Biodiversidade

Seattle92

Nimbostratus
Registo
22 Set 2010
Mensagens
668
Local
Portugal
Foi ontem apresentado, na Guarda, o projecto Self-Prevention. A ideia, exposta por um agrupamento de cooperação territorial que abrange 187 entidades de ambos os lados da fronteira, consiste na reintrodução de 150 mil cabeças de gado caprino, nas zonas raianas dos distritos da Guarda, Bragança, Zamora e Salamanca, como "limpadores naturais" dos campos.

Tal medida permitirá, de acordo com José Luís Pascoal, presidente do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Duero-Douro, a prevenção de incêndios, mas também o "desenvolvimento económico e rural" daquelas zonas. O responsável do AECT garantiu que o objectivo é colocar os animais nos campos agrícolas e montes abandonados. Esta será a forma encontrada para evitar fogos florestais, uma vez que os terrenos ficaram "livres de vegetação", concluiu.

A partir do próximo ano serão assim distribuídas 150 mil cabras pela área do agrupamento territorial. Um "método natural para a limpeza das florestas e dos campos", referiu ainda José Luís Pascoal, garantindo que o projecto Self-Prevention permitirá também o desenvolvimento social e económico das zonas raianas.

"A sustentabilidade social, económica e ambiental" das regiões abrangidas passará pela criação de 558 postos de trabalho em diversas áreas, "desde pastores a comerciais", explicou. O estabelecimento de uma empresa, que ficará responsável pela distribuição dos efectivos caprinos e pela criação de equipamentos que sustentem a rentabilidade económica do projecto, a construção de 12 queijarias, 15 lojas e dois matadouros para abate dos animais surgem ainda como factores de importância neste projecto.

A ideia, apoiada pelos Governos de Portugal e de Espanha e por fundos comunitários, implicará um investimento de 48 milhões de euros. Por sua vez, "a rentabilidade económica criada nos campos e terras será para as gentes que moram nelas", acrescentou o presidente do AECT. Para os governadores civis da Guarda e de Bragança, este é um projecto que "não poderá falhar". Uma ideia que é, para Santinho Pacheco, "uma flor de esperança para a região".

http://economia.publico.pt/Noticia/p...a-raia_1452780


Desconfio um bocado desta notícia.

Começa logo com 48 milhões de euros, cada vez que se lê uma coisas destas pensa-se logo quanto daqui é que não vai parar aos bolsos do costume.

Depois uma invasão de milhares de cabras não é exactamente uma ideia perfeita. Se a coisa não for bem feita teremos as cabras a destruírem determinadas espécies e a devorarem tudo o que encontram à frente.

Em zonas selvagens não me parece que seja boa ideia. Já estou a adivinhar mais reclamações daqui a uns anos, sobre ataques de logos a cabras que passarão a aparecer em zonas selvagens de onde já tinham desaparecido.

Parece-me mais uma ameaça para a fauna e flora selvagens
 


Dan

Moderação
Registo
26 Ago 2005
Mensagens
10,512
Local
Bragança (675m)
O dinheiro pode ser um problema, mas a ideia não é completamente disparatada. Parece-me a forma mais eficaz de fazer a tal “limpeza das matas”.
150 mil cabeças de gado caprino não é um número exagerado, tendo em conta a área de aplicação deste plano e este projecto até pode ter um papel positivo na revitalização económica dessas regiões.
 

Seattle92

Nimbostratus
Registo
22 Set 2010
Mensagens
668
Local
Portugal
Um pequeno carnívoro que poucos conhecem
por MARIANA CORREIA DE BARROS 15 Novembro 2009

Ágil e discreta, a marta (Martes martes) é uma quase desconhecida em Portugal. A sua presença foi detectada pela primeira vez na década de 80, confirmando que, afinal, este pequeno carnívoro também habita nas nossas florestas. No entanto, a reduzida densidade populacional e dificuldade de captura têm complicado uma investigação que pode ser necessária para a sobrevivência da espécie. É que, a julgar por alguns países como o caso da Inglaterra, a desflorestação e a pressão humana estão a colocar a marta em risco de extinção. Pelo menos no estado selvagem.

O primeiro animal observado foi encontrado morto numa zona próxima da serra da Estrela. A identificação não é fácil, dadas as semelhanças da marta com a sua congénere, a fuinha (Martes foina). "Só uma pessoa muito experiente consegue identificar as características que as distinguem. A fuinha é um dos carnívoros mais abundantes em Portugal e durante muitas décadas pensou-se que nem sequer existisse marta no País", diz Margarida Santos-Reis, investigadora do Centro de Biologia Animal da Faculdade de Ciências de Lisboa. Depois da primeira observação em Portugal, começou a haver um cuidado redobrado de procura destes carnívoros.

Continuam a ser observados alguns animais mortos (especialmente devido a atropelamentos). E, de vez em quando, encontram-se peles que se suspeitam pertencer à marta. Segundo um estudo português feito em 2006 e publicado no livro Martes in Carnivore Communities, tinham sido encontrados seis registos de observação directa da espécie desde 1988. Todos associados a zonas de precipitação elevada, florestas de carvalhos (escolhidas pela maior probabilidade de existência de abrigos) e ausência de campos agrícolas e florestas de pinheiros. "A população total estimada varia entre os 25 e os 294 indivíduos", refere o estudo.

A perda e a perturbação do habitat (devido a incêndios, construções de estradas e actividades turísticas) nas últimas décadas é uma das maiores ameaças. A professora Margarida Santos-Reis acrescenta o facto de "ser uma espécie que em acções de controlo de predadores é facilmente capturável e, por isso, quando são usados meios não selectivos a espécie acaba por sofrer". Por outro lado, em alguns países, a pelagem da marta é ainda usada e a espécie continua a ser explorada comercialmente. "A legislação europeia impede que isso aconteça, mas não existe nenhuma lei específica para a espécie no nosso país."

O Norte e centro de Portugal são as zonas de maior probabilidade de ocorrência da espécie, sendo que a população mais próxima é a que existe em Espanha e está separada por cerca de 60 quilómetros, o que significa que as populações portuguesas podem estar também isoladas em termos de reprodução.

Já nas suas áreas centrais de distribuição, correspondentes ao Norte e centro europeus, a marta não é uma espécie ameaçada. "Há locais onde inclusivamente é considerada uma espécie cinegética e por isso sujeita a acções de controlo".

Contudo, na zona mediterrânica e também no canto ibérico, por representar a franja da sua distribuição, tem densidades mais reduzidas. "A conservação da espécie é uma preocupação nesses países." Mas o que existe são dados pontuais, resultantes de alguns registos que indicam que, mesmo no passado, a espécie já existiria nessa zona.

Por outro lado, os censos e a monitorização destas espécies são muito complicados porque, na maioria das vezes, os animais vivem em reduzidas densidades. A sua distribuição é avaliada numa macroescala e baseada em poucos registos, o que pode afectar a capacidade de detectar a espécie, prejudicando as suas estratégias de conservação. A marta é um dos grandes exemplos deste problema.

Sabe-se que os mustelídeos de forma geral são espécies muito curiosas, que correspondem bem a estímulos externos. No entanto, a marta, sendo uma espécie florestal e nocturna, não tem por hábito aproximar-se do homem. Sabe-se que a fuinha tende também a esconder-se da presença humana, mas curiosamente, nas áreas onde coexiste com a marta, aproxima-se mais das zonas urbanas. Segundo Margarida Santos-Reis, uma das razões pode estar "no corpo mais robusto da marta, que é vantajoso em termos de competição com a fuinha e a empurra para os locais periurbanos".

Seria importante saber qual o seu estatuto actual, se ela se está a expandir ou não. "Até porque, com o abandono da agricultura e da pastorícia, muitas áreas florestais estão a recuperar. É, claro, uma tendência contrariada pelos fogos, mas existe." Existe também outro factor muito importante que afecta directamente a vida da espécie, a expansão do esquilo-vermelho. "É conhecido na Europa do Norte e Centro como uma das presas principais da marta. Esteve praticamente extinto em Portugal até à década de 80, altura em que começou a haver uma recuperação. Não sabemos até que ponto a marta está a corresponder a esta expansão."

http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1421262&seccao=Biosfera
 

Pek

Cumulonimbus
Registo
24 Nov 2005
Mensagens
4,825
Local
Menorca
"En el Parque Natural Montes do Invernadeiro (Ourense) la marta es la especie más abundante de todos los carnívoros medianos presentes (Barja, datos sin publicar)."

Y tal y como ocurre con otros mamíferos y ya comenté (sólo que en este caso es todavía más destacado):

"El mapa de distribución presenta una serie de lagunas debido a la ausencia de información y al hecho de que es difícil confirmar su presencia al confundirse con la garduña."

Por eso no os lo he colgado.

Fuente: www.vertebradosibericos.org
 

Pek

Cumulonimbus
Registo
24 Nov 2005
Mensagens
4,825
Local
Menorca
Por cierto, ¿sabeis que donde trabajo (Parque Regional del Sureste, Madrid) hay mapache boreal (Procyon lotor) y está en expansión? Estamos intentando capturarlo con jaulas-trampa para evitar posibles daños al ecosistema pero su número sigue en aumento. Se extiende por buena parte de las riberas de los ríos Jarama (afluente del Tajo), Henares y Manzanares; y se cree que pueda llegar al Tajuña.

Procede de escapes y sueltas de animales utilizados como mascota

images
 

Seattle92

Nimbostratus
Registo
22 Set 2010
Mensagens
668
Local
Portugal
^^

Espanha está com várias espécies invasoras muito perigosas para o ecossistema. Deviam tomar medidas muito fortes, mesmo que isso ofenda alguns ecologistas.

Não se pode permitir que espécies exóticas se espalhem e destruam um ecossistema já de si com vários problemas.
 

Seattle92

Nimbostratus
Registo
22 Set 2010
Mensagens
668
Local
Portugal
^^

Os caçadores são experts em acabar com populações inteiras de alguns animais, ás vezes até levando-os à extinção. Pois aí tinham uma boa oportunidade de dar uma ajuda :lol:
 

Pek

Cumulonimbus
Registo
24 Nov 2005
Mensagens
4,825
Local
Menorca
No nos fiamos demasiado de ellos a nivel colectivo (tampoco se había planteado como medida global, la verdad). Lo mismo les das la oportunidad y empiezan a caer nutrias (lontra), garduñas (fuinha), turones (toirão) y ginetas (gineto) a mansalva :lol::lol: Pues no tienen peligro ni nada... No obstante sí que es cierto que con algunos cazadores se habla (te los encuentras por el campo y tal) a título particular y son conocedores del tema; así que no me extrañaría nada que si ven alguno (nada fácil) se lo llevaran para adelante. Oficialmente el objetivo no es el genocidio de mapaches, es el capturarlos vivos.

Además, los mapaches del Sureste son muy esquivos e inteligentes. No te creas que se dejan atrapar tan fácilmente. Ni siquiera ver :eek::eek: Es muy muy difícil capturar ejemplares adultos en trampeos.

Los animales que hemos ido capturando hasta ahora no son sacrificados, se han llevado a centros de especies exóticas y centros de recuperación y conservación de fauna.
 

belem

Cumulonimbus
Registo
10 Out 2007
Mensagens
4,466
Local
Sintra/Carcavelos/Óbidos
Por cierto, ¿sabeis que donde trabajo (Parque Regional del Sureste, Madrid) hay mapache boreal (Procyon lotor) y está en expansión? Estamos intentando capturarlo con jaulas-trampa para evitar posibles daños al ecosistema pero su número sigue en aumento. Se extiende por buena parte de las riberas de los ríos Jarama (afluente del Tajo), Henares y Manzanares; y se cree que pueda llegar al Tajuña.

Procede de escapes y sueltas de animales utilizados como mascota

images

O mapache na Europa tem um comportamento mais discreto do que o seu congénero norte-americano? É que nos USA até existem mapaches urbanos e alguns causam distúrbios em casas familiares...
Existe já algum caso de mapache urbano conflituoso em Espanha?
Eu quando tive nos Pirinéus em Maio de 2009, realmente pareceu-me ver um mapache perto da estrada, mas não tenho a certeza...
Bom e tendo em conta a rapidez da sua colonização, qualquer dia aparece também em Portugal...
E o cão-mapache ( Nyctereutes procyonoides) assim como o Chacal ( Canis aureus) também estão em expansão rápida pela Europa!
 

Pek

Cumulonimbus
Registo
24 Nov 2005
Mensagens
4,825
Local
Menorca
O mapache na Europa tem um comportamento mais discreto do que o seu congénero norte-americano? É que nos USA até existem mapaches urbanos e alguns causam distúrbios em casas familiares...
Existe já algum caso de mapache urbano conflituoso em Espanha?
Eu quando tive nos Pirinéus em Maio de 2009, realmente pareceu-me ver um mapache perto da estrada, mas não tenho a certeza...
Bom e tendo em conta a rapidez da sua colonização, qualquer dia aparece também em Portugal...

1. No, hace lo mismo. En Alemania y otras zonas donde hay muchos hacen auténticas perrerías en tejados, casas y cubos de basura. Lo que sucede es que los del Parque del Sureste, hasta el momento, son muy muy esquivos refugiándose casi constantemente en los bosques y carrizales junto a los ríos. Ya veremos cuando aumente su número (que parece imparable)...De momento son pocos. Además son principalmente nocturnos y eso impide que muchas veces de día les veamos y detectemos su actividad. También son expertos en esquivar jaulas-trampa en los bosques de ribera, matorrales y carrizales anexos (sobre todo los adultos. Como ya comenté, son bastante inteligentes).
2. Sí :lol: De hace muy poco además
http://www.noticias.com/agentes-rurales-capturan-a-un-mapache-en-un-restaurante-de-mataro.654346
También me suena algún caso en Zaragoza, husmeando en cubos de basura.
3. En los Pirineos no sé si hay (tampoco me extrañaría en el Prepirineo porque se expanden muy rápido), pero en zonas de Cataluña y Aragón cercanas a grandes núcleos urbanos sí. La gente los suelta y...
4. :lol::lol: No te extrañe porque se expanden a velocidad de vértigo :eek: De hecho, tenemos noticias de que está llegando por el sur al punto en que el Jarama desemboca en el Tajo. De ahí hacia Portugal :cold:

Fijaos cómo se multiplican y han llenado otros países europeos: "The estimated number of raccoons was 285 animals in the Hessian region in 1956, over 20,000 animals in the Hessian region in 1970 and between 200,000 and 400,000 animals in the whole of Germany in 2008." (http://en.wikipedia.org/wiki/Raccoon) :cold::cold:
 

duero

Nimbostratus
Registo
23 Dez 2009
Mensagens
1,038
Local
valladolid
Debería estar prohibido ese tipo de animales como mascotas, o solo machos no hembras, asi no se podrían reproducir.

Me pregunto a quien se le ocurre tener un mapache como animal dómestico o mascota.

Además creo que debería haber penas mas altas a quien suelta animales no autoctonos en la naturaleza.

Ni me imaginaba que hubiera mapaches en España, son un peligro que debemos combatir, y si los cazadores los matan mejor.
 

duero

Nimbostratus
Registo
23 Dez 2009
Mensagens
1,038
Local
valladolid
O mapache na Europa tem um comportamento mais discreto do que o seu congénero norte-americano? É que nos USA até existem mapaches urbanos e alguns causam distúrbios em casas familiares...
Existe já algum caso de mapache urbano conflituoso em Espanha?
Eu quando tive nos Pirinéus em Maio de 2009, realmente pareceu-me ver um mapache perto da estrada, mas não tenho a certeza...
Bom e tendo em conta a rapidez da sua colonização, qualquer dia aparece também em Portugal...
E o cão-mapache ( Nyctereutes procyonoides) assim como o Chacal ( Canis aureus) também estão em expansão rápida pela Europa!

El chacal es autoctono del Sureste de Europa, pero pienso que la mejor manera de evitar la expansión del chacal es la presencia del lobo.

Por cierto, el chacal ya se conoce aqui desde hace mucho. Yo tengo interes por la naturaleza y creo que la toponimia ayuda mucho a conocer el pasado.

Ya durante la Edad Media había una palabra en castellano para ese animal, era una palabra de origen arabe, y se sabe que hubo chacales "domesticos" en al-andalus, y la palabra paso al castellano, pero ahora no la recuerdo.
Con el fin de la presencia musulmana desaparecieron aquellos chacales "de zoos" y la poblacion olvidó al animal y olvidó la palabra.
Ya en el S.XIX los naturalistas buscaron una palabra para el castellano que definiera el animal y tomaron la palabra que usaba el francés "chacal" que el francés tomó del turco.

Por veces creo que eso acontecio en Portugal con algunos animales que en castellano tienen nombre ibérico (prerromano) y en portugués nombre latino, es posible que fuera porque el animal desaparecio de Portugal y las personas olvidaron el animal y la palabra, luego los naturalistas tomaron el nombre latino. Un caso podría ser ARDILLA y ESQUILO, con la desaparición del animal las personas olvidaron el nombre y luego en el S.XIX los naturalistas tomaron un nombre latino.
 

Seattle92

Nimbostratus
Registo
22 Set 2010
Mensagens
668
Local
Portugal
Por veces creo que eso acontecio en Portugal con algunos animales que en castellano tienen nombre ibérico (prerromano) y en portugués nombre latino, es posible que fuera porque el animal desaparecio de Portugal y las personas olvidaron el animal y la palabra, luego los naturalistas tomaron el nombre latino. Un caso podría ser ARDILLA y ESQUILO, con la desaparición del animal las personas olvidaron el nombre y luego en el S.XIX los naturalistas tomaron un nombre latino.

É verdade. Temos rios e nomes de terras com o nome "ardila", mas dexámos de chamar ardilla ao Sciurus vularis :huh::lol: