Agricultura



Pedro1993

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Mais uma olival intensivo, intensivo e espanhol...

Esta mesma empresa espanhola tem também aqui próximo, o maior olival da zona, deve ter talvez uns 50 hectares, um foi plantado no ano passado e outro mais antigo, deve ter á volta de uns 8 anos.
 

MSantos

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Esta mesma empresa espanhola tem também aqui próximo, o maior olival da zona, deve ter talvez uns 50 hectares, um foi plantado no ano passado e outro mais antigo, deve ter á volta de uns 8 anos.

Sem fundamento científico, mas acredito que olivais destes, intensivos, com muita mobilização do solo, com carradas de agrotóxicos, são muito piores para a biodiversidade que os eucaliptais que toda a gente odeia, a única vantagem em relação a estes é que não ardem...
 
Última edição:

joralentejano

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Sem fundamento científico, mas acredito que um olival destes, intensivo, com muita mobilização do solo, carradas de agrotóxicos são muito piores para a biodiversidade que os eucaliptais que toda a gente odeia, a única vantagem em relação a estes é que não ardem...
É realmente uma tristeza. Cada vez que atravessava o Baixo Alentejo até ao Algarve era lindo observar os campos cheios de giras-sóis e outras plantações, que vão sendo substituídas por isto, e ainda para mais por estrangeiros, o que vale é que aquilo que temos em Portugal vai sendo de todos menos dos portugueses. E depois ninguém tenta travar isto, como o dinheiro é aquilo que mais interessa, a destruição das paisagens não importa. Por cá, nada se consegue preservar, é o país que temos.
 

4ESTAÇÕES

Cumulonimbus
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30 Dez 2010
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É muito triste. Eu acho que falta gente no nosso meio rural, muita, gente que queira trabalhar a terra mas com o intuito de preservar a biodiversidade, seja fauna e flora, e seus ecossistemas, mediterrânicos no nosso caso. Combatiam-se não só problemas ambientais, os da nossa floresta, como também económicos e sociais (já que depois se desenvolvem outras actividades no seio das comunidades, e com necessidade de serviços, etc, não era só a agricultura).
Não sei se já foi aqui partilhado este artigo, mas cá vai mesmo assim:

Os pássaros estão a desaparecer dos campos da Europa

Nos últimos 30 anos, o número de aves nas zonas rurais dos países da União Europeia sofreu um decréscimo de 55%. Nos últimos 15, França perdeu 80% das suas perdizes. Em Portugal, entre 2004 e 2014, desapareceram mais de metade das populações de rola-brava e de picanço barreteiro. A situação "catastrófica" foi provocada pelos pesticidas, pela agricultura intensiva e pela extensão das monoculturas.

Não o perceberemos nas cidades onde a maioria das populações passa grande parte das suas vidas. Mas sabem os que habitam as zonas rurais, e irão percebê-lo os que as visitam regularmente. Irão perceber como, se nada for alterado, se tornarão progressivamente menos ricos em diversidade e menos variados os sons que enchem o ar. Esta semana foi dado o alerta: a biodiversidade das zonas rurais europeias está ameaçada. Nas últimas três décadas, os 28 países da União Europeia viram a sua população de pássaros nessas áreas sofrer um decréscimo de 55%. Em Portugal, os dados recolhidos apontam para o mesmo fenómeno. As causas? Os pesticidas, a agricultura intensiva e as monoculturas promovidas pela Política Agrícola Comum da União Europeia.

Na terça-feira, o Le Monde dava a notícia. Dois estudos franceses, um do Museu Nacional de História Natural, outro do Centro Nacional de Pesquisa Científica, feitos de forma independente e aplicando metodologias diferentes, apontavam para as mesmas conclusões. Nos últimos 15 anos, desapareceu um terço da população de aves nas zonas campestres do interior do país - a perdiz registou um decréscimo de 80%, a migratória petinha-dos-prados diminui a sua presença em 70% e um quarto das cotovias também desapareceu. Em Inglaterra, noticiava o Guardian na quarta-feira, a situação é igualmente alarmante: 56% da população de pássaros rurais perdida entre 1970 e 2015. A situação é descrita no jornal inglês como "catastrófica", o francês alerta para a "proximidade de uma catástrofe ecológica".

Em Portugal, diz ao PÚBLICO Joaquim Teodósio, coordenador do Departamento de Conservação Terrestre da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), o panorama não será substancialmente diferente. “Confirma-se esse declínio das espécies associadas aos habitats agrícolas, embora, pela falta de recolhas no terreno, seja difícil ter dados robustos para a maioria das espécies”. Ainda assim, é possível classificar como “preocupante”, por exemplo, a situação da rola-brava e do picanço barreteiro: entre 2004 e 2014, registou-se um decréscimo de 54% e 65% nas respectivas populações de pássaros.

o decréscimo na ordem dos 75% de insectos voadores nas reservas naturais alemãs e, no artigo do Le Monde, surge a informação de que a população das vulgares carochas decresceu 85% nos últimos 23 anos.

“Na última década e meia tem havido uma intensificação agrícola e políticas relacionadas com a floresta que contribuem para estas situações”, explica Joaquim Teodósio, referindo os “olivais intensivos, que têm substituído outras culturas”, ou “o desaparecimento das culturas de sequeiro”. As vastas áreas de monocultura contribuem também para a realidade actual. “As espécies [de pássaros] granívoras perdem a alimentação que lhes garantiam as culturas que produzem essas sementes”. Os efeitos nefastos das políticas promovidas pela PAC são evidentes quando comparados com outras realidades. “Nos países do Leste europeu e nos países que entraram há menos tempo na União Europeia ainda se mantém uma diversidade bastante elevada e os dados não são tão alarmantes”, aponta Joaquim Teodósio. Refere que algumas espécies de aves têm visto as suas populações aumentar, “especialmente espécies oportunistas, com maior capacidade de utilização dos recursos”. Tal situação, porém, “é um indicador do que se passa à nossa volta”: “Haver espécies oportunistas, que estão mais adaptadas às zonas urbanas, que se alimentam em aterros de lixo, mostra que os habitats naturais estão a desaparecer”.

Conseguir uma inversão desta realidade passará, defende o membro da SPEA, pelo “incentivo a culturas e práticas agrícolas que contribuam para a manutenção da biodiversidade” e pela “protecção de zonas importantes a nível de recursos naturais”. Protecção que terá que passar pelo apoio aos proprietários que as detenham. “Não têm retorno da manutenção dessas áreas e preferem criar amendoais ou olivais. É preciso que tenham incentivos e apoios para as manter”.

O desenvolvimento de estratégias que permitam combater esta perda generalizada em toda a Europa depara-se com obstáculos em Portugal. Um deles é a falta de informação detalhada da realidade local. “Temos muita falta de informação e de informação robusta. Era necessário ter uma boa cobertura do país, com dados de boa qualidade recolhidos anualmente, mas não é fácil consegui-lo quando não há investimento”, lamenta Joaquim Teodósio.

Os dados agora fornecidos ao PÚBLICO resultam do Censo de Aves Comuns que a SPEA lançou em 2004 e são actualizados por voluntários que se disponibilizam para fazer monitorização de áreas de terreno que lhes são atribuídas. “Em Espanha são mil voluntários, nós temos 40, 50 por ano a fazer um trabalho essencial e a recolher informação que o país é obrigado a fornecer”. Ocasionalmente, surgem possibilidades de candidatura a fundos de apoio rural, o que é insuficiente para um trabalho que exige continuidade. "Hoje em dia já se fazem coisas como a monitorização do ar nas cidades, mas outras são esquecidas, talvez por não ser tão evidente e próximo à maioria da população o impacto que têm. Depois, quando surgirem anos de seca mais prolongada, quando se sucederem as grandes chuvadas, aí que se ouvirá o 'ai Jesus'", alerta.

Fonte
 

Pedro1993

Super Célula
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7 Jan 2014
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ZERO DENUNCIA GESTÃO IMPRUDENTE NAS EMBALAGENS DE PESTICIDAS NA AGRICULTURA

Cerca de metade das embalagens com restos de substâncias perigosas NÃO são recolhidas

Se as 9,8 mil toneladas de produtos fitofarmacêuticos (pesticidas) vendidas em 2016 (INE, 2016) deveriam ser em si mesmas um motivo de enorme preocupação para os cidadãos, não menos preocupante é o facto das autoridades permitirem que 50% das embalagens destes produtos perigosos não sejam entregues. Está em causa a nova licença atribuída pelo Governo ao Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em Agricultura (VALORFITO) que estabelece metas pouco exigentes, que não só não têm em conta os riscos destes resíduos perigosos poluírem os solos, a água e atmosfera, mas também contrariam a legislação em vigor.

A ZERO analisou os incipientes dados disponíveis apresentados pela SIGERU, entidade que gere o VALORFITO, referentes ao ano de 2016, e concluiu que as metas permitidas pelo Governo – 50% em 2018 e 60% em 2022 são muito imprudentes face aos elevados riscos associados a uma parte significativa dos produtos comercializados. Está em causa a gestão de embalagens dos fungicidas (cerca de 56% do volume total de vendas em 2016), dos herbicidas (20% do total) e dos inseticidas e acaricidas (8% das vendas). De referir que o enxofre, um fungicida de menor perigosidade, representou cerca de 25% do total das vendas de pesticidas. Também as embalagens de sementes estão abrangidas por este sistema de responsabilidade alargada do produtor.



http://zero.ong/zero-denuncia-gestao-imprudente-nas-embalagens-de-pesticidas-na-agricultura/

Conheço por aqui alguns terrenos, onde as embalagens usadas, ficam puro e simplesmente abandonadas, aos montes, algumas até dentro de valas e ribeiros, e outras até mesmo dentro dos poços.
Uma boa solução para acabar com isto era criar uma lei de retoma, em troca das embalagens vazias, levava os produtos novos, de volta.
 

luismeteo3

Furacão
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14 Dez 2015
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Fatima (320m)
É muito triste. Eu acho que falta gente no nosso meio rural, muita, gente que queira trabalhar a terra mas com o intuito de preservar a biodiversidade, seja fauna e flora, e seus ecossistemas, mediterrânicos no nosso caso. Combatiam-se não só problemas ambientais, os da nossa floresta, como também económicos e sociais (já que depois se desenvolvem outras actividades no seio das comunidades, e com necessidade de serviços, etc, não era só a agricultura).
Não sei se já foi aqui partilhado este artigo, mas cá vai mesmo assim:



Fonte
 

trovoadas

Cumulonimbus
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3 Out 2009
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loule-caldeirao
É realmente uma tristeza. Cada vez que atravessava o Baixo Alentejo até ao Algarve era lindo observar os campos cheios de giras-sóis e outras plantações, que vão sendo substituídas por isto, e ainda para mais por estrangeiros, o que vale é que aquilo que temos em Portugal vai sendo de todos menos dos portugueses. E depois ninguém tenta travar isto, como o dinheiro é aquilo que mais interessa, a destruição das paisagens não importa. Por cá, nada se consegue preservar, é o país que temos.

Quinta-feira passada passei por alguns desses olivais e verifiquei sérios problemas de erosão dos solos! Esses solos intensamente mobilizados e sem um cabelo de erva simplesmente perdem as suas capacidades de infiltração e jogam toda a água fora. Outro problema depois será a salinização dos mesmos derivado ao uso excessivo de adubos. No fim de vida do olival que deverá ser daqui a uns 15 anos não vai crescer lá nada!
Para a maioria das pessoas isso é desenvolvimento ...
 

Pedro1993

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7 Jan 2014
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Quinta-feira passada passei por alguns desses olivais e verifiquei sérios problemas de erosão dos solos! Esses solos intensamente mobilizados e sem um cabelo de erva simplesmente perdem as suas capacidades de infiltração e jogam toda a água fora. Outro problema depois será a salinização dos mesmos derivado ao uso excessivo de adubos. No fim de vida do olival que deverá ser daqui a uns 15 anos não vai crescer lá nada!
Para a maioria das pessoas isso é desenvolvimento ...

É bem verdade um dos grandes problemas desses olivais é mesmo o grande nível de erosão, e mais nos olivais superintensivos no alentejo, a população já se queixam também dos grande níveis de poluição causados pelos produtos fitofarmaceuticos.

O futuro desses terrenos, será mesmo um deserto.
 

MSantos

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3 Out 2007
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É bem verdade um dos grandes problemas desses olivais é mesmo o grande nível de erosão, e mais nos olivais superintensivos no alentejo, a população já se queixam também dos grande níveis de poluição causados pelos produtos fitofarmaceuticos.

O futuro desses terrenos, será mesmo um deserto.

Poderia-se ter aprendido com o que os espanhóis têm feito de errado em Espanha para não repetir os erros deles... Mas não, depois de eles darem cabo de muitos solos/paisagens da Andaluzia vêm fazer o mesmo do lado de cá!
 

Pedro1993

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Bactéria que destrói oliveiras já chegou a Madrid. Falta pouco para alcançar Portugal
Autoridades portuguesas foram alertadas da presença da bactéria a cerca de 400 quilómetros dos olivais alentejanos.

Os serviços fitossanitários espanhóis notificaram nesta quinta-feira a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) do primeiro foco da bactéria Xylella fastidiosa, que destrói espécies de importante valor económico com as oliveiras, amendoeiras ou carvalhos, a ocorrer na região de Madrid. A descoberta surgiu na sequência de trabalhos de prospecção oficial que estão a decorrer em Espanha e numa “amostra de uma oliveira de oito anos com sintomas da doença (ramos secos e queimaduras nas folhas)”, integrada num olival com cerca de meio hectare de área, em Villarejo de Salvanés, na região de Madrid.

A informação prestada pelos serviços espanhóis diz que vão ser adoptadas medidas de erradicação previstas na legislação comunitária em vigor, que são muito exigentes e incluem a destruição da vegetação na parcela onde se encontra a oliveira infectada, a delimitação da área e a criação de uma zona tampão com cinco quilómetros de raio. Terão de ser realizados tratamentos insecticidas e fitossanitários, tanto nas oliveiras que se encontram para lá da área delimitada e noutras plantas susceptíveis de serem contaminadas pela bactéria.

https://www.publico.pt/2018/04/12/e...car-portugal-1810129?utm_source=Notifications
 

MSantos

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Aveiras de Cima
Bactéria que destrói oliveiras já chegou a Madrid. Falta pouco para alcançar Portugal
Autoridades portuguesas foram alertadas da presença da bactéria a cerca de 400 quilómetros dos olivais alentejanos.

Os serviços fitossanitários espanhóis notificaram nesta quinta-feira a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) do primeiro foco da bactéria Xylella fastidiosa, que destrói espécies de importante valor económico com as oliveiras, amendoeiras ou carvalhos, a ocorrer na região de Madrid. A descoberta surgiu na sequência de trabalhos de prospecção oficial que estão a decorrer em Espanha e numa “amostra de uma oliveira de oito anos com sintomas da doença (ramos secos e queimaduras nas folhas)”, integrada num olival com cerca de meio hectare de área, em Villarejo de Salvanés, na região de Madrid.

A informação prestada pelos serviços espanhóis diz que vão ser adoptadas medidas de erradicação previstas na legislação comunitária em vigor, que são muito exigentes e incluem a destruição da vegetação na parcela onde se encontra a oliveira infectada, a delimitação da área e a criação de uma zona tampão com cinco quilómetros de raio. Terão de ser realizados tratamentos insecticidas e fitossanitários, tanto nas oliveiras que se encontram para lá da área delimitada e noutras plantas susceptíveis de serem contaminadas pela bactéria.

https://www.publico.pt/2018/04/12/e...car-portugal-1810129?utm_source=Notifications

Vai acabar por chegar, é inevitável. :(
 

joralentejano

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Arronches / Lisboa
Vai acabar por chegar, é inevitável. :(
Infelizmente. :(
Já bastava a mosca da oliveira que em alguns anos anteriores levou a bastantes prejuízos na colheita da azeitona.
Todas as árvores vão começando a ter uma doença ou problema, a morte de muitos sobreiros, por exemplo, nos últimos tempos não se tem devido apenas à seca.
 

Pedro1993

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Torres Novas(75m)
Vai acabar por chegar, é inevitável. :(

Temos de estar devidamente preparados para ligar com mais um problema que caso, não for travado logo ao inicio pode causar muitos prejuízos, pois o nosso olival tradicional e muito antigo é muito importante, não podemos fazer "orelhas moucas", como aconteceu no caso do escaravelho da palmeira, ou da vespa asiática.
E tendo em conta que a bactéria pode ser transmitida através de muitos vectores, como é o caso de insecto, a tarefa em nada ajuda também ao combate.
 
  • Gosto
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Paulo H

Cumulonimbus
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Pelo que percebi nos canais de TV espanhola, a solução é cortar a oliveira e todas 100m à volta e queimá-las no local.

A ser assim, todos farão ouvidos surdos, ninguem vai gastar dinheiro no abate, para depois ter a terra sem nada durante anos (preferem esperar para ver). A doença vem para ficar e terminar com tudo.

Nota: Em Espanha há processo crime, para quem não proceda ao abate e queima.