Lince-Ibérico (Lynx pardinus)

Dan

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Para além da tragédia que corresponde à perda de 4 indivíduos, possivelmente 8, por esta ação barbara. É também um golpe terrível no esforço de recuperação de uma espécie que se encontra ainda um limiar muito sensível. Com atitudes criminosas como estas, dificilmente, num horizonte próximo, esta espécie poderá entrar numa situação de relativa normalidade, podendo desenvolver-se e a expandir-se sem o auxílio humano.
 


Pedro1993

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Nunca, por mais anos que viva, vou conseguir perceber o motivo pelo qual alguém consegue sentir prazer, bem-estar, satisfação e, até, orgulho em matar seja o que for. Eu consigo entender que se mate por defesa (acho que todos temos em nós a capacidade de matar em determinadas circunstâncias!), que se cace por uma questão de necessidade e/ou sobrevivência. Como desporto, enoja-me. E eu cresci rodeada de caçadores. Não entendia na altura, continuo a não entender e acho que nunca entenderei. Causar morte e e/ou sofrimento por gosto ou por desporto, como alguns lhe chamam, é uma coisa que não tem qualquer cabimento na minha forma de ver o mundo.

Faço exactamente das tuas palavras as minhas, ainda não consigo entender como é que existe caçadores que gostam de andar por aí ao tiros, como se estivessem a ler um livro ou a beber um café, para eles tudo é um hobbie, ou um pasatempo, mas que neste caso envolve a morte de um animal.
Eu sempre cresci e vivo no campo, a manhã de domingo se quiser dormir um pouco até mais tarde, é para esquecer com o tiroteio, e os chumbos a baterem nas janelas e telhados, resultado, tenho de acordar logo, ir para a rua, e fazer de "guarda da caça". pois eles esquecem-se das distancias de segurança.

@Dan, pois certamente não será muito fácil, as crias sobreviverem sem a presença da sua progenitora, precisam de aprender muito, com que sabe de melhor.
 

frederico

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Essas armadilhas são normalmente colocadas para apanhar raposas, coelhos, lebres ou texugos. Infelizmente, em Espanha ainda são vendidas de forma ilegal. Há uns 15 anos tomei conhecimento do caso de uma criança que ficou gravemente ferida na Beira Baixa com uma destas armadilhas. São perigosíssimas até para o Homem.
 

frederico

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Faço exactamente das tuas palavras as minhas, ainda não consigo entender como é que existe caçadores que gostam de andar por aí ao tiros, como se estivessem a ler um livro ou a beber um café, para eles tudo é um hobbie, ou um pasatempo, mas que neste caso envolve a morte de um animal.
Eu sempre cresci e vivo no campo, a manhã de domingo se quiser dormir um pouco até mais tarde, é para esquecer com o tiroteio, e os chumbos a baterem nas janelas e telhados, resultado, tenho de acordar logo, ir para a rua, e fazer de "guarda da caça". pois eles esquecem-se das distancias de segurança.

@Dan, pois certamente não será muito fácil, as crias sobreviverem sem a presença da sua progenitora, precisam de aprender muito, com que sabe de melhor.

A caça tem tendência para desaparecer. O número de caçadores caiu a pique nos últimos anos, cerca de 50%, e vai continuar a cair. As novas gerações não caçam. Vão para o ginásio, viajam, fazem surf. Será uma morte lenta. Além disso é um desporto caríssimo, para quem tem matilhas. Pode ficar a mais de 500 euros em despesa por mês!
 

Pedro1993

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Essas armadilhas são normalmente colocadas para apanhar raposas, coelhos, lebres ou texugos. Infelizmente, em Espanha ainda são vendidas de forma ilegal. Há uns 15 anos tomei conhecimento do caso de uma criança que ficou gravemente ferida na Beira Baixa com uma destas armadilhas. São perigosíssimas até para o Homem.

Até podem ser colocadas para esse tipo de animais, mas a armadilha não é selectiva, ou seja ela apanha quem lá cair, seja um cão, gato, ou mesmo uma criança como tu referes.
Essas armadilhas deveriam de ser proibidas a sua venda principalmente.
Os agricultores vão ter de saber lidar com a presença do javali, como já sabem com a vespa asiática, ou com outras plantas invasoras.
Eu só não sei é como é que existe caçadores, que faltam ao trabalho á quinta-feira para irem caçar, e a falta fica automaticamente justificada, se eu for ao médico tenho de pedir justificação, são estas coisas que nunca vou entender.
 

Pedro1993

Super Célula
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É tudo ilegal, as armadilhas, o abate de linces e de outros predadores. São atos criminosos. As entidades competentes devem identificar os culpados e aplicar o castigo devido.

O problema é que esses indivíduos, que cometem esses actos criminosos, nunca são apanhados, ficam sempre impunes, ou então quando são o juíz depois acaba logo por os libertar, como acontece aos incediários, a justiça no nosso país deixa muito a desejar.
 
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frederico

Furacão
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Não levei máquina, levo da próxima vez. Mas andei em terras do Andévalo recentemente e falei com caçadores. Esta região tinha das maiores densidades de coelho-bravo da Península, e compreende a região em torno de Vilablanca, Sanlucar do Guadiana ou El Granado. Actualmente os coelhos são raros, mas tem aumentado a caça grossa, javalis e veados. Nesta região o lince foi relativamente abundante até ao início dos anos 90. Actualmente, consequência da seca, os azinhais estão a morrer. Além disso, a área de matagal tem sido reduzida, devido a grande projectos de regadio. Mas ainda é possível recuperar um pouco os habitats. Segundo os caçadores, uma das causas da redução da caça miúda foi o abandono quase total das culturas tradicionais de cereais e leguminosas.

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A paisagem é idêntica à dos concelhos de Castro Marim e Alcoutim, mas genericamente menos acidentada. Os solos e o clima também são idênticos.

Já agora... o «cancro do montado».

La dehesa es una piara de cerdos atiborrándose de bellotas debajo de una encina o un alcornoque. Al menos, esa es la imagen icónica que pervive en el imaginario colectivo y que define este singular ecosistema. El cerdo ibérico, una raza única que se cría en libertad en este hábitat propio de la Península Ibérica, es un auténtico tesoro del que extraemos uno de nuestros manjares más preciados: el jamón ibérico de bellota. Perola dehesa se muere lentamente. Este museo natural lleva casi tres décadas sufriendo un mal, la seca de la encina, que acaba aniquilando estos árboles centenarios y que amenaza con llevarse por delante uno de los productos estrella de la gastronomía mundial.

La seca es un enfermedad que, según cifras del Centro de Investigaciones Científicas y Tecnológicas de Extremadura (Cicytex), afecta ya a más de 75.000 hectáreas de dehesa en Extremadura (un 5% del total). En Andalucía, la situación es más grave si cabe. Huelva, una provincia que cuenta con alrededor de 4.500 explotaciones ganaderas, ha perdido sólo en 10 años más de 10.000 hectáreas de encinas de sus dehesas a causa de esta enfermedad y, según cifras de la Asociación Agraria de Jóvenes Agricultores (Asaja), en este periodo de tiempose han cortado más de 457.000 pies de encinas y alcornoques. Lo peor es que su avance ha sido lento pero imparable. A día de hoy no existe antídoto que frene la seca y los científicos hablan con desesperación del "cáncer de la dehesa".


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"La seca es una enfermedad causada por distintos factores. Uno de ellos es la acción de un patógeno, la fitóftora (Phytophthora cinnamomi), que entra por las raíces que se encuentran en el subsuelo, las pudre e impide que sean capaces de absorber el agua y los nutrientes. Los árboles acaban secándose de forma irremediable", explica Alejandro Solla, uno de los investigadores de la Universidad de Extremadura que estudia desde hace años el problema. Pero el drama no acaba con la pérdida del árbol.La tierra en la que ha habido un foco de seca queda baldía e inutilizable para siempre.La replantación resulta inútil.

José Joaquín Suárez ha dedicado toda su vida al cuidado de este ecosistema cincelado por la mano del hombre. Junto con su hermano gestiona laDehesa Las Lanchas, un espacio ecológico de 1.000 hectáreas de extensión en plena Sierra de Aracena (Huelva) que heredaron de su familia. Allí crían alrededor de 750 cerdos ibéricos que dan un jamón 100% de bellota de primera calidad. Cada año, se ven obligados a invertir por su cuenta y riesgo entre 50.000 y 60.000 euros para intentar combatir una enfermedad que podría acabar con todo lo que tienen. "Hay gente mayor, ganaderos de otras fincas, que hablas con ellos y directamente se echan a llorar.Han vivido aquello como un vergel y ahora tienen un desierto. '¿Y ahora qué hago?', te preguntan. Y se te echan a llorar de la pena que sienten", relata este onubense. "¡Y es que no hay solución! No hay solución".

(...)

El ganadero reconoce que éste es uno de los problemas "fundamentales" que tienen las dehesas en la actualidad. Pese a que su finca no es de las más afectadas, no puede evitar pensar en un horizonte más que preocupante. Apenas 100 kilómetros al oeste de Las Lanchas,en la comarca del Andévalo, hay zonas en las que ya no existen encinas ni alcornoques. "Allí no puedes criar cochinos de bellota. Y el problema ya no es que afecte sólo al cochino de bellota, sino que afecta a la industria del jamón, a la del corcho, al turismo… ¿Cómo vas a conseguir que venga gente a una dehesa cuyos árboles están muertos?", se pregunta.

Elena Diéguez, secretaria técnica de la Asociación Española de Criadores de Cerdo Ibérico (Aeceriber)reconoce que dentro del sector ganadero existe una gran preocupación y, aunque el problema no es "acuciante", cada vez resulta más palpable. En el año 2000, en Extremadura había 450 focos con síntomas de decaimiento o seca. Hoy, 17 años después, esta cifra se ha multiplicado y supera los 5.000.

"Cuando empezó, se veía como algo lejano. Que avanzaba poco a poco. Pero es que, tras 30 años, sigue sin haber una solución. Sabemos que tiene un origen múltiple, pero no se sabe si el verdadero causante es la fitóftora, si por el contrario es otro tipo de hongo, si es un problema de sequedad, de carga ganadera o de qué. Con lo cual,el problema esencial es que en el momento en que empieza la seca, resulta imparable", relata Diéguez.

El paisaje resultante es pura desolación.La seca es capaz de acabar con una encina de 200 o 300 años de historia de forma fulminante en cosa de un mes. Este árbol no es como otras especies, que tienen un crecimiento y desarrollo mucho más rápido. Desde que una encina se planta hasta que alcanza un metro de altura pueden pasar 10 años. Las bellotas no volverán a aparecer en sus ramas hasta pasadas tres o cuatro décadas.

España sufre la peor sequía de los últimos 20 años. Extremadura y Andalucía se encuentran especialmente afectadas y los Gobiernos de ambas comunidades se han visto obligados a aprobar medidas con carácter de urgencia para paliar la falta de lluvia. "Es de esperar que la sequía de este año incremente la mortalidad de la encina y el alcornoque", afirma Solla. La seca, que se encuentra condicionada por el frío y no crece con temperaturas por debajo de los cinco grados centígrados, se está viendo favorecida por las condiciones climatológicas actuales. Según los investigadores,el calentamiento global podría estar facilitando su expansión hacia zonas de mayor altitud y latitud, en las que las condiciones no eran propicias hasta la fecha.

La terrible paradoja de este mal es que la humedad y el agua abundante también favorecen la reproducción de la fitóftora. "Las lluvias de septiembre son muy beneficiosas para este patógeno que se expande por las aguas subterráneas y por distintas líneas de agua.Las vaguadas, por ejemplo, son sitios de elevada mortalidad de este árbol. Hemos tenido encinas majestuosas en estos lugares y con la entrada de este patógeno han sido devoradas", afirma el experto. El ganado, a través de sus pezuñas, o los propios humanos también pueden contribuir al transporte de partículas de tierra contaminada hacia otras zonas, especialmente cuando el suelo está embarrado.

Según relata este investigador, las ayudas destinadas para estudiar la seca son "claramente insuficientes". De hecho, el Ministerio de Agricultura ha convocado a científicos de toda España para abordar el problema a través de distintos grupos que se reúnen varias veces al año. Sin embargo, según apunta el profesor de la Universidad de Extremadura, "la financiación es cero". La enfermedad, mientras tanto sigue acabando con la masa forestal, yen algunas zonas de la Península la tasa de mortalidad anual de encinas y alcornoques alcanza ya el 5%.

https://www.elespanol.com/ciencia/medio-ambiente/20171117/262724754_0.html
 

Pedro1993

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Maternidade de Silves dá linces-ibéricos ao mundo há dez anos – e não vai parar

O 10º aniversário do Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico celebra-se hoje

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Foi um caminho por vezes difícil e muito emotivo, que fez «perder anos de vida» a Rodrigo Serra, mas os dez anos de existência do Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI), que funciona desde 2009 em Silves, só podem ser vistos como sendo «muito positivos» pelo diretor do centro.

O Sul Informação esteve no CNRLI para conhecer a história desta infraestrutura que tem dado um forte contributo para a recuperação de uma espécie que, há uma década, estava em pré-extinção, em Portugal. Hoje, o lince-ibérico ainda continua criticamente ameaçado, «mas, esperemos, a caminhar em direção ao apenas ameaçado». Afinal, em 2009, não havia registo de nenhum lince em Portugal e hoje «há 105 exemplares na zona do Baixo Guadiana».

Para aqui chegar, foi preciso trabalhar muito e, acima de tudo, saber sofrer. «Eu perdi anos de vida! Porque, naturalmente, o arranque de um centro desta natureza é sempre uma coisa complicada. Os animais que se recebe ou são animais que tiveram problemas noutros centros, ou são imaturos, que estão nas suas primeiras tentativas de reprodução».

https://www.sulinformacao.pt/2019/1...sTzfBPqoz2zyDtQl-Hcvd16AG_4cQIz5lK7NNPQWDFqnc
 

João Pedro

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Maternidade de Silves dá linces-ibéricos ao mundo há dez anos – e não vai parar

O 10º aniversário do Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico celebra-se hoje

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Foi um caminho por vezes difícil e muito emotivo, que fez «perder anos de vida» a Rodrigo Serra, mas os dez anos de existência do Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI), que funciona desde 2009 em Silves, só podem ser vistos como sendo «muito positivos» pelo diretor do centro.

O Sul Informação esteve no CNRLI para conhecer a história desta infraestrutura que tem dado um forte contributo para a recuperação de uma espécie que, há uma década, estava em pré-extinção, em Portugal. Hoje, o lince-ibérico ainda continua criticamente ameaçado, «mas, esperemos, a caminhar em direção ao apenas ameaçado». Afinal, em 2009, não havia registo de nenhum lince em Portugal e hoje «há 105 exemplares na zona do Baixo Guadiana».

Para aqui chegar, foi preciso trabalhar muito e, acima de tudo, saber sofrer. «Eu perdi anos de vida! Porque, naturalmente, o arranque de um centro desta natureza é sempre uma coisa complicada. Os animais que se recebe ou são animais que tiveram problemas noutros centros, ou são imaturos, que estão nas suas primeiras tentativas de reprodução».

https://www.sulinformacao.pt/2019/1...sTzfBPqoz2zyDtQl-Hcvd16AG_4cQIz5lK7NNPQWDFqnc
Quem é que consegue resistir a isto? :w00t: Que lindos pá :D
 

Pedro1993

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Quem é que consegue resistir a isto? :w00t: Que lindos pá :D

É mesmo, e devemos todos nós de estar orgulhosos, pelo trabalho de conservação, e posterior reintrodução dos linces em território nacional, ou em Espanha.
 

Thomar

Cumulonimbus
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19 Dez 2007
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Quinde e Quisquilla. Nasceram em cativeiro e hoje vão ser libertados no Vale do Guadiana

Um casal de lince-ibérico vai ser libertado hoje no Vale do Guadiana, no Alentejo, subindo para 109 o número de exemplares da espécie a viverem livres na natureza em Portugal, disse à agência Lusa fonte do ICNF.


Trata-se do macho Quinde e da fêmea Quisquilla, que nasceram em cativeiro, em 2019, no Centro de Reprodução de Lince-ibérico de El Acebuche, no Parque Nacional de Doñana, na Andaluzia, em Espanha, precisou a fonte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Os dois linces vão ser libertados com coleiras emissoras, às 10:00, na zona de Corte Gafo, concelho de Mértola, distrito de Beja, na área de reintrodução da espécie em Portugal – o Vale do Guadiana – e em liberdade serão monitorizados por uma equipa do ICNF.

A libertação de hoje é a segunda deste ano em Portugal depois de terem sido libertados três linces na primeira, no passado dia 18 de fevereiro, indicou a fonte, referindo que o ICNF prevê libertar este ano um total de sete animais (três fêmeas e quatro machos).

Segundo a fonte, o ICNF estima que a população de lince-ibérico a viver livre na natureza em Portugal é constituída por 107 animais identificados e monitorizados, número que sobe hoje para 109 com a libertação de Quinde e Quisquilla.

A estimativa resulta de 43 libertações, 91 nascimentos e 15 mortes em meio natural, exclui 13 animais desaparecidos até hoje em Portugal e um animal que dispersou para Espanha e inclui dois que dispersaram de Espanha para Portugal.

A população atual é constituída em maioria por linces jovens com idades entre um e três anos e está centrada em Mértola e Serpa, mas existem pequenos núcleos ou exemplares dispersantes em Castro Verde e Almodôvar, no Alentejo, e Alcoutim, no Algarve.

No âmbito do projeto “LIFE+Iberlince”, o ICNF começou a libertar exemplares de lince-ibérico na natureza em dezembro de 2014 e monitoriza os que vivem em liberdade em Portugal.

A libertação começou quando só existia um exemplar da espécie em Portugal, o macho Hongo, em situação de isolamento na zona de Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira, distrito de Beja.

Hongo, que tinha nascido em 2011 e sido localizado pela última vez em 2012 em Espanha, dispersou para Portugal, onde foi detetado numa zona de caça de Vila Nova de Milfontes, em 2013, e encontrado morto, vítima de atropelamento, em 2015, na Autoestrada 23, perto de Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém.

Os primeiros nascimentos comprovados da espécie em meio natural em Portugal desde a década de 1980 registaram-se em março de 2016 e a primeira reprodução de linces já nascidos na natureza no Vale do Guadiana ocorreu em maio de 2018.

Desde março de 2016, o ICNF já contabilizou 91 nascimentos de lince-ibérico na natureza em Portugal, sendo que a maioria (75) nasceu nos últimos dois anos (29 em 2018 e 46 em 2019), o que “atesta o sucesso” do processo de reintrodução da espécie em Portugal.

Segundo o ICNF, 2019 foi um ano “particularmente favorável” ao lince-ibérico em Portugal, devido ao nascimento das 46 crias em liberdade e ao estabelecimento de territórios ocupados por 13 fêmeas reprodutoras.

“Com estes territórios já estabilizados, o Vale do Guadiana, com um núcleo populacional em franco crescimento, tornou-se uma das áreas de reintrodução com maior sucesso a nível ibérico”, refere o ICNF.