Como eram e quem eram os Portugueses nativos?

frederico

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Alguns entendidos neste assunto dizem que o nosso Latim moldou-se aos sotaques que já existiam nas tribos celtas do Noroeste. O galaico-português é digamos uma língua «doce»...
 
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frederico

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Segundo os dados apresentados no wikipedia (os que têm fontes credíveis) Portugal aparentemente é o segundo país do mundo com mais centenários (proporcionalmente relativamente ao total da sua população), estando apenas atrás do Japão: https://en.wikipedia.org/wiki/Centenarian
Não sei se algum país relevante faltará na lista, mas alguns sites falam em quinto lugar atual e que em 2050, Portugal passará para terceiro, ficando apenas atrás do Japão e de Espanha.
Mas provavelmente, não devem ter feito as contas, é que em 2015, o numero de centenários em Portugal, já ultrapassa os 4000 (4066). Sendo assim, estamos já em segundo neste momento (pelo menos tanto quanto sei).
De salientar o aumento bastante rápido do numero de pessoas a atingir os 100 anos, no nosso país (nos últimos anos).
Isto demonstra claramente que os Portugueses têm alguma propensão para atingir idades avançadas e que têm pacote genético para ter vidas longas.
Li há uns tempos que aparentemente também existe a dieta atlântica: http://www.tuasaude.com/dieta-atlantica/, http://www.healthylivingart.com/diets-weight-loss/the-southern-european-atlantic-diet.html

Tive um professor na faculdade que se lamentava da falta de fundos para fazer estudos genéticos em aldeias de Portugal com elevado número de centenários, falou-me de aldeias da Beira Baixa, da serra da Gardunha.
 
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camrov8

Cumulonimbus
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isso da língua é muito difícil visto os povos pre-romanos não deixaram escrita, a excepção da placa encontrada no sul do país, que ainda não foi decifrada no qual as letras parecem ter origem grega ou fenícia, mas com outras desconhecidas. A peninsula Ibérica é espantosa e nos nem damos por ela. Em toda a Europa, só o Basco e o Húngaro têm origem anterior as línguas indo-europeias
 
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Cumulonimbus
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isso da língua é muito difícil visto os povos pre-romanos não deixaram escrita, a excepção da placa encontrada no sul do país, que ainda não foi decifrada no qual as letras parecem ter origem grega ou fenícia, mas com outras desconhecidas. A peninsula Ibérica é espantosa e nos nem damos por ela. Em toda a Europa, só o Basco e o Húngaro têm origem anterior as línguas indo-europeias

A lingua muda facilmente com as modas e as conveniências.
Existem mais provas do que uma placa (https://pt.wikipedia.org/wiki/Língua_lusitana) e não existe confirmação de Grego ou Fenício. Aparentemente o Lusitano era indo-europeu, mas paleohispânico e com umas características próprias. Eu acredito que parte do idioma Lusitano já pode ser decifrado e que com os anos, mais se irá descobrindo.

O Hungaro penso que pertence ao grupo fino-perminiano e neste grupo incluem-se mais linguas europeias, como o Finlandês e o Estoniano, que não são indo-europeias também.

Depois gostaria de abordar o tema da influência cultural lusitânica nos nossos dias.
 

Topê

Nimbostratus
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Alguns entendidos neste assunto dizem que o nosso Latim moldou-se aos sotaques que já existiam nas tribos celtas do Noroeste. O galaico-português é digamos uma língua «doce»...


Também sou dessa opinião.
Até porque como foi dito aqui os dados arqueológicos linguísticos pré-romanos são de especial raridade, mas os restantes não.
Logo neste tema somos forçados a ter de especular um pouco e fazer algumas associações arqueologicamente sabemos a grande celticidade do Noroeste da península. Visível na cultura castreja e as suas centenas de castros e citânias existentes, uma património arqueológico enorme visível e real na antiga Gallaecia(Norte de Portugal e Galiza) e as suas semelhanças com os vestígios celtas das restantes nações celtas principalmente Bretanha francesa, Escócia e Irlanda. Sabemos que a antiga Gallaecia não é considerada uma nação celta devido ao facto de não dispor de uma língua/ idioma celta falada actualmente. E há como sabemos por o que está escrito por autores clássicos gregos e romanos a prova palavra "celta" identifica os Povos nativos da Gália e Penisula Ibérica e posteriormente das ilhas britânicas, logo são indesmentíveis esta partilha, esta comunhão de hábitos, cultura pré-romana do ponto de vista antropológico entre os Povos nativos do Noroeste da península e os povos das Ilhas britânicas, Gália das chamadas nações celtas.
Posto isto, considerando estes dados, considero que tenha sido muito provável que a língua falada no Noroeste peninsular seria no meu entender talvez semelhante ás línguas gaélicas principalmente ainda faladas na Irlanda até porque são mais que notórias as ligações mitológicas,arquitectónicas e relacionamento entre a Gallaecia as raízes mais profundas galegas com a Irlanda.
Relativo aos Lusitanos, os Lusitanos tinham um território bem maior, menos concentrado, mais disperso e com menos vestigios arqueológicos, e eram um povo no leste da província celtibero logo talvez pudessem ter um idioma diferente, se bem que estou em crer que os Lusitanos beirões teriam muitas semelhanças linguísticas, e de costumes com os galaicos, é bom entender que Portugal não existia de todo como um todo e que existiam nessa altura diferenças regionais vincadas, onde se pertenciam durante longas centenas,até milhares de anos a regiões administrativas, nações, reinos diferentes, mas como a nossa língua advém do galaico-português é natural que se procure analisar as suas mais remotas origens donde ela nasceu e o que se falava antes de ela nascer sem nunca esquecer os contributos que foram dados.
Existem marcas evidentes celtas na língua galega e no português até a utilização da repartição dos género, como no léxico, na semântica na fonética é uma influência de acordo com a conveniência actual muito sub-valorizada, ao contrário de outras influências até menores muito mais sobre-valorizadas. Mas ela está lá bem como até o nome de centenas de terras, aldeias, vilas e cidades de Portugal.
 
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belem

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PSM_V51_D463_Cro_magnon_type_from_dordogne_cephalic_index_77.png



PSM_V51_D462_Cro_magnon_type_from_dordogne_cephalic_index_78.png


2 exemplos de Ibero-Insular da Dordogne (Dordonha), França.
 

belem

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2q9luvd.jpg


Indivíduo pertencente ao tronco Protomediterrânico (Combe Capelle/Predmost) no lado esquerdo e individuo pertencente ao tronco Cromagnon (provavelmente de tipo Oberkassel, etc...) no lado direito. A foto é de 2013.
 
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belem

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Não tenho ido muito ao Alto Alentejo, mas quando fui lá na última vez, lembro-me de ver uma variante cromagnoide, com grande desenvolvimento lateral e com umas órbitas bastante estreitas e rectangulares.

Quase certamente esta variante, estará presente também em algumas outras regiões rurais, como já vi nos arredores do Porto, por exemplo.

A ver se depois coloco exemplos.

Nos arredores de Óbidos, por exemplo, tenho encontrado pessoas de tipo protomediterrânico, assim como combinação entre o tronco cromagnon e protomediterrânico (que já existia na pré-história), que também pode dar origem a linhagens de aspeto bastante arcaico.
Em Muge também está descrita uma variante, que é basicamente uma combinação entre o tipo cromagnon e o tipo protomediterrânico.

O individuo português analizado pessoalmente por Roland Dixon, era uma combinação praticamente idêntica segundo este autor (entre Neanderthal e Cromagnon).

Mas em certas regiões os subtipos ainda estão bem diferenciados.
 
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frederico

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Parece-me que os portugueses em geral têm uma alimentação mais diversificada e saudável que os espanhóis, talvez isto explique o facto de termos tantos centenários, contudo isto infelizmente vai mudar pois a urbanização da população trouxe as doenças civilizacionais. Tive um professor que ainda se recorda dos tempos em que não havia casos de doença de Crohn num grande hospital do Porto.

Apesar da cruzada contra as gorduras que teve muito marketing à mistura sabemos hoje que o principal inimigo é o açúcar, e que um dos grandes problemas responsáveis pela inflamação crónica está na proporção de glicídeos que ingerimos, especialmente mono e dissacarídeos. Consumimos excesso de pães, bolos, batata, arroz e cereais de pequeno-almoço. Os nossos antepassados consumiam mais castanha, frutos secos e acima de tudo mais leguminosas, tudo alimentos com baixo índice glicémico. O próprio pão como base tradicional da alimentação tem muito que se lhe diga. Os nossos antepassados consumiam mais papas que pão, pois era um produto mais barato de se produzir e aproveitava a totalidade do grão. As papas também são um produto muito mais saudável. Isto não implica que devamos deixar de comer pão, é preciso no entanto saber escolher e optar pelos pães tradicionais que são produzidos apenas com farinha, água e sal, sem aditivos ou açúcares, e não abusar. A cruzada contra o glúten é apenas uma paranóia moderna para vender livros e ganhar dinheiro com palestras.
 

belem

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"U5b2c1 is considered to be one of the most ancient haplogroups in Europe and is associated with hunter-gatherer populations there,” she explained, in a press release. “It is remarkably rare in modern populations today, found in Europe at levels of less than one per cent. Interestingly, our analysis showed that Ariche's mitochondrial genetic make-up most closely matches that of the sequence of a particular modern day individual from Portugal.

U5b2c1 é uma das linhagens mitocondriais associadas às populações de caçadores-recoletores da Europa.

Quanto ao resto do artigo, o DNA nuclear provou que a esmagadora maioria da população ibérica não está relacionada com os Fenícios.

Frederico: A genética, também tem um papel fundamental na questão dos centenários. Por uma boa razão, esse teu professor, acha que se devia fazer uma investigação nas nossas serras.
 
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frederico

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Sabe-se que houve uma civilização tartessa cuja riqueza vinha da exploração de minério na Andaluzia Ocidental e da agricultura no fértil vale do Guadalquivir. Esse civilização tinha comércio intenso com todo o Mediterrâneo, é normal que muitos comerciantes se tenham fixado ou tido filhos ao longo dos portos do Mare Nostrum e que também fenícios e gregos se tenham misturado com andaluzes e algarvios.
 

belem

Cumulonimbus
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Normal deverá ser, mas acho que se exagera sobre a relevância de tal acontecimento. Aliás, não só acho, como tenho a certeza.
E mais uma vez se negligencia a infuência do povo ibérico no exterior, que é o que exatamente esta descoberta veio a demonstrar. Mas sei de bastantes mais exemplos e a uma escala bastante maior (esta artigo trata apenas de um indivíduo).
 
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camrov8

Cumulonimbus
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eu sei e devia ter sido mais cauteloso, mas a parte que me chamou a atenção é o facto do tal halotipo ser praticamente inexistente na região actualmente no local onde foi achado o esqueleto e de actualmente ter a sua maior expressão na península ibérica, e como leigo penso nisto qual a probabilidade de se achar um esqueleto fenício e deste ter um adn mitocondrial raro que por acaso tem a sua maior expressão na ibéria.
outras coisas para pensarmos:
o primeiro humano com olhos azuis foi descoberto em Espanha.
O Hallowen pode ter origem na galiza celta, o famoso jack'o lantern pode ter origem na tradição dos celtas galegos de espetarem as cabeças dos adversários nas lanças e mais tarde passaria para aboboras entre outras
a tradição do pão por Deus que já mais poderá ter origem anglo saxonica
entre outras coisas,
 
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