Aquecimento Global

N_Fig

Cumulonimbus
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29 Jun 2009
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Figueira da Foz
Re: Há mesmo aquecimento Global? - Courrier internacional

claro a culpa e do homem sem duvida,poluiçao atmosferica,humidade no ar(das chuvas fortes e nao so),também aquele iceberg que se falou ha tempos que esta em direcçao ,desde o polo norte ao sul,em relaçao ao aquecimento global,duvido muito pois cada ano que passa os nossos invernos sao mais violentos com muito frio,chuva,neve-->(nao aqui mas nos países nordicos e interiores),os veroes sao mais frios e com menos sol,portanto,temos mais tempo frio e chuvoso :rain: do que bom tempo :confused:
preparem-se para o pior...:eek: :surprise: a ver vamos...:unsure:

Estes últimos varão e outono de frio não tiveram nada, principalmente o outono. Menos horas de sol também não estou a ver onde e quando. E na chuva, 2009 foi mais um ano com chuva abaixo do normal:disgust:... (Por falar nisso, onde está o relatório de 2009 do IM:huh:?).
 


pedrofreak

Cirrus
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26 Jan 2009
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gaia
Re: Há mesmo aquecimento Global? - Courrier internacional

O ano passado o Verão foi tão frio, que registei cerca de 55 noites tropicais, até em Outubro tive noites tropicais, muito acima da média 1971-2000, tive o Outono mais seco desde de 1981, o Inverno leva quase 2ºC de anomalia positiva, engraçado, e sol aqui não falta seja de Inverno ou de Verão:lol: Eu até digo mais, isto de 2012 não passa, por isso, vou gozar o máximo da vida até lá, que a 21 de Dezembro de 2012 acaba o mundo e nasce um novo mundo. :lol:

vai mesmo acabar o mundo?é é apenas um boato :eek: ?
no joke please... :shocking:
 

Mário Barros

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18 Nov 2006
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Re: Há mesmo aquecimento Global? - Courrier internacional

vai mesmo acabar o mundo?é é apenas um boato :eek: ?
no joke please... :shocking:

É apenas ciência catastrofista de forma a intimidar as populações ;)
 

rijo

Cumulus
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19 Nov 2007
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Queluz
UK scientist: Climate docs maybe stolen by spies

LONDON (AP) - Well-funded U.S. lobbyists or a foreign intelligence agency may have been behind the theft of climate e-mails from the University of East Anglia last year, the former chief scientific adviser to the British government said Monday.

David King was quoted in The Independent newspaper as saying the theft of more than 1,000 e-mails and other documents from a server at the university's climate research center last year seemed too professional to be the result of a lone hacker.

"I know there's a possibility they had a good hacker working for these people, but it was an extraordinarily sophisticated operation," King told the paper. "There are several bodies of people who could do this sort of work. There are national intelligence agencies and it seems to me that it was such a group of people."

King didn't name any specific agency or lobbying group. In a brief telephone interview with the AP from Italy, he cautioned that he was not involved in the police investigation or the university's inquiry into the hacking, both of which are still ongoing.

He said powerful business interests in the United States had devoted a huge amount of money "to destabilize the science of climate change" and probability pointed either to someone acting on their behalf or to foreign spies.

The leaked e-mails exploded across Internet last November and were seized upon by skeptics as proof climate scientists had exaggerated or invented the threat of man-made climate change. An AP review showed the scientists stonewalled skeptics and discussed hiding data - but provided no proof the science of global warming itself was being faked.

No one had been arrested or charged in the attack. Police declined comment on King's statements.

King, who was Britain's top science adviser from 2000 to 2007 and once lectured at the University of East Anglia, said the sometimes nasty e-mails laid bare the weakness of the United Nations' Intergovernmental Panel on Climate Change, a U.N.-affiliated group charged with setting out the scientific establishment's best guess of how the climate is changing.

"This is an artificial way of seeking consensus among the scientific community," King told AP, adding that those who challenge the panel's assessment "are seen to be rocking the boat, and this in my view is extremely unfortunate."
 

Rui Sousa

Cirrus
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9 Dez 2009
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"I know there's a possibility they had a good hacker working for these people, but it was an extraordinarily sophisticated operation," King told the paper. "There are several bodies of people who could do this sort of work. There are national intelligence agencies and it seems to me that it was such a group of people."


Ou qualquer miúdo com um Magalhães ligado à rede da Universidade por Wireless :D:D:D

Copiar emails de um servidor de mail nem devia ser chamado de hacking...
 

irpsit

Cumulonimbus
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9 Jan 2009
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Voltando à ciência, vejam este site.
É um simulador muito bom, que permite ver as medições de satélite das temperaturas nos oceanos e a vários níveis da atmosfera, nos últimos anos:

http://discover.itsc.uah.edu/amsutemps/execute.csh?amsutemps

Ao nível dos oceanos, a temperatura estava alta em 2003-2005, desceu em 2007-2008 e voltou a subir em 2009, continuando a subida (superior a 2003-2005) em 2010. A tendência segue bem a evolução dos El Ninos e La Ninas: houve uma la nina (arrefecimento) em 2007 e actualmente estámos em el nino. O que é de realçar é 2009 e 2010 serem os valores mais elevados de temperatura!!

Ao nível da superfície terrestre
a situação é semelhante; houve subida de subida desde 1998 até estabilizar em 2005-2007, depois desceu ligeiramente em 2008 e os valores 2009-2010 voltam a ser superiores, e desde a segunda metade de 2009 as temperaturas são das mais elevadas.

Ao nível dos 4km da atmosfera, a evolução é diferença: houve subida mais ou menos contínua entre 1998 até 2005-2006, depois uma pequena descida até 2008, e voltou a subir mais em 2009 e 2010. Tal como ao nível dos oceanos, a temperatura em Janeiro de 2010 é a mais alta!

Aos níveis mais altos da atmosfera (36km), a situação é diferente: a temperatura subiu de 1998 a 2002-2003 (provavelmente até ao máximo solar), despois desceu sempre até final de 2008 e primeira metade de 2009 (provavelmente por ser o mínimo solar); em 2009-2010 a temperatura volta a subir. É muito claro que a temperatura segue a tendência da actividade solar.

Aos níveis médios, 17km, a situação é semelhante também: tendência de subida entre 1998 a 2003, depois descida até 2009 e parece haver uma pequena tendência de subida recentemente (provavelmente existe desfasamento em relação aos níveis mais altos da atmosfera: esta demora mais algum tempo a arrefecer e a aquecer)

A nveis mais baixos, 11km, a temperatura sobe de 1998 a 2002-2004, arrefeceu desde 2004 até 2008, e voltou a subir nos últimos dois anos.

Que conclusões podemos tirar?
- a atmosfera parece aquecer a arrefecer em sintonia com os ciclos solares (estando presentemente a sair dum mínimo), e esse efeito é mais nítido aos níveis altos, e aos níveis mais baixos ocorre desfasamento do aquecimento. Aos níveis mais baixos, ocorre um aquecimento significativo desde 2008, que é resultante do El Nino.
- tb é curioso observar que algumas das mais excepcionais vagas de calor foram precisamente entre 2003-2006, e ocorre depois uma incidência de mais eventos frios, embora esta tendência vá provavelmente reverter. Ao nivel terrestre, 2009 foi um ano quente; o ano aqui na Áustria fez perfeito jus a esta observação.
 

Mário Barros

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Maçores (Torre de Moncorvo) / Algueirão (Sintra)
uahapril2009.png


YR MON GLOBE NH SH TROPICS

2009 1 0.304 0.443 0.165 -0.036

2009 2 0.347 0.678 0.016 0.051

2009 3 0.206 0.310 0.103 -0.149

2009 4 0.091 0.126 0.055 -0.010
 

irpsit

Cumulonimbus
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9 Jan 2009
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Aqui tens um gráfico mais actual.
Pode ter sido um dos Invernos mais frios dos últimos 25 anos, nos EUA, China, e Europa do Norte, mas o Janeiro de 2010 foi dos meses mais quentes desde que há medições de satélite. E porquê? Porque temos um El Nino e um AO negativo.

Que acham das medições de satélite que mostrei atrás das várias camadas da atmosfera? Aos níveis mais altos, a temperatura segue a actividade solar, aos níveis mais baixos, segue os ciclos oceânicos, que provavelmente são originários no input solar, embora com desfasamento.

O facto de Janeiro de 2010 estar a ter uma subida apesar da reduzida actividade solar pode ser um facto a favor da teoria do aquecimento global. Mesmo quando o aquecimento ainda é pequeno. E também não nos esqueçámos que estámos em El Nino. O importante no debate é sermos verdadeiros e procurarmos a verdade.

A julgar por padrões de anos anteriores, este ano poderá vir a ser semelhante a 2003, Inverno bastante frio, Verão muito quente.

UAH_LT_1979_thru_Jan_10.jpg
 

Gerofil

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21 Mar 2007
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Estremoz
O detalhado mapeamento das mudanças ao longo das bordas das camadas de gelo da Groelândia e da Antártica mostram o acelerado derretimento de suas geleiras. Agindo como rios que fluem para o mar, as geleiras na borda das grandes camadas de gelo da Groenlândia e da Antártica alimentam uma corrente de gelo no oceano. Algumas geleiras se movem lentamente, mas outras desafiam o ritmo glacial e a velocidade para o oceano a velocidades superiores a 100 metros por ano. Muitas das geleiras que se deslocam mais rapidamente, estão apresentando um aumentando em sua velocidade de deslocamento em direção ao mar, onde ao derreterem as plataformas de gelo, acabam adicionando uma quantidade crescente de gelo no oceano, e assim, elevando o nível do mar. A perda de gelo devido à aceleração das geleiras é tão mal compreendida, escreve o glaciologista Hamish Pritchard e colegas em um artigo de setembro de 2009, na revista Nature, que ninguém sabe o quanto essas geleiras afetarão o nível do mar ao longo do próximo século.

ScreenShot002%5B6%5D.jpg

Imagem de Hamish D. Pritchard, Robert J. Arthern, David G. Vaughan e Laura A. Edwards, British Antarctic Survey e University of Bristol. Publicada originalmente na revista Nature. Legendas de Holli Riebeek. Instrumento: ICESat - GLAS

Para compreender o quanto esta rápida movimentação dos glaciares está mudando as camadas de gelo, Pritchard, da British Antarctic Survey, e seus colegas Robert Arthern, David Vaughan e Laura Edwards conceberam um novo método para mapear a mudança de elevação utilizando dados do satélite ICESat, da NASA. Estas imagens ilustram as mudanças nas bordas das camadas de gelo entre 2003 e 2007, como foi observado pelo ICESat. Os locais onde o os glaciares derreteram a partir de gelo perdido ao longo do tempo estão em vermelho, enquanto que as áreas onde as geleiras ou a camada de gelo ganhou gelo estão em azul. Áreas que não fizeram parte da análise estão em cinza. Os dados estão em faixas estreitas, representados pelas linhas de passagem que compõem a imagem.

ICESat (Ice, Cloud,and land Elevation Satellite) é uma missão do sistema de Observação da Terra responsável por medir o balanço de massas das camadas de gelo, altura de nuvens e de aerossóis, bem como a topografia do terreno e as características da vegetação. A missão ICESat irá fornecer dados de elevação multianuais necessários para determinar o balanço da massa da camada de gelo, bem como informações sobre as propriedades das nuvens, especialmente para as nuvens estratosféricas, comuns sobre as áreas polares. Também irá fornecer os dados da topografia e da vegetação ao redor do globo, para além da cobertura polar específica das camadas de gelo da Groenlândia e da Antártica.

As maiores áreas de gelo perdido estão localizadas ao longo das costas noroeste e sudeste da Groenlândia e da costa oeste da Antártida. A rápida mudança nas geleiras ocorre na Antártida, onde algumas camadas de gelo já derreteram mais de 9 metros por ano. A taxa média de derretimento dos glaciares na Groelândia, afirmaram os autores, foi de 0,84 metros por ano. As áreas onde geleiras mais afinaram, mostradas em vermelho, irradiam a partir da costa. "Nós pensamos que as correntes quentes do oceano atingindo a costa e derretendo a geleira da frente é a causa mais provável do fluxo mais rápido da geleria", disse Pritchard. O derretimento se estende para o interior, por centenas de quilômetros adentro.

As medidas executadas por esta equipe de pesquisa, com base em dados de satélite, são as mais detalhada até agora. O satélite ICESat hospeda um instrumento a laser, o Geoscience Laser Altimeter System, que registra a elevação, medindo o tempo que levam os flashes de luz laser para refletir da superfície da Terra e retornar ao satélite. Locais mais elevados levam menos tempo para retornar ao satélite do que um sinal refletido em de posições mais baixas na superfície. O laser mede uma faixa muito estreita de terra em cada viaduto em torno da Terra. Como resultado, a sobreposição entre as coberturas do satélite é limitada, o que torna difícil ver como uma única geleira tem mudado ao longo do tempo. Em vez de medir a mudança em apenas o centro do "X", onde duas passagens do satélite ICESat se sobrepõem, Pritchard e seus colegas analisaram as passagens que estão muito próximas uma da outra, quase se sobrepondo. Esta abordagem aumentou a quantidade de informações que os cientistas poderiam usar para controlar a mudança nas camadas de gelo.

Fonte: Fast-Flowing Glaciers Thin Greenland and Antarctic Ice Sheets

PUBLICADO POR Rascunho Geo ©: Artigos, imagens e notícias geo-ambientais
 

Jorge_scp

Nimbostratus
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17 Fev 2009
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Casal do Rato (Odivelas)
ninguém sabe o quanto essas geleiras afetarão o nível do mar ao longo do próximo século.

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Já agora, queria saber se alguém me consegue esclarecer neste ponto: Será mesmo que o nível médio das águas do mar subirá devido à fusão do gelo no ártico?

Pelo Princípio de Arquimedes, a resposta é não. Este diz que ao se colocar um objecto dentro de água, este sofre uma força para cima (impulsão), que é numericamente igual ao peso do volume de água deslocado quando se colocou o objecto. No caso do gelo sobre água, este flutua, pois o gelo afunda até haver um equilíbrio entre a impulsão e o peso do próprio gelo, ficando uma parte fora de água e outra dentro (icebergs). Devido a esse equilíbrio, quando o gelo derreter, este adicionará água líquida aos oceanos, mas esta água líquida irá ocupar o espaço deixado pelo decréscimo de volume do gelo que se encontra no oceano.

Já ouvi dizer que a principal razão da subida do nível das águas tem a ver com o coeficiente de expansão térmica da água, isto é, a variação do volume da água com a temperatura. Como se pode calcular, a água ocupa um maior volume quando se aumenta a temperatura, pelo que o nível das águas subiria.

Será uma ideia errada do senso comum, a de que a causa da subida do mar é o derretimento do gelo, ou há outra explicação?
 

AnDré

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Já agora, queria saber se alguém me consegue esclarecer neste ponto: Será mesmo que o nível médio das águas do mar subirá devido à fusão do gelo no ártico?

Pelo Princípio de Arquimedes, a resposta é não. Este diz que ao se colocar um objecto dentro de água, este sofre uma força para cima (impulsão), que é numericamente igual ao peso do volume de água deslocado quando se colocou o objecto. No caso do gelo sobre água, este flutua, pois o gelo afunda até haver um equilíbrio entre a impulsão e o peso do próprio gelo, ficando uma parte fora de água e outra dentro (icebergs). Devido a esse equilíbrio, quando o gelo derreter, este adicionará água líquida aos oceanos, mas esta água líquida irá ocupar o espaço deixado pelo decréscimo de volume do gelo que se encontra no oceano.

Já ouvi dizer que a principal razão da subida do nível das águas tem a ver com o coeficiente de expansão térmica da água, isto é, a variação do volume da água com a temperatura. Como se pode calcular, a água ocupa um maior volume quando se aumenta a temperatura, pelo que o nível das águas subiria.

Será uma ideia errada do senso comum, a de que a causa da subida do mar é o derretimento do gelo, ou há outra explicação?

O aumento do nível médio do mar, dever-se-ia não ao derretimento do gelo à superfície do oceano (gelo esse que tem um ciclo anual), mas ao derretimentos do gelo que está em terra, ou seja o volume de gelo que está na Gronelândia, norte do Canadá e Antárctica, que representa um volume imenso de água.
 

Jorge_scp

Nimbostratus
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17 Fev 2009
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O aumento do nível médio do mar, dever-se-ia não ao derretimento do gelo à superfície do oceano (gelo esse que tem um ciclo anual), mas ao derretimentos do gelo que está em terra, ou seja o volume de gelo que está na Gronelândia, norte do Canadá e Antárctica, que representa um volume imenso de água.

Ok, André. Assim já faz sentido, sem dúvida. De facto, tenho sempre pensado sempre no degelo em termos aquáticos, não fazia bem ideia que o degelo das zonas continentais pudesse ter um impacto tão grande num enorme Oceano (ou melhor, 3 enormes Oceanos e mais qualquer coisa...), isto é, pensava que fosse relativamente desprezável.

Obrigado pelo esclarecimento
 

Gerofil

Furacão
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21 Mar 2007
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Estremoz
O mais alto responsável climático da ONU pediu a demissão

Yvo de Boer pediu hoje a demissão do cargo de secretário executivo da Convenção da ONU para as alterações climáticas, lugar que ocupa desde Setembro de 2006, revelaram as Nações Unidas.
De Boer permanecerá no cargo até 1 de Julho deste ano - ajudando as negociações preparatórias da cimeira climática da ONU no México, que reunirá, em Novembro, 193 Estados membros - e depois vai trabalhar na empresa de consultoria KPMG, enquanto conselheiro global para o clima e sustentabilidade, e em várias universidades.
A agência noticiosa AP avança que Yvo de Boer anunciou agora a sua decisão para que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon tenha tempo para encontrar o seu sucessor antes da cimeira no México.
“Trabalhar com os meus colegas no secretariado da convenção, apoiando as negociações sobre alterações climáticas, foi uma experiência tremenda”, comentou Yvo de Boer, em comunicado.
O responsável reconhece que o pedido de demissão “foi uma decisão difícil de tomar”. “Mas acredito que chegou o momento de abraçar um novo desafio, trabalhar o clima e sustentabilidade no sector privado e no sector académico”, explicou. Tanto mais que, disse, "as verdadeiras soluções devem vir das empresas"; aos Governos cabe fornecer as políticas de enquadramento necessárias.
Segundo a BBC online, Yvo de Boer garantiu que a sua decisão nada teve a ver com o fracasso da cimeira de Copenhaga (de 7 a 18 de Dezembro de 2009) em chegar a um acordo global que substitua o Protocolo de Quioto, que expira em 2012. Na realidade, o alto responsável disse ter começado a procurar emprego no final do ano passado, antes da cimeira.
A cimeira de "Copenhaga não nos deu um acordo claro em termos legais. Mas o compromisso político e a sensibilidade para caminharmos na direcção de um mundo com baixas emissões são esmagadoras. Isto exige novas parcerias com o sector empresarial e agora tenho a hipótese de ajudar a que isto aconteça", justificou.
Yvo de Boer lembrou que "os países responsáveis por 80 por cento das emissões de dióxido de carbono relacionadas com a energia submeteram planos nacionais e metas para responder às alterações climáticas. Isto sublinha o seu compromisso" para conseguirem um bom resultado na próxima cimeira, no México.
Uma saída "muito inconveniente" - Francisco Ferreira, da direcção da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza e presença já habitual nas cimeiras climáticas da ONU, considera que esta é uma saída "muito inconveniente" e feita "na pior altura". "É necessário rentabilizar o novo fôlego para a cimeira do México, trabalhar para tornar o acordo de Copenhaga vinculativo e para conseguir metas [de redução de emissões] mais ambiciosas", salientou o dirigente ambientalista ao PÚBLICO, garantindo que "não foi por causa de Yvo de Boer que Copenhaga falhou".
Yvo de Boer "tem sido a pessoa-chave, o pivô das negociações", considera Francisco Ferreira, que salienta a "enorme paciência para ouvir todas as partes, desde a sociedade civil aos diferentes países e ter sabido ponderar tudo isso". "Acho que nisso, ele foi muito bem sucedido", ainda que o seu mandato tenha registado "alguns erros pontuais", nomeadamente na cimeira de Copenhaga, na qual cerca de "20 mil representantes da sociedade civil ficaram de fora".
Francisco Ferreira antevê que escolher um sucessor será uma missão difícil. "De momento não vejo ninguém com um perfil próximo para o substituir, nem se ouvem nomes nos corredores. Não vai ser fácil chegar a um consenso".
Antes de assumir o cargo de mais alto responsável da ONU para o Clima, Yvo de Boer esteve profundamente ligado à política de Ambiente da União Europeia, enquanto sub-director geral do Ministério do Ambiente holandês. Foi nessa altura que participou na elaboração da posição europeia nas negociações no âmbito do Protocolo de Quioto. De Boer também ocupou o cargo de vice presidente da Comissão da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, de conselheiro para o Governo da China e Banco Mundial.
Actualmente, a Convenção da ONU para as Alterações Climáticas tem 194 Estados membros e deu origem ao Protocolo de Quioto, assinado em 1997.

Helena Geraldes

PÚBLICO