Neste momento, como bem diz o Aurélio, nada está definido, tudo pode acontecer. Até a cut-off que se vai formar a menos de 72h não tem trajectória definida.
Temos neste momento vários cenários em aberto. O primeiro, aquele que a maioria dos modelos estão a colocar neste momento, seria algo que eu desde que acompanho modelos, há já 4 ou 5 anos, nunca tinha visto. Choque de massas nas imediações da PI, uma marítima fresca e uma continental muito fria. Se isto se suceder, será algo muito difícil de modelar, daí a grande discrepância de saída para saída a poucas horas, mas será algo grande. Aqui fica o ensemble para o Alentejo central.
Seria muita chuva. Mas eu já vi isto antes, há cerca de 10 dias, e apontava para grandes dilúvios nesta semana. E não houve nada. Há outro cenário em aberto, que nenhum modelo marca, mas como andam muito voláteis não seria de estranhar que logo à tarde já mostrassem, que seria a manutenção do bloqueio nos Açores por mais algumas horas e uma entrada siberiana a sério. Não é de descartar, neste momento a siberiana é colocada no Golfo da Biscaia, atraída pela depressão atlântica desloca-se no sentido E-O, mas se a dorsal se mantiver entre os Açores e a Madeira, poderia ser empurrada para sul e afectar-nos. Não é impossível, mas ontem era mais provável que hoje.
Por fim é possível que aconteça o que tem acontecido sempre desde Fevereiro. O UKMO presenteia-nos com isto:
Por favor, tudo menos isto, esta dorsal tem de parar de meter o bedelho onde não é chamada.
Mas tem que ser referida uma coisa. As runs do GFS das 12h e 18h de ontem, a das 0h e a das 6h de hoje mostravam cenários sempre diferentes para a próxima Segunda. Variaram desde cut-offs geladas que deixariam neve a cota zero, nordestes secos, sudoestes húmidos, mas tinham estes mapas para dia 18/19:
Como já referiu o nimboestrato, o ECM também está de acordo. Isto é bom sinal, todos os caminhos vão dar ao mesmo. Aguardemos novos desenvolvimentos.