Lobo Ibérico

Seattle92

Nimbostratus
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Atlas y Libro Rojo de los Mamíferos Terrestres de España

loboespanha.jpg


http://www.mma.es/portal/secciones/biodiversidad/inventarios/inb/atlas_mamiferos/mami_familias.htm

Os pontos cor de rosa não se referem ao lobo ibérico mas sim de populações de lobos vindos de Itália/França
 


AnDré

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706px-IberianWolf-Map.jpg




Além de não variarem muito entre si, também não sabemos exactamente se são de fiar :)

Talvez os nossos amigos espanhóis tenham alguns mapas mais actualizados sobre a população do lado de lá da fronteira. Sabemos que após muitos anos de regressão, a população espanhola a sul do rio Douro está a expandir-se actualmente.

O mesmo penso que não se passa a sul do rio Douro mas em território português.
Há já algum tempo que não se ouve falar de lobos na terra dos meus pais. (Várzea da Serra, Tarouca). Na década de 90 ainda eram alguns, mas entretanto penso que deixaram de ser vistos.
Raposas é que parece haver cada vez mais. Numa das noites de Agosto, num espaço de 7km cruzei-me com 3 na estrada.
 

belem

Cumulonimbus
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O mesmo penso que não se passa a sul do rio Douro mas em território português.
Há já algum tempo que não se ouve falar de lobos na terra dos meus pais. (Várzea da Serra, Tarouca). Na década de 90 ainda eram alguns, mas entretanto penso que deixaram de ser vistos.
Raposas é que parece haver cada vez mais. Numa das noites de Agosto, num espaço de 7km cruzei-me com 3 na estrada.

Sim, a população a Sul do Rio Douro está mais fragmentada ( infelizmente) do que esse mapa transparece.
 

Seattle92

Nimbostratus
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O que nos faz ter esperança em relação à população a sul do Douro é o facto de haver cada vez mais presas silvestres (corço, veado, javali,...) e cada vez menos pastores...

Penso que o pior já terá passado (anos 80/90) e que a partir de agora é altura de recuperação. Não sei é se essa recuperação pode ser feita de forma totalmente natural ou se é preciso uma pequena ajuda da parte do homem. É que pode ter sido atingido um número tão pequeno de lobos, que só por si não consigam recuperar.

Como tem acontecido em relação a várias espécies, pode ser que a salvação venha de Espanha. A população de lobos a sul do Douro em Castela-Leão está a recuperar de uma forma muito positiva. Pode ser que brevemente (ou já actualmente) lobos espanhóis comecem a entrar no nosso território e a acabar com o isolamento das nossas pequenas e fragmentadas alcateias.
 

belem

Cumulonimbus
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O que nos faz ter esperança em relação à população a sul do Douro é o facto de haver cada vez mais presas silvestres (corço, veado, javali,...) e cada vez menos pastores...

Penso que o pior já terá passado (anos 80/90) e que a partir de agora é altura de recuperação. Não sei é se essa recuperação pode ser feita de forma totalmente natural ou se é preciso uma pequena ajuda da parte do homem. É que pode ter sido atingido um número tão pequeno de lobos, que só por si não consigam recuperar.

Como tem acontecido em relação a várias espécies, pode ser que a salvação venha de Espanha. A população de lobos a sul do Douro em Castela-Leão está a recuperar de uma forma muito positiva. Pode ser que brevemente (ou já actualmente) lobos espanhóis comecem a entrar no nosso território e a acabar com o isolamento das nossas pequenas e fragmentadas alcateias.

Sim, sem dúvida que agora a situação está mais favorável.
 

Seattle92

Nimbostratus
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22 Set 2010
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Parque Internacional Gerês/Xurés tem 400 cabras selvagens
02.11.2009
Lusa

...

Além da cabra, o Parque Nacional português tem uma população de 60 lobos, divididos em cinco alcateias, os quais se alimentam, em regra, de pequenos mamíferos e, também, de gado doméstico, vacas e cavalos, já que estes pastam livremente pela montanha ao longo do ano.

...
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1407911
 

Seattle92

Nimbostratus
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O último grande predador
por LUÍS GALRÃO 10 Agosto 2008

Lobo-ibérico. É a única espécie da fauna portuguesa protegida por uma lei específica desde 1988, mas nem por isso está a salvo. O último censo realizado em Portugal revela a existência de apenas 300 indivíduos em duas subpopulações, uma delas extremamente ameaçada.

A caça ilegal e a fragmentação do 'habitat' são as grandes ameaças

A lei de protecção do lobo-ibérico faz 20 anos na próxima semana, mas a espécie "continua em regressão" em Portugal. O último censo, feito em 2003 numa parceria entre o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) e o Grupo Lobo, aponta para a existência de apenas 300 lobos. "É uma estimativa, porque podemos ter mais cem ou menos 50", arrisca Francisco Petrucci-Fonseca, do Centro de Biologia Ambiental do Departamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e presidente do Grupo Lobo.

A subespécie que habita a Península Ibérica designa-se Canis lupus signatus e era numerosa durante o século XIX. Actualmente, estima-se que a população ibérica contabilize 2000 a 2500 animais, distribuídos pelas regiões do Centro- -Norte e Norte da península. Por cá, a perseguição humana e a destruição dos habitats provocaram uma regressão até aos actuais 20% da área ocupada.
Actualmente, "existem duas populações, uma a norte e outra a sul do rio Douro, mas a sul a situação está mal", afirma o investigador. Nas zonas montanhosas entre a serra da Arada e a região de Trancoso não existirão mais de 25 lobos. Segundo o ICNB, "embora esta população aparente estabilidade, parece ter-se verificado um agravamento da situação precária existente junto à fronteira". A norte, está mais estável, "porque se encontra em continuidade com a grande população de lobos espanhola", sobretudo no Gerês e em Montesinho.

A legislação de 1988, que classificou a espécie como protegida e estabeleceu o pagamento de indemnizações, "aumentou o nível de aceitação do lobo por parte da população, tendo permitido o evidente abrandamento da grande redução da população que se verificou até ao final dos anos 80", considera o ICNB. Quando o lobo era uma espécie cinegética, "chegavam a caçar--se entre 25 e 30 lobos por ano, que agora é suposto não morrerem, pelos menos legalmente", explica Francisco Fonseca.

Passou a haver protecção legal, mas também surgiram novas ameaças, queixa-se o investigador. "Há situações que se agravaram bastante porque têm surgido outros problemas, como a fragmentação do habitat, devido à construção de estradas, às pedreiras, algumas ilegais, e aos parques eólicos, cuja construção também perturba os animais, que tendem a afastar-se."
Outro problema grave é a falta de alimento. "Quando se tirou o corço, o javali e o veado, as presas naturais, o lobo começou a atacar os rebanhos, passando a ser o mau da fita. O resultado é a perseguição, em muitos casos através da caça ilegal e da colocação de veneno", conta.

Para estudar e minimizar o conflito com a produção pecuária, um grupo de 18 instituições europeias lançou em 2004 o Projecto Life Coex, que envolve cinco países do Sul da Europa. A área de intervenção portuguesa coincide com as áreas de distribuição do lobo a sul do rio Douro e a área central da na região norte. "Tentamos mostrar o outro lobo, mas não queremos passar de besta-negra a anjinho. Afinal, é um predador que mata para comer e que também causa prejuízos", explica.

Um dos objectivos do projecto é o trabalho com os pastores e os caçadores. Através do Life Coex, que deverá terminar em Setembro, foi possível "comprar cães para dar aos pastores e instalar cercas eléctricas, outra forma de ajudar a diminuir os prejuízos", um trabalho semelhante ao que o próprio ICNB realiza em Montesinho.

Os técnicos do Grupo Lobo já distribuíram mais de cem cães, num trabalho que exige "estar com o pastor e ajudá-lo para mostrar que quem gosta de lobos não está contra ele". É uma aposta que poderia ir mais longe se existissem mais apoios. "O ICNB podia apoiar--nos porque a quanto mais pastores conseguirmos chegar, menos prejuízo têm, mas optámos por não pedir, porque sabemos que têm dificuldades financeiras e tememos que fossem reduzir a verba destinada às indemnizações", diz.

Segundo o ICNB, são pagos anualmente cerca de 700 mil euros de prejuízos, correspondentes a cerca de 2500 ataques atribuídos ao lobo. Quanto aos atrasos nas indemnizações, o ICNB garante que já pagou o segundo semestre de 2006 e prevê liquidar os 300 mil euros relativos ao primeiro semestre de 2007 ainda este ano.

Embora continue a considerar este pagamento como "um dos pilares da conservação da espécie", o instituto espera vir a diminuir o encargo através da revisão da legislação. A proposta de regulamento já foi apresentada à tutela, mas está a ser ultimada uma nova versão que deverá "fomentar uma maior protecção dos efectivos pecuários e uma maior responsabilização dos criadores".

Apesar de o panorama não ser muito animador, o biólogo acredita que a espécie poderá recuperar. "É para isso que estamos a trabalhar, sensibilizando as empresas de parques eólicos e auto-estradas. Temos observado uma mudança muito grande e já há casos em que vêm perguntar-nos como fazer antes de construírem, o que é uma evolução."

http://dn.sapo.pt/Inicio/interior.aspx?content_id=1127398
 

belem

Cumulonimbus
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Interessante essa notícia.
Mas a boa notícia é que ainda ontem recebi um email do Grupo Lobo a informar-me que a situação do lobo-ibérico em Portugal já não é de regressão mas de estabilidade.
 

Seattle92

Nimbostratus
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Muito boa essa notícia, mas será que falam da população no geral? Ou em ambas?

É que em relação à população a norte do Douro, já sabemos que a situação é estável. Por um lado as presas selvagens têm aumentado bastante nas últimas duas décadas, e além disso essas populações têm continuidade com as galegas e da região de Zamora. Talvez as únicas situações delicadas sejam as das alcateias do Marão e Alvão, essas sim um bocado mais isoladas do resto da população.


Será que têm notícias da estabilização das populações a sul do Douro? Essa seria a informação mais importante neste momento. A sul do Douro também houve um aumento das presas selvagens (possivelmente não tão acentuado), mas aqui o problema é o isolamento das alcateias entre si e com as populações espanholas (que ainda são escassas a sul do Douro).
 

Seattle92

Nimbostratus
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Energia eólica vai ajudar a preservar o lobo ibérico
2007-01-20
ALMEIDA CARDOSO
Por cada megawatt produzido, três empresas ligadas à exploração eólica estão a contribuir com financiamentos para a recuperação e preservação do lobo ibérico e dos seus habitats naturais. Uma iniciativa inédita em Portugal, que está aberta a outros grupos com empreendimentos eólicos no país.

Associação de Conservação do Habitat do Lobo Ibérico nas Serras da Arada, Freita e Montemuro é o nome da agremiação, com sede em Esposende, cujas empresas possuem parques eólicos nos relevos de Montemuro (Lamego, Cinfães, Resende, Castro Daire), Freita e Arada. O objectivo principal passa por "apoiar ou desenvolver projectos na área da conservação da natureza, em especial, na gestão do habitat do lobo ibérico".

A sua constituição resultou de uma das medidas exigidas pelo Instituto de Conservação da Natureza (ICN) às firmas que estão a fazer investimentos neste sector das energias renováveis. Os sócios fundadores da associação são a Eólica do Montemuro S.A, Eólica da Cabreira, S.A. (que tem à frente o antigo ministro do Ambiente Carlos Pimenta) e Eólica da Arada, S.A.- Empreendimentos Eólicos da Serra da Arada.

A associação é bem vista pelo director do Parque Natural do Alvão, Henrique Pereira. "O Parque Natural do Alvão também tem uma parte de responsabilidade nisto, enquanto membro do ICN, e uma das questões que nos preocuparam muito era a recuperação do habitat do lobo, na Serra de Montemuro. Pelo facto de o número de alcateias que existem a sul do rio Douro ser reduzido e pelo receio que temos que, se nada for feito em termos de habitat, elas possam correr sérios perigos de extinção".

De acordo com o responsável, "o surgimento desta agremiação resulta de uma das medidas exigidas por parte do ICN às empresas que estão a fazer investimentos nos parques eólicos. "Assim, por cada megawatt instalado, tem de se atribuir uma verba que permita financiar projectos de recuperação do habitat do lobo".

Apurámos que, depois de amanhã, a associação vai reunir com o ICN e fazer já a análise dos projectos apresentados ". Juntas de freguesia, associações ligadas à área do ambiente e comissões de baldios são agentes que podem apresentar iniciativas, que passam por ajudar o lobo a ter uma auto-suficiência do ponto de vista alimentar", disse, ao JN, Henrique Pereira.

Assim, poderão ser financiados projectos que passarão pelas reflorestações naturais das serras, nomeadamente, pela introdução de espécies de folha caduca, como carvalhos, sobreiros e outras árvores. "Se um dia não é recuperado este equilíbrio, a espécie está seriamente ameaçada", avisou Henrique Pereira.

Serão também promovidos projectos para o repovoamento equilibrado de espécies de que o lobo se alimenta, nomeadamente, veados e corços. Refira-se que vários projectos podem já ser implementados neste ano.

A associação tem ainda como objectivo colaborar ou filiar-se noutros organismos nacionais ou internacionais, entre outras actividades.
http://jn.sapo.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=685453

Pura publicidade ou terá sido feito realmente alguma coisa?
 

Dan

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26 Ago 2005
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Até podem fazer tudo o que se propõem fazem, mas não sei se isso compensa os danos causados pela instalação de um parque eólico nessa área tão sensível.
 

Seattle92

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Pois, sinceramente não sei, mas ás vezes interrogo-me se estas polémicas não se devem mais ao fundamentalismo de alguns ambientalista, do que a causas realmente reais.

Os lobos não têm grandes problemas em passar por estradas e aproximarem-se de aldeias para atacar gado ou mesmo cães e gatos que estão junto a casas. Não sei até que ponto é que meia dúzia de torres numa serra, que se for preciso não recebem visitas durante semanas ou meses... vão causar assim tanto impacto.

Também já li que a instalação de aerogeradores eólicos obriga à construção de caminhos por entre as serras. Olha que belo argumento!!!! Então não estamos sempre a ouvir que um dos maiores obstáculos que os bombeiros encontram nas nossas serras são a falta de estradas e caminhos??? Então estes ambientalistas andam sempre aos gritos que tem de haver ordenamento na floresta e estradas para ser mais fácil apagar os fogos, mas neste caso já estão a arranjar problemas por se fazerem estradas nas serras?

Sinceramente, entre uma serra cheia de corços, javalis e veados e com algumas torres eólicas e uns técnicos a terem (muito de vez em quando) de lá ir. Ou uma serra livre dessas torres malvadas, mas com a quantidade de presas que a nossa serra da Estrela tem (perto de zero)... acho que os lobos preferem a 1ª hipótese. ;)
 

Dan

Moderação
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26 Ago 2005
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Não sou especialista nesta área, nem pouco mais ou menos, mas parece-me que a abertura de mais acessos em áreas de reduzidas dimensões pode afectar negativamente quer os lobos, quer as suas potenciais presas.

A Serra da Estrela também já tem, pelo menos, um parque eólico.
 

Seattle92

Nimbostratus
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O exemplo da Serra da Estrela foi apenas em relação à falta de presas.


É lógico que projectos destes causam necessariamente problemas ás populações selvagens. A minha questão é se os prejuízos são assim tão grandes e se medidas compensação (quando efectivamente implementadas) não acabam por realmente resultar.

Será melhor uma serra sem geradores, mas completamente abandonada, simplesmente com eucaliptais e mato e sem qualquer tipo de fauna? Ou dar-se uma licença para a instalação de alguns geradores, mas obrigar as empresas a criar programas de compensações ambientais que incluam reflorestação com espécies autóctones e reintrodução de fauna?

Convém lembrar que só temos um centro de reprodução de linces em Portugal, porque a UE obrigou o estado português a cria-lo, para compensar a construção de uma barragem.
 

duero

Nimbostratus
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23 Dez 2009
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O exemplo da Serra da Estrela foi apenas em relação à falta de presas.


É lógico que projectos destes causam necessariamente problemas ás populações selvagens. A minha questão é se os prejuízos são assim tão grandes e se medidas compensação (quando efectivamente implementadas) não acabam por realmente resultar.

Será melhor uma serra sem geradores, mas completamente abandonada, simplesmente com eucaliptais e mato e sem qualquer tipo de fauna? Ou dar-se uma licença para a instalação de alguns geradores, mas obrigar as empresas a criar programas de compensações ambientais que incluam reflorestação com espécies autóctones e reintrodução de fauna?

Convém lembrar que só temos um centro de reprodução de linces em Portugal, porque a UE obrigou o estado português a cria-lo, para compensar a construção de uma barragem.

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