Biodiversidade

Mário Barros

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Lince ibérico ameaçado por infecção misteriosa

O lince ibérico, espécie em vias de extinção, está ameaçado por uma misteriosa infecção nos rins que está a afectar apenas os animais em cativeiro, informou terça-feira o organismo espanhol encarregado da proteção destes felinos

A doença crónica, de origem desconhecida, provocou a morte a três linces ibéricos, em Espanha, desde Dezembro passado, refere a mesma fonte, citada pela agência de notícias francesa AFP.

Os três linces que morreram cresceram em cativeiro no âmbito do plano de ação criado em 2003 para a conservação do lince.

Mais de um terço dos 72 animais que atualmente vivem em cativeiro em Espanha apresentam sintomas que levam os especialistas a crer que estão a sofrer «a mesma infecção renal crónica», segundo o mesmo organismo.

Veterinários e técnicos dos dois centros de conservação do lince ibérico em Espanha estão a investigar a misteriosa infeção com a ajuda de especialistas para determinar a origem da doença e evitar «o aparecimento de novos casos», acrescenta o organismo, em comunicado de imprensa.

O programa de conservação tem o objetivo de aumentar o número de felinos para poder devolvê-los à natureza. A reintrodução dos animais no seu habitat natural deverá arrancar ao longo deste ano.

Estima-se que existam 200 linces ibéricos a viver em estado selvagem, a maioria em parques naturais no sul de Espanha.

No início do século XX existiriam cerca de 100 mil linces em Espanha e Portugal, segundo registos da época.

A urbanização, a caça e sobretudo uma doença que atingiu os coelhos, a principal fonte de alimentação destes felinos, provocou a quebra dramática da população de linces na Península Ibérica.

Portugal integra também o plano de ação para a conservação do lince ibérico, no âmbito do qual foi criado o centro nacional de reprodução do animal em Silves.

Ao abrigo deste projeto, foram transferidos em Novembro e Dezembro passado 16 linces de Espanha para Portugal.

A Lusa tentou contactar os responsáveis pelo centro de reprodução do lince de Silves, para saber se os animais que estão em Portugal também estão afetados por esta infeção renal, mas não obteve resposta em tempo útil.

Lusa / SOL
 


belem

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Essa é uma notícia algo triste, mas também há boas notícias como as referências sobre o início de acasalamento entre os linces do centro de recuperação de Silves!
 

belem

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Há aqui alguém que conheça a zona de Moura-Barrancos e do Parque Natural de Guadiana? Eu pelo que vi, na última vez que fui lá, estava cheio de lebres, perdizes, pombos-bravos e algumas aves de rapina.
Alguém sabe como está a situação do coelho-bravo por lá?
 

belem

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Cavalo do Sorraia ou Tarpan ibérico (Zebro)


O cavalo do Sorraia é uma espécie de cavalo selvagem que por sorte é um dos últimos tarpans ibéricos e o ancestral do cavalo doméstico na Península Ibérica, que graças aos esforços do hipólogo Ruy de Andrade foi possível conservar, mesmo antes da sua extinção.
É um animal, que mantido correctamente como se espera para tal espécie, denota medo dos humanos, que gosta de estar em liberdade e sossegado, características típicas de cavalos selvagens.
Para proteger estas relíquias do passado selvagem, abriu-se uma Reserva Natural do Cavalo do Sorraia, em Almeirim, curiosamente num local chamado vale do Zebro.


herd_06.JPG




herdiviolet.jpg


Zebros em liberdade com gado bovino ao fundo.


stud-fight.jpg



http://www.sorraia.org/
 

belem

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Centro de Reprodução de Silves tem uma fêmea de lince-ibérico com infeção renal



O Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico de Silves tem uma fêmea com a infeção renal que matou três animais em cativeiro em Espanha, disse hoje fonte do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB).

"Temos uma fêmea com essa infeção, que já terá vindo assim de Espanha. Já foram feitas análises e está confirmado", disse fonte do ICNB, remetendo outras explicações para os responsáveis do Centro de Silves, que até ao momento a Lusa não conseguiu contactar.

O lince-ibérico, espécie em vias de extinção, está ameaçada por uma misteriosa infecção nos rins que está a afetar apenas os animais em cativeiro, informou hoje o organismo espanhol encarregado da proteção destes felinos.

A doença crónica, de origem desconhecida, provocou a morte a três linces-ibéricos, em Espanha, desde dezembro passado, refere a mesma fonte, citada pela agência de notícias francesa AFP.

Os três linces que morreram cresceram em cativeiro no âmbito do plano de acção criado em 2003 para a conservação do lince.

Mais de um terço dos 72 animais que atualmente vivem em cativeiro em Espanha apresentam sintomas que levam os especialistas a crer que estão a sofrer "a mesma infeção renal crónica", segundo o mesmo organismo.

Veterinários e técnicos dos dois centros de conservação do lince ibérico em Espanha estão a investigar a misteriosa infeção com a ajuda de especialistas para determinar a origem da doença e evitar "o aparecimento de novos casos", acrescenta o organismo, em comunicado.

O programa de conservação tem o objetivo de aumentar o número de felinos para poder devolvê-los à natureza. A reintrodução dos animais no seu habitat natural deverá arrancar ao longo deste ano.

Estima-se que existam 200 linces ibéricos a viver em estado selvagem, a maioria em parques naturais no sul de Espanha. No início do século XX existiriam cerca de 100 mil linces em Espanha e Portugal, segundo registos da época.

A urbanização, a caça e sobretudo uma doença que atingiu os coelhos, a principal fonte de alimentação destes felinos, provocou a quebra dramática da população de linces na Península Ibérica.

Portugal integra também o plano de ação para a conservação do lince-ibérico, no âmbito do qual foi criado o Centro Nacional de Reprodução do animal em Silves. Ao abrigo deste projeto, foram transferidos em novembro e dezembro passado 16 linces de Espanha para Portugal.

9 de Março de 2010 | 19:38
agência lusa


http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=40343
 

belem

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E o lince macho conhecido por caribu volta a fazer das suas! :lmao:
Após ter sido encontrado em Portugal, foi «levado» por técnicos espanhóis ( com pedido de autorização ao governo português) para Doñana, onde não durou muito tempo, estando já a empreender o mesmo caminho que tinha feito antes em direcção a Portugal.
Será que se chegar a Portugal vão raptá-lo de novo e levá-lo para Espanha? :rolleyes:
Há algo em Portugal que o atrae ( fêmeas, caça, abrigo, sossego,etc...)?
Não se sabe ao certo, mas espera-se que seja respeitada e porque não estudada a decisão do que devia ser um animal selvagem livre...
 

joseoliveira

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Sentimentos patrióticos à parte, dos quais confesso não ser muito fervoroso, trata-se no mínimo duma situação muito curiosa! :D

"( fêmeas, caça, abrigo, sossego,etc...)" Seria interessante detectar as razões desta espécie de chamamento vindo de Portugal em detrimento de outras e não o expor demasiado, para já, a outro tipo de stresses!
 

belem

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Sentimentos patrióticos à parte, dos quais confesso não ser muito fervoroso, trata-se no mínimo duma situação muito curiosa! :D

"( fêmeas, caça, abrigo, sossego,etc...)" Seria interessante detectar as razões desta espécie de chamamento vindo de Portugal em detrimento de outras e não o expor demasiado, para já, a outro tipo de stresses!

Completamente de acordo!
Os animais não conhecem as fronteiras feitas pelo Homem.
 

belem

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Uma lista de animais que se extinguiram em Portugal em tempos históricos ( bastante recentes em tempo geológico) e devido à influência do Homem:

Castor, camurça, tetraz, cabra selvagem-do-Gerês ( entretanto substituída na zona por uma subespécie espanhola), bisonte-europeu, quebra-ossos, auroque, lince-euroasiático...
A maior parte estava cá ainda depois de 1500/1600, com a possível excepção do auroque.
 

joseoliveira

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Poderemos nós aguardar por uma possível repovoação ou reintrodução de pelo menos boa parte de tais espécies?

Seria parte de um processo de reavivamento de ecossistemas certamente bastante importantes na medida em que a cada dia que passa (felizmente) assistimos a uma sensibilidade cada vez mais colectiva e bastante forte para fazer frente a entraves ligados ao "alegado desenvolvimento" das regiões envolvidas.

A componente natural tem tido um destaque especial nestes últimos anos e é já um dado adquirido na forma como Portugal aborda estas questões e inverter esta tendência é já uma utopia. Passos importantes, ainda que aos poucos, lá vão surgindo... ;)
 

belem

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Poderemos nós aguardar por uma possível repovoação ou reintrodução de pelo menos boa parte de tais espécies?

Seria parte de um processo de reavivamento de ecossistemas certamente bastante importantes na medida em que a cada dia que passa (felizmente) assistimos a uma sensibilidade cada vez mais colectiva e bastante forte para fazer frente a entraves ligados ao "alegado desenvolvimento" das regiões envolvidas.

A componente natural tem tido um destaque especial nestes últimos anos e é já um dado adquirido na forma como Portugal aborda estas questões e inverter esta tendência é já uma utopia. Passos importantes, ainda que aos poucos, lá vão surgindo... ;)


Sim, poderemos aguardar, porque já tem havido projecções nesse sentido e os resultados até agora têm sido interessantes. Parece que pelo menos a área suficiente existe e os habitats também, mas faltam claro, diversas variantes que já estão a ser tidas em conta e equacionadas para uma visão mais segura do que poderá ser realmente feito. Resta-nos também uma colaboração com o nosso país vizinho, para proteger zonas raianas de importância elevada a nível ecológico. Neste momento, já estou em contacto com alguns espanhóis e o entusiasmo é bastante evidente, sendo este talvez o primeiro grande passo.
 

joseoliveira

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Resta-nos também uma colaboração com o nosso país vizinho, para proteger zonas raianas de importância elevada a nível ecológico. Neste momento, já estou em contacto com alguns espanhóis e o entusiasmo é bastante evidente, sendo este talvez o primeiro grande passo.

Interessante! ;)

Seria de facto um passo bastante importante para o futuro do ponto de vista ecológico e até de outros pontos de vista certamente Portugal estaria à altura para que fosse cada vez melhor classificado como um País acolhedor de tais espécies.
Espera-se que os meios de difusão que têm dado a conhecer as enormes vantagens de Portugal se tornar acolhedor deste tipo de iniciativas, continuem o seu excelente trabalho para que cada vez mais aumente este despertar de consciências para este tipo de projectos. :thumbsup: