Tempestade Ana - 10 a 12 de Dezembro 2017

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Apesar da rapidez na sua formação, haverá condições para desenvolver trovoada? Alguém sabe? Não está em nenhuma previsão descritiva que eu tenha lido.
Trovoada, só eventualmente a partir de amanhã de manhã com o pós—frontal, mas as condições serão poucas para trovoada, apenas pequenas células e mais provável no litoral.
 
Atualização do IPMA. Agravamento do vento a altitudes mais baixas e colocada a hipótese de fenómenos localizados de vento extremos (provavelmente downbursts associados à frente), em especial no litoral, que podem exceder o limiar do nível de aviso.

A tempestade Ana irá formar-se a noroeste da Península Ibérica durante este domingo, 10 de dezembro de 2017, embebida numa região depressionária complexa já existente e que se estende até à Escandinávia. A tempestade Ana localizar-se-á sobre o Golfo da Biscaia às 00UTC de 2ªfeira, 11 de dezembro de 2017, com uma pressão atmosférica mínima prevista de cerca de 966 hPa e resultando de um processo de cavamento intenso, designado por ciclogénese explosiva.

O território de Portugal Continental irá assim começar a ser afetado já a partir da manhã deste domingo, sendo o período mais crítico, o final da tarde de domingo e a madrugada de 2ªfeira, com impactos expectáveis devido a ventos fortes, precipitação intensa, queda de neve e forte agitação marítima.

Em particular, o vento irá intensificar durante a tarde de dia 10, tornando-se forte de sudoeste, com rajadas até 110 km/h a partir do final do dia, podendo chegar a 130 km/h nas terras altas do Norte e Centro até ao início da manhã de dia 11, e não se poderá excluir um evento ocasional de vento extremo, em particular no litoral oeste, onde as rajadas poderão ser superiores aos níveis de aviso emitidos.

Prevê-se precipitação por vezes forte a partir do meio da tarde de dia 10, sendo persistente na região Norte, em particular no Minho e Douro Litoral, e na noite de dia 10 para 11, os valores acumulados em 12 horas deverão variar entre 60 a 90 mm na região Norte, podendo chegar a 120 mm no Minho. No entanto, em qualquer local do território, poderá chover intensamente numa hora, com valores acumulados de 10/20 mm ou mesmo 20/30 mm.

Prevê-se ainda no dia 11, queda de neve nas terras altas das regiões Norte e Centro, acima de 800/1000 metros, com uma espessura de neve no solo superior a 5 cm em alguns locais, associada à descida de temperatura, que será muito significativa.

Prevê-se também um aumento da altura significativa das ondas a partir de dia 10, com valores entre 5 e 6 metros, podendo chegar a 10 metros de altura máxima.

Estão emitidos para os dias 10 e 11, aviso VERMELHO de rajada para as terras altas das regiões Norte e Centro e avisos LARANJA relativos a vento, precipitação, neve e agitação marítima.
Link arquivo do comunicado: http://archive.is/bBr6e
 
Como já escrevi anteriormente o radar é mais útil nos eventos convectivos do que nos eventos estratiformes. Os ecos 'amarelos' na zona de Aveiro não se estão a refletir em acumulados por aí além (isto não quer dizer que não haja chuva forte e persistente localmente mas a realidade é diferente da abrangência dos referidos ecos).

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O IPMA devia inserir mais umas opções ao estilo da MG.

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A MF lá emitiu avisos laranja para algumas zonas da costa oeste.

 
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Orion, sem descartar o que dizes de outros produtos mais elaborados de pós-processamento do radar, que concordo, não sei se será bem assim o que argumentas...

Tendo em conta que grande parte desta precipitação pré-frontal se gera sobre terra com devido à orografia "despejar" o imenso fluxo de humidade associado ao tal "rio atmosférico", e ainda por cima se estar a dar essencialmente a níveis próximos do solo (pois não há convecção profunda como dizes e bem), a tendência no radar, para precipitação limitada a níveis baixos, é exatamente a oposta do que dizes... É de chover até mais do que aparenta no radar.

Geralmente chove menos do que aparenta no radar quando precipita de base alta, pois boa parte perde-se por evaporação no caminho.

Aliás, o produto que mostraste é a REFLECTIVIDADE. Logo, nem me faz sentido estares a criticar esse produto ser enganador, quando ele não representa nem pretende representar a INTENSIDADE. Se vires o mapa da INTENSIDADE do próprio IPMA, de facto só tens verdes, representando portanto precipitação fraca a moderada, e que na verdade, como disse atrás, provavelmente até estimada por baixo relativamente à realidade, pelos factores que já referi acima. E pelo contrário também do que dizes, a abrangência espacial dessa precipitação fraca a moderada e persistente é enorme sim. É generalizada.
 
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Parece que a la Universidad de Berlín no le ha gustado que la llamemos Ana :D



Pero está vez IPMA, AEMET y Météo-France mandan :brucelee::lol:
 
Tendo em conta que grande parte desta precipitação se gera sobre terra com a orografia, e ainda por cima a níveis próximos do solo, a tendência no radar, para precipitação limitada a níveis baixos, é exatamente a oposta... De chover até mais do que aparenta no radar.

Geralmente chove menos do que aparenta no radar quando precipita de base alta, pois boa parte perde-se por evaporação no caminho.

É esse mesmo o meu propósito. Enfatizar a desconexão entre o que o radar mostra e a realidade. Na convecção, pelo menos para mim, há mais clareza entre as zonas em que pode chover mais e menos.

Aliás, o produto que mostraste é a REFLECTIVIDADE. Logo, nem me faz sentido estares a criticar esse produto ser enganador, quando ele não representa nem pretende representar a INTENSIDADE. Se vires o mapa da INTENSIDADE de facto só tens verdes, representando portanto precipitação fraca a moderada, e que na verdade, como disse atrás, provavelmente até estimada por baixo relativamente à realidade, pelos factores que já referi acima.

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O utilizador comum olha para o satélite e vê uma colossal mancha nebulosa. Mais de metade dela (centro sul) é nebulosidade alta que não gera acumulado mas a maior parte das pessoas não sabe isso.

Quanto ao radar, o princípio é o mesmo. Usei a refletividade porque considero que poucos utilizam a outra opção. Geralmente usa-se a refletividade como métrica para se inferir a intensidade da chuva, correto? E aí volto ao início: para o utilizador comum o radar é bem mais útil para eventos convectivos (ou estratiformes com convecção) do que para estratiformes 'puros' (como este é pelo menos no início).

Escrito isto, onde vivo há mais eventos estratiformes do que convectivos e eu também quero um radar. Sempre é melhor que ver nuvens de cima sem ter uma ideia mínima do que se passa por baixo :D
 
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Orion, desculpa mas isso para mim não faz qualquer sentido...

Tens logo à entrada um produto chamado: INTENSIDADE DA PRECIPITAÇÃO (mm/h)

E dizes que a maior parte das pessoas não usa esse produto que é a intensidade, para ver a intensidade... Mas sim a reflectividade? Correcto não, errado! Nem percebo muito bem onde queres chegar..

Mas... É como dizer: tenho aqui um termómetro, devidamente calibrado, mas não gosto muito de usar para ver a temperatura, prefiro pegar aqui num tubinho de mercúrio sem escala e ver assim a temperatura, ao olhar para se está ou não mais dilatado! Basicamente é o que tu estás a dizer, e desculpa mas isso é um contra-senso para mim, especialmente para o "comum utilizador" como tu dizes. Que para um utilizador mais entendido, conjugar os dois produtos possa ser uma mais-valia, aí já posso concordar, mas parece-me que estás a dizer exatamente o oposto!

O utilizador olha e vê uma colossal mancha nebulosa com precipitação, e sim, é mesmo isso que está a acontecer na metade norte do país. Nem percebo a dúvida...
Uma colossal área de precipitação fraca a moderada, em algumas zonas por vezes mais forte devido à orografia, e acima de tudo persistente e constante. E sim, em muitas áreas até mais intensa do que o radar aparenta, não mais fraca como dizes...

Adiante, pelo menos neste tópico, que estamos a atrapalhar aqui um bocado o seguimento com esta "discussão".
 
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