Biodiversidade

lreis

Cumulus
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22 Dez 2010
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Após num passado recente ter falhado diversas ocasiões para observar grous (a última das quais foi a participação nas actividades de contagem de grous em Navalmoral, estremadura espanhola), desloquei-me ontem à zona de Évora (perto de São da Braz do Regedouro) para finalmente observar estas aves. Embora um pouco expectante, fui muito bem sucedido já que assisti ao final do dia (cerca das 5.30, 6 horas da tarde) à "aterragem" para dormida de vários bandos destas belas aves. Um dos bandos deixou-me bastante surpreendido porque me pareceu de dimensão acima do que estava à espera (estimo que fosse um bando entre 80 e 100 aves, o que para pássaros desta dimensão, é algo que não passa despercebido, até pelo conjunto do "piar", muito sonoro, das aves). Queria discutir com vocês alguns aspetos:

1) Quando há uns meses me disseram que na zona de Évora (+/- a menos de 30 km, a poente da cidade) era possível ver estas aves, fiquei um pouco surpreso porque tinha a ideia que o "estágio de Inverno" das mesmas se fazia, grosso modo, ao longo dos concelhos fronteiriços, entre o Alto Alentejo e o Baixo Alentejo, com a presença também na região de Castro Verde e arredores. Neste momento, confirmo que pelos vistos a zona está mais alargada, aproximando-se da costa. Tem ideia qual é a região onde em Portugal se pode ir vendo o grou em Portugal?

2) Existe alguma estimativa de quantas passam o Inverno em Portugal? Há uns tempos atrás tinham-me falado em cerca de 2000, não tendo capacidade para formular qualquer juízo sobre este número. Ontem dizem-.me que só naquela zona de Évora serão várias centenas, o que me surpreendeu novamente.
Em Espanha, a quantidade de grous invernantes é muito grande (só na zona de Navalmoral, há duas semanas, numa das contagens, obteve-se o número superior a 1500).

3) Os 3 bandos que vi aproximarem-se da zona de dormida vinham a voar, grosso modo, de poente. Ou seja, dava ideia que os grous tinham passado o dia em áreas que se situavam ainda mais a ocidente (Montemor-o-Novo, etc). Isto faz sentido?
 


MSantos

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Grifos (Gyps fulvus) no Parque Natural do Douro Internacional:

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boneli

Nimbostratus
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12 Jan 2008
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Após num passado recente ter falhado diversas ocasiões para observar grous (a última das quais foi a participação nas actividades de contagem de grous em Navalmoral, estremadura espanhola), desloquei-me ontem à zona de Évora (perto de São da Braz do Regedouro) para finalmente observar estas aves. Embora um pouco expectante, fui muito bem sucedido já que assisti ao final do dia (cerca das 5.30, 6 horas da tarde) à "aterragem" para dormida de vários bandos destas belas aves. Um dos bandos deixou-me bastante surpreendido porque me pareceu de dimensão acima do que estava à espera (estimo que fosse um bando entre 80 e 100 aves, o que para pássaros desta dimensão, é algo que não passa despercebido, até pelo conjunto do "piar", muito sonoro, das aves). Queria discutir com vocês alguns aspetos:

1) Quando há uns meses me disseram que na zona de Évora (+/- a menos de 30 km, a poente da cidade) era possível ver estas aves, fiquei um pouco surpreso porque tinha a ideia que o "estágio de Inverno" das mesmas se fazia, grosso modo, ao longo dos concelhos fronteiriços, entre o Alto Alentejo e o Baixo Alentejo, com a presença também na região de Castro Verde e arredores. Neste momento, confirmo que pelos vistos a zona está mais alargada, aproximando-se da costa. Tem ideia qual é a região onde em Portugal se pode ir vendo o grou em Portugal?

2) Existe alguma estimativa de quantas passam o Inverno em Portugal? Há uns tempos atrás tinham-me falado em cerca de 2000, não tendo capacidade para formular qualquer juízo sobre este número. Ontem dizem-.me que só naquela zona de Évora serão várias centenas, o que me surpreendeu novamente.
Em Espanha, a quantidade de grous invernantes é muito grande (só na zona de Navalmoral, há duas semanas, numa das contagens, obteve-se o número superior a 1500).

3) Os 3 bandos que vi aproximarem-se da zona de dormida vinham a voar, grosso modo, de poente. Ou seja, dava ideia que os grous tinham passado o dia em áreas que se situavam ainda mais a ocidente (Montemor-o-Novo, etc). Isto faz sentido?


http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/rn2000/resource/rn-plan-set/aves/grus

http://www.avesdeportugal.info/grugru.html
 
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frederico

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Agora é época dos bichos no Sul começaram a fazer ninhos e a acasalar. Mas ao fim-de-semana há batidas e caçadas até à Primavera. Na Idade Média era «proibido» matar fêmeas grávidas e crias, dizia-se que era pecado. Nas privadas de caça até se caça à perdiz com largadas de perdizes de viveiro... o que é óptimo para difundir para os ecossistemas doenças respiratórias. Não sou contra a caça mas é hora da lei mudar.

1) O exame para a carta de caçador deve se mais exigente com mais conteúdos sobre biologia e ecologia;

2) O valor das licenças deve aumentar e esse dinheiro deve ir para acções de conservação das espécies cinegéticas;

3) A caça à Quinta-feira deve ser imediatamente proibida;

4) A caça a qualquer espécie deve ser proibida depois do final de Dezembro;

5) As reservas de caça devem ser responsabilizadas pela morte de espécies protegidas quando ocorra por abate dentro da área da reserva e por veneno quando o veneno é colocado dentro da área da reserva e num dado perímetro em torno dos limites da reserva, com multas pesadas e encerramento por reincidência;

6) Deve aumentar a fiscalização com mais meios humanos e materiais, não só para prevenir a colocação de venenos e a caça furtiva, mas também para ajudar a combater os roubos de cortiça, madeira e castanhas e outros problemas de insegurança que o interior enfrenta.
 
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MSantos

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3 Out 2007
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Aveiras de Cima
Agora é época dos bichos no Sul começaram a fazer ninhos e a acasalar. Mas ao fim-de-semana há batidas e caçadas até à Primavera. Na Idade Média era «proibido» matar fêmeas grávidas e crias, dizia-se que era pecado. Nas privadas de caça até se caça à perdiz com largadas de perdizes de viveiro... o que é óptimo para difundir para os ecossistemas doenças respiratórias. Não sou contra a caça mas é hora da lei mudar.

1) O exame para a carta de caçador deve se mais exigente com mais conteúdos sobre biologia e ecologia;

2) O valor das licenças deve aumentar e esse dinheiro deve ir para acções de conservação das espécies cinegéticas;

3) A caça à Quinta-feira deve ser imediatamente proibida;

4) A caça a qualquer espécie deve ser proibida depois do final de Dezembro;

5) As reservas de caça devem ser responsabilizadas pela morte de espécies protegidas quando ocorra por abate dentro da área da reserva e por veneno quando o veneno é colocado dentro da área da reserva e num dado perímetro em torno dos limites da reserva, com multas pesadas e encerramento por reincidência;

6) Deve aumentar a fiscalização com mais meios humanos e materiais, não só para prevenir a colocação de venenos e a caça furtiva, mas também para ajudar a combater os roubos de cortiça, madeira e castanhas e outros problemas de insegurança que o interior enfrenta.

Não devia haver montarias até Fevereiro como acontece atualmente, apenas devia ser permitida caça seletiva de aproximação ou espera nesta altura.
As aves utilizadas em largadas têm que ter origem em produtores que são obrigados por lei a manter as aves saudáveis. Nenhuma reserva (como deve ser) quer largar aves doentes, que podem por em risco as aves residentes, além disso mesmo que as aves estejam doentes não sobrevivem aos dias seguintes a terem sido largadas devido à predação por raposas etc. (são aves criadas em cativeiro não estão acostumadas a enfrentar predadores).

Em relação à lei:

1) O exame de caça está mais completo em relação à ecologia das espécies cinegéticas e não cinegéticas do que era antes, mas sim podia haver mais conteúdo programático sobre esses temas.

2) As licenças já são bem caras, não acho que seja necessário aumento, mas concordo que o dinheiro das licenças devia ir integralmente para medidas de conservação e investigação sobre as espécies (o que penso que não acontece).

3) Não vejo que seja um problema a caça às quintas-feiras, talvez devesse haver um maior controlo por parte das autoridades em relação ao cumprimento dos limites diários de abate, e talvez devessem mesmo ser reduzidos em alguns casos.

4) Isso não faz sentido nenhum, as espécies têm hábitos diferentes, e se proíbes a caça em Dezembro, não há quase oportunidade de se caçar a algumas espécies invernantes como pombos ou tordos que por vezes só aparecem em grande numero Janeiro.

5) Penso que isso já acontece, a acho que agora se se provar que um exemplar de espécie protegida morreu por culpa da direção de uma reserva esta pode perder o direito à conceção da caça nessa reserva.

6) Concordo absolutamente.

Outro ponto, penso que a caça à rola-comum devia ser proibida, pelo menos durante uns anos para se tentar compreender as causas que têm levado ao declínio muito acentuado da espécie.
 
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Pedro1993

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Capoulas Santos ultima revogação da liberalização dos eucaliptos

No Parlamento, ministro da Agricultura anunciou ter diploma pronto no prazo de três semanas. Reforço de 200 milhões para o sector foi “acordo político” entre Cristas, Albuquerque e Passos Coelho, explicou o CDS.

Luís Capoulas Santos, ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, reiterou esta terça-feira o compromisso que o Partido Socialista acordou antes da tomada de posse, com os Verdes, de voltar atrás na chamada liberalização de plantação de eucaliptos e Portugal.

Foi assumido o "acordo de compromisso, com os Verdes" que "revogaríamos a legislação que liberalizou o eucalipto" e esta está "praticamente concluída", afirmou Luís Capoulas Santos esta terça-feira, 19 de Janeiro. O ministro da Agricultura adiantou aos deputados da Comissão da Agricultura da Assembleia da República, onde esteve por requerimento do BE e dos CDS para falar da crise nos mercados da suinicultura e do leite e da reformulação do PDR – Plano de Desenvolvimento Rural (2014-2020).

"Dentro de duas a três semanas teremos o diploma concluído", adiantou o governante sobre a legislação que irá alterar a prioridade à plantação de espécies de maior rentabilidade. No caso do eucalipto, "é parar a legislação que permitia a plantação indiscriminada", afirmou o ministro da Agricultura, adiantando que o Executivo "já falou com a indústria" da pasta e do papel para "na mesma área produzir muito mais eucalipto", satisfazendo a premissa de pré-acordada com os Verdes de "confinar o espaço" da plantação de espécies com alta rentabilidade.

http://www.jornaldenegocios.pt/empr...evogacao_da_liberalizacao_dos_eucaliptos.html
 
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frederico

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O eucalipto para ser rentável precisa de estar em áreas grandes. Ora no Norte é comum ver terrenos minúsculos com eucaliptos. O país poderia ter uma área muito menor de eucalipto e mais produtividade com uma regulamentação mais apertada. Estima-se que apenas cerca de um terço da actual área eucaliptizada seja produtiva.
 
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Pedro1993

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Peixe-gato gigante ameaça espécies no Tejo

Foi pescado no Tejo, entre Santarém e o Cartaxo, um exemplar de uma fêmea de siluro-europeu, uma espécie de peixe-gato carnívoro e que ameaça outras espécies de peixes e de pequenas aves. Esta espécie, originária da Europa central, pode atingir cinco metros de comprimento e 300 quilos de peso, e é conhecido também como a orca de água doce.

peixe-siluro-200x200.jpg



http://www.oribatejo.pt/2016/01/21/peixe-gato-gigante-ameaca-especies-no-tejo/
 

belem

Cumulonimbus
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10 Out 2007
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Sintra/Carcavelos/Óbidos
Já se fez algum estudo de impacte ambiental relativamente ao siluro?.

Eu realmente sou um bocado céptico em relação a essas conclusões apressadas. Decerto terá alguma influência, mas... Penso que será quase impossível e demasiadamente dispendioso, quererem livrar-se dele no Tejo.

Pior mesmo, é o que faz este animal:

 
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Pedro1993

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7 Jan 2014
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Torres Novas(75m)
Já se fez algum estudo de impacte ambiental relativamente ao siluro?.

Eu realmente sou um bocado céptico em relação a essas conclusões apressadas. Decerto terá alguma influência, mas... Penso que será quase impossível e demasiadamente dispendioso, quererem livrar-se dele no Tejo.

Pior mesmo, é o que faz este animal:



Pois é esse paredão que foi construido ou reconstruído como a empresa responsável pela central electrica lhe chama a este mamarracho, o que é certo é que tem gerado muita revolta e indignação, e também não é para menos.
Depois de terem sido obrigados pela APA a abrir um rombo no paredão para deixar passar peixes e pequena embarcações de pesca, ficou tudo em "águas de bacalhau", porque a empresa diz que assim o mesmo não serve para as suas necessidades, que é o arrefecimento das turbinas da central.
Vamos ver como é será que vai acabar mais uma história de um atentado para com o Rio Tejo, que tanto tem sofrido com atentados, ambientais.
No mesmo local onde está agora este mamarracho já tinha sido colocada uma pequena barreira em pedras na década de 80, para o mesmo efeito, mas nada tem a ver para o que que está agora construído.
Até parece que a empresa gestora da central do Pego comprou o Tejo.


Em 2050, os oceanos poderão ter mais plástico do que peixe
É uma previsão preocupante. Em 2050, a quantidade de lixo nos oceanos poderá superar a quantidade de peixes, assegura um relatório produzido pela Fundação EllenMacArthur e divulgado pelo Fórum Económico Mundial nesta terça-feira.

Por ano, oito milhões de toneladas de plástico vão parar aos oceanos — é como se, a cada minuto, um camião do lixo deitasse toda a sua carga no oceano, explica o relatório. No entanto, a tendência é para piorar: em 2030, esse número terá crescido para o equivalente a dois camiões do lixo por minuto, e quatro em 2050.

http://expresso.sapo.pt/internacion...ceanos-poderao-ter-mais-plastico-do-que-peixe

Mais uma triste notícia, e será que depois em vez de comermos peixe, também passamos a comer lixo, ou simplesmente optamos pelos peixes de aquacultura, onde lhes dão hormonas para crescerem mais depressa.
 

frederico

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9 Jan 2009
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Porto
O jornal recente da Quercus tem um artigo interessante sobre o saramugo. Actualmente a espécie está restrita a uma área ínfima. Se houvesse alguma intervenção básica penso que se poderia recuperar o saramugo. Como? Recuperando os pegos. Isto é barato e pode ser feito pelas autarquias em colaboração com o ICN.
 

algarvio1980

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21 Mai 2007
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Olhão (24 m)

Garcia

Cumulus
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5 Jan 2014
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Santa Bárbara (Lourinhã)
Boas. .
Alguém me consegue identificar este bicharoco? :D
Achei estranho pois se já vi alguma vez este bicho por aqui, não me lembro. . Só Hoje já vi 5 só aqui no meu pátio. .
Conseguem voar embora pelo seu tamanho, seja um voar lento. .

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Obrigado. . ;)
 

Pedro1993

Super Célula
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7 Jan 2014
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Torres Novas(75m)
Boas. .
Alguém me consegue identificar este bicharoco? :D
Achei estranho pois se já vi alguma vez este bicho por aqui, não me lembro. . Só Hoje já vi 5 só aqui no meu pátio. .
Conseguem voar embora pelo seu tamanho, seja um voar lento. .

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Obrigado. . ;)

Esse "bicharoco" é o escaravelho das palmeiras, que em pouco tempo consegue devorar uma palmeira, como tem acontecido um pouco por todo o país, inclusive palmeiras centenárias, e o seu tratamento é dispendioso.
 
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