Está de facto tanto frio, mas tanto frio que ainda não houve um único dia neste outono em que eu não andasse de t-shirt. Está de facto tanto frio, mas tanto frio que ainda anteontem vi uma cobra no meu quintal de erva para o gado. Está de facto tanto frio, mas tanto frio que as moscas não desapareceram, nalguns sítios ainda continuam aos montes, especialmente nos montes de esterco do gado. Está de facto tanto frio, mas tanto frio que a Nutella ainda está mole como se tivéssemos no verão. Está de facto tanto frio, mas tanto frio que eu ainda durmo com apenas um lençol e um cobertor, e numa casa que nem sequer isolamento tem, ou seja, gelada no inverno (a casa está de facto tão fria que até dar para me pôr nu por largos momentos). É um facto que as noites e as manhãs já pedem uma sweat ou um casaco mais fino daqueles típicos do outono e da primavera (os chamados blazers) mas durante o dia anda-se perfeitamente de t-shirt. Mas o que é certo, é que certas pessoas, com uma cultura meteorológica do tamanho de uma ervilha, tal e qual como os comentadores do Portugal x Suécia de ontem, já andam com tanto medo e tanta paranoia do frio que até ficam estupefactas com o facto de eu andar sempre de t-shirt. Essas pessoas, inclusivamente, já chegaram mesmo a dizer certas barbaridades de que estávamos em janeiro/inverno e não em outubro/outono.

Encasacam-se e agasalham-se duma maneira que faz parecer que estamos em pleno inverno. Isso sim, faz-me meter impressão. As mesmas pessoas que, se for preciso, nos meses bem mais frios de dezembro e janeiro, meses de plena geada, andam com um casaquinho fino e uma camisola ou uma t-shirt como se fosse outono e no início da primavera descascam-se todas como se fosse pleno verão.

Se isto fosse o inverno ou o mês de janeiro, então seria de facto muito, mas muito mau sinal!!! Habituaram-se tão mal, mas tão mal ao último inverno que para essas pessoas este tempo mais outonal seja tempo de pleno inverno e de pleno mês de janeiro.

É de facto inacreditável.


