Seguimento Meteorológico Livre - 2021



Santofsky

Cumulus
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10 Nov 2020
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Realmente está, embora eu também já me tenha apercebido que esses dados nem sempre são coerentes de relatório para relatório. Pelas minhas contas, 1998 é "só" o 20º mais quente, e 1996 o 26º mais quente, é mesmo uma diferença muito grande em relação ao que o IPMA tem nos relatórios...

Realmente o IPMA por vezes apresenta grandes discrepâncias nos relatórios à medida que os anos passam. Por exemplo no boletim climatológico de junho de 2006, saído na altura, eles diziam que a média das máximas foi inferior ao normal em parte do território, em especial no Algarve. E agora nestes junhos mais recentes dizem afinal que o junho de 2006 teve uma temperatura média de 2°C superior ao normal. Afinal em que é que ficamos?
O mesmo acontece para o outono de 2010, em que eles diziam que esse outono tinha tido uma temperatura média de 0,4°C inferior ao normal, sendo portanto o último outono abaixo da média até ao momento. Mas nestes boletins mais recentes dizem afinal que o outono de 2010 teve uma anomalia positiva de 2°C em relação à média, classificando-o como "quente" e relegando para o outono de 2008 o estatuto de último outono frio. Afinal em que é que ficamos?
E mais incoerências devem de haver nos relatórios...
 

N_Fig

Cumulonimbus
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29 Jun 2009
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Realmente o IPMA por vezes apresenta grandes discrepâncias nos relatórios à medida que os anos passam. Por exemplo no boletim climatológico de junho de 2006, saído na altura, eles diziam que a média das máximas foi inferior ao normal em parte do território, em especial no Algarve. E agora nestes junhos mais recentes dizem afinal que o junho de 2006 teve uma temperatura média de 2°C superior ao normal. Afinal em que é que ficamos?
O mesmo acontece para o outono de 2010, em que eles diziam que esse outono tinha tido uma temperatura média de 0,4°C inferior ao normal, sendo portanto o último outono abaixo da média até ao momento. Mas nestes boletins mais recentes dizem afinal que o outono de 2010 teve uma anomalia positiva de 2°C em relação à média, classificando-o como "quente" e relegando para o outono de 2008 o estatuto de último outono frio. Afinal em que é que ficamos?
E mais incoerências devem de haver nos relatórios...
Essa de junho de 2006 é hilariante, acho que devem ter usado a normal de julho ou assim por engano :D Aliás, eles começam por dizer (corretamente) que a temperatura esteve acima da média, mas depois mostram aqueles mapas todos malucos...
Essa do outono de 2010 (posso-te garantir que foi fresquito, que deste eu lembro-me!) nunca reparei, mas discrepâncias dessas são infelizmente comuns, se fores veres em gráficos os anos de 2001 e 2002 aparecem com temperatura abaixo ou acima da média consoante o boletim... Só me lembro de uma vez o IPMA ter corrigido o erro, quando publicou o boletim de 2012 e tinha uma ligeira anomalia positiva, e depois corrigiram para uma ligeira anomalia negativa
 

StormRic

Furacão
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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Bem presente na minha memória, por ter vivido directamente a experiência, a tragédia de Novembro de 1967 e a avaliação muito por baixo dos 500 mortos. Apenas 16 anos depois, a destruição nas enxurradas de Novembro de 1983, fez reavivar o receio de nova tragédia de proporções catastróficas. Mas antes, as tempestades de 1977, 1978 e 1979 culminando numa das maiores cheias do Tejo que até levaram à interrupção do abastecimento de água a Lisboa, marcaram um dos triénios mais chuvosos na memória. É a partir dos anos 80 que a mudança climática reflectida por exemplo na secura do Março começou a fazer-se notar.
 

StormRic

Furacão
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Por exemplo no boletim climatológico de junho de 2006, saído na altura, eles diziam que a média das máximas foi inferior ao normal em parte do território, em especial no Algarve. E agora nestes junhos mais recentes dizem afinal que o junho de 2006 teve uma temperatura média de 2°C superior ao normal. Afinal em que é que ficamos?

Pode ser devido a considerarem novo período de Normais ou um período histórico mais alargado.
 

Santofsky

Cumulus
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10 Nov 2020
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Essa de junho de 2006 é hilariante, acho que devem ter usado a normal de julho ou assim por engano :D Aliás, eles começam por dizer (corretamente) que a temperatura esteve acima da média, mas depois mostram aqueles mapas todos malucos...
Essa do outono de 2010 (posso-te garantir que foi fresquito, que deste eu lembro-me!) nunca reparei, mas discrepâncias dessas são infelizmente comuns, se fores veres em gráficos os anos de 2001 e 2002 aparecem com temperatura abaixo ou acima da média consoante o boletim... Só me lembro de uma vez o IPMA ter corrigido o erro, quando publicou o boletim de 2012 e tinha uma ligeira anomalia positiva, e depois corrigiram para uma ligeira anomalia negativa

De facto hilariante esse boletim de junho de 2006. Começam por dizer que as temperaturas foram superiores aos valores médios, que o número de dias com temperaturas iguais ou superiores a 25°C e 30°C foram muito superiores aos valores médios... E depois metem esses mapas hilariantes com anomalias negativas, especialmente das máximas :lol: Em vez de usarem as normais de junho devem sim é ter usado as normais de julho ou agosto :D, só assim se justifica... Em grande parte do Alentejo a média das máximas de junho de 2006 ultrapassou os 30°C e no nordeste transmontano a média das máximas andou à volta dos 28°C como se pode ver nos mapas, e eles meteram todas aquelas anomalias negativas :lol:
O outono de 2010 foi de facto fresco, bastante influenciado pelo mês de novembro que teve uma anomalia negativa superior a 1°C, no final de novembro de 2010 houve inclusivamente máximas e mínimas baixíssimas para a época e queda de neve acima dos 400 metros no interior norte e centro, recordo-me de, na altura, ter havido pessoas a dizerem que não se lembravam de terem visto nevar tão cedo no ano a essas cotas :D, o outubro foi também ele fresquito nomeadamente nas mínimas, nas máximas foi normal. Apenas o setembro foi quente. Mas se consultares o boletim climatológico do ressequido outono de 2017 existe um gráfico com as temperaturas desde 1931 e o outono de 2010 aparece com uma anomalia positiva entre 1°C e 2°C e existe também uma frase que diz que "os últimos 9 outonos registaram sempre temperaturas médias do ar superiores ao valor normal", ou seja englobavam também o outono de 2010 e remetendo para o outono de 2008 o estatuto de último outono frio quando na verdade foi o penúltimo :lol:
 

Santofsky

Cumulus
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Pode ser devido a considerarem novo período de Normais ou um período histórico mais alargado.

Mas com certeza que houve erros de transcrição nos mapas das anomalias. Isto porque em grande parte do Alentejo a média das máximas de junho de 2006 ultrapassou os 30°C e no nordeste transmontano a média das máximas andou à volta dos 28°C como se pode ver nos mapas (no Alentejo as normais de junho rondam os 29°C e no nordeste transmontano rondam os 25/26°C). Eles em vez de terem usado as normais de junho devem ter usado as normais de julho ou agosto, só assim se justificam todas aquelas "anomalias negativas"

Bem presente na minha memória, por ter vivido directamente a experiência, a tragédia de Novembro de 1967 e a avaliação muito por baixo dos 500 mortos. Apenas 16 anos depois, a destruição nas enxurradas de Novembro de 1983, fez reavivar o receio de nova tragédia de proporções catastróficas. Mas antes, as tempestades de 1977, 1978 e 1979 culminando numa das maiores cheias do Tejo que até levaram à interrupção do abastecimento de água a Lisboa, marcaram um dos triénios mais chuvosos na memória. É a partir dos anos 80 que a mudança climática reflectida por exemplo na secura do Março começou a fazer-se notar.

A julgar por todas essas memórias longínquas mas nítidas, especialmente essas referentes às cheias de 1967, então o Sr. Ricardo já é um veterano daqui do fórum :D
 
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"Charneca" Mundial

Super Célula
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Corroios (cota 26); Aroeira (cota 59)
Enquanto Portugal está a "escaldar" com temperaturas de 25°C, cidades como Paris, por exemplo, vão batendo o dente com frio, chuva, neve e temperaturas negativas. E Paris "só" está, em linha reta, uns 700 km a norte da península ibérica, a mesma distância que separa, por exemplo, o Montesinho (Bragança) do Algarve. Por outras palavras, Portugal de uma ponta à outra, de norte a sul. Incrível mesmo
Novamente, esta vaga de frio não vai chegar a atingir Portugal, e ainda bem. Contudo, as temperaturas vão descer uns quantos graus a partir de quinta-feira, não por causa da vaga de frio em si mas sim porque se aproximará uma cut-off vinda de oeste que não só irá empurrar o frio ainda mais para leste como também irá trazer a prestigiada chuva (ainda que não seja nas quantidades desejadas). Veremos! :pray:
 

Santofsky

Cumulus
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Portugal
Novamente, esta vaga de frio não vai chegar a atingir Portugal, e ainda bem. Contudo, as temperaturas vão descer uns quantos graus a partir de quinta-feira, não por causa da vaga de frio em si mas sim porque se aproximará uma cut-off vinda de oeste que não só irá empurrar o frio ainda mais para leste como também irá trazer a prestigiada chuva (ainda que não seja nas quantidades desejadas). Veremos! :pray:

Se a vaga de frio nos atingisse só iria arrasar tudo o que é agricultura, e ainda para mais depois destes dias de calor. Quanto às temperaturas elas poderão descer ao longo do fim de semana, não só pela aproximação da cut-off vinda do Atlântico, como também a mesma poderá arrastar consigo um pequeno fluxo de ar polar marítimo, fazendo descer ainda mais um pouco as temperaturas. E parece que a próxima semana os modelos estarão a cozinhar uma nova cut-off vinda de oeste, trazendo consigo mais chuva, para além das temperaturas se manterem em valores normais para a época. Isto para quem há uns dias atrás colocava a dorsal africana em cima de nós e temperaturas novamente próximas dos 30°C. Veremos o que acontece...:pray:
 

Santofsky

Cumulus
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Bem presente na minha memória, por ter vivido directamente a experiência, a tragédia de Novembro de 1967 e a avaliação muito por baixo dos 500 mortos. Apenas 16 anos depois, a destruição nas enxurradas de Novembro de 1983, fez reavivar o receio de nova tragédia de proporções catastróficas. Mas antes, as tempestades de 1977, 1978 e 1979 culminando numa das maiores cheias do Tejo que até levaram à interrupção do abastecimento de água a Lisboa, marcaram um dos triénios mais chuvosos na memória. É a partir dos anos 80 que a mudança climática reflectida por exemplo na secura do Março começou a fazer-se notar.

O final dos anos 70, mais concretamente o triénio 1977-79, foi um período extremamente chuvoso, culminando em cheias graves nos principais rios do país. Os três invernos desse período conseguiram ser ainda mais chuvosos do que o mítico 2000-2001, segundo o IPMA. O problema foi que, se o final dos anos 70 foi extremamente chuvoso, já o início dos anos 80, mais concretamente o período 1980-83, foi muito seco, com duas secas graves em 1980/81 e 1982/83 abrangendo todo o território, sendo a região sul do país a mais afetada como é hábito.
 

jamestorm

Cumulonimbus
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12 Jan 2010
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Lisboa e Alenquer
O ano de 1998 marcou Portugal pela EXPO 98 e muitos trabalhos da escola nesse ano andaram à volta do ambiente, dos Oceanos, da protecção do planeta e extinção das espécies. Talvez seja o ano em que se começa a falar destes assuntos de forma mais relevante. Por mim lembro-me bem das duas vezes que visitei o recinto da exposição, durante o Verão, esteve sempre bastante quente e a luz vibrante que vinha do Tejo e os edifícios brancos reforçavam essa sensação de trópicos. Um dos anos mais marcantes da minha adolescência. Mas só no ano de 2001 comecei a me interessar verdadeiramente pelo tempo, lembro-me bem de um inicio de Outono bem frio em 2001 que continuou até ao Natal. Uma pequena lagoa de extracção de areias aqui perto chegou a congelar em Dezembro. 2003 teve um inverno muito ameno, tendo chegado bem tarde - o frio chegou já quase só em Março, se bem me lembro.
 

N_Fig

Cumulonimbus
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Figueira da Foz
O ano de 1998 marcou Portugal pela EXPO 98 e muitos trabalhos da escola nesse ano andaram à volta do ambiente, dos Oceanos, da protecção do planeta e extinção das espécies. Talvez seja o ano em que se começa a falar destes assuntos de forma mais relevante. Por mim lembro-me bem das duas vezes que visitei o recinto da exposição, durante o Verão, esteve sempre bastante quente e a luz vibrante que vinha do Tejo e os edifícios brancos reforçavam essa sensação de trópicos. Um dos anos mais marcantes da minha adolescência. Mas só no ano de 2001 comecei a me interessar verdadeiramente pelo tempo, lembro-me bem de um inicio de Outono bem frio em 2001 que continuou até ao Natal. Uma pequena lagoa de extracção de areias aqui perto chegou a congelar em Dezembro. 2003 teve um inverno muito ameno, tendo chegado bem tarde - o frio chegou já quase só em Março, se bem me lembro.
O período em que a expo esteve a funcionar não foi nada de especial em termos de calor, e o inverno de 2003 teve uma temperatura ligeiramente abaixo do normal se for o de 2002/03, se for o de 2003/04 foi realmente quentito e depois março de 2004 foi frio
(Não leves estas correções a peito, a memória meteorológica é tramada e eu só "sei" isto tudo porque estou a ver dados do IPMA :o)
 

"Charneca" Mundial

Super Célula
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Corroios (cota 26); Aroeira (cota 59)
A chuva prevista praticamente se esfumou no sul ! É um cenário de seca que está sobre a mesa!
A chuva ainda não se esfumou totalmente no Sul porque ainda estão previstos 8 mm para Tavira no sábado, e 23 mm até dia 17, por exemplo. Ainda assim isto é no modelo europeu, porque outros modelos estão muito piores neste aspeto. :hmm: