Boas..
Açores
Nos próximos dias teremos atenção aos Açores ( RAA ), devido á aproximação de uma depressão associada a uma cut off com influxo de ar tropical á superficie, e posteriormente á aproximação da STS/TS Melissa, mais propriamente de uma nova onda de ar tropical ( WCB-warm conveyour belt) que entrará entre a Melissa e o AA que se posiciona a SE do arquipélago, ambas as situações com risco de precipitação forte.
T0 a T+48h
Uma depressão, já bem visivel no canal WV
http://www.ssd.noaa.gov/goes/east/natl/flash-wv.html, encontra-se em organização a NW da RAA.
Ar tropical começa a cobrir lentamente a região dos Açores..para já ainda não muito inestabilizado, mas ao logo dos proximos 2 dias a presença da depressão/cut off a N e gradual deslocação desta para SE, deverá colocar proximo aos Açores uma região de forçamento dinamico e arrefecimento nos niveis altos que deverá gerar alguma actividade convectiva + estratiforme com risco de chuva forte e persistente.
Os modelos colocam a maior actividade a ocorrer pouco a norte do arquipélago associada a um conjunto de sistemas frontais na fronteira entre o ar tropical e o ar mais frio do Atlantico norte...no entanto esta area frontal poderá ondular ou mover-se sobre a região autónoma, acrescendo o risco de um episódio algo extremo de chuva.
Melissa ( T+48 a T + 96)
Entre o dia 21 e o dia 23 espera-se a aproximação do ciclone Melissa, possivelmente em transição extratropical.
Os Açores, a este do percurso do sistema, serão afectados principalmente por uma entrada muito potente de ar tropical e podendo ocorrer um fenomeno do tipo PRE ( preceding rain event), que é essencialmente um evento de chuva forte que antecede a chegada/aproximação de um sistema tropical, causado pela entrada de ar muito humido em todos os niveis associado a este.
Os modelos colocam de forma bastante congruente valores de agua prcipitavel elevados ( TPW>45mm), e alguma instabilidade causada pela proximidade a uma perturbação no jet subtropical....condições de forçamento dinamico e shear decentes que indicam a possibilidade de actividade convectiva localmente forte e risco de precipitação excessiva.
Quanto á própria Melissa...a sua aproximação ao território dependerá da sua evolução como sistema tropical e da sua interacção com uma nova perturbação que sai da América do Norte.
O precurso mais proximo aos Açores poderia levar a Melissa muito perto do Grupo ocidental, com os naturais riscos associados nomeadamente ao vento e á precipitação.
Esta aproximação só será possivel caso a Melissa adquira uma estrutura mais organizada com um warm core extenso na vertical...tal warm core tipico de sistemas tropicais tende a atrasar o processo de transição extratropical ( ETT) pelo que a depressão seria arrastada mais para leste pelo jet na periferia da perturbação que emerge da América.
Se a Melissa não organizar uma estrutura warm core extensa, o processo de ETT será mais rapido levando a Melissa a fundir-se com a região frontal já do lado polar do jet, portanto, bem a NW dos Açores.
Portugal continental, 6f-Sab
Neste periodo teremos uma forte depressão polar a E/NE no sul da Europa cntrl, com ar frio a descer até á Peninsula.
A W/SW ar tropical ( potencializado caso a Melissa passe mais a leste como explicado acima), provem do Atlantico.
Na margem das duas massas de ar, gradiente termico muito acentuado e advecção de vorticidade tanto á superficie como em altura pode resultar em processos de frontogenese e posterior ciclogenese ao longo das margens de colisão das massas de ar.
Os modelos para já criam uma depressão insipente que poderá dar chuva no sul, mas há que estar atento a um possivel fortalecimento dessa depressão ( mesmo que os modelos não o sugiram...).
Há ainda a possibilidade de que surja, no médio prazo, de forma mais consistente uma area de ciclogeneses a oeste associada a esta mesma faixa de colisão das massas de ar..isso para já não surge em nenhum modelo e é pouco provavel..mas há que ter em mente esta hipotese.