito reduzida.

Se fosse para ser acompanhado, de um ignorante, o ciclone basicamente esteve a sua vida toda na fase final cisalhada.

Não houve convecção à volta do centro. Discutível se chegou a haver circulação fechada relevante e sustentada. Não havia um pequeno cavado por cima do ciclone a alimentar a convecção?

A investigação das diversas manifestações dos ciclones híbridos no triângulo A-M-C certamente daria um artigo muito interessante. Mas com muito trabalho associado porque basicamente ninguém regista a sua ocorrência.
 
Ciclones com características tropicais são mesmo assim, com convecção em torno do núcleo e sem frentes associadas (contrastes entre diferentes massas de ar). Claramente este evento de ontem esteve associada a um pequeno núcleo depressionário, que foi previsto pelos modelos e que foi possível identificar nas imagens de satélite, embora com uma trajetória mais a sul do que foi previsto pelos mesmos (daí a precipitação no Alentejo ter ficado muito aquém das previsões, e o grosso ter tocado apenas no sotavento algarvio). Esse núcleo tinha aparentemente, segundo os modelos, uma massa de ar mais quente, o que é característico de um sistema tropical/subtropical. Portanto, concordo com a análise dos espanhóis, terá sido um sistema híbrido, ou subtropical, e a convecção associada a esse sistema formou um SCM (sistema convectivo de mesoescala) que teve um ciclo de vida bastante longo, formando-se bem longe no oceano, atravessando a sul do Algarve e entrando por Espanha dentro ao longo do dia.
Sim, claramente. Posso estar a dizer um valente disparate, mas os SCM's por norma fora da situação de ontem, não são mais estacionários recordo-me que em Novembro de 2020 um SCM ficou cerca de 2 horas aqui sobre Olhão e causou o caos muito pior que ontem em Faro. Em Espanha, eles têm por vezes um SCM estacionário por várias horas no mesmo local. Mas, lá está são situações que acontecem e nem sei qual o comportamento correcto de um SCM e que factores levam a que isso aconteça.
 
As alterações climáticas e as tendências mostram-nos que a formação e passagem destes sistemas por território nacional será cada vez mais norma e menos excepção. Eu nada sei sobre questões técnico-legais da área de "jurisdição" do NHC, mas não seria tempo de o IPMA e AEMET se unirem para pelo menos começar a qualificar à séria profissionais para análise destes sistemas a nível ibérico?
 
Mais tarde.

Até podia ser (legenda :D)...

Xx0IhDQ.png


... mas só em metade do ciclone se vê convecção relevante:

gaQKwx1.png


Boletim climatológico:

VENTO FORTE NO DIA 17 DE OUTUBRO DE 2015

No dia 17 de outubro uma depressão aproximou-se da região sudoeste de Portugal Continental, em fase de cavamento, deslocando-se ao longo da costa ocidental portuguesa no sentido sul- norte. Às 13 horas locais, a depressão centrou-se a 50 km a oeste do Cabo Carvoeiro com um valor de pressão de cerca de 988 hPa.
Durante este percurso da depressão, as condições meteorológicas no território foram afetadas muito significativamente em especial na variação da pressão atmosférica, no aumento da intensidade do vento e da precipitação. Na estação meteorológica de Lisboa/Gago Coutinho a pressão desceu 7 hPa entre as 4 e as 11 horas locais do dia 17.
Valores de rajadas superiores a 90 km/h ocorreram em vários locais do litoral e nas terras altas, registando-se os valores mais elevados do vento médio e da rajada no litoral oeste a sul do cabo Mondego, em especial entre o Cabo Carvoeiro e o Cabo Raso.
Entre as 8 e as 15 horas locais, o vento atingiu valores excecionalmente elevados. As estações de Cabo da Roca/Sintra (169 Km/h, rajada; 140 km/h, vento médio) e Cabo Carvoeiro/Peniche (130km/h, rajada; 98 km/h, vento médio) registaram os valores mais elevados entre as estações meteorológicas do IPMA na região. Valores de rajada superiores a 130 km/h foram igualmente registados em estações meteorológicas não oficiais, nomeadamente as de Alcabideche/Cascais (133 Km/h) e em Cova da Moura/Torres Vedras (136 km/h) (figura 7).

Neste cantinho do Altântico, os minorcas (sub-)tropicais são complicados.